29 maio 2007

Falcão, és o maior!

por Falcão

...Bêinhe no fundo… é que é bãoe...

Ena murcões e murconas!
Hehehee…Bem. Isto nas minhas bouças está do caralho.
Aqui há atrasado, andava meio fodido, cum filha da puta, por causa desse caralho da camioneta de transporte público, que só queria vir cantar à nossa romaria cum o dinheirinho adiantado.
Bem, cum caralho, caralhos me fodam e refodam. Que vi o caso mal parado!
Era a minha patroa, era os vizinhos, era o caralho mais velho e até a filha do Toino que tem um pito pintelhudo cumo um homem do Norte gosta, me deu sopa duas semanas.
Foda-se, que isto de ser um homem de responsabilidade e mexer em dinheiro que num lhe pertence é fodido
Mas felizmeinte que a coisa se compôs, cum um cheque visado e cum a data cum a bolinha à volta, e que foi depositado no cofre do Banco e enviado um fax cum a cópia do cheque e assinado pelo gerente. Ainda houve assim uma cunversa ao telefone cum os caralhos do escritório mas depois lá acabou por se chegar a acordo, e assim pude finalmente descansar o canastro no meu barraco, abrir um pipo novo de verdasco e encharcar uma boa fatia de broa entre os dentes cum uma rodela de morcela. Ehehehehe… que até rima, caralho! Falcão, és o maior….!
Ah… pensei. – Foda-se que esta vida tem coisas fodidas! Fodidas e bem fodidas, cum caralho. E mal entornei o copo de verdasco bebi outro e fui de mansinho para a porta da minha garage que dá para o pinhal. Espreitei e milagre de Nossa Senhora: a filha do Toino estava estendendo umas pecitas de roupa numa corda de nailon esticada entre dois pinheiros. Bem… Num sei se foi por causa de ter o assunto do arraial resolvido sem ter dado o dinheiro adiantado cumo eles queriam, ou se foi por ver a cachopa abaixar-se para apanhar uma peça do alguidar, mas deu-me de repente uma vontade de pinar…Fui devagar, olhando para trás para confirmar que ninguém estava vendo e fiz-lhe sinal.

Passado um quarto de hora lá estava ela já no meu barraco.

Ena cum filha da grande puta que a cachopa cada vez está melhor. Mas quando deitei a mão ao pito para afastar o matagal, senti um fio agarrado aos dedos.
- O que é isto caralho? Vós quereis ver que o bacalhau agora também toma teias de aranha?-
- Num é nada disso. – respondeu ela. – É algum fiozito da roupa interior que se esfarripou….- e mais num disse que logo de seguida o salpicão entrou de salmoura. E cum filha da puta que cum as saudades de pito que andava, foi um avio a duplicar. Eu, Manuel Falcão, rei das bouças, já bem em cima dos sessenta dei duas quase de seguida. Os ares da Serra fazem um homem rijo, cum catano. E depois a saudade de pito…
Inda me estou é a rir da cara de espanto da cachopa quando lhe falei que isso das teias era uma mitáfera, estava já o pito de porta às escâncaras.
- Mete-a fora?- disse ela cum cara de espanto. – Intão fora porquêan? Isso é baom é tudo dentro, senhor Neno. – que é cumo ela me chama.- Bêinhe no fundo… é que é bãoe…-
E ri-me cumo ó caralho da cachopa ser assim tão simplória, inquanto emborcava mais um caneco de verdasco, pernas esticadas em cima do sofá ainda cum o cheiro dela, satisfeito por num ter perdido mais tempo cum cunversas quando lhe aviei duas sem desenfiar.

E por falar em avios, o dinheirito foi posto a prazo até o dia em que passar para a conta do murcão mas os jurozitos ficam cá para mim. Que isso de mexer no mel sem lamber os dedos faz azia. Ai não que num faz. E depois quem pode levar a mal uma recompensa por baixo da porta depois do que passei cum estes murcões?

Manuel Falcão... És o maior, caralho!

Vai mais um caneco, que o verdasco está fresquito...

Falcão

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Uma por dia tira a azia