08 outubro 2006

Diário dum Padre. Parte IV

.....Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes......



Olhei para os passos curtos do Sacristão que se fundiam na luz que difusamente entrava pela porta principal da Igreja, desenhando reflexos aleatórios nos brilhos esparsos do chão em intervalos de sombras ambulantes até ao momento em que ele desapareceu na rua e uma suave torrente de luz branca tomou o lugar por onde ele saíra.
- Vamos então. - Disse-lhe pegando-lhe levemente no braço enquanto a dirigia para o confessionário.
Fiquei olhando maravilhado vendo como ela se instalava no lugar destinado aos fiéis, de joelhos sobre a pequena almofada, seguindo depois as mãos que subiam postas em oração de dedos unidos sobre a testa inclinada em sinal de recolhimento.
Entrei no espaço interior que é reservado ao sacerdote e tomei o meu lugar.
Arrumei uns quantos folhetos espalhados sobre os encostos de braços e o assento, metendo-os num dos bolsos da sotaina, olhei novamente para ela e encostei o ouvido ao rendilhado fino de madeira enquanto puxava a cortina de tecido em veludo vermelho destinado a imergir o confessor no ambiente escuro do seu cubículo.
Sem fazer o mínimo ruído deixei inclinar o corpo na sua direcção ao ponto de senti-la a meros centímetros de mim, e escutei a doçura da sua voz.
- Senhor Padre…eu…. Sabe, eu tenho algo a dizer-lhe em confissão… Algo muito importante...-
Olhei novamente para ela por entre as ripas do enxadrezado da grelha que separa os confessores dos confessados. Sabia que ela mal podia ver-me, entregue à escuridão do espaço minúsculo e fechado. Por outro lado, vinda de fora, a luz iluminava-lhe o rosto com a suavidade dos azulejos a reflectir as cores difusas dos vitrais matizados pela nesga distante de luz branca que entrava pela porta principal.
Oh como ela era linda! Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes quando preparara as coisas no confessionário. Desci a mão dentro de mim e afaguei o pénis.
Oh meu Deus, como me sabia bem, com ela mesmo ali ao lado. Deixei escapar um suspiro profundo e de repente inteirei-me do que estava ali a fazer.
- Continue por favor... - Disse-lhe eu dominando as inflexões da voz em manobra evasiva ao meu dislate.
- Senhor Padre….- Hesitou antes de continuar. - … Pequei!... Não em carne mas em pensamentos… Tenho sido fiel ao meu namorado que está longe como sabeis.
Mas desde há uns dias a esta parte, desde que chegou um homem novo a esta aldeia e que o vi, que senti toda a minha alma dirigida para ele. -
- As tentações da carne fazem-nos pecar em pensamentos. – Interrompi sabiamente, segurando com esforço o embargo da voz, enquanto mirava o bico do seu decote que sobressaía em sombras e reflexos fazendo crescer ainda mais a minha excitação.
- A fidelidade é muitas vezes uma prova difícil de ultrapassar. – Disse e esperei um pouco pensando no que iria dizer a seguir.
- Há as tentações. Mas com a oração e recolhimento, encontrareis o caminho da redenção e da castidade. Devereis manter-vos pura para que quando do seu regresso vos possais entregar de corpo e alma no momento de união consubstanciado através do sagrado sacramento do casamento cristão, em que vós assumireis o vosso compromisso perante Deus! –

Mas nada disse. Calei estas palavras que seriam as indicadas para momento. Calei-as desejando que ela dissesse mais e mais, fazendo aumentar a minha fogueira.
- Continue por favor. – Saiu-me num tom amorfo, onde o meu respirar entrecortado só com dificuldade disfarçava o meu estado de excitação.
Fechei os olhos. E esperei que ela continuasse. A mão afagando docemente o meu membro viril que estava num estado de absoluta rigidez e que fez estremecer todo o meu corpo ao sentir do toque.
Estranhei o silêncio e no instante em que ia repetir que ela podia continuar, o ruído da pequena cortina a desviar-se fez-me abrir os olhos.
Perante mim, toda rodeada da luz suave que enchia a igreja, estava ela….

07 outubro 2006

CISTERNA da Gotinha


Victoria é o nome da menina de estrela ao peito.

Passerelle de moda de
cabelos púbicos.

Renate Verbaan: modelo holandesa de 27 anos que não passou cartão a Leonardo diCaprio.

Brande Roderick: loira espampanante.

Nova
equipa de limpeza dos cortinados deste Blog.

