VONROSEN - «Quando o teu estilo faz o trabalho»
EMBED-When your style does the job. - Watch more free videos
(o YouTube considerou este video demasiado ousado e baniu-o...)
31 outubro 2009
30 outubro 2009
E nunca deixes de sorrir
Abraça a noite que passa enquanto aguardas a chegada do sol.
Sente a brisa no rosto e encaixa a gratidão como única opção que te resta, contraria essa tendência que te afasta do prazer tão simples que tens de viver a madrugada enquanto a lua não é relegada para um segundo plano de luz.
Deixa-te conquistar pela forma como te seduz a sua presença prateada no tecto do mundo que te é dado a observar, retribui-lhe com um olhar fascinado esse prazer saboreado sem a interferência do som excessivo, do ruido que entendes como um castigo durante o dia em que te movimentas como uma marioneta ao sabor de uma corrente artificial, a mesma que te afasta desse prazer essencial de prestar atenção às coisas que interessam. Foge das coisas que te impeçam de sentir a vida tomar conta dos sentidos, sem pressa nem alaridos, como só a noite proporciona.
Abraça-a, mesmo de olhos fechados, e sonha que és capaz de voar. Sonha que és capaz de amar até ao último suspiro, isolado nesse retiro iluminado pelo luar que tens a sorte de chamar teu num instante prodigioso em que pertences a um universo harmonioso que te abraça de volta quando lhe prestas homenagem com a tua atenção, com esse sinal da gratidão bem merecida por usufruíres do dom que é a vida na qual te podes permitir esse luxo.
E quando um novo dia despontar no horizonte despede-te da noite nesse preciso instante e promete-lhe em silêncio, como numa oração, que irás voltar para poderes outra vez abraçar a sua oferta generosa, o luar que te desperta uma força poderosa que nem sabias existir dentro de ti e em teu redor.
A vontade de viver que só por si justifica que te apaixones pela madrugada e não desperdices a alvorada de mais uma oportunidade de fazeres a diferença para melhor.
Sente a brisa no rosto e encaixa a gratidão como única opção que te resta, contraria essa tendência que te afasta do prazer tão simples que tens de viver a madrugada enquanto a lua não é relegada para um segundo plano de luz.
Deixa-te conquistar pela forma como te seduz a sua presença prateada no tecto do mundo que te é dado a observar, retribui-lhe com um olhar fascinado esse prazer saboreado sem a interferência do som excessivo, do ruido que entendes como um castigo durante o dia em que te movimentas como uma marioneta ao sabor de uma corrente artificial, a mesma que te afasta desse prazer essencial de prestar atenção às coisas que interessam. Foge das coisas que te impeçam de sentir a vida tomar conta dos sentidos, sem pressa nem alaridos, como só a noite proporciona.
Abraça-a, mesmo de olhos fechados, e sonha que és capaz de voar. Sonha que és capaz de amar até ao último suspiro, isolado nesse retiro iluminado pelo luar que tens a sorte de chamar teu num instante prodigioso em que pertences a um universo harmonioso que te abraça de volta quando lhe prestas homenagem com a tua atenção, com esse sinal da gratidão bem merecida por usufruíres do dom que é a vida na qual te podes permitir esse luxo.
E quando um novo dia despontar no horizonte despede-te da noite nesse preciso instante e promete-lhe em silêncio, como numa oração, que irás voltar para poderes outra vez abraçar a sua oferta generosa, o luar que te desperta uma força poderosa que nem sabias existir dentro de ti e em teu redor.
A vontade de viver que só por si justifica que te apaixones pela madrugada e não desperdices a alvorada de mais uma oportunidade de fazeres a diferença para melhor.
Projecto Pipa Jovens com Deficiência
Projecto PIPA um projecto dos colegas Brasileiros que vale muito a pena conhecer:
Projecto Pipa - Prevenção Especial, criado pelas psicólogas Lilian Galvão e Fernanda Sodelli. Conceitos sobre a manifestação da sexualidade são transmitidos, principalmente, em rodas de conversa. Os “jovens Pipa” aprendem, por exemplo, a identificar o abuso sexual com o uso de bonecos. A pedagogia ajuda a transformar abstracções em ideias concretas.
