13 setembro 2006

correntes...


REENCONTRO


Na tua presença
As minhas pernas tremem sempre

O teu olhar
cúmplice e direccionado
continua a ruborizar-me

A tua voz
grossa, quente, vibrante
provoca a mesma arritmia

As tuas meias palavras
complementadas com aquele sorriso
confundem os meus neurónios

O toque das tuas mãos
como descarga eléctrica
estremece todo o meu corpo

O teu aroma nicótico
embriaga-me
e todo o mundo gira à minha volta

A tua proximidade
baralha os meus sentidos
enevoa a minha mente
descontrola o meu radar

Sinto-me frágil
Rendo-me

Suspendo-me no teu abraço
Escondo o rosto no teu peito
e o tempo pára

Eu sei
tudo isto acontece
porque és uma página virada
mas que ainda
me perturba demais…

Papoila_Rubra
02 /09/ 2006
foto daqui

A propósito de «forma» - por Falcão

"Uma amiga minha costuma sentar-se com frequência naqueles pináculos em cimento, cilíndricos, que se vêm nos passeios para impedir os automóveis de passar.
Quando alguém lhe pergunta porque se senta ali, ela responde «estou na forma».
Salta logo a imagem daqueles sapatos apertadinhos que o sapateiro põe na forma do número acima, para alargar um bocado.

Falcão"

Riders on the Storm

– Ó pá, larga-me a braguilha, foda-se!
A tipa olhou-lhe para as calças andrajosas e presas por uma guita de cordel, focou os olhos vesgos e ramelosos um pouco abaixo da cintura e respondeu, burilando um escarro que lançou logo depois:
– Qual braguilha?! Isso não tem fecho!
O tipo ajeitou a gravata, passou as mãos pelo cabelo, ajeitando uma madeixa que já não tinha há mais de trinta anos, passeou o olhar pelo amarelento escarro que descia lentamente a parede, pelas calças e pela tipa, que avaliou sem disfarçar, endireitou-se solene, fixou o horizonte e, em tom formal e afectado, very british, fez o favor de declamar:
– Não tem zipper, mas tem botões – fungou ruidosamente –, não deixa por isso de ser uma braguilha!
A tipa parou de brincar com a palhinha do arruinado copo do MacDonald’s, sorveu um pequeno e educado golo de água suja do capitalismo, passou graciosamente o indicador direito pelos lábios, como se tivesse apreciado o que bebera, e, com um trejeito de plácida, mas segura, indiferença, proclamou:
– Qual braguilha, qual carapuça! – Deu uma estridente gargalhada escarninha. – Essa merda não tem botões, pá!

Gemidos e grunhidos nem sempre significam sexo


Quebec Aids Organization

(em associação com the Montreal Outgames)

12 setembro 2006

A Roupa Já Não me Serve...





LAWRENCE BROWN
FreshNudes

Sem uma palavra


Quero que me digas sem uma palavra
Do pasmo do corpo encontrando o corpo,
E me sideres com a surpresa,
E me esmagues com o peso do espanto,
Até o sufoco me levar à tua boca
Para em ti, eu me respirar.
Quero que me digas amo-te
Sem uma palavra.
Só com o desejo nas tuas mãos,
Só com a sofreguidão no corpo,
Procurando-me, abrindo-me,
Convicto penetrando-me,
Até que plena, certa, vencida e convencida
Eu me derrame, eu me desfaça,
Eu me dissolva em certeza e prazer.
Quero que me digas quero-te
Sem uma palavra.
Abrindo-me as pernas
Tocando o teu pasmo
Provando o amor
Bebendo o querer.

Foto: Mariana Castro

A refeição volante - por Bartolomeu

"Então és tu a dona das marcas de rabo que aindo hoje venero religiosamente, quando me perco, horas a fio contemplando aquele bolánte de moquinha que tenho depeindurado sobre a minha lareira!
Já lá bai tánto tempo e agora que recordas aquela cena, alembraste tãobaim de quando fomos dar uma pra deintro do porta vagages? Ai mulher, aquilo é que forão tempos, carágos. Eu só me chentia beim com o nabo intalado na tua regueifa, e tu tão trigueirinha, xuxurrábasme ó oibido, beinte agoira Barto beinte. Alembraste?
E daquela beiz que forames ao arraial e na bolta cizmaste cabiamos de arrefinfar uma em chima do capote da biatura à beirinha da áuga da barrage, alembraste? Quinté os acheganes xaltaram fora dauga quando te extabas a bir. Pera lá agora já num estou bein cherto se fora quando te extabas a bir se foi quando foras labar a paxana. Mas que xaltaram, xaltaram, fijereimos uma calderada nexe dia...

Bartolomeu"

crica para visitares a página John & John de d!o

11 setembro 2006

A visita...