Encontros por SMS

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1. A Piscina


2. a Praia

crica para visitares a página John & John de d!o

O fado da foda - por Bartolomeu

Alguém já terá reparado no erotismo destas imagens do fado, em que o guitarrista aparece sempre com o braço do instrumento para cima e para a frente?...Pelo mercado da Ribeira,
mais passando que comprando
Topei uma moça faceira
sentada a um canto chorando

Aproximando-me estendi-lhe
um lenço para enxugar
Aquelas lágrimas que em molhe
teimavam em não parar

Ergueu para mim o olhar
Carregado de emoção
Confessou-me que o chorar
Não vinha do coração

Admirado e curioso
Perguntei-lhe o que era então
E num tom meio jocoso
Respondeu que era tesão

Mais admirado fiquei
E não querendo que sofresse,
logo uma foda lhe dei
para espevitar o interesse

Dali fomos p'ra pensão
Para um quarto velho e nu
E para lhe aplacar o tesão
Enterrei-lho bem no cu

Aos gritos de «quero mais»
E de «fode meu cabrão»
Arranquei-lhe um cento de ais
Afundando-lho no conão

No fim, gritando pelo pai
Pela mãe e pelo irmão
Declarou depois de um ai
Que lhe esgotei o tesão

Bartolomeu

reflexões sobre a rosa e a inutilidade...

06 outubro 2006

FODCAST #2 do SirHaiva.

Deus sabe como uma vida de ócio, sentado à secretária, a ler o blog da Afunda, pode provocar o acumular daquelas gorduras localizadas e indesejáveis. Fica pois aqui uma sugestão:
Insiste, insiste...

Já para aqueles que, como eu, acham que uma imagem vale por mil flexões ficam aqui, não uma nem duas, mas Cinco: [ 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ]

Este fim de semana...



... vou-me aprimorar e fazer uns bolitos cá para casa. Aproveitei os saldos de ovos no Intermarché (2 dúzias por apenas €1,99), tenho 2 ou 3 kilos de farinha a atingir o "consumir de preferência até...", o açúcar também abunda, compro um avental de abertura fácil e já está! Há por aí algumas sugestões para que a cozinha não se transforme em... campo de batalha?