Palavras para quê?
O céu é o limite...
Projecto Pipa - Prevenção Especial, criado pelas psicólogas Lilian Galvão e Fernanda Sodelli. Conceitos sobre a manifestação da sexualidade são transmitidos, principalmente, em rodas de conversa. Os “jovens Pipa” aprendem, por exemplo, a identificar o abuso sexual com o uso de bonecos. A pedagogia ajuda a transformar abstracções em ideias concretas.
Palavras para quê?
O céu é o limite...
29 outubro 2009
Era uma vez outra história
Era uma vez outra história
Passada como tantas outras
Cheia de mistérios e segredos
Narrada no meio das moitas
Era uma vez outra história
Vivida em tempo que não sei
Duma vida que esqueci
Doutras vidas que eu cruzei
Era uma vez outra história
Com o sol e o seu encanto
Quando a menina passa
Batendo seu salto alto
Era uma vez outra história
De cortar a respiração
Quando a alma adoece
E maltrata o coração
Era uma vez outra história
Da mais velha profissão
De vender o corpo
Em troca de um quinhão.
Maria Escritos
blog Escritos e poesia
O Tratamento
O homem sai e fecha a porta atrás de si, deixando o médico, o enfermeiro e a auxiliar entregues à rotina habitual que se segue a um exame: o médico vira-se para o computador e começa a escrever; o enfermeiro limpa com descuidado cuidado a máquina onde o paciente estivera e onde vai estar o próximo; a auxiliar, depois de acompanhar o homem à porta, aproxima-se da impressora de onde começam a sair as imagens efectuadas no exame, que recolhe e ordena.
– Mas tu conhece-lo? – pergunta o enfermeiro, quebrando o silêncio enquanto deita os toalhetes utilizados na limpeza do aparelho para o caixote do lixo.
O médico ainda levanta os olhos do teclado e das imagens que resultaram do exame e que a auxiliar entretanto já trouxera da impressora mas, ainda que perceba a pergunta e esteja igualmente curioso, torna a baixá-los e fica disfarçadamente à espera da resposta.
– A quem? – questiona a mulher, depois de uma hesitação silenciosa em que procurou os olhos do enfermeiro para perceber que a pergunta lhe era dirigida.
– Ao doente… – diz o homem. A auxiliar reforça o olhar de incompreensão. Ele explica: – Estavas a tratá-lo por tu... Tu isto, tu aquilo... Conheces?
– Conheço-o daqui – informa a auxiliar, sem dar importância à questão.
– Só daqui? – intromete-se, inadvertidamente, o médico.
A auxiliar sente a pergunta e a implícita insinuação ou censura, sem se conseguir decidir por nenhuma.
– Sim – responde, ainda assim melindrada. – Só o conheço daqui.
– Mas estavas a tratá-lo por tu – insiste o enfermeiro.
– Desculpa, para a próxima trato-o por você – diz a mulher, tentando concluir a conversa, enquanto coloca a ficha da doente seguinte ao lado do teclado que o médico usara e pergunta apontando a ficha: – Posso chamar, doutor?
– A mim não me tens de pedir desculpa – diz o enfermeiro, após uma ligeira pausa em que remoeu várias possibilidades de resposta e, ao mesmo tempo, tentava perceber porque se tinha ele metido naquele assunto que, claramente, não lhe dizia respeito.
– Pode, pode chamar o próximo – decide o médico, olhando a ficha da doente. – E diga ao doutor que, se quiser, se pode ir embora, que eu logo, ao fim da tarde, falo com ele…
– Qual doutor? – interrompeu, nervosa, a auxiliar.
– O teu amigo – mordeu o enfermeiro, com sorridente prontidão.
O médico olhou o enfermeiro com dureza e, de imediato, tornou a fixar a auxiliar, para que ela não respondesse, e concluiu:
– O doutor, o doente que saiu agora daqui.
– Não sabias que ele era doutor? – malhou o enfermeiro, com ar trocista.
– Sabia…
– Pronto – interrompeu o médico. – Vá lá chamar a D. Genoveva.
