10 janeiro 2010
09 janeiro 2010
Fantasma(le)górico
O fantasma aproximou-se devagar, para não se apresentar como uma assombração. Limitou-se a estender uma mão e a fingir que a tocava, mesmo sabendo que jamais ela despertava do seu torpor.
E ele sabia que os fantasmas sentem o amor mas não o conseguem transmitir a quem não pode sentir um toque de outra dimensão, na ausência do calor naquela mão transparente de um holograma ausente que se contentava em sonhá-la assim, não existia uma sensação física como ela desejaria.
O fantasma nunca passaria de uma ilusão distante, de um simulacro de amante sem substância e incapaz de a reconfortar nos momentos mais necessários. Ele fazia parte dos desejos imaginários e mesmo nessa perspectiva há muito deixara de ser activa a sua participação.
O fantasma só tinha um coração sem consistência e isso conduzia-o de forma irreversível à desistência que combatia apenas com a energia do seu amor espiritual, de uma fé alimentada pelo ritual de a observar em silêncio por detrás do seu biombo onde se entretinha a espreitar o filme onde não havia lugar para um actor tão secundário, o figurante irrisório no contexto de um guião onde a sua interpretação se resumia a compor melhor o cenário.
Em silêncio, o fantasma desnecessário na maior parte do tempo fazia de figura decorativa e nem sequer falava a quem fingia que tocava, estendendo uma mão para o vazio, uma mão que não combatia o frio e por isso de pouco ou nada valia à pessoa a quem a estendia a partir do seu universo irreal e longínquo.
E ele sabia que os fantasmas sentem o amor mas não o conseguem transmitir a quem não pode sentir um toque de outra dimensão, na ausência do calor naquela mão transparente de um holograma ausente que se contentava em sonhá-la assim, não existia uma sensação física como ela desejaria.
O fantasma nunca passaria de uma ilusão distante, de um simulacro de amante sem substância e incapaz de a reconfortar nos momentos mais necessários. Ele fazia parte dos desejos imaginários e mesmo nessa perspectiva há muito deixara de ser activa a sua participação.
O fantasma só tinha um coração sem consistência e isso conduzia-o de forma irreversível à desistência que combatia apenas com a energia do seu amor espiritual, de uma fé alimentada pelo ritual de a observar em silêncio por detrás do seu biombo onde se entretinha a espreitar o filme onde não havia lugar para um actor tão secundário, o figurante irrisório no contexto de um guião onde a sua interpretação se resumia a compor melhor o cenário.
Em silêncio, o fantasma desnecessário na maior parte do tempo fazia de figura decorativa e nem sequer falava a quem fingia que tocava, estendendo uma mão para o vazio, uma mão que não combatia o frio e por isso de pouco ou nada valia à pessoa a quem a estendia a partir do seu universo irreal e longínquo.
Química
Das palmas da mãos
saem as palavras mais belas;
falam de amor
e de saudade também;
pronuncio-as ao longo do teu corpo:
dedilhando as cordas
de uma guitarra.
Canto o doce mistério do sexo
- a química de nós -,
das palmas das mãos
solto-te em amor
- hálito agridoce -
que sempre penetra.
Foto e poesia de Paula Raposo
Conto das máscaras (II) - As mãos da noite no cabelo
Fumei as tuas palavras e o cigarro morreu-me nos dedos; acenderam-se os corpos. Demorar a noite, demorar a noite que é bom acordar assim, pernas e braços entrelaçados, almas entranhadas; mas a manhã que não é inicio do dia de nós é inicio do adeus da paz. Até quando? Pergunta-se ao vento e à maré; uma casca de noz nunca sabe, é apenas uma mendiga do tempo. E o vento e maré gozam, vão gargalhando até logos e até nuncas, satisfeitos com o seu domínio completo da felicidade alheia. As mãos da noite demoram-se no cabelo para demorarem a sombra que suaviza as linhas do rosto. As mãos da noite demoram-se no cabelo e beijam os sulcos dolorosos causados pelo aparafusar das máscaras.
