15 julho 2010
14 julho 2010
it takes three (maybe more...) to tango
Sempre gostei de te ver dançar. A sensualidade dos teus movimentos tem um efeito sufocante na minha respiração. Mas eu gosto que me sufoques, como só tu sabes.
Apetece-me tirar-te a camisa, rasgá-la com as minhas próprias mãos e permitir que a dança continue. Tu e ela.
E eu, observadora atenta dos teus passos, qual predador que se aproxima cautelosamente da sua presa (na verdade, das duas presas) deixo que o calor percorra a minha alma.
Hoje sou eu quem vai dominar. Sou eu quem vai conduzir o tango dos três corpos que se querem e se desejam; que vibram, que trocam prazer sem fim.
O tango que também é das almas. Almas que buscam o acontecer da sua fantasia. A três.
Quem diria que os nossos caminhos se cruzariam desta forma tão prazenteira? Que ambos (os três) nos iríamos embrulhar em suor ilustrado com pedidos de quem não se satisfaz facilmente? De quem quer mais?
Sempre gostei de te ver dançar. Tu e ela. A dançar em mim.
Apetece-me tirar-te a camisa, rasgá-la com as minhas próprias mãos e permitir que a dança continue. Tu e ela.
E eu, observadora atenta dos teus passos, qual predador que se aproxima cautelosamente da sua presa (na verdade, das duas presas) deixo que o calor percorra a minha alma.
Hoje sou eu quem vai dominar. Sou eu quem vai conduzir o tango dos três corpos que se querem e se desejam; que vibram, que trocam prazer sem fim.
O tango que também é das almas. Almas que buscam o acontecer da sua fantasia. A três.
Quem diria que os nossos caminhos se cruzariam desta forma tão prazenteira? Que ambos (os três) nos iríamos embrulhar em suor ilustrado com pedidos de quem não se satisfaz facilmente? De quem quer mais?
Sempre gostei de te ver dançar. Tu e ela. A dançar em mim.
[para ler ao som de Alejandro]
Tabaco de desenrolar
Um cigarro, último por hoje.
Vou dormir sem tentar demorar a noite; talvez nos próximos meses acorde muitas vezes para dias que me vão assustar; tenho sempre medo porque basta somente que os dias nos consigam ver e as lâminas também o conseguirão: toda a gente sabe que andam sempre aguçadas à espreita especialmente de quem ousa pisar margens. Mas não vou demorar a noite...
Mas não vou demorar a noite. Nunca mais nada será em vão, nem sequer se for apenas um só golpe fundo. Não importa; nada em vão porque dos meus golpes já não sai sangue, saem-me palavras. (Saem, doem... Continuo a estranhar muito este roubo dos iii nas palavras que os deviam ter.)
Não vou demorar a noite; aterroriza-me - mais que as lâminas que me possam ver - que os dias não me vejam. Quando os dias não nos podem ver, é-nos concedida a imunidade do alheamento. Sim, evitamos os golpes; porém, essa espécie de redoma dos adormecidos é completamente estanque.
Um cigarro mas, por hoje, último.
Vou dormir sem tentar demorar a noite; talvez nos próximos meses acorde muitas vezes para dias que me vão assustar; tenho sempre medo porque basta somente que os dias nos consigam ver e as lâminas também o conseguirão: toda a gente sabe que andam sempre aguçadas à espreita especialmente de quem ousa pisar margens. Mas não vou demorar a noite...
Mas não vou demorar a noite. Nunca mais nada será em vão, nem sequer se for apenas um só golpe fundo. Não importa; nada em vão porque dos meus golpes já não sai sangue, saem-me palavras. (Saem, doem... Continuo a estranhar muito este roubo dos iii nas palavras que os deviam ter.)
Não vou demorar a noite; aterroriza-me - mais que as lâminas que me possam ver - que os dias não me vejam. Quando os dias não nos podem ver, é-nos concedida a imunidade do alheamento. Sim, evitamos os golpes; porém, essa espécie de redoma dos adormecidos é completamente estanque.
Um cigarro mas, por hoje, último.
13 julho 2010
Ondas vindas de ti
Fiz-me à maré da manhã
Nas vagas vindas de ti
Antes do amanhecer
Pescador dos meus sonhos
Madrugada suave no cais
Faina pura do dia-a-dia
Serena ausência de ti
Semblante teu na memória.
