3 de Novembro de 2010 - "Imágenes de una mujer que se paseó esta tarde por el centro de la capital catalana, desnuda y con la cara tapada por un burka, para mostrar su repulsa por la posible ejecución de la mujer iraní acusada de la muerte de su esposo."
23 dezembro 2010
Casalinho entretido
Estes malandrecos vieram nestes preparos do Bali até Portugal.
Agora estão na minha colecção... e não "deslargam".
Estatueta em madeira Kayu Suar (sim, sim, tive que ir ver o que era) com 30 X 10 X 19cm
Agora estão na minha colecção... e não "deslargam".
Estatueta em madeira Kayu Suar (sim, sim, tive que ir ver o que era) com 30 X 10 X 19cm
22 dezembro 2010
A caminho do nu artístico?
Eu gosto muito de fotografia, e talvez nunca tenha feito disso mais do que apenas um hobby porque não seguimos na vida todos os caminhos dos quais gostamos. Fazemos opções, por um lado, e somos conduzidos, por outro. As coisas de que eu gosto são muito vastas e não creio que fosse inteiramente feliz a fazer da fotografia a minha vida, em exclusivo. Mas, entre o resto que já faço, a fotografia é algo que precisa existir.
De entre as muitas coisas que se podem fotografar, o corpo feminino é uma das que mais me cativa. Isso não deve constituir grande surpresa, mas as razões para o dizer não se relacionam com o simples facto de ser homem e gostar de mulheres. O corpo feminino é uma das mais belas criações de Deus, e o que de fantástico com isso se pode fazer em fotografia tem pouca coisa equiparável. De fotografar paisagens e arquitectura, estou eu vagamente cansado. Mas, no meu entender, para se avançar para o nu artístico, há que ter algum material. Não basta querer e ter uma ideia do que se pretende. É certo que até com câmaras fotográficas em telefones móveis se conseguem fazer fotografias decentes. Mas, decentes para quem? E decentes para quê? Eu só sinto que estou a fazer fotografia quando tenho nas mãos uma reflex onde posso regular tudo em manual se quiser, onde sinto o controlo da focagem, da exposição, da sensibilidade, de tudo. Mesmo que decida fotografar em automático, a possibilidade de escolher o que quero, é o que me faz sentir que estou a fazer fotografia. Sem isso, com máquinas compactas pequenas, não me sinto mais do que simples turista a fazer umas imagens para mostrar em casa e dizer, pomposamente, “eu estive lá”. A fotografia tem de passar qualquer coisa a alguém. Tem de transmitir algum tipo de emoção. E o que nunca pára de me surpreender é como a fotografia (muito mais do que, por exemplo, o vídeo) tem o dom de transformar coisas totalmente banais em objectos de admiração pela simples forma como se decidiu focar ou enquadrar a imagem. A fotografia é uma arte. E eu gosto.
Comprei recentemente uma Canon 550D. Claro, não é uma 1D, não é uma 5D, é uma máquina que os verdadeiros profissionais poderão dizer que é mediana, mas para mim é um investimento sensato. Não podendo dar 5000 euros por uma máquina, uma fracção disso pela 550D pareceu-me uma boa opção, considerando que o verdadeiro investimento vem depois, em acessórios e, fundamentalmente, em vidro. O meu objectivo é muito claro: quero recuperar alguma da forma perdida para um dia fazer nu artístico. Isso, em si mesmo, é um desafio grande. Não estou confiante para pagar serviços profissionais, e por outro lado não conheço ninguém que aceite despir-se para a minha lente. É uma espécie de nó cego, este, que só se ultrapassa se eu ganhar confiança técnica para efectivamente pagar uma modelo, ou se vier a conhecer quem queira experimentar isto de borla. Enquanto isso não acontece, vou-me apetrechando. Ainda existem alguns acessórios que preciso comprar. Um flash externo e uma lente melhor que a que tenho. A lente que veio com a máquina, apesar de vilipendiada por muitos por ser uma lente banal de kit, acabou por me surpreender pela positiva na medida em que para lente de kit é, até, uma lente muito interessante. Mas não me chega. Nos meus planos está uma 18-200, para poder cobrir um maior número de situações, e uma lente fixa de 35 ou de 50mm que permita aberturas f/2.8 ou superiores (i.e., f/1.8 ou 1.4).
Quando observo o trabalho de fotógrafos que, com máquinas iguais à minha, fazem nus artísticos espectaculares, sinto que é possível, sinto que também consigo lá chegar. Não tenho um estúdio (mas isso não é essencial), não tenho toda a parafernália de reflectores, de luzes, de medidores, de gente para maquilhagem e penteados, mas tenho a minha noção de estética, o meu gosto, e, finalmente, uma máquina com a qual creio que vou conseguir fazer qualquer coisa, assim que à frente dela surja uma modelo. Com pouco para vestir ou mesmo nada.
Marcha de avançar
O soldadinho de chumbo vai perder
a perna, ele sabe. Quebra. Triste.
