O amor de uma vida que foi numa causa perdida que se dilui aos poucos na amálgama de emoções congeladas pelo frio interior, ilusões, talvez pela constatação de que é mais forte a recordação do que a circunstância que a transformou num passado que se deseja repetido, inconsciente, devaneio de uma mente dividida entre o lado confortável da vida e o desassossego inerente a uma paixão descontrolada.
O melhor amante numa vida passada, desinteressante por comparação porque ofereceu o coração em vez de usar a cabeça, sem o gosto da aventura e da incerteza, uma relação jamais perdura desprovida da defesa natural para uma presença eventual que nunca enfrenta o perigo de se assumir como um dado adquirido a sua manutenção.
O primado da razão como um torno implacável da utopia impraticável que se alimenta de uma força que não provém da cabeça mas de outro lado qualquer, a energia que faz valer o tempo que a vida nos dá. Teimosia ou insistência, obstinação ou persistência que fazem avançar o quebra-gelos na superfície de um mar que às tantas solidificou.
A pessoa que tanto (se) desejou, despromovida à condição de quase uma obrigação a cumprir, um ritual que deve servir, reforçada, a solidez desmascarada pela lucidez traiçoeira que constitui uma ratoeira para todas as coisas que se querem ignorar.
A coragem para lutar que enobrece quem consiga perceber que a vida acaba logo ali e que nada vale por si, sem a resistência emprestada por quem tem consciência da hora sortuda que constitui o acaso que nos cruza com quem faz acontecer. A atenção que faz por nos merecer quem consegue despertar sob o gelo de qualquer mar o sono de um vulcão que explode numa erupção de vontades e de ansiedades e de saudades a cada instante, que sacode debaixo dos pés o chão e leva o coração ao rubro como um motor acelerado, prego a fundo, à solta e sem freio no horizonte interminável de uma planície banhada pelo sol.
O amor de uma vida que foi, magistral, de olho no tempo onde se perfila o renascimento tão plausível como a alternativa provável à luz da experiência que tanto esclarece como baralha a existência, à vista desarmada, com o inevitável desacerto na previsão especulada.
05 maio 2010
04 maio 2010
Levava droga dentro da vagina para um recluso em Coimbra
(crica para ampliares... a vagina... e o resto)
Há notícias que conseguem fazer-me passar o dia com um sorriso. Como esta do jornal «as Beiras» de hoje.
Só tenho duas dúvidas:
1) No subtítulo da edição em papel, referem que "Uma mulher foi detida pela presumível prática de tráfico de estupefacientes. que consistia na introdução dos produtos no Estabelecimento Prisional de Coimbra" - afinal... ela introduzia os produtos na prisão ou na vagina?!
2) "A mulher, de 30 anos, escondia dentro do corpo, no interior da vagina, algumas quantidades de droga, que levava ao recluso, de 37. “Quando chegava à cadeia para o ver, na troca de beijos e abraços, ela retirava o produto estupefaciente, colocava-o no bolso e depois entregava ao companheiro, que o introduzia no ânus”, acrescentou a fonte." - não será mais notícia a parte dele?!
Prendinhas para ocasiões especiais
Cavalheiros... querem oferecer às vossas mulheres um presente que verdadeiramente as satisfaça? Pois então! Comprem-lhes um vibrador. Não estou a brincar. Isto não é uma brincadeira. E, portanto, nada de piadas, nem de objectos desproporcionados, galhofeiros, incómodos, absurdos. Um vibrador como deve ser! Confortável, funcional, produzido para o uso, e não para servir de bibelô de sala de jantar. Quero dizer, se conhecem um bocadinho das vossas mulheres, escolham aquele que realmente vos pareça ter mais potencialidades de lhes proporcionar o máximo de prazer.
Nada temam! Quanto mais elas se exercitarem na prática e na descoberta do seu prazer…tanto maior será também o prazer e a disposição de o fazerem convosco. Em matéria de sexo e prazer, para uma mulher, quanto mais, mais. Quanto menos, menos. E, claro, é muito simpático que sejais vós mesmos a tomar semelhante iniciativa… pois este será um passo decisivo para a criação de novos laços de cumplicidade e de intimidade.
De resto, com a vossa participação ou sem ela, às claras, ou à socapa, é quase inevitável que elas acabem por experimentar… e, provavelmente, gostar. Trata-se sobretudo de uma questão de atitude e de preferência: se querem aproveitar o “convívio” e tê-las mortinhas para vos ver chegar, cheias de disposição para dividir convosco a sua “brincadeira”; ou se preferem tê-las mortinhas para vos ver pelas costas de maneira a poderem entregar-se à vontade às suas brincadeiras privadas.
E já nem há razões para duvidar de que encontrarão neste âmbito o presente dos sonhos da vossa amada, pois a oferta actual de mercado é extraordinária. Há-os para todos os gostos, de todos os feitios, todas as cores, com todas as funcionalidades, e para todas as carteiras… “believe it, or not”… mesmo com aplicações em ouro de dezoito quilates!