08 janeiro 2010
Excertos do Twitter ainda a propósito do dia de hoje
luispedronunes - Já perdi alguma Boda?
afundasao - @luispedronunes Nas bodas dos casamentos homossexuais também há penetras?
afundasao - @luispedronunes Nas bodas dos casamentos homossexuais também há penetras?
Excertos do Facebook a propósito do dia de hoje
NILTON - Será bom para a criança?! Ouvir o Pai a dizer para o outro Pai: "Zé Carlos, anda dar de mamar ao teu filho!"
Carlos Teixeira - Mas ó Nilton e se for no caso de serem... duas mães? É à escolha do freguês!
Carlos Teixeira - Mas ó Nilton e se for no caso de serem... duas mães? É à escolha do freguês!
Sobre os russos alcoolizados que se envolveram em intimidades com um porco-espinho estado-unidense
Na Rússia, o repatriamento da Alexandra foi considerada a notícia do ano. Ora, a partir do momento em que a criança foi repatriada, o desfecho da história passou a ser mais que previsível e, sendo assim, todo a sequência noticiosa que se lhe seguiu acaba por ser, no seu todo, uma não notícia. Assim, por exclusão de partes por um lado e por intensa pesquisa jornalística por outro, a notícia do ano na Rússia é, para o Blog do Katano, o caso de dois turistas russos que foram hospitalizados após terem tentado manter relações sexuais com um porco espinho estado-unidense.
Segundo a notícia avançada pelo Pravda em Maio último, os dois turistas ficaram extremamente impressionados com um livro sobre as leis mais absurdas em vigor nos EUA que lhe foi facultado à chegada e, como bons russos subversivos quando se trata do respeito das leis estado-unidenses, sobretudo sob o efeito de um bom whisky, resolveram tentar quebrar uma dessas leis, especificamente uma lei em vigor no estado da Florida que proíbe terminantemente toda e qualquer actividade sexual com um porco-espinho.
Bastou apenas uma hora para que os dois turistas encontrassem o dito bicho mas, só no dia seguinte, em conjunto com uma provável monumental ressaca, constataram que o porco-espinho é afinal um bicho que, podendo ser meigo, não tem propriamente pelagem macia e sedosa. Os dois corajosos aventureiros acabaram hospitalizados com o cruel diagnóstico de "espinhos nos genitais", tendo tido de ser submetidos a tratamentos por inflamações durante os meses seguintes.
Como nem tudo são espinhos, há um lado bom na história. Os dois turistas conseguiram deixar os EUA a tempo de escaparem a um processo em tribunal. Por outro lado, também há que louvar o facto de a escolha da lei a quebrar ter recaído nesta que diz respeito a intimidades com porcos-espinho. Terem tentado levar um leão para um cinema no Kentucky poderia ter sido bem mais grave, tal como teria sido grave se tivessem tentado detonar um engenho nuclear dentro do perímetro urbano de Chico na Califórnia. É que 500 dólares de multa é uma quantia que custa a largar e teria sido com certeza um grave rombo no orçamento...!
Foto retirada daqui: http://www.blm.gov/
A seguir: 2009, um ano do Katano.
Conto das máscaras
Deita-te aqui, para te conseguir falar. São as máscaras que se criam, uma a uma vão-se fundindo na carne. E quem somos? Que máscara fala, agora? Que máscara fala em cada dança? Quando sou eu que danço? Ainda existe o eu ou perdeu-se nessa fusão, dança de transfusão? O que sobra?
Deita-te aqui, agora, como fazias. Também sentias o recuar dos disfarces. O escuro na pele, uma carícia da paz. As mãos da noite no cabelo. As melancolias doces da partilha. O silêncio que nos deixa escutar o olhar e a música do conforto no toque do cobertor. Tábua de salvação, primeiro. Depois, a cabeça no teu peito, nau e tu, capitão. Depois o mundo e eu, casca de noz. E máscaras, máscaras; sem elas tudo nos vira, meras casquinhas, ondas enormes, ventanias, monstros. E a saudade traz na rede um peixe solidão.
