Por vezes procuro no interior de um sorriso a real forma do estar e do sentir.
Olho e contemplo aquilo que o provoca, miragem de felicidade longa, oásis num deserto.
Os momentos jubilados pela carne que toca, soltam suspiros de saudade nas horas de ausência física.
É como olhar a chuva a cair lá fora, protegido pelo tecto da varanda enquanto o fumo do cigarro se mistura com o condensar do calor interior.
O calor sai do corpo e anseio novamente aquecê-lo.
Guardo-o.
Volto a repetir na esperança de nunca sair desta espiral.
08 dezembro 2010
É preciso ler bem os perfis no Facebook
A propósito, já fazes parte do Clube de Membros e Membranas deste blog no Facebook?
De vez em quando aparecem lá coisas conão são publicadas aqui.
E já somos quase 900.
07 dezembro 2010
O João aprova #1
Começo hoje uma série (porque serão vários, mas se será longa como um falo africano, ou curta, como um falo asiático, é algo que desconheço, ainda) de pequenos posts onde aqui apresento coisas de que gosto. Coisas que me dão, digamos, um certo prazer. Possivelmente nem sempre pelas razões mais óbvias, e garanto-vos que não necessariamente de coisas que eu tenha vivido pessoalmente, ou sequer visto em primeira mão. Como, aliás, ficará patente já a seguir. Aviso, ainda, que não serei nesta série tão literário quanto noutras ocasiões. Poderá acontecer, mas quando acontecer será a excepção, não a regra.
Comecemos.
Aprovo isto!
Não se trata de uma apologia ao sexo anal, prática que - oh clamor! - nunca experimentei. Fruto da combinação entre a ideia nunca me ter seduzido, e nunca ter seduzido as mulheres que comigo se cruzaram. Chego a pensar, até, que não preciso nada da Sodomia para juntar aos meus já suficientes pecados e pecadilhos. :)Aprovo esta imagem porque me parece absolutamente deliciosa. A sério. Notem. Está um vergalho enfiado naquele rabo e no entanto a menina tem um arzinho que intersecta suavemente a junção do inocente com o maroto. Como se não se passasse nada. Há toda uma aura de extrema compostura nesta imagem que contrasta fortemente com a penetração anal. A roupa não é alheia ao efeito. Goste-se ou não se goste, aquela blusa compostinha e aqueles sapatos que denotam algum cuidado, adicionam a tudo quanto escrevi antes. Oh sim, eu aprovo esta imagem.
Sinto-te
Sinto-te.
Deixo que nasça mais uma flor
uma pétala
uma fugaz ilusão de ti.
Sinto-te - dizes-me.
Acaricio-te a ternura da tua voz
estamos tão longe
às vezes quase perto:
sinto-te.
Digo-te.
Poesia de Paula Raposo
Optimista.
Ameixa ? Ameixa? Só pode ter sido feito por uma mulher demasiado optimista.
Fosse por um homem e seria "bacalhau na brasa" o aroma.
Fosse por um homem e seria "bacalhau na brasa" o aroma.
Empresa alemã cria chupa-chupa em forma de vagina
Farta dos comuns chupa-chupas existentes no mercado, uma empresa alemã decidiu inovar atribuindo ao doce um formato, no mínimo, bizarro: em forma de vagina.06 dezembro 2010
Edito estrelas
Se porventura calhar ler num livro a seguinte frase atribuída a uma personagem do sexo feminino: estás a foder-me imenso o juízo, dás-me cabo da mona - não parta imediatamente do princípio de que o éme de mona é um erro tipográfico.
Asas Negras - A Filha do Rei
Agora que o ser de asas negras surgiu, e a invocação de almas tornou-se possível na Janela e fora dela, começa a desenhar-se a vontade de relembrar, renascer e recuperar a espada de Teseu e com ela cumprir o que está por cumprir.
Um dia, quando içar as velas brancas a meu Pai, com a filha do Rei pela mão, a espada terá o seu derradeiro significado.
E na união do ternário com o quaternário, a espada desembainhará descartando a prudência e assumindo o que dela há muito se aguarda. Jamais esquecerei a troca das velas. O ser de asas negras nunca o permitirá.
Um dia, quando içar as velas brancas a meu Pai, com a filha do Rei pela mão, a espada terá o seu derradeiro significado.