Mar adentro, vou entrando
Como uma rede se alastrando
Corpo meu beijando as águas
Da maré que vem de ti, meu amor.
Abraçada à luz da lua fiz-me ao mar
Não pude alcançar-te (bem te sabia inexistente)
Porém perdi-me como quis...
Não quis abrir os olhos
Para não te perder na maré
Abracei-me a este nada
Descobrindo no próprio corpo
Caravelas sem rumo
Perdidas neste mar sem dono
Brilhando à luz da lua
As estrelas do teu olhar
Fiz do meu coração o teu lugar
Da tua luz o meu olhar
Suspirei uma brisa de suaves palavras
Que corre nos dias de calor
Com a energia grandiosa do mar
Este mar teu que adentro
Para me perder na tua maré
E nas ondas vindas de ti
Maria Escritos
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com
Apetite
As palavras não se medem.
Partem-se em bocados
e devoram-se segundo
o apetite;
à medida que nos alongamos
e nos perdemos,
as palavras
não se apagam:
mesmo que aos bocados
se partam
e devoradas sejam
pelo nosso apetite.
Poesia de Paula Raposo
Partem-se em bocados
e devoram-se segundo
o apetite;
à medida que nos alongamos
e nos perdemos,
as palavras
não se apagam:
mesmo que aos bocados
se partam
e devoradas sejam
pelo nosso apetite.
Poesia de Paula Raposo
CISTERNA da Gotinha
Bill Ward é um cartoonista que já passou por aqui mas reCUrdar é viver.
E já que se fala em reCUrdar, é com saudade que relembro os azulejos de casa-de-banho antigos...
TOP 5 Jornais + Sexy
E com o calor que se faz sentir o sonho da Yasmeen é apanhar uma brisa fresca e banhar-se numa piscina, deitar-se numa praia deserta e terminar o dia assim...
Para fugir do calor, a sombra é sempre uma boa solução.
12 julho 2010
Conselho de quem sabe
Test-Drive
Aquela assoalhada era muito grande; quase maior do que poderia ser sem se chamar infinita. A mulher era uma imagem distante, ao fundo da sala, sentada numa cadeira de pau; a mulher era uma imagem distante mas apertava nitidamente as coxas em torno da fome. A mulher esperava o amante, o amante aleatório, perdido, passageiro, maciço. Quando a porta se abria, a assoalhada mudava a dimensão. A mulher apertava as coxas e esticava os dedos à fome e era a fome que ditava o espaço entre paredes. Embalava as palavras no colo, durante intermináveis instantes - aos seus amantes pareciam intermináveis - até o convidar a sentar. Apontava-lhe outra cadeira, mais robusta, mais macia. Falava-lhe, então, de olhos cravados nos botões; que lhe dissesse quantos e quais poderia desapertar. Ficarias tu de calças pelos joelhos? Apertava nitidamente as coxas; tinha olhos de pressa, de ontem sem amanhã, de segredos gritados e deitados na garganta. Os dedos na boca molhados de palavras. Apertava nitidamente as coxas, cercava os dedos.
11 julho 2010
Degraus
Agora quero subir a escada. Porque já sei tocar com os dedos arranhados. Porque já sei agarrar com as mãos queimadas. Porque já sei abraçar de braços entorpecidos. Porque já sei andar de pernas partidas. Porque já me equilibro de pés doridos. Porque já sei esperar de peito vazio. Porque já sei olhar de olhos turvados. Porque já sei ver de olhos fechados. Porque já sei ouvir silêncios. Porque já sei escutar gritos. Porque já sei amar de coração desfeito. Porque já sei sorrir de lábios a arder. Porque já sei gritar de garganta apertada. Porque já sei falar de língua cansada. Porque já sei respirar afogada. Porque já sei perdoar quando me vejo no espelho. Porque já te sei ver no meu espelho. Porque já sei endireitar-me de costas esmagadas. Porque já sei erguer-me de ombros caídos. Porque já sei querer de alma assustada. Porque já sei desejar de ventre rasgado. Porque já sei escrever de palavras drenadas. Porque já sei que mal sei quem sou e, assim, sei-me um pouco mais. Porque já me mataram e, ainda assim, eu sei viver. Agora, porque já sei, quero subir a escada.
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