Deita-te aqui. Para eu ser eu, que eu já nem sei se sou. Quando o mundo me apanhar, imagina que viajei. Não olhes, não ouças; não sou. Quando conseguir ser, bate na minha porta; para conseguir ser, deita-te aqui.
Deita-te aqui, agora, como fazias. Também sentias o recuar dos disfarces. O escuro na pele, uma carícia da paz. As mãos da noite no cabelo. As melancolias doces da partilha. O silêncio que nos deixa escutar o olhar e a música do conforto no toque do cobertor. Tábua de salvação, primeiro. Depois, a cabeça no teu peito, nau e tu, capitão. Depois o mundo e eu, casca de noz. E máscaras, máscaras; sem elas tudo nos vira, meras casquinhas, ondas enormes, ventanias, monstros. E a saudade traz na rede um peixe solidão.
Deita-te aqui. Para eu ser eu, que eu já nem sei se sou. Quando o mundo me apanhar, imagina que viajei. Não olhes, não ouças; não sou. Quando conseguir ser, bate na minha porta; para conseguir ser, deita-te aqui.
Pano bordado à mão
Mais um têxtil lar comprado para a minha colecção, em Roma.
Este pano é uma delícia, com uma senhora que só tem por cima um negligé translúcido e que se pode levantar um pouco, deixando que se espreite as pernocas da moça.
_______________________________
Puxão de orelhas do Bartolomeu (um ciumento do caralho):
"Só compras porcarias...
É nisto que gastas o dinheirinho que eu ganho com tanto sacrifício e que te entrego religiosamente todos os finais de mês, com a finalidade de alimentares e vestir convenientemente os nossos filhinhos?
Não mereces o meu esforço e a minha confiança, São Maria Policarpa Rosas.
Ficas sabendo, a partir deste momento vou passar a gerir eu o orçamento familiar e, quando quiseres cortinas para as janelas, pegas nuns sacos de plástico do continente, cortas ao meio e colas uns aos outros com fita-gomada e tens umas cortinas à la mode, com a vantagem de serem laváveis, o que facilita bastante a limpeza daquelas auréolas amarelas que os teus amigos deixam ficar quando fazes aquelas festinhas lá em casa, sempre que eu tenho de ficar a trabalhar de noite lá na fábrica, a tentar ganhar mais uns tostões!
Estamos entendidos?
Isto um homem, se não mostra determinação, a sua gaja esbanja-lhe o dinheirinho todo em cortinas..."
Este pano é uma delícia, com uma senhora que só tem por cima um negligé translúcido e que se pode levantar um pouco, deixando que se espreite as pernocas da moça.
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Puxão de orelhas do Bartolomeu (um ciumento do caralho):
"Só compras porcarias...
É nisto que gastas o dinheirinho que eu ganho com tanto sacrifício e que te entrego religiosamente todos os finais de mês, com a finalidade de alimentares e vestir convenientemente os nossos filhinhos?
Não mereces o meu esforço e a minha confiança, São Maria Policarpa Rosas.
Ficas sabendo, a partir deste momento vou passar a gerir eu o orçamento familiar e, quando quiseres cortinas para as janelas, pegas nuns sacos de plástico do continente, cortas ao meio e colas uns aos outros com fita-gomada e tens umas cortinas à la mode, com a vantagem de serem laváveis, o que facilita bastante a limpeza daquelas auréolas amarelas que os teus amigos deixam ficar quando fazes aquelas festinhas lá em casa, sempre que eu tenho de ficar a trabalhar de noite lá na fábrica, a tentar ganhar mais uns tostões!
Estamos entendidos?
Isto um homem, se não mostra determinação, a sua gaja esbanja-lhe o dinheirinho todo em cortinas..."
