31 maio 2007

Abster-se, privar-se.



Abster-se exprime a acção sem referi-la ao sentimento que pode acompanhá-la; privar-se supõe apego á coisa e pena de não poder gozar dela. – Fácil é abstermo-nos do que não conhecemos, nem amamos, nem desejamos ou nos é indiferente; porém com dificuldade nos privamos das coisas que conhecemos, nos agradam, de que gozamos ou queremos gozar.
Vemos que a abstinência supõe que podemos gozar duma coisa, mas que por certas razões dela nos abstemos, e assim se entende ser voluntária. A privação é de ordinário forçada, pois temos desgosto e ainda pena de nos vermos privados daquilo que muito desejamos lograr. – Para o que prefere a sua saúde aos prazeres, a abstinência não é na realidade privação; mas para o que prefere os prazeres à sua saúde, a abstinência é também privação.

ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 5

São Rosas para Junho








Mircea Bezergheanu : Portrait & Nudes

Cena da vida real

- Mamã, o que quer dizer tesão?
Pergunta o meu filho de 7 anos com cara de malandro.
- Onde é que tu ouviste isso? Com essa cara sabes que isso é malcriado e estás armado em sacana. Já te disse que não quero que sejas assim e blá blá blá...há coisas que não se podem dizer junto dos adultos...e blá blá blá e não volta a repetir isso ouviste?
- Mamã está escrito na tua blusa.
GLUP!



Foto: João Espinho aka Nikonman

30 maio 2007

Trovoada


Com uma folha de serviços repleta até mais não de nomes femininos satisfeitos sabia que era bom ou quiçá mesmo, o supra-sumo do milho. Fiava-se nos seus invulgares olhos azuis neste país latino e numa filosofia de alcova dada a todos os embates linguísticos.

Apresentaram-mo numa noite de copos e à vista desarmada se não era tal e qual aqueles que nos fazem cair logo ali e gritar Ai, Jesus!, andava lá muito perto. Com a agravante de conversar com nexo por mais de meia hora. Em resumo, dissesse ele uma só palavra e eu responderia amen, pelo que mal tiniu o convite nos meus ouvidos zarpámos dali que eu não queria danificar o mobiliário exposto e não me pareceu apropriado consumi-lo no local.

Chegados a sítio mais abrigado atirei com a mala e os sapatos para canto como uma miúda aos pulinhos e deparei com a sua roupa toda ainda no mesmo lugar do corpo e o ar circunspecto de um pai que vai ralhar por uma asneira qualquer. Julguei que seria fetichista de sapatos de salto ou maníaco das arrumações mas ele estendeu-me um braço à volta da cintura, sentou-me na borda da cama e segurando-me um ombro com uma mão questionou se eu não me ia apaixonar, pois não?...

Peguei-lhe em ambas as mãozinhas, prensadas entre as minhas e com um sorriso e muitas vénias japonesas sosseguei-o, garantindo-lhe que a minha deixa era portar-me como São Tomé e pespeguei-lhe um beijo técnico antes de me calçar e sair de cena.


Maria Árvore
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A Maria Árvore merece sempre que a odam:
"A mulher não se quer tão oferecida
Nem depressa ir para a cama ou para Meca...
Nem pode despir logo a tal cueca
Nem no ar de seus olhos ser perdida!

Dá ao homem uma ideia convencida
Que a coisa é bem mais fácil... uma seca,
E em vez de amor será mais uma queca,
Um bom bocado e andar... outra fodida!

Nem homem nem mulher são instrumentos
dum uso imediato... e que não corra!
A vida terá outros condimentos

Que o casal de tão lindo... ora porra!
Ele era um garanhão como jumento
Ela vaca de leite, até de esporra!"

Alcaide

E há quem tenha que vir-se logo atrás:

"Árvore Maria, mulher de fodas incompletas
Ir contigo prá cama? mais vale bater punhetas
Ou porque o gajo é saloio, ou apressado demais
Acabas sempre na nega e em vez de foder, bazais
Maria, bela escritora, de histórias d'encantar
Ainda falta escreveres aquela que te fará esporrar.
Sem querer ser cusco, mas pegando no teu mote
Não serás tu Maria, que vais com sede a mais ao pote?"

Bartolomeu

CISTERNA da Gotinha


A camisa de noite da Mona Solreyondes é bem bonita.

Vídeo: reportagem fotográfica para a revista Maxim de
Lindsay Price.

Festival de
cinema gay.

Que nunca lhes falte tusa!

Recebido por e-mail e merece ser divulgado, que os Ena Pá 2000 São a banda mais próxima do karalhoke da Tuna Meliches, banda sargento (aqui não entram oficiais) da funda São:



1 JUN. MAXIME - LISBOA / 2 JUN. ANANIL - MONTEMOR-O-NOVO

A boa fama da má fama do Cabaret Maxime não fica por mãos alheias: pela primeira vez desde o 28 de Maio, esta mítica sala lisboeta apresenta um espectáculo para maiores de 18 anos: os “famosos” Ena Pá 2000! A noite do escândalo é a sexta-feira - 1 de Junho do annus sanctum (não, não é o cu do Papa!) de 2007.