Por Charlie, foto: Imagens


Não sabia ao certo como tinha ido parar ali. Não me lembrava de ter memórias antigas e sem saber porquê, todo o conhecimento de mim próprio cabia em poucas horas. Muito vagamente umas leves impressões de como olhara para o Sol a pôr-se antes do anoitecer que agora terminava, umas deambulações por aqui e por ali meio perdido e depois, sem ter noção precisa, o aparecimento naquele espaço onde agora me encontrava, e onde descansara sem saber em que sítio exacto, deixando-me envolver pelo manto suave do cansaço após ter fixado o meu olhar na beleza daquele ser que estava deitada à minha frente.
Os primeiros raios a ameaçar rebentar o horizonte, ao entrar pelos rasgos da persiana, fizeram-me despertar e inspirar fundo o puro gozo de existir.
Estava dono duma leveza inebriante, ultrapassando os limites dum corpo que nem sentia, e todo o espaço me cabia num gesto.
Olhei para um lado e para outro, mudei de posição sempre com ela na mira. Era linda, toda suavidade e maciez, um hino à feminilidade despertando todos os quereres. Atrevi-me a aproximar levemente do seu ombro, tocá-lo e saborear o leve aroma que a sua pele exalava, mas hesitei no último instante. Não sabia como ela iria reagir ao meu afago, ao meu toque, e agora que estava tão próximo dela todo o desejo avivava, fazendo crescer a agua na boca, mas no último instante resolvi adiar por momentos o encontro com o meu desejo. Senti o calor do seu corpo e de como ela nesse mesmo momento, ao mover-se na cama, despertara do seu sono. Afastei-me devagar de forma discreta sem que tivesse dado pela minha presença. Ali para o fundo do quarto onde fiquei olhando para ela que entretanto, se levantara.
Mesmo sentindo que não tinha corpo, escondi-me atrás das franjas do cortinado que estava aberto, expondo as nesgas da persiana por onde o ar fresco entrava enquanto seguia como ela deambulava pelo quarto e expunha toda a sua nudez apetitosa aos meus instintos e apetites. As curvas do corpo, o brilhar dos olhos, o convite dos lábios húmidos, o mundo dos aromas que me chegavam aos sentidos.
Saiu e voltou depois duns minutos exalando vapores e aromas novos, adocicados. O cabelo molhado que ela massajou com uma toalha e que sujeitou depois à disciplina dum pente.
Vestiu um roupão e foi para outro compartimento.
Resolvi segui-la.
Agora era uma cozinha.
Cheiros muito diversos enchiam-na por completo e olhando melhor para ela via agora como expunha uma orelha por entre a suave nuvem de cheiros que saíam do seu cabelo ainda húmido.
Abriu uma porta e tirou um recipiente. Encostou-o à boca e de olhos fechados deleitou-se lenta e gostosamente.
Foi então que me aproximei do ouvido exposto por entre a sinfonia de tons reflectidos vagamente pelo sol a nascer e que através da janela incendiavam o cabelo em doces chamas e nuances. Cheguei-me lentamente a ela, cada vez mais próximo, até ficar a um mero nada de lhe dar um beijo, e passear-me por ela e saborear a beleza do seu corpo....
Assustei-me pois repentinamente ela pareceu ter dado pela minha presença, rodando a cabeça com os olhos a seguir vagamente onde eu poderia estar. Não sei como ela deu por mim, pois nem eu próprio tenho noção de ocupar espaço algum.
Escondido por trás dum armário vi como ela mexeu num botão na parede.
Um milagre tomou repentinamente forma. Toda uma alegria instalou-se de repente naquele recinto. Tudo ficou inundado duma luz intensa e bela. Uma verdadeira maravilha, um paraíso para os sentidos e um apelo irrecusável de beleza e excelência. Todo o espaço ficou recheado dum jogo extraordinário de efeitos de cor e brilhos irreais, verdadeiros prodígios para o sentido da visão. Que maravilha pensei. Por um instante esqueci-me dela e com toda a luz no olhar desloquei-me atraído pela dança que se espalhava pelo recinto da cozinha. Por todo o lado a luz me inebriava e atraia, mas ali, num ponto que de repente descobrira, tudo era mais belo e apelativo, toda uma grandiosa sinfonia de luz a correr em nascente. Chamava-me e dava-me corpo. Quase que me tinha esquecido da mulher que agora parecia estar a ver-me.
Levado pela minha alegria passei novamente junto a ela, e enquanto me deslocava na direcção da fonte de todo aquele fantástico apelo, olhei-a maravilhado nos olhos. Sorria-me e eu sorri para ela um mero instante antes de sentir todo o meu ser atravessado por uma forte vibração ao mesmo tempo que toda a luz se incendiava para me deixar depois mergulhado na completa escuridão sem que tivesse mais noção do meu existir.
Cá em baixo, com o pacote de leite encostado aos lábios, ela bebia a satisfação da vitória rápida sobre a incomoda mosca que desde a manhã a perseguira...

CISTERNA da Gotinha




Quem rouba cuecas pode ir 11 anos para a prisão. Por isso, tenham juízo!!

Concurso de Bikinis patrocinado pela
cerveja Sagres.

Alguém conhece a Holly Valance?!

Quem não conhece a Carmen Electra?! E sabiam que ela é boa dançarina?!: vídeo.

Erotica com motos e mamas à mistura

Muito curtas-metragens mas muito boas


«Preciso de ar»

Appel d’air
Um filme de Hamilton Becerra e Fabrice Le Guernec

E onde há este filme - Le Festival des Très Courts - há mais, que também recomendo:

Crêpe suzette - de Abel Ferry

Le cycle masculin n°4 - Passion 1 - de Aude Du Pasquier Grall

Remote - de John Burns

L’Homme Parfait - de Sophie Riffont

Mom I’m comin’ soon - de Loshi-Yuji Koda

Un peu d’amour - de Martin Moimem e Gilles Peltier

Se vires por lá mais... interessantes... diz-me.

Para veres estes filmes precisas ter instalado o Real Player.

A palavra começada por L


4 anúncios à série L-World

«The L Word» é uma série televisiva norte-americana sobre as vidas e amores de um grupo de amigas lésbicas que vivem em Los Angeles.

A LoveAndPride.com criou uma colecção de jóias «The L World». De todas, adorei especialmente o simbolismo desta: