.....Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes......
Olhei para os passos curtos do Sacristão que se fundiam na luz que difusamente entrava pela porta principal da Igreja, desenhando reflexos aleatórios nos brilhos esparsos do chão em intervalos de sombras ambulantes até ao momento em que ele desapareceu na rua e uma suave torrente de luz branca tomou o lugar por onde ele saíra.
- Vamos então. - Disse-lhe pegando-lhe levemente no braço enquanto a dirigia para o confessionário.
Fiquei olhando maravilhado vendo como ela se instalava no lugar destinado aos fiéis, de joelhos sobre a pequena almofada, seguindo depois as mãos que subiam postas em oração de dedos unidos sobre a testa inclinada em sinal de recolhimento.
Entrei no espaço interior que é reservado ao sacerdote e tomei o meu lugar.
Arrumei uns quantos folhetos espalhados sobre os encostos de braços e o assento, metendo-os num dos bolsos da sotaina, olhei novamente para ela e encostei o ouvido ao rendilhado fino de madeira enquanto puxava a cortina de tecido em veludo vermelho destinado a imergir o confessor no ambiente escuro do seu cubículo.
Sem fazer o mínimo ruído deixei inclinar o corpo na sua direcção ao ponto de senti-la a meros centímetros de mim, e escutei a doçura da sua voz.
- Senhor Padre…eu…. Sabe, eu tenho algo a dizer-lhe em confissão… Algo muito importante...-
Olhei novamente para ela por entre as ripas do enxadrezado da grelha que separa os confessores dos confessados. Sabia que ela mal podia ver-me, entregue à escuridão do espaço minúsculo e fechado. Por outro lado, vinda de fora, a luz iluminava-lhe o rosto com a suavidade dos azulejos a reflectir as cores difusas dos vitrais matizados pela nesga distante de luz branca que entrava pela porta principal.
Oh como ela era linda! Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes quando preparara as coisas no confessionário. Desci a mão dentro de mim e afaguei o pénis.
Oh meu Deus, como me sabia bem, com ela mesmo ali ao lado. Deixei escapar um suspiro profundo e de repente inteirei-me do que estava ali a fazer.
- Continue por favor... - Disse-lhe eu dominando as inflexões da voz em manobra evasiva ao meu dislate.
- Senhor Padre….- Hesitou antes de continuar. - … Pequei!... Não em carne mas em pensamentos… Tenho sido fiel ao meu namorado que está longe como sabeis.
Mas desde há uns dias a esta parte, desde que chegou um homem novo a esta aldeia e que o vi, que senti toda a minha alma dirigida para ele. -
- As tentações da carne fazem-nos pecar em pensamentos. – Interrompi sabiamente, segurando com esforço o embargo da voz, enquanto mirava o bico do seu decote que sobressaía em sombras e reflexos fazendo crescer ainda mais a minha excitação.
- A fidelidade é muitas vezes uma prova difícil de ultrapassar. – Disse e esperei um pouco pensando no que iria dizer a seguir.
- Há as tentações. Mas com a oração e recolhimento, encontrareis o caminho da redenção e da castidade. Devereis manter-vos pura para que quando do seu regresso vos possais entregar de corpo e alma no momento de união consubstanciado através do sagrado sacramento do casamento cristão, em que vós assumireis o vosso compromisso perante Deus! –
Mas nada disse. Calei estas palavras que seriam as indicadas para momento. Calei-as desejando que ela dissesse mais e mais, fazendo aumentar a minha fogueira.
- Continue por favor. – Saiu-me num tom amorfo, onde o meu respirar entrecortado só com dificuldade disfarçava o meu estado de excitação.
Fechei os olhos. E esperei que ela continuasse. A mão afagando docemente o meu membro viril que estava num estado de absoluta rigidez e que fez estremecer todo o meu corpo ao sentir do toque.
Estranhei o silêncio e no instante em que ia repetir que ela podia continuar, o ruído da pequena cortina a desviar-se fez-me abrir os olhos.
Perante mim, toda rodeada da luz suave que enchia a igreja, estava ela….
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