03 maio 2006

«Quando dormes nunca te odeio - palavras e poesias» - de Hugo Santinhos Pereira

Comprei ontem este livro das Edições Fio da Navalha, que foi uma surpresa muito agradável.
Vá-se lá saber porquê, fez-me lembrar a Encandescente (que já publicou o seu segundo livro, depois da sua deliciosa estreia), mas com menos parcimónia no uso de caralhadas.
Um exemplo da poesia de Hugo Santinhos Pereira:

Joan d'Arc
(Maria d'Arc)

Ela tinha nos braços
mordeduras de amor
Pequenas tragédias saudáveis,
daquelas que constroem carácter.
Pequenos amores egoístas.
A cobra dela só tem um dente.

Enquanto eu hesitava em dar uma resposta,
ela disse-me que o corpo dela
estava a ferver com a febre da ressaca do veneno.
Mas os seus lábios da cona estavam frios.

Foram só três notas de cinco.
A minha cobra só tem um olho!

02 maio 2006

A desculpa...

raim's blog

Como ode o Alcaide:

Conversa muito comum
Por demais actualizada...
Ele sem caralho nenhum
E ela sem merecer nada!

CISTERNA da Gotinha

Angelina Jolie foi considerada a mais bela de todas.

A
publicidade da boa pele.

A
Smirnoff dá-nos uma nova perspectiva na vida!

As
Loiras serão mais vaidosas?!

A jeitosa chama-se Alison Foran e é bastante encalorada.

Esta
menina será do Benfica?!

Vídeo: bum-bum brasileiro.

Para males espantar.

Não sei que paira
hoje no ar,
que vos faz sorrir,
que vos faz cantar.


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... em playback.

O Homem sexual.



O pressuposto de que relações homosexuais são condenáveis, muitas vezes inclusivé apelidadas de "contra-natura", é uma atitude estritamente humana. Parece-me que na nossa arrogância, fruto do nosso auto-proclamada inteligência, decidimos o que é natural ou não. Já as outras espécies não se preocupam tanto em (ab)usarem de algumas práticas alternativas que possam ir contra algumas leis da natureza, sejam elas quais forem... Ainda ontem vi o Piloto, um conhecido cobre-cadelas do bairro, a praticar sexo oral ao Fred, um cão do vizinho... isto em plena rua. E não me pareceu nada preocupado ou culpado de tal acto, nem ele nem provavelmente a comunidade canídea de Coimbra e arredores...



Até porque a promiscuidade e falta de responsabilidade no acto sexual não são caracteristicas exclusivas de uma determinada opção sexual.

Puta de mim

Até que podia tornar-me modelo e casar-me com um jogador de futebol mas como o chico- espertismo nacional dignifica os proxenetas, vou vender-me às evidências, Sãozinha, e mal seja legalizada a prostituição vou montar uma casa de meninos, com catálogo, livro de reclamações e tudo.

Com tanto desemprego que por aí vai não me hão-de faltar roliços loirinhos, potentes morenos e espadaúdos de qualquer nacionalidade para enfeitar as montras em grande estilo e agradar às mulheres com dinheiro deste país. Bem sei que o investimento será maior do que o de uma casa de meninas que para as mulheres não basta a visão do produto propriamente dito e aqui vai disto, porém julgo que uns quantos quartos temáticos como o massagista das mãos de ouro, o cabeleireiro do secador sempre-em-pé, mecânica do ponto G, bastão até partir, na cama com claquette e até para as mais românticas, missionação à lareira, cumprirão com qualidade as funções que lhes serão confiadas.

Os rapazes até podem pensar que não nasceram para isto e que não são nenhuma máquina de fazer sexo para estarem a toda a hora e a todo o minuto com o pau levantado e a língua em riste, mas penso poder contornar essa questão incluindo nas regulares consultas andrológicas e análises de sangue, uma palpação psicológica que os apoie tanto como o meu psi me apoia a mim. E como qualquer manager de futebol, pugnarei para que seja considerada uma profissão de desgaste rápido.

