HenriCartoon
25 setembro 2010
24 setembro 2010
Mora aqui!
Foto: Epentesis
É aqui que tudo começa. Aqui te peço que mores. Mora aqui. Bem aqui no meu pescoço. Percorre-o. Arrepia-me e repousa. Afunda-te bem aqui. Enrola com firmeza os meus cabelos nas tuas mãos e mergulha no meu pescoço fazendo-me submergir num mar vasto de sensações que nunca antes conheci. Aqui, neste pequeno espaço de pele habita um baú de sensibilidades que me elevam e afastam da realidade concentrando-me apenas no prazer. Gosto deste pequeno lugar. Tem charme na sua curvatura e esconde um íntimo nevrálgico. É fascinante e seduz-me e seguro-o nas minhas mãos quando beijo e abraço.
Mora aqui.
Do novo
Deixar que alguém que não fazia parte de nós nos entre pela vida adentro é uma maçada, um desafio, uma canseira.
Contar estórias e desfiar factos por vezes demais repetidos como se fossem novidade é estranho, é violento, é algo que dispensaríamos.
Permitir que nos desvendem, que nos leiam, que saibam de nós mais do que queremos dar a conhecer (a bicharada, o método de alinhar livros nas estantes, a decoração da faiança, as Ugg Boots) é aterrorizador.
Verificar que alguém que não conhecíamos bem constitui todo um mundo de coisas novas a descobrir faz-me encolher no casulo, sem que me apeteça sair de lá e, concomitantemente, obriga-me a pôr a cabeça de fora, porque a curiosidade há-de matar-me.
Deixar que alguém que não fazia parte de nós nos entre pela vida, pela casa, pelo modo de estar adentro é algo que me atemoriza. E, no entanto, as borboletas no estômago dizem-me que não me fará mal de maior.
Contar estórias e desfiar factos por vezes demais repetidos como se fossem novidade é estranho, é violento, é algo que dispensaríamos.
Permitir que nos desvendem, que nos leiam, que saibam de nós mais do que queremos dar a conhecer (a bicharada, o método de alinhar livros nas estantes, a decoração da faiança, as Ugg Boots) é aterrorizador.
Verificar que alguém que não conhecíamos bem constitui todo um mundo de coisas novas a descobrir faz-me encolher no casulo, sem que me apeteça sair de lá e, concomitantemente, obriga-me a pôr a cabeça de fora, porque a curiosidade há-de matar-me.
Deixar que alguém que não fazia parte de nós nos entre pela vida, pela casa, pelo modo de estar adentro é algo que me atemoriza. E, no entanto, as borboletas no estômago dizem-me que não me fará mal de maior.
segurança no metro
dizia O’Neil «vá de metro»
para que o povo instruído
lá fosse sem mais tardança
na verdade o «vade retro»
também faria sentido
e dá outra segurança…
A Nissan tem um Pixo pequenino
Devaneios ao sol
[blog Libélula Purpurina]
_________________________________Legenda do Bartolomeu:
Os joelhos na terra seca
Gritaste: - Oh, Deus me valha!
Encava-me na «perereca»!
De lado, depois por trás
De frente, à missionário
Ofereceste-me o cabaz
E eu... ofereci-te o paio
Queimava-nos a soalheira
Escorria-nos o suor
Lambia-te a pintelheira
E tu, chamavas-me amor.
E felizes e contentes
Demos duas, sem parar
Quando te doeram os dentes
Pediste-me para t'enrabar
Depois, chegou a noitinha
E com ela o luar
Demos mais uma fodinha
Antes de irmos deitar
Fomos p'ró quarto a correr
Tropeçámos no tapete
- Anda cá... vou-te foder
Ou vou fazer-te um minete
Louca, louca de paixão
De joelhos, bem aberta
Pediste-me o tesão
Do meu caralho, alerta
E já nascera o sol
E nós ainda a foder
Quando afastaste o lençol
E sorrindo me disseste:
- Agora vou-te comer.
E sete fodas me deste!
(1,2,3,4,5,6,7)"
23 setembro 2010
Estou zangada. Contigo. Porque sim. Porque agora que me traíste tudo em mim é mais difícil. Sorrir-te com olhos e corpo e boca como eu fazia. Beijar-te como se a minha língua tivesse nascido para a tua boca. Falar-te baixinho no suor da cama. Vir-me contigo, de olhos abertos. Deixar as palavras escorrerem como escorre em nós a água, ainda juntos no banho. Olhar para dentro dos teus olhos e ver como escurecem com a paixão e a tesão. Pôr-me bonita para ti. Saltar para o teu abraço sem medo de cair. Dizer-te que te amo. Acreditar quando dizes que me amas. Serenar quando chegas. Fazer planos para o dia seguinte. Mostrar-me. Dar-me inteira quando a tua boca engole o meu corpo. Dar-me inteira quando a minha boca engole o teu corpo. Deixar de estar zangada.
Medeia - [Infidelidades]
No win situation
Se mentimos sentem-se defraudadas, se dizemos a verdade ficam desencantadas.
Shark
_______________________
A malta palpita (ou seja, dá palpites... ou serão palpitos?!):
Medeia: "Também devia ser um exercício giro, para quem tivesse tempo, enumerar as «no win situations» em que eles nos colocam..."
muse: "Assim são as gajas... mas os gajos também têm as suas:
Se dizemos não sentem-se atraídos, se dizemos sim perde a piada."
joao: "Quantas vezes um gajo tem de mostrar desinteressse para ter algo? Se for directo ao assunto terá poucas chances."
kikas: "Tudo isso seria irrelevante se os homens dissessem o que sentem e não o que as mulheres gostam de ouvir. E como se caça mais depressa um mentiroso que um coxo... as gajas inteligentes optam por se fazerem passar por idiotas perante os idiotas que pensam ser inteligentes."
Pandora: "É isso mesmo!"
Bartolomeu: "Não se preocupem... com mentiras e com verdades, o mundo vai continuar a girar e, por conseguinte, gajos e gajas vão continuar a sentir-se atraídos. A merda toda vai ser quando a inclinação do eixo da terra se alterar e a eclíptica deixar de ser tangente à linha dos trópicos, originando uma alteração climatérica que irá provocar fenómenos meteorológicos impensáveis e imprevisíveis, ocasionando a ocorrência de inundações súbitas, sem dar tempo a que um gajo e a sua gaja acabem a queca monumental que lhes estava a saber pela vida. O almanaque borda d'água, na sua próxima edição, vai alterar o dito popular «quero morrer com ele todo entalado!» para «quero morrer com ele todo encharcado!» E tenham todos um resto de dia muita feliz!"
Shark
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A malta palpita (ou seja, dá palpites... ou serão palpitos?!):
Medeia: "Também devia ser um exercício giro, para quem tivesse tempo, enumerar as «no win situations» em que eles nos colocam..."
muse: "Assim são as gajas... mas os gajos também têm as suas:
Se dizemos não sentem-se atraídos, se dizemos sim perde a piada."
joao: "Quantas vezes um gajo tem de mostrar desinteressse para ter algo? Se for directo ao assunto terá poucas chances."
kikas: "Tudo isso seria irrelevante se os homens dissessem o que sentem e não o que as mulheres gostam de ouvir. E como se caça mais depressa um mentiroso que um coxo... as gajas inteligentes optam por se fazerem passar por idiotas perante os idiotas que pensam ser inteligentes."
Pandora: "É isso mesmo!"
Bartolomeu: "Não se preocupem... com mentiras e com verdades, o mundo vai continuar a girar e, por conseguinte, gajos e gajas vão continuar a sentir-se atraídos. A merda toda vai ser quando a inclinação do eixo da terra se alterar e a eclíptica deixar de ser tangente à linha dos trópicos, originando uma alteração climatérica que irá provocar fenómenos meteorológicos impensáveis e imprevisíveis, ocasionando a ocorrência de inundações súbitas, sem dar tempo a que um gajo e a sua gaja acabem a queca monumental que lhes estava a saber pela vida. O almanaque borda d'água, na sua próxima edição, vai alterar o dito popular «quero morrer com ele todo entalado!» para «quero morrer com ele todo encharcado!» E tenham todos um resto de dia muita feliz!"