E na união do ternário com o quaternário, a espada desembainhará descartando a prudência e assumindo o que dela há muito se aguarda. Jamais esquecerei a troca das velas. O ser de asas negras nunca o permitirá.
05 dezembro 2010
«Obsessão» - por Rui Felício
Rodrigo era um homem educado, bem vestido, simpático.
Tinha a obsessão da leitura. Fossem jornais, revistas, livros, ou até um simples folheto publicitário. Não desperdiçava nenhum momento disponível para ler o que tivesse à mão, estivesse a andar de metro, a caminhar na avenida, a almoçar, a jantar, a tomar a bica, sentado no sofá, na sanita, deitado na cama, em qualquer lugar.
Na hora do almoço, comia rapidamente uma sandes e enfiava-se na Biblioteca do Campo Grande para devorar mais umas páginas de algum livro que andasse ali a ler.
Foi justamente nessa biblioteca que começou a ler as “ Mil Posições do Kamasutra “, um livro grosso que lhe daria para muito tempo de leitura. A Luisa, empregada da biblioteca, começou a simpatizar com ele e a habituar-se à sua presença diária. Reparou que o Rodrigo, depois de ler e reler aquele livro por duas vezes ao longo dos últimos dias, estava de novo a reiniciar a sua leitura, demorando-se mais tempo nesta ou naquela página que lhe suscitaria, por certo, algum especial interesse.
A Luisa já não disfarçava o fascínio que o Rodrigo exercia sobre ela e começou a imaginar-se sozinha com ele a experimentarem juntos, as posições que o livro ensinava. O desejo dela crescia de dia para dia até que, incapaz de o esconder por mais tempo, encheu-se de coragem, dirigiu-se ao Rodrigo e convidou-o para jantar em sua casa.
Prometeu-lhe que levaria o livro que ele andava a ler.
Combinaram encontrar-se em casa da Luisa, ali para os lados de Benfica, na noite do dia seguinte.
À hora combinada o Rodrigo bateu à porta, a Luisa mandou-o entrar para a sala onde já estava a mesa posta com duas velas e uma garrafa de espumante envolta em gelo.
Com um sorriso educado, o Rodrigo perguntou-lhe se tinha trazido o livro e ela entregou-lho, dirigindo-se depois à cozinha para ir buscar o jantar esmeradamente já preparado.
Durante o jantar, o Rodrigo passou o tempo a ler. Por uma questão de educação, ia respondendo laconicamente, à Luisa, com monossílabos e meios sorrisos.
No fim, ela pegou-lhe na mão e arrastou-o docemente para a cama, ajudando-o a despir-se enquanto ele continuava com a leitura.
Deitaram-se, abraçou-o por trás, beijou-o de leve no pescoço e nas costas, insinuando o seu corpo contra o dele.
Louca de desejo, sussurrou-lhe ao ouvido que já estava toda molhada.
O Rodrigo, com o livro numa das mãos, estendeu o braço, afastou-lhe suavemente as cuecas e passou os dedos no sexo molhado da Luisa.
Voltou à leitura e, pouco depois, estendeu de novo o braço para trás repetindo o toque dos dedos na rachinha inchada da Luisa, fazendo-a estremecer, aumentando-lhe o desejo intenso que a consumia. A seguir, regressava à leitura...
A Luisa disse-lhe, com a voz rouca e a respiração ofegante:
- Meu amor, não pares! Porque paraste?
O Rodrigo virou a cara, olhou-a intrigado e articulou:
- Parei? Parei o quê? Não te entendo!
E a Luisa:
- Paraste de me acariciar, querido! Continua!
- Eu?! Não te estava acariciar! Estava apenas a molhar os dedos para virar as páginas do livro...
Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»
Dos segredos
São mãos quebradas
e unidas sem dedos
meus receios teus medos
mas caem separadas
agora veste-me de cortinas
tecidas de enredos
nas janelas são páginas
de medos teus nossos segredos
aqui as escondo rimadas
em sonhos meus teus anseios
eu chamei-lhes devaneios
tu chamaste-lhes madrugadas.
e unidas sem dedos
meus receios teus medos
mas caem separadas
agora veste-me de cortinas
tecidas de enredos
nas janelas são páginas
de medos teus nossos segredos
aqui as escondo rimadas
em sonhos meus teus anseios
eu chamei-lhes devaneios
tu chamaste-lhes madrugadas.
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