A mulher anuiu, respirou fundo e dirigiu-se à porta. Rodou a maçaneta e, antes de a puxar e abrir a porta, perguntou dirigindo-se ao enfermeiro:
– E quando eu der o recado ao doutor trato-o por tu, por doutor ou V. Exa. deseja que eu o trate de outra forma qualquer?
– Eu não quero nada – replicou o enfermeiro, aborrecido. – Por mim, tratas o homem como quiseres…
– Ah… Pronto, se é assim.
A mulher puxou a porta.
– Eu só achei estranho que tu estivesses a tratar o doente por tu, só isso – justificou-se o enfermeiro, encolhendo os ombros. – Só isso – repetiu com ácida bonomia, para ter a última palavra.
A auxiliar encostou a porta e, sem largar a maçaneta, disparou:
– Se o homem é simpático, é da minha idade, ouve-me com deleitosa atenção…
– Deleitosa?! – espantou-se o enfermeiro, gozando.
– Se não sabes o que é, vais ver ao dicionário!
– Sei.
– Mas isso não interessa nada, Henriques – menosprezou a mulher. – Onde é que eu ia?
– Ainda há mais? – disse o enfermeiro.
– Ia em que o homem é simpático, da sua idade e ouve-a com deleitosa atenção – enunciou o médico, como se lesse um relatório.
– Sim – sorriu a enfermeira. – Isso – e continuou: – Se o homem me ouve com deleitosa atenção, me olha com velada voracidade, se procura disfarçada e educadamente os espaços entre os botões da bata para me ver o contorno e volume das mamas, se procura divisar na lisura da bata a linha das minhas cuecas e a forma das minhas nádegas, se me sorri com os seus olhos brilhantes e um sorriso envergonhadamente guloso e sem malícia, que me anima e envaidece, porque é que eu não o hei-de tratar por tu?
O enfermeiro manteve-se calado, sem resposta, ainda que não fosse essa a sua vontade. O médico abanava ligeiramente a cabeça para cima e para baixo e sorria espantado.
– Eu não te trato a ti por tu? – perguntou a mulher fixando o enfermeiro. – Que me olhas sem vergonha, que me tiras as medidas com um despudor pornográfico, que me comes com os olhos não sei quantas vezes por dia sem sequer disfarçares, que te babas bovinamente para o meu decote, que te esqueces do resto quando me fixas o cu como se fosses um perdigueiro a apontar a caça, que… Que… – A enfermeira cerrou os lábios, ergueu as sobrancelhas, abanou a cabeça, abriu a porta e saindo virou-se para trás e perguntou: – Afinal, quem é que eu devia tratar por tu?
– Mas tu conhece-lo? – pergunta o enfermeiro, quebrando o silêncio enquanto deita os toalhetes utilizados na limpeza do aparelho para o caixote do lixo.
O médico ainda levanta os olhos do teclado e das imagens que resultaram do exame e que a auxiliar entretanto já trouxera da impressora mas, ainda que perceba a pergunta e esteja igualmente curioso, torna a baixá-los e fica disfarçadamente à espera da resposta.
– A quem? – questiona a mulher, depois de uma hesitação silenciosa em que procurou os olhos do enfermeiro para perceber que a pergunta lhe era dirigida.
– Ao doente… – diz o homem. A auxiliar reforça o olhar de incompreensão. Ele explica: – Estavas a tratá-lo por tu... Tu isto, tu aquilo... Conheces?
– Conheço-o daqui – informa a auxiliar, sem dar importância à questão.
– Só daqui? – intromete-se, inadvertidamente, o médico.
A auxiliar sente a pergunta e a implícita insinuação ou censura, sem se conseguir decidir por nenhuma.
– Sim – responde, ainda assim melindrada. – Só o conheço daqui.
– Mas estavas a tratá-lo por tu – insiste o enfermeiro.
– Desculpa, para a próxima trato-o por você – diz a mulher, tentando concluir a conversa, enquanto coloca a ficha da doente seguinte ao lado do teclado que o médico usara e pergunta apontando a ficha: – Posso chamar, doutor?
– A mim não me tens de pedir desculpa – diz o enfermeiro, após uma ligeira pausa em que remoeu várias possibilidades de resposta e, ao mesmo tempo, tentava perceber porque se tinha ele metido naquele assunto que, claramente, não lhe dizia respeito.