Fantoche: cordão umbilical
Eu tentei esconder um poema e as palavras abandonaram-me. As palavras fugiram de mim; castigaram-me pela ousadia de tomar decisões onde elas são soberanas, pela monstruosidade de rejeitar o que me ofereceram, por não ver que sou tão pequena, vazia, encolhida, fraca, perante elas e que sem elas, irremediavelmente, nada sou. Desobedeci a quem me faz, escondi o poema como se a escolha fosse minha, como se eu fosse senhora de escolher, como se elas não tivessem já determinado o que deveria ou não ser dito. Arrancaram-se de mim, deixaram-me num vazio cheio de segredos que ainda me vão fazer rebentar porque eu não quis contar que os tinha. Deixaram-me assim, uma semi-desalmada muda. Isto é o que me aconteceu por me julgar mais forte que as palavras. Isto é o que acontece a quem não sabe perceber que nunca será mais forte do que algo que tudo inclui. Coisas estranhas acontecem a quem não sabe o seu tamanho. Eu vim aqui dizer-vos que escondi um poema. Eu vim aqui confessar que guardo segredos que sempre guardarei mas que confio nas palavras, não preciso de guardar delas os segredos. Eu vim aqui falar para que as palavras voltem, para que me perdoem a ignorância. Eu vim aqui e hoje sou nada sem as donas de mim; eu vim aqui porque sou um fantoche das palavras e todos os meus cordões são umbilicais.
Spam!
Quem nunca recebeu um spam? Seja você homem, mulher, hermafrodita, e até mesmo eunuco, várias pessoas querem que você faça seu pênis ficar maior. Acho que até Kid Bengala já recebeu um email desses…
Mas antes da invenção do computador, e da internet, como eram enviados esses malditos spam’s?
Acredito que Robinson Crusoé ficaria muito feliz em receber uma dessas.
Capinaremos.com
Mas antes da invenção do computador, e da internet, como eram enviados esses malditos spam’s?
Acredito que Robinson Crusoé ficaria muito feliz em receber uma dessas.
Capinaremos.com
22 setembro 2010
Cansaços (II)
Já me abandona o cansaço, começa a retirar-se de mim, devagar, assim, como só tu e ele sabem fazer: a lentidão dos perdidos quando se afastam, o descolar lento e sentido de peles que quase se arrancam e vão atrás de algo que é tão meu como tu.
O cansaço deixa um homem nu; ele só conhece a palavra "não" e é contigo tão, tão parecido - um diabo triste e semi-abandonado pelas pessoas que nunca o pedem - que ao querer, confusa, abraçar-te me vi abraçada e rendida ao cansaço.
O cansaço deixa um homem nu; ele só conhece a palavra "não" e é contigo tão, tão parecido - um diabo triste e semi-abandonado pelas pessoas que nunca o pedem - que ao querer, confusa, abraçar-te me vi abraçada e rendida ao cansaço.
«Solidão» - por Rui Felício
Para uma bela mulher trintona, extrovertida, elegante, bonita e cheia de vida, como é a Deolinda, a solidão em que vive é incompreensível e começa a tornar-se-lhe insuportável.
Algo deprimida, resolveu ir ao médico, o Dr. Viriato, pedir ajuda para descobrir as razões do afastamento de todos quantos já viveram em sua casa consigo. E não foram poucos!
O médico, atento, foi ouvindo a descrição da vida de mulher adulta que ela, embora constrangida, lhe foi relatando.
Tem um bom emprego, ganha bem, vive numa bela casa com todo o conforto, mas, uma vez mais, completamente só.
Reconhece ter um temperamento talvez demasiadamente possessivo, um tanto autoritário, mas sempre tem procurado compensar esses defeitos com elevadas doses de carinho que deu àqueles que já viveram consigo e depois fugiram de casa e a abandonaram.
Sempre procurou satisfazer-lhes os mais pequenos caprichos, os mais insignificantes desejos. Enchia-os de meiguices, de beijos. Apertava-os contra o peito, sussurrava-lhes doces palavras de amor.
Qualquer deles escolhia o lado da cama que preferia, o lugar no sofá da sala onde queria ficar a descansar, o sitio da sala de jantar, da sala de estar ou da cozinha onde gostava mais de tomar as refeições.
Preparava-lhes as melhores iguarias, tentando ir de encontro aos seus gostos culinários.