Ele ainda eu sou, meu amor, e nunca viste
sequer uma Lua, um Sol aqui, o erguer
do impossível, o desesperado combate
que ganhei para ti e perdi por defender
o reino quando o reino, afinal, nem existe.
Nunca estranhes se eu não escrever
sequer mais uma palavra. Porque desiste
de mim cada sonho que não pode aprender
e na escola deste soldadinho triste só insiste
o toque dobrado, partido, do recolher.
A boneca de trapos em farrapos vai perder
a pena, ela sabe. E rasga. Triste.
_____________________________
O OrCa não pode ouvir falar de boneca de trapos que ode logo:
"quebra e rasga
e brando engasga
um amor de chumbo feito
embrulhado no papel
sentinela do teu peito
e bate como corcel
que o lume funde e ajeita
num brilho de vagalume
papel ao chumbo se deita
enfeita coração e assume
ser de chumbo e de papel
sua história de cordel
de vida mais que imperfeita"
a perna, ele sabe. Quebra. Triste.
Ele ainda eu sou, meu amor, e nunca viste
sequer uma Lua, um Sol aqui, o erguer
do impossível, o desesperado combate
que ganhei para ti e perdi por defender
o reino quando o reino, afinal, nem existe.
Nunca estranhes se eu não escrever
sequer mais uma palavra. Porque desiste
de mim cada sonho que não pode aprender
e na escola deste soldadinho triste só insiste
o toque dobrado, partido, do recolher.
A boneca de trapos em farrapos vai perder
a pena, ela sabe. E rasga. Triste.
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O OrCa não pode ouvir falar de boneca de trapos que ode logo:
"quebra e rasga
e brando engasga
um amor de chumbo feito
embrulhado no papel
sentinela do teu peito
e bate como corcel
que o lume funde e ajeita
num brilho de vagalume
papel ao chumbo se deita
enfeita coração e assume
ser de chumbo e de papel
sua história de cordel
de vida mais que imperfeita"
Sonho
No momento em que sonhas, vives; mais que numa vida de sonho.
A profunda tarefa do ecletismo é passares a sonhar sem dormir, tocares os mais próximos objectivos da grandeza das imagens que produzes em corpo repousado.
Contudo, sem saíres do equilíbrio, não perdendo o ímpeto da concretização originada pelo planeamento, premonição ou clareza que te é transmitida hiperbolizada pelo sonho;
Sonha; Sonha em sono e acordada; Aproveita as mensagens como catalisadores de acção equânime na tua vida.
A profunda tarefa do ecletismo é passares a sonhar sem dormir, tocares os mais próximos objectivos da grandeza das imagens que produzes em corpo repousado.
Contudo, sem saíres do equilíbrio, não perdendo o ímpeto da concretização originada pelo planeamento, premonição ou clareza que te é transmitida hiperbolizada pelo sonho;
Sonha; Sonha em sono e acordada; Aproveita as mensagens como catalisadores de acção equânime na tua vida.
21 dezembro 2010
Oh Anna
Não faço ideia do que queres.
Se queres que te diga, não posso fazer.
Ou (já) não quero, vai dar no mesmo.
Insistes nem sabes bem em quê.
Muito de vez em quando, como quem pretende matar uma pulga que lhe reside por detrás da orelha.
E não me chegas a maçar, ainda que também não me massages o ego.
Vivo à margem de ti, entendes?
Não fazes parte de coisa alguma que me diga respeito.
E é isso, deixa-me adivinhar(-te), que te move, não é?
Desisti antes de me dares licença.
Disse "não" antes de ti.
E agora, em jeito de vingança sem plano, queres manter-me até que sejas tu a poder pontuar algo que me atrevi a decidir sem o teu aval. Mea culpa.
Não há nada a fazer, darling.
Mas uma coisa admito: sempre tiveste excelente gosto musical.
O que não é nada mau.
Se queres que te diga, não posso fazer.
Ou (já) não quero, vai dar no mesmo.
Insistes nem sabes bem em quê.
Muito de vez em quando, como quem pretende matar uma pulga que lhe reside por detrás da orelha.
E não me chegas a maçar, ainda que também não me massages o ego.
Vivo à margem de ti, entendes?
Não fazes parte de coisa alguma que me diga respeito.
E é isso, deixa-me adivinhar(-te), que te move, não é?
Desisti antes de me dares licença.
Disse "não" antes de ti.
E agora, em jeito de vingança sem plano, queres manter-me até que sejas tu a poder pontuar algo que me atrevi a decidir sem o teu aval. Mea culpa.
Não há nada a fazer, darling.
Mas uma coisa admito: sempre tiveste excelente gosto musical.
O que não é nada mau.
Câmara
O quadro em tons vermelhos
na parede em frente.
Do outro lado um espelho enorme
que reflectia os movimentos
de quem os podia ver.
A câmara filmava
o nosso ritual.
Na invisibilidade anónima,
só actuámos mais uma vez:
o resto ficou por dizer.
Poesia de Paula Raposo
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