São Rosas à beira-mar




Prikola

Qrónica do Nelo

O negoiço

Ai que já çe nota que comessôu o tempu máis frescu.
Eshta manhã, quande fui ó cafei da Belinha prá minha bicona da manhãnzinha, com o livro do Codicu da Strada debaicho do brasso, fiquei olhando pró papo dentru das calsas dum puto açim todo bom que ia paçando na rua e inté tive um arrepio de frio.
Entrei no cafei e diçe há Belinha.
- Ai Belinha melhér…..fofa. Tá um frio! Ai que se me jéla tudo. –
E ela çempre com a risposta na conta da míngua, rispondeu com um riso marôto:
- Ai Nelo, Nelo. Mas você não anda com isso aí sempre gelado? –
- Melhér, - rispondi-le éu.- Fiqui çabendo queu çôu uma melhér quente com a alma sheia de paichão e calor!
Çe à coiza que nam çôu é iço de çer açim uma coiza fríjida e açim pró mole.
Pressebe, nina Belinha? – E bishquei-le o olho per caza du trucadilho.
- Çôu munto home, fique cabendo. Ó- ó!-
O que ela çe riu fofos. Ai o queu gosto de ver açim as peçôas a rir au péi de mim.
Uma bisha çente-se beim quande çabe star a çer devertida…hihihihi. E çe puder juntar au rizo açim um blo jobber pra comessar e uma bela inrabadela a çeguir….upa upa, que nam à bisha mais felish. Hihihi …..Ai cala-te Nelo qués uma geuloza….hihiihi. ai ai, çó penças niço…Ai ai o que já me ri!
Beim, mas o que me traz ôje aqui, a beim dezer, éi uma confidênsia que lhis vou faser a porpósito do Lalito. Ele aprasseu-me à dias com ozólhos inshados, e eu perguntei-le açim:
- Scute lá sinhori Lalito, meu eis-namurado! Que le acontesséu óz olhos melhér? –
E ele, diçe logo açim çem mais nada.
- Ai Nelo amor, se te contasse o que me aconteceu…. Olha foi por causa do teu carro vê lá tu bem. -
- Per caza do meu Nelomobil? – preguntei-le éu çem acerditar, com a alma sheia de orgulho per u méu bólide faser olhus inhsados au Lalito e tar açim com tam bom aspéto, todo limpinhu e com umas forras novas e uns tapetes çeim marcas de broshadas. -
- Pois foi, querido. -. Rispondeu ele, e continuôo. – Foi quando fui buscar a comissão de venda do teu carro, lembras-te do dia em que to vendi? Naquela noite que me pediste boleia, à porta do Bar do Eládio, esse teu amigo lá da bichice? –
- Ai çe me lembru! Foi per caza déça paichão queu andu agora a castigar a minha muleirinha com este livro do Códicu de Strada que à dias que já neim veijo ishto melhér, tante me dói a cabessa das letras piquenas…..uffff uma massáda, pior que fazer um broshe ao Baldei, melhér!
- Pois…isso Nelo, mas para tirar a carta tens de seguir essa rotina toda…é assim. Mas o que queria dizer-te, Nelo amor, é que fui fazer contas com o Toni do stand. E não é que estava lá o Armando pé de Boga?
- O péi de Boga, Lalito? Eçe munto abrutalhado que andava na Stiva e cagora fash cubransas deficeis? -
- Esse mesmo Nelo amor. Olha mal cheguei ao Stand, nem entrei porque ele estava escondido a fazer-me uma espera. Apareceu sem eu saber de onde, a pedir o dinheiro de volta que ele disse que me tinha dado. "O dinheiro ou o carro" disse ele…-
- Mas cuais carro? Lalito? –
- Do teu Nelo….do teu. É que nessa noite, antes de ter-te encontrado e ter-te dado boleia, ele disse que ficava com o carro e deu-me um sinal, e eu disse-lhe que estava vendido para ele, e nem imaginava que tu irias buscá-lo no dia seguinte. Pensava que era só um devaneio teu... Desculpa Nelo meu amor. –
- Pois. - diçe éu meio aburrecida per ele çer açim a mejma falsa de çempre. – Mas iço éi fácel de rezolver, sinhor Lalito. Basta vossêi dar o denhêiro de volta au Armando, nam asha? –
- Pois mas o mal está aí Nelo, é que já gastei o dinheiro! Sabes como é... O dinheiro é essa coisa…como te hei-de dizer, amor. Tu sabes: Não consente faltas, e quando lhe disse que não o tinha ele deu-me dois pensos nos olhos e deu de prazo esta noite para lhe dar o dinheiro, se não apareceria de manhã, num beco qualquer das docas e com os tomates enfiados na boca. –
- Hiihihihi,,,Ai desculpa Lalito, melhér que açim de repente deu-mi vontade de riri…hihihihi. Ai mas com os tomatis pindurados da boca, Lalito melhér, hihii…hihihi…Ai deicha-me lá recompor..ai ai.
Ai melhér, com os tomatis…ahã...hihihi..ahã….ai ai, çó visto. Mas intam u que é que o sinhor pença fazer sinhor Lalito? –
- Olha Nelo meu querido; amor! Tenho uma proposta a fazer-te. Sabes? Andei a ver uns catálogos e não é que descobri que o teu carro é um modelo raro? Tenho um gajo interessado nele que me dá mais de 50.000….ai quero dizer, desculpa, digo…dá mais mil e quinhentos €uros que tu deste pelo chaveco. Eu vendo-te o carro a ele, pago os duzentos €uros do sinal de volta ao pé de Boga , e ainda ficas com dinheiro para comprar outro do mesmo estilo, um pouco mais moderno, mesmo que tenhas de pôr mais umas notas de cem €uros por cima…o que achas Nelo? - Olha melhér, - diçe-le eu logo. - Neim pençe Lalito….Tenho scapado çempre mal consigo, melhér! Hora ei a poxéte, hora éi palmar-me a carteira, e açim e coizo, querçezer: põe-me os cornos com as lambisgoitas e ôtras bishas e tou çempre a cair conçigo, mas deshta vesh éi que neim pençe….-
Ai mash vossês çabeim cumo é o Lalito. Argumenta, enshe os olhos lindos dele de lágrimas e fash uma melhér derreter o corassão, e quande dô per mim, já tá com a mão deli em ssima da minha e falando baichinho, a criar cumishões no estôgamo e a faser o curassão palpitar dentro e na parte de trás das cuecas.
O Lalito, melhéres, hera capash de vender um frederífico no Bólo Norte a um Squimó e um aquessedôr a oilo no meiu dum dezerto a um Arabe incalorado. Falou, falou, falou e paçado um becado, abriu a maleta tipo estojo quele trasia e tirôu de lá papeladas e étessétra. Amostrou-me um catálogu de carros e iço, e prontes! Lá me apaichonêi por um tam lindo como um meu Nelomobili, e açim todo rosa tamém e coizo, e çó custava mais mil €ros que u queu tinha. Pudia comprá-lo e inda me sobrava munto dinhêiro, perque eu diçe logo au Lalito, cu dinhêiro do çinal pró Boga, hera meu e çó o imprestava per caza da çua aflissão cum as bolas.
Credo melhéres que coiza! Mejmo ele çendo um troca tintas uma melhér teim de çer çolidária neshtes apertos, nam acham fofos?
Beim, mas a verdade melhéres, que à dois dias que me levou o carro e inda nam deu çinal de vida.
Desquêra que le nam tenha corrido mal o nigoiço e que o Armandu péi de Boga nam tenha fêito mal ó Lalito. Melhér, que mejmo çeim ele çer um namurado de jeitu, dava-me pena su viçe de tomatada pindurada dos beissos, crédu!
Prá çemana logo les digu.
Bom fim de çemana e pra uma boa broshada, já çabeim melhéres, cá o Nelo tá de servisso….