(… outra vantagem… sim… porque as mulheres nem sempre são fáceis de satisfazer! Nunca mais será necessário dar voltas e voltas à cabeça para descobrir a oferta mais adequada à celebração de uma ocasião especial… pois, em qualquer outro momento, um outro modelo voltará a ser o presente perfeito).
Nada temam! Quanto mais elas se exercitarem na prática e na descoberta do seu prazer…tanto maior será também o prazer e a disposição de o fazerem convosco. Em matéria de sexo e prazer, para uma mulher, quanto mais, mais. Quanto menos, menos. E, claro, é muito simpático que sejais vós mesmos a tomar semelhante iniciativa… pois este será um passo decisivo para a criação de novos laços de cumplicidade e de intimidade.
De resto, com a vossa participação ou sem ela, às claras, ou à socapa, é quase inevitável que elas acabem por experimentar… e, provavelmente, gostar. Trata-se sobretudo de uma questão de atitude e de preferência: se querem aproveitar o “convívio” e tê-las mortinhas para vos ver chegar, cheias de disposição para dividir convosco a sua “brincadeira”; ou se preferem tê-las mortinhas para vos ver pelas costas de maneira a poderem entregar-se à vontade às suas brincadeiras privadas.
E já nem há razões para duvidar de que encontrarão neste âmbito o presente dos sonhos da vossa amada, pois a oferta actual de mercado é extraordinária. Há-os para todos os gostos, de todos os feitios, todas as cores, com todas as funcionalidades, e para todas as carteiras… “believe it, or not”… mesmo com aplicações em ouro de dezoito quilates!
(… outra vantagem… sim… porque as mulheres nem sempre são fáceis de satisfazer! Nunca mais será necessário dar voltas e voltas à cabeça para descobrir a oferta mais adequada à celebração de uma ocasião especial… pois, em qualquer outro momento, um outro modelo voltará a ser o presente perfeito).
[blog Libélula Purpurina]
Dedos teus
os dedos teus moem
cada pequena semente
nos olhos antes meus;
são tuas as meninas
que correm as tardes
quando despidos em grão
as roupas nos doem
e os dedos teus moem
um corpo, um instante;
antes, semeia-os teus
teus como teus são
os lugares distantes
que em grão se abrem
quando tu aqui entras
e os dedos teus moem
o moinho nas ancas
pequenas, mãos pequenas
de ti, grande, tão cheias
que assim te enchem
e os dedos teus moem
moinho nas tranças.
E assim se vive
Encolho-me
Imediatamente
Caracol búzio ou ostra
Sei lá
Desapareço é isso
Em milésimos de segundo
Não sabias pois não
Claro que não
Acho que sabes
Mas finges não saber
E eu já me encolhi
Pequenina saborosa
Salgada viscosa
Talvez caracol búzio ou ostra
Sei lá
Nas carapaças
Que eu mesma escolho.
Foto e poesia de Paula Raposo
Imediatamente
Caracol búzio ou ostra
Sei lá
Desapareço é isso
Em milésimos de segundo
Não sabias pois não
Claro que não
Acho que sabes
Mas finges não saber
E eu já me encolhi
Pequenina saborosa
Salgada viscosa
Talvez caracol búzio ou ostra
Sei lá
Nas carapaças
Que eu mesma escolho.
Foto e poesia de Paula Raposo
03 maio 2010
Passado aqui
É passado. Mas onde estão agora os amores vivos que enterrei no meu peito? Tinha, em cada vez, o pensamento nu dos ingénuos, do sonho despido de todas as coisas do lado de fora das minhas janelas. O corpo quente que pensei que ficava no meu, que quereria sempre no meu. É passado. Tornei-me pele de cada um, depois já não era. Arde, corpo! Arde, mão que desce o ventre! Dois ventres colados e o amor, o amor, esse pateta de ventre único, de vendas suadas que ensopam cabelos e encharcam a nudez e a lucidez. Depois, em todas as vezes, é o calor das lágrimas que arrefece as gotas que pingam dos cabelos. As vendas já geladas. A nudez dorida, inútil, desperdiçada, termina em si, veste-se de engano e desilusão. Perda. Passado. Amor vivo enterrado no peito. Mais uma vez. Alguns - quase todos - acabam por falecer na anóxia do esquecimento. Outros, sei-o bem, vivem em cada sopro; ainda que o ar seja ténue, eles respiram as memórias rarefeitas que vagueiam no peito.
Do Celibato. Celibato religioso.