Mas a verdade é que, quando tudo parecia estar a correr bem, eles saiam de casa para nunca mais voltar.
Aconteceu com o Fonseca há 10 anos, com o Mário há 7, com o Filipe há 4 e, mais recentemente com o Paulo.
Todos eles eram bonitos, bem constituídos, mas isso não era o mais importante para ela. Nunca se importou que fossem louros, morenos, peludos ou não. O que procurava era o carinho e a partilha de afectos que, na verdade, nunca teve de nenhum deles.
O médico interrompeu-a e perguntou-lhe se ela não seria excessivamente obsessiva com o bem-estar deles, cortando-lhes o mínimo de liberdade de que precisavam.
Ela, de olhos baixos, acenou afirmativamente com a cabeça. Confessou que, se calhar, com tanta vontade de os satisfazer, nem lhes deixava espaço para eles usufruírem a sua própria liberdade.
O Dr. Viriato aconselhou-a a encontrar outro companheiro e a ser menos possessiva, a dar-lhe o espaço de que qualquer um precisa para manter o seu carácter, a sua personalidade.
Passados meses a Deolinda voltou ao médico para lhe agradecer. Agora sim, tinha seguido o seu conselho e vivia feliz.
Rematou, antes de se despedir:
- O Sr. Doutor é um grande veterinário! O meu Jorge, o meigo Fox Terrier que agora vive comigo, é de todos o melhor e mais fiel companheiro que já tive!
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações do Bairro Norton de Matos»
Algo deprimida, resolveu ir ao médico, o Dr. Viriato, pedir ajuda para descobrir as razões do afastamento de todos quantos já viveram em sua casa consigo. E não foram poucos!
O médico, atento, foi ouvindo a descrição da vida de mulher adulta que ela, embora constrangida, lhe foi relatando.
Tem um bom emprego, ganha bem, vive numa bela casa com todo o conforto, mas, uma vez mais, completamente só.
Reconhece ter um temperamento talvez demasiadamente possessivo, um tanto autoritário, mas sempre tem procurado compensar esses defeitos com elevadas doses de carinho que deu àqueles que já viveram consigo e depois fugiram de casa e a abandonaram.
Sempre procurou satisfazer-lhes os mais pequenos caprichos, os mais insignificantes desejos. Enchia-os de meiguices, de beijos. Apertava-os contra o peito, sussurrava-lhes doces palavras de amor.
Qualquer deles escolhia o lado da cama que preferia, o lugar no sofá da sala onde queria ficar a descansar, o sitio da sala de jantar, da sala de estar ou da cozinha onde gostava mais de tomar as refeições.
Preparava-lhes as melhores iguarias, tentando ir de encontro aos seus gostos culinários.
Mas a verdade é que, quando tudo parecia estar a correr bem, eles saiam de casa para nunca mais voltar.
Aconteceu com o Fonseca há 10 anos, com o Mário há 7, com o Filipe há 4 e, mais recentemente com o Paulo.
Todos eles eram bonitos, bem constituídos, mas isso não era o mais importante para ela. Nunca se importou que fossem louros, morenos, peludos ou não. O que procurava era o carinho e a partilha de afectos que, na verdade, nunca teve de nenhum deles.
O médico interrompeu-a e perguntou-lhe se ela não seria excessivamente obsessiva com o bem-estar deles, cortando-lhes o mínimo de liberdade de que precisavam.
Ela, de olhos baixos, acenou afirmativamente com a cabeça. Confessou que, se calhar, com tanta vontade de os satisfazer, nem lhes deixava espaço para eles usufruírem a sua própria liberdade.
O Dr. Viriato aconselhou-a a encontrar outro companheiro e a ser menos possessiva, a dar-lhe o espaço de que qualquer um precisa para manter o seu carácter, a sua personalidade.
Passados meses a Deolinda voltou ao médico para lhe agradecer. Agora sim, tinha seguido o seu conselho e vivia feliz.
Rematou, antes de se despedir:
- O Sr. Doutor é um grande veterinário! O meu Jorge, o meigo Fox Terrier que agora vive comigo, é de todos o melhor e mais fiel companheiro que já tive!
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações do Bairro Norton de Matos»
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