Quanto ao resto, continuarei a pagar os meus impostos mas estarei mais nivelada com os detentores de cargos públicos porque, em boa verdade, Sãozinha, não estarei também a gerir um serviço público que garantirá o aumento de receitas do Estado?

Viva a nossa poetusa! Viva!

As edições Polvo publicaram o segundo livro da Encandescente: «Erotismo na Cidade».
O livro estará disponível nas livrarias (e na loja da funda São) a partir da próxima semana, podendo já ser adquirido através do e-mail da editora.
Enquanto não recebes o livro, recomendo-te os vários capítulos que ela anda a escrever no blog dela sobre a Plataforma para a Igualdade dos Católicos Homossexuais Anónimos (PICHA).

crica para visitares a página John & John de d!o

01 maio 2006

O Meu Dia do Trabalhador




Jen Amber

(colagem feita a partir daqui, daqui e de um caralho anónimo)

Jorge Pintelheira (George Bush, em americano) sempre a brilhar


Até a primeira dama!...

(enviado por Culturas)

O fetiche (1º episódio) - por Charlie

Tínhamos já bebido uma meia dúzia de cervejas quando ele se descoseu com a tirada que eu lhe sentia há algum tempo a queimar a língua:
- Eh, pá! Tenho uma coisa que gramo fazer às gajas.
Perante o meu mutismo, de interrogação no olhar, enquanto passava com a língua pela espuma colada aos lábios, ele, sabiamente, esperou que eu adiantasse a pergunta.
Olhei para ele, pisquei-lhe o olho e, com um breve sorrir, ele continuou, aceitando o meu gesto como se fosse o perguntar que ele queria ouvir de mim.
- Gramo essa cena das algemas, pá. E depois, o que mais gramo é pôr uma venda nos olhos delas e pular-lhes para cima.
Eu, que sempre gostara de sentir as unhas das minhas parceiras cravadas nas
costas e de olhar o branco dos olhos por entre as pestanas semicerradas
nas alturas dos apogeus, fiquei-me na expectativa.
- E elas gostam? - Perguntei lá do fundo dos meus ingénuos verdes anos.
- Se gostam?! As gajas torcem-se todas, querem deitar as mãos à gente e, ao sentirem-se presas, entra-lhes um misto de angustia e tesão. Agora experimentei essa coisa pá.
Além de as algemar, depois de as aquecer, vendo-lhes os olhos. É uma coisa divina. Hás-de experimentar, pá...
Fiquei sem resposta.
- Nunca experimentei nada disso - Avancei depois de um ligeiro desconforto perante a súbita pequenez que sentia face à desenvoltura e segurança deste tipo.
Desviei o olhar e mirava as ondas que batem com força nos paredões da estrada marginal que segue para Cascais e que muitas vezes galgam a estrada.
Havia-o conhecido uns dias antes num minicurso e, um lanche depois e umas
cervejas uns dias mais tarde, haviam encetado o princípio de uma amizade.
- Não experimentaste ainda, pá? Tens de vir comigo.
Acordei subitamente.
Fiquei olhando em silêncio. Ele também.
Bebeu um pouco mais e olhando-me bem nos olhos prosseguiu derrubador:
- E se quiseres, pode ser já.
Recusei amavelmente mas ele adiantou logo:
- Aquilo não é putedo reles, ouviste? São moças que eu conheço e que é gente de classe, que gosta tanto disto como nós e é tudo com muita reserva e recato... não penses que... anda, pá!
Sorri para ele, pagámos e seguimos os dois, ele sempre falando e eu com um formigueiro leve a percorrer-me todo o corpo.
Alguns minutos depois parou o carro e disse-me para esperar um pouco.
Voltou com o dedo indicador sobre o nariz a pedir silêncio.
- Anda! Não faças barulho, pá. Vou fazer-te uma surpresa. Mas passe-se o que
se passar, não interrompas nem faças barulho. Mantém-te quieto até eu te chamar...

(continua)

Charlie

Jolly Margalho


(enviado por Seven - blog Obvious)