– Pode, pode chamar o próximo – decide o médico, olhando a ficha da doente. – E diga ao doutor que, se quiser, se pode ir embora, que eu logo, ao fim da tarde, falo com ele…
– Qual doutor? – interrompeu, nervosa, a auxiliar.
– O teu amigo – mordeu o enfermeiro, com sorridente prontidão.
O médico olhou o enfermeiro com dureza e, de imediato, tornou a fixar a auxiliar, para que ela não respondesse, e concluiu:
– O doutor, o doente que saiu agora daqui.
– Não sabias que ele era doutor? – malhou o enfermeiro, com ar trocista.
– Sabia…
– Pronto – interrompeu o médico. – Vá lá chamar a D. Genoveva.
A mulher anuiu, respirou fundo e dirigiu-se à porta. Rodou a maçaneta e, antes de a puxar e abrir a porta, perguntou dirigindo-se ao enfermeiro:
– E quando eu der o recado ao doutor trato-o por tu, por doutor ou V. Exa. deseja que eu o trate de outra forma qualquer?
– Eu não quero nada – replicou o enfermeiro, aborrecido. – Por mim, tratas o homem como quiseres…
– Ah… Pronto, se é assim.
A mulher puxou a porta.
– Eu só achei estranho que tu estivesses a tratar o doente por tu, só isso – justificou-se o enfermeiro, encolhendo os ombros. – Só isso – repetiu com ácida bonomia, para ter a última palavra.
A auxiliar encostou a porta e, sem largar a maçaneta, disparou:
– Se o homem é simpático, é da minha idade, ouve-me com deleitosa atenção…
– Deleitosa?! – espantou-se o enfermeiro, gozando.
– Se não sabes o que é, vais ver ao dicionário!
– Sei.
– Mas isso não interessa nada, Henriques – menosprezou a mulher. – Onde é que eu ia?
– Ainda há mais? – disse o enfermeiro.
– Ia em que o homem é simpático, da sua idade e ouve-a com deleitosa atenção – enunciou o médico, como se lesse um relatório.
– Sim – sorriu a enfermeira. – Isso – e continuou: – Se o homem me ouve com deleitosa atenção, me olha com velada voracidade, se procura disfarçada e educadamente os espaços entre os botões da bata para me ver o contorno e volume das mamas, se procura divisar na lisura da bata a linha das minhas cuecas e a forma das minhas nádegas, se me sorri com os seus olhos brilhantes e um sorriso envergonhadamente guloso e sem malícia, que me anima e envaidece, porque é que eu não o hei-de tratar por tu?
O enfermeiro manteve-se calado, sem resposta, ainda que não fosse essa a sua vontade. O médico abanava ligeiramente a cabeça para cima e para baixo e sorria espantado.
– Eu não te trato a ti por tu? – perguntou a mulher fixando o enfermeiro. – Que me olhas sem vergonha, que me tiras as medidas com um despudor pornográfico, que me comes com os olhos não sei quantas vezes por dia sem sequer disfarçares, que te babas bovinamente para o meu decote, que te esqueces do resto quando me fixas o cu como se fosses um perdigueiro a apontar a caça, que… Que… – A enfermeira cerrou os lábios, ergueu as sobrancelhas, abanou a cabeça, abriu a porta e saindo virou-se para trás e perguntou: – Afinal, quem é que eu devia tratar por tu?
28 outubro 2009
Hetera
Uma arcada deformada num V perfeito,
era a Deusa destronada por incendiada
não conseguir ocultar a nudez do peito;
a nudez do peito de rosa entumescida
crescia inchada no homem para ser colhida;
o homem endurecia para aliviar o pranto,
um pranto inflamado como um húmido canto.
E grita pelos mamilos sugados pelo dourado:
"eu sou a Deusa erguida, a Rainha rendida,
a implorar que me doas para tudo crescer;
a dor que me doer, continuo comigo a erguer
até me conseguir alcançar, mulher renascida,
fêmea ajoelhada de ventre aberto e trespassado
pela arma dura de nobre guerreiro atordoado".