Os rapazes vão ter que esperar… Este espectáculo só para homens (e mulheres!) de barba dura e de maior idade, vai ter cenas de nu integral, sexo não-simulado, ejaculações peitorais, sado-masoquismo (masoquismo de Setúbal), o inevitável concurso de mamas, e ainda um divertido festival de xôxos – tudo por conta da banda-fetiche que projectou Lello Minsk para o estrelato inter-tuso-planetário! Tudo isto será acompanhado de música da boa, mas cujos títulos – também eles para maiores de 18 – não podem ser aqui reproduzidos. Enfim: são canções inocentes com nomes parecidos com “Quero Copular Contigo”, “Ó Vulva, a Quanto Obrigas”, “Meretriz”, “Omo Sexual”, etc. Sortido fino!

Este grande festim democrata-cristão será também abrilhantado pelo MD Gimba, recém-chegado de Ibiza, de Goa, e de Al Bufeira. Pede-se a todos os interessados que tragam documentos identificativos, pois à porta estará um fiscal do SENIL (Secretariado Nacional de Informações Libidinosas), para confirmar as idades e os... (arrrgh!)... sexos!

Logo após o espectacular evento, esta banda mítica embarcará no seu jactinho particular, com destino ao Moinho de Ananil – Montemor-o-Novo, e aterragem prevista para o Aeroporto Agrícola de Nossa Senhora da Vila da Pouca Roupa. No sábado dia 2 Junho, repetirá o seu magnífico espectáculo, para gáudio da população local!

29 maio 2007

Falcão, és o maior!

por Falcão

...Bêinhe no fundo… é que é bãoe...

Ena murcões e murconas!
Hehehee…Bem. Isto nas minhas bouças está do caralho.
Aqui há atrasado, andava meio fodido, cum filha da puta, por causa desse caralho da camioneta de transporte público, que só queria vir cantar à nossa romaria cum o dinheirinho adiantado.
Bem, cum caralho, caralhos me fodam e refodam. Que vi o caso mal parado!
Era a minha patroa, era os vizinhos, era o caralho mais velho e até a filha do Toino que tem um pito pintelhudo cumo um homem do Norte gosta, me deu sopa duas semanas.
Foda-se, que isto de ser um homem de responsabilidade e mexer em dinheiro que num lhe pertence é fodido
Mas felizmeinte que a coisa se compôs, cum um cheque visado e cum a data cum a bolinha à volta, e que foi depositado no cofre do Banco e enviado um fax cum a cópia do cheque e assinado pelo gerente. Ainda houve assim uma cunversa ao telefone cum os caralhos do escritório mas depois lá acabou por se chegar a acordo, e assim pude finalmente descansar o canastro no meu barraco, abrir um pipo novo de verdasco e encharcar uma boa fatia de broa entre os dentes cum uma rodela de morcela. Ehehehehe… que até rima, caralho! Falcão, és o maior….!
Ah… pensei. – Foda-se que esta vida tem coisas fodidas! Fodidas e bem fodidas, cum caralho. E mal entornei o copo de verdasco bebi outro e fui de mansinho para a porta da minha garage que dá para o pinhal. Espreitei e milagre de Nossa Senhora: a filha do Toino estava estendendo umas pecitas de roupa numa corda de nailon esticada entre dois pinheiros. Bem… Num sei se foi por causa de ter o assunto do arraial resolvido sem ter dado o dinheiro adiantado cumo eles queriam, ou se foi por ver a cachopa abaixar-se para apanhar uma peça do alguidar, mas deu-me de repente uma vontade de pinar…Fui devagar, olhando para trás para confirmar que ninguém estava vendo e fiz-lhe sinal.

Passado um quarto de hora lá estava ela já no meu barraco.

Ena cum filha da grande puta que a cachopa cada vez está melhor. Mas quando deitei a mão ao pito para afastar o matagal, senti um fio agarrado aos dedos.
- O que é isto caralho? Vós quereis ver que o bacalhau agora também toma teias de aranha?-
- Num é nada disso. – respondeu ela. – É algum fiozito da roupa interior que se esfarripou….- e mais num disse que logo de seguida o salpicão entrou de salmoura. E cum filha da puta que cum as saudades de pito que andava, foi um avio a duplicar. Eu, Manuel Falcão, rei das bouças, já bem em cima dos sessenta dei duas quase de seguida. Os ares da Serra fazem um homem rijo, cum catano. E depois a saudade de pito…
Inda me estou é a rir da cara de espanto da cachopa quando lhe falei que isso das teias era uma mitáfera, estava já o pito de porta às escâncaras.
- Mete-a fora?- disse ela cum cara de espanto. – Intão fora porquêan? Isso é baom é tudo dentro, senhor Neno. – que é cumo ela me chama.- Bêinhe no fundo… é que é bãoe…-
E ri-me cumo ó caralho da cachopa ser assim tão simplória, inquanto emborcava mais um caneco de verdasco, pernas esticadas em cima do sofá ainda cum o cheiro dela, satisfeito por num ter perdido mais tempo cum cunversas quando lhe aviei duas sem desenfiar.

E por falar em avios, o dinheirito foi posto a prazo até o dia em que passar para a conta do murcão mas os jurozitos ficam cá para mim. Que isso de mexer no mel sem lamber os dedos faz azia. Ai não que num faz. E depois quem pode levar a mal uma recompensa por baixo da porta depois do que passei cum estes murcões?

Manuel Falcão... És o maior, caralho!

Vai mais um caneco, que o verdasco está fresquito...

Falcão