Bartolomeu e São zinha

"Uma noite destas acordei inundado em suor. Tive de sair da cama, tomar um duche, vestir novo pijama de flanela e trocar os lençóis.
Quando me voltei a deitar, fiquei um pouco a tentar perceber o motivo de toda aquela transpiração. Fiz um esforço de concentração, tentando lembrar-me o que estaria a sonhar que me tivesse provocado aquela inundação. Certamente um pesadelo, pensei.
De repente, uma imagem aflorou à minha memória: efectivamente tratou-se de um sonho, mas não fora um sonho mau. Pelo contrário.
Naquele sonho eu encontrava-me num belo veleiro, percorrendo despreocupadamente o Mar Mediterrâneo, ilhas Gregas, águas translúcidas, agradavelmente mornas e, por companhia, nem imaginam quem...
Certo! A minha companhia era precisamente a exuberante, a fantástica, a inigualável São zinha. Esbelta, esplendorosa, reclinada no pavilhão da proa, recebendo no corpo deliciosamente desnudo os raios quentes de um sol imenso, só nosso, que fazia ressaltar do seu corpo um brilho encandeador.
Eu, ao leme, conduzia o nosso barco que sulcava um mar manso, impelido por uma brisa suave, escoltado por um grupo de golfinhos que, ondulando os dorsos ao lume d'água, como que prestavam honras à beleza helénica de São zinha. A meio da manhã, São zinha mostrou desejos de se banhar, de ceder ao apelo daquele mar suave, desejoso de sentir o sabor da sua pele, de a acariciar e de a fazer flutuar graciosamente.
Baixei as velas e, quando o barco parou, São zinha saltou da amurada, descrevendo por breves instantes um arco gracioso, penetrando imediatamente as águas calmas. Quando reapareceu, rodeada pelos adoradores golfinhos, transmitiu-me a imagem de uma ninfa que visita o marinheiro, trazendo-lhe um melodioso e encantador cântico de sereia.
Depois de algumas braçadas e piruetas aquáticas, São zinha voltou a mergulhar. Segui a sua silhueta com o olhar, até desaparecer no fundo imenso. Nesse momento, o meu coração ficou em sobressalto e, num impulso instintivo, saltei para o preciso local onde momentos antes São zinha havia desaparecido. Nadei o mais rápido que os meus músculos conseguiram e em breve alcancei São zinha. Na difusa visão do fundo oceânico, percebi que São zinha não se encontrava só, apesar de não identificar com precisão o quê ou quem a estava segurando pela cintura e levando sempre na direcção do fundo. Nadei ainda mais rapidamente e alcancei São zinha e o seu raptor. Estranhamente, tratava-se de um ser que se julgava já extinto dos mares: um Tritão (Qual trintão, caraças... Tritão, Tritão, uma divindade dos mares, dasss)
Num esforço quase sobre humano resgatei São zinha do abraço do meio Homem, meio peixe, restituindo-lhe a liberdade de voltar à superfície, enquanto se desenrolava uma luta titânica entre o homem e o deus. Como estou aqui a contar a história, já estão mesmo a perceber que rebentei com o canastro do Tritão.
Tritã e Nereide
Agora ficaram cheios de curiosidade para saber como é que a São zinha me recebeu quando cheguei a bordo, não é verdade?
Pois... perguntem à São, vá, perguntem...

Bartolomeu"

Leopold de Sacher-Masoch (1836-1895)


Durante uma viagem a Viena com o pai, descobre na galeria imperial do palácio do Belvedere o retrato de Héléne Fourment pelo marido, Rubens, que a pintou nua, enrolada numa peliça que mais revela que esconde seu corpo. "Ainda menino eu já tinha por peliças uma predilecção que com o tempo se tornou uma paixão, verdadeira mania."

Em adulto, o Cavaleiro de Sacher-Masoch firmou com a Sra. Fanny de Pistor um contrato nestes termos: "O Sr. Leopold de Sacher-Masoch aceita ser o escravo da Sra. de Pistor e obedecer incondicionalmente a todos os seus desejos e ordens; isto durante seis meses, Por sua vez, a Sra. de Pistor promete vestir-se de peles o mais frequentemente possível e sobretudo quando der prova de crueldade".



Dedicado à PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) com os comprimentos e larguras dos Manos Metralhas.

Outono, a altura da phoda...