E jura pelas entranhas profanadas pelo amado:
"eu não tenho qualquer messalino talento,
só desejo violento pelas dores de crescimento,
que me faz ofegar e dobrar e despejar o tormento
para fora de mim, fico fora de mim mas fico dentro,
à espera que o vermelho cresça e molhe o meu centro,
escancarada, pedinte, vivo de alimento ejaculado"
era a Deusa destronada por incendiada
não conseguir ocultar a nudez do peito;
a nudez do peito de rosa entumescida
crescia inchada no homem para ser colhida;
o homem endurecia para aliviar o pranto,
um pranto inflamado como um húmido canto.
E grita pelos mamilos sugados pelo dourado:
"eu sou a Deusa erguida, a Rainha rendida,
a implorar que me doas para tudo crescer;
a dor que me doer, continuo comigo a erguer
até me conseguir alcançar, mulher renascida,
fêmea ajoelhada de ventre aberto e trespassado
pela arma dura de nobre guerreiro atordoado".
E jura pelas entranhas profanadas pelo amado:
"eu não tenho qualquer messalino talento,
só desejo violento pelas dores de crescimento,
que me faz ofegar e dobrar e despejar o tormento
para fora de mim, fico fora de mim mas fico dentro,
à espera que o vermelho cresça e molhe o meu centro,
escancarada, pedinte, vivo de alimento ejaculado"
A ilusão de óptica mais sexy
Crica para veres com mais detalhe
Visto no Twitter. E eu também estou no Twitter... e no Facebook.
27 outubro 2009
Montes de Gozo
Chamo de amontoado
À bagunça que se instala na tua vida
Montes de ideias
Não concretizadas,
Montes de poemas inacabados,
Montes de telas semi pintadas,
Montanhas de fotos
Que ainda não têm lugar
Amontoas à tua volta
A ideia de apogeu
Quando na verdade
A ruína está latente
É um amontoado de mulheres
Que te delicias a explorar
Sexualmente falando
Um monte de broches
Feitos à pressa dentro do carro
Estacionado nos confins
Num amontoado de podridão.
Foto e poesia de Paula Raposo
12º Encontra A Funda
ode ao das Caldas
pelas Caldas
bem no centro
do País
é o momento
de erigir monumento
a Príapo consagrado
algo assim que graça tenha
mesmo sem ser engraçado
a quanto à terra se venha
erecto
mas sem pecado
um menir
um megalito
um grito ao alto bendito
por todos abençoado
será de barro talvez
original entremez
entre mãos afeiçoado
e todos irão à vez
afagá-lo por ser falo
ou afogá-lo coitado
mas que não seja indiferente
ser tido por tanta gente
e ninguém lograr deitá-lo
ingente
imenso obelisco
artifício de alto risco
um brado ao céu apontado
que se afunda no universo
pela estreiteza de um verso
que por bem queira entalá-lo
junte-se a turba
professa
mais na curva ou na cabeça
que mister é mais louvá-lo
e de quanto lhe aprouver
venha homem ou mulher
com bravas vozes cantá-lo
se gente somos
impantes
fulanos mirabolantes
foliões de amor à vida
é porque em dado momento
à criatura-espavento
a nossa mãe deu guarida.
OrCa
_______________________
Já somos20 21. Quem dá mais?
bem no centro
do País
é o momento
de erigir monumento
a Príapo consagrado
algo assim que graça tenha
mesmo sem ser engraçado
a quanto à terra se venha
erecto
mas sem pecado
um menir
um megalito
um grito ao alto bendito
por todos abençoado
será de barro talvez
original entremez
entre mãos afeiçoado
e todos irão à vez
afagá-lo por ser falo
ou afogá-lo coitado
mas que não seja indiferente
ser tido por tanta gente
e ninguém lograr deitá-lo
ingente
imenso obelisco
artifício de alto risco
um brado ao céu apontado
que se afunda no universo
pela estreiteza de um verso
que por bem queira entalá-lo
junte-se a turba
professa
mais na curva ou na cabeça
que mister é mais louvá-lo
e de quanto lhe aprouver
venha homem ou mulher
com bravas vozes cantá-lo
se gente somos
impantes
fulanos mirabolantes
foliões de amor à vida
é porque em dado momento
à criatura-espavento
a nossa mãe deu guarida.
OrCa
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