II. Celibato religioso. Sem duvida o christianismo tem exaltado o estado religioso em que o celibato é prescripto. Mas não chama a este estado senão o pequeno numero dos perfeitos, e se a Egreja designa como bemaveuturados os que vivem como os eunucos, em muitos outros logares faz o elogio do casamento e S. Paulo exhorta particularmente os seus discipulos n'este sentido. O christianismo nascido no seio da grosseira antiguidade, onde as mulheres não eram consideradas senão como instrumentos da voluptuosidade, proscreveu-as como proscreveu a intemperança e o luxo; proscreveu-as na sua qualidade de prisões materiais e porque queria desembaraçar os homens do lodaçal da terra e fazer-lhes levantar de novo os olhos para o céo: recommenda a castidade do corpo, porque lhe parece a indispensavel garantia da do coração. O desprendimento do mundo perecível e o apêgo immediato ao mundo perfeito e eterno, eis a doutrina do Christo. O mundo tem necessidade do concurso de duas ordens diversas d'existencia. Submettido, por uma parte, a viver plenamente no presente está submettido tambem a caminhar constantemente para um futuro novo. Aquelles que são destinados a prisidir à sua marcha, os guias d'essa carabana (sic) da humanidade, não terão deveres novos que são incompativeis com os que impõe o casamento? É precisamente o que se dá e o que assegura a santidade das palavras de Jesus Christo. (…)
Deixemos, pois, o celibato, àquelles cuja vocação é servir directamente e exclusivamente o genero humano, consideremol-o (sic) como um voto de fidelidade necessaria aos seus interesses; esta condição é a unica que póde tornal-o (sic) honesto e pôlo acima dos attaques da reprovação publica.
Mas lembremo-nos de que elle merece ou a censura, ou a honra, e que entre estes dois extremos não lhe poderiam arranjar logar n'outra parte, porque é um estado que não convem e não pertence senão às grandes almas. Não é n’aquelles que são dignos de se conservar nas fileiras d'esta cohorte santa que germinará o amor do deboche e da iniquidade. Não são elles que se comprazem de partilhar o opproprio das virgindades despedaçadas e atiradas à lama; não são elles que tomarão por officio o atirar a deshonra à face dos casados; não é sobre elles que cahirá o nome de corruptores do mundo.
L. Seraine. 19??:164-169
Deixemos, pois, o celibato, àquelles cuja vocação é servir directamente e exclusivamente o genero humano, consideremol-o (sic) como um voto de fidelidade necessaria aos seus interesses; esta condição é a unica que póde tornal-o (sic) honesto e pôlo acima dos attaques da reprovação publica.
Mas lembremo-nos de que elle merece ou a censura, ou a honra, e que entre estes dois extremos não lhe poderiam arranjar logar n'outra parte, porque é um estado que não convem e não pertence senão às grandes almas. Não é n’aquelles que são dignos de se conservar nas fileiras d'esta cohorte santa que germinará o amor do deboche e da iniquidade. Não são elles que se comprazem de partilhar o opproprio das virgindades despedaçadas e atiradas à lama; não são elles que tomarão por officio o atirar a deshonra à face dos casados; não é sobre elles que cahirá o nome de corruptores do mundo.
L. Seraine. 19??:164-169
02 maio 2010
o nosso estandarte...
adaptaSão livre de um estandarte do
Raim´s blog ... pelo próprio.
E o OrCa ode:
"Raim, chapelada pelo desassombro!
virtudes papam-se tantas
de mãos postas - de joelhos
que é vulgar nos sacripantas
virem-se a nós com conselhos
«olhai bem para o que digo
nunca olheis para o que eu faço»
e estamos nós de castigo
papados pelo embaraço
dizer «com papas e bolos
meus santinhos, meus fedelhos,
é que se enganam os tolos»
são ditos velhos e relhos
mas a suma eminência
que faz na terra o seu céu
tenha lá santa paciência
outros darão, que não eu..."
TV alemã mostra jovem a masturbar-se
O Chatroulette é um site que permite aos seus utilizadores comunicarem por video conferência de forma aleatória com perfeitos desconhecidos. Se, por algum motivo, um dos utilizadores não quiser continuar a ligação com a pessoa que lhe apareceu à frente, pode simplesmente activar a "roleta" outra vez, passando à próxima pessoa.
Contudo, e apesar das regras bem definidas mas obviamente difíceis de implementar, por vezes aparecem no Chatroulette utilizadores mais... desinibidos, como descobriram aliás recentemente os espectadores do programa "Busch @ N-TV", transmitido ao vivo pelo canal N-TV.
O apresentador estava a demonstrar o funcionamento do Chatroulette, interagindo com utilizadores ao vivo quando, subitamente, apareceu no ecrã em grande plano um jovem, visto apenas na sua metade inferior, que melhor do que em qualquer aula de educação sexual, demonstrou ao país como se pratica de forma simplificada o acto masturbatório.
Vejam o excerto do vídeo-tutorial no site do BILD
Para além
Sei de cor a música breve
Que o sonho comanda
O tom grave e melódico
Que acompanha as palavras
O humor nelas contido
E a ternura esvoaçando
Em meu redor
Ao som da breve música
De um dia qualquer
Igual a muitos outros
Que foram e que virão
Na bruma matinal junto ao mar
Sei de cor os gestos
Sei-te para além de mim
No desmedido abraço eterno.
Foto e poesia de Paula Raposo
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