Declaração de baixa
"Exmo. Sr. Chefe
Esta semana aconteceu-me algo que não esperava. Num espantoso acidente acabei quebrando um osso. Por isso não me verá nos próximos 30 dias, a recuperação é lenta e exige repouso. Impossível aparecer e executar o meu trabalho.
Junto envio a radiografia que comprova a ruptura.
Com os melhores cumprimentos e desejando que isso nunca lhe aconteça,
O trabalhador
Anexo: Radiografia"
Maria Escritos
(não resisti a partilhar este atestado)
Esta semana aconteceu-me algo que não esperava. Num espantoso acidente acabei quebrando um osso. Por isso não me verá nos próximos 30 dias, a recuperação é lenta e exige repouso. Impossível aparecer e executar o meu trabalho.
Junto envio a radiografia que comprova a ruptura.
Com os melhores cumprimentos e desejando que isso nunca lhe aconteça,
O trabalhador
Anexo: Radiografia"
Maria Escritos
(não resisti a partilhar este atestado)
07 janeiro 2010
O Amigo Oculto
– Não me dizes que és a minha fã número 1? – perguntou ele, levantando a cabeça do colchão.
– O quê? – inquiriu ela, terminando de lhe prender o pé direito à cama, sem lhe prestar atenção.
– Como no filme… – gracejou ele. – Não me dizes que és a minha fã número 1?
Ela olhou-o, pensativa, decifrando a referência cinéfila, ajeitou cuidadosamente o gorro de Pai Natal, depois verificou se os pés dele estavam bem presos e, por fim, sorriu. Olhou-o e sorriu, reconhecendo o filme.
– Para isso – disse ela, segurando-lhe o dedo grande do pé direito, que apertou –, tinha de ir buscar um martelo. – Piscou-lhe o olho, fechando o sorriso. – Não era?
– Um martelo?! – repetiu ele, engolindo em seco, esquecido desse desenvolvimento. – Não, não é preciso nenhum martelo – conseguiu dizer. – Não precisamos de seguir o filme… Aliás, isto não tem nada… Não, não é preciso martelo nenhum – insistiu ele, sem conseguir ligar as frases, que lhe saíam em golfadas descontroladas, enquanto procurava disfarçar os repelões às algemas que o prendiam à cama. – Não é preciso!
– Venho já – anunciou a mulher, tornando a piscar-lhe o olho agora com um sorriso enigmático e nada auspicioso. – Já viste que és um xis? – perguntou ao sair.
Aflito, o homem intensificou, sem qualquer método ou atenção, os movimentos dos braços e das pernas para se tentar soltar das algemas revestidas com pêlo cor-de-rosa que lhe prendiam os pulsos à cama e dos macios cordões que lhe manietavam os pés, enquanto se consumia de arrependimento de ter ido ao jantar de Natal do escritório, de ter oferecido as algemas de sex-shop no amigo oculto que, no caso, pelas regras dos jantares, sempre iriam para uma colega e de, no fim, já com o álcool a falar por ele, se ter oferecido de forma patética para as experimentar.
– Um xis… – mastigou, entaramelando as palavras. – Sou um x na cama e não me sentiria melhor se fosse outra letra qualquer. – Riu-se. – Podia ser pior… – continuava a falar sozinho. – Era muito pior…
– Então? – perguntou a mulher, que reentrara no quarto, toda nua só com o gorro e com o braço direito atrás das costas.
O homem deu uma gargalhada mais nervosa que satisfeita:
– Podia ser um xis e estar virado para baixo.
Ela sorriu, erguendo as sobrancelhas concordante.
– Trago-te aqui uma surpresa – disse, mostrando-lhe o cotovelo dobrado para trás das costas.
Ele ficou branco e olhou-a num silêncio sepulcral, as sinapses que o ligavam ao martelo já se tinham diluído no álcool mas, em seu lugar, aparecera uma máquina fotográfica ou um telemóvel para o fotografar ou filmar, o que lhe aumentara a sensação de trágica impotência e terror catastrófico.
