03 maio 2006

«Quando dormes nunca te odeio - palavras e poesias» - de Hugo Santinhos Pereira

Comprei ontem este livro das Edições Fio da Navalha, que foi uma surpresa muito agradável.
Vá-se lá saber porquê, fez-me lembrar a Encandescente (que já publicou o seu segundo livro, depois da sua deliciosa estreia), mas com menos parcimónia no uso de caralhadas.
Um exemplo da poesia de Hugo Santinhos Pereira:

Joan d'Arc
(Maria d'Arc)

Ela tinha nos braços
mordeduras de amor
Pequenas tragédias saudáveis,
daquelas que constroem carácter.
Pequenos amores egoístas.
A cobra dela só tem um dente.

Enquanto eu hesitava em dar uma resposta,
ela disse-me que o corpo dela
estava a ferver com a febre da ressaca do veneno.
Mas os seus lábios da cona estavam frios.

Foram só três notas de cinco.
A minha cobra só tem um olho!

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