22 dezembro 2010

Marcha de avançar

O soldadinho de chumbo vai perder
a perna, ele sabe. Quebra. Triste.
Ele ainda eu sou, meu amor, e nunca viste
sequer uma Lua, um Sol aqui, o erguer
do impossível, o desesperado combate
que ganhei para ti e perdi por defender
o reino quando o reino, afinal, nem existe.
Nunca estranhes se eu não escrever
sequer mais uma palavra. Porque desiste
de mim cada sonho que não pode aprender
e na escola deste soldadinho triste só insiste
o toque dobrado, partido, do recolher.
A boneca de trapos em farrapos vai perder
a pena, ela sabe. E rasga. Triste.

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O OrCa não pode ouvir falar de boneca de trapos que ode logo:


"quebra e rasga
e brando engasga
um amor de chumbo feito
embrulhado no papel
sentinela do teu peito
e bate como corcel
que o lume funde e ajeita
num brilho de vagalume
papel ao chumbo se deita
enfeita coração e assume
ser de chumbo e de papel
sua história de cordel
de vida mais que imperfeita"

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Uma por dia tira a azia