– Hei! – gritou ela, voluntariamente encurtando o suspense. – É a tua prenda de Natal! – E mostrou-lhe uma venda para os olhos e um espanador. – Não embrulhei porque não conseguirias desembrulhar…
Aliviado, o homem riu.
Ela aproximou-se e colocou-lhe a venda. Desceu com o espanador lentamente da cabeça aos pés, agarrou com a mão livre o telemóvel que estava no chão, desejou-lhe
– Feliz Natal!
E reiniciou o laborioso trabalho com o espanador.
– O quê? – inquiriu ela, terminando de lhe prender o pé direito à cama, sem lhe prestar atenção.
– Como no filme… – gracejou ele. – Não me dizes que és a minha fã número 1?
Ela olhou-o, pensativa, decifrando a referência cinéfila, ajeitou cuidadosamente o gorro de Pai Natal, depois verificou se os pés dele estavam bem presos e, por fim, sorriu. Olhou-o e sorriu, reconhecendo o filme.
– Para isso – disse ela, segurando-lhe o dedo grande do pé direito, que apertou –, tinha de ir buscar um martelo. – Piscou-lhe o olho, fechando o sorriso. – Não era?
– Um martelo?! – repetiu ele, engolindo em seco, esquecido desse desenvolvimento. – Não, não é preciso nenhum martelo – conseguiu dizer. – Não precisamos de seguir o filme… Aliás, isto não tem nada… Não, não é preciso martelo nenhum – insistiu ele, sem conseguir ligar as frases, que lhe saíam em golfadas descontroladas, enquanto procurava disfarçar os repelões às algemas que o prendiam à cama. – Não é preciso!
– Venho já – anunciou a mulher, tornando a piscar-lhe o olho agora com um sorriso enigmático e nada auspicioso. – Já viste que és um xis? – perguntou ao sair.
Aflito, o homem intensificou, sem qualquer método ou atenção, os movimentos dos braços e das pernas para se tentar soltar das algemas revestidas com pêlo cor-de-rosa que lhe prendiam os pulsos à cama e dos macios cordões que lhe manietavam os pés, enquanto se consumia de arrependimento de ter ido ao jantar de Natal do escritório, de ter oferecido as algemas de sex-shop no amigo oculto que, no caso, pelas regras dos jantares, sempre iriam para uma colega e de, no fim, já com o álcool a falar por ele, se ter oferecido de forma patética para as experimentar.
– Um xis… – mastigou, entaramelando as palavras. – Sou um x na cama e não me sentiria melhor se fosse outra letra qualquer. – Riu-se. – Podia ser pior… – continuava a falar sozinho. – Era muito pior…
– Então? – perguntou a mulher, que reentrara no quarto, toda nua só com o gorro e com o braço direito atrás das costas.
O homem deu uma gargalhada mais nervosa que satisfeita:
– Podia ser um xis e estar virado para baixo.
Ela sorriu, erguendo as sobrancelhas concordante.
– Trago-te aqui uma surpresa – disse, mostrando-lhe o cotovelo dobrado para trás das costas.
Ele ficou branco e olhou-a num silêncio sepulcral, as sinapses que o ligavam ao martelo já se tinham diluído no álcool mas, em seu lugar, aparecera uma máquina fotográfica ou um telemóvel para o fotografar ou filmar, o que lhe aumentara a sensação de trágica impotência e terror catastrófico.
– Hei! – gritou ela, voluntariamente encurtando o suspense. – É a tua prenda de Natal! – E mostrou-lhe uma venda para os olhos e um espanador. – Não embrulhei porque não conseguirias desembrulhar…
Aliviado, o homem riu.
Ela aproximou-se e colocou-lhe a venda. Desceu com o espanador lentamente da cabeça aos pés, agarrou com a mão livre o telemóvel que estava no chão, desejou-lhe
– Feliz Natal!
E reiniciou o laborioso trabalho com o espanador.
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