Desta vez, é um galo. Que me parece ter um pescoço bem maior que qualquer encomenda, por mais que esteja a «cantar de galo».
Faz parte de um conjunto com mais duas variantes:
11 janeiro 2011
10 janeiro 2011
Das Utopias
O medo da vontade, da dor, baptizou as utopias.
Perder o "só" não significa perdê-las, mas transformá-las.
As utopias existem, sim, mas apenas quando fechamos os olhos e as vemos, e aí passam a chamar-se de forma diferente. Passam a ser um manancial de sujeitos e predicados que apenas podem ser sentidos. Através dos sentidos. Dos outros sentidos e dos sentidos dos outros.
Poucos conhecerão o que deixou para esses de ser uma utopia, e apenas a esses está reservado o privilégio do uso de uma pedra angular que as decifre e sustente.
Perder o "só" não significa perdê-las, mas transformá-las.
As utopias existem, sim, mas apenas quando fechamos os olhos e as vemos, e aí passam a chamar-se de forma diferente. Passam a ser um manancial de sujeitos e predicados que apenas podem ser sentidos. Através dos sentidos. Dos outros sentidos e dos sentidos dos outros.
Poucos conhecerão o que deixou para esses de ser uma utopia, e apenas a esses está reservado o privilégio do uso de uma pedra angular que as decifre e sustente.
As 10 melhores pilas do mundo
O tema é polémico. Logo à partida porque não há consenso possível pela divisão entre géneros e logo à chegada porque, lamentavelmente, não há maneira de toda a gente experimentar todas as pilas e por isso ficamos reféns das apreciações subjectivas.
Mas o que faz afinal uma boa pila?
Para a maioria salta à vista o tamanho, embora não falte (sobretudo quem a tem pequena) quem defenda a tese de que tamanho não é documento. Ainda assim, é mais ou menos consensual a ideia de que uma boa pila deve ser bem documentada e ter uma dimensão apreciável, capaz de preencher todas as lacunas do imaginário colectivo.
Contudo, há também quem advogue a prontidão como argumento. Ou seja, uma boa pila será a que reúne em simultâneo uma boa capacidade de resposta em termos de aceleração dos zero aos dezasseis centímetros(*) e uma durabilidade duracell, nomeadamente depois do prego a fundo.
Temos assim esboçado um perfil para a pila ideal? Talvez não.
Muitos pensadores deste tema fascinante e complexo tendem a associar a pila propriamente dita à destreza de quem a utiliza (o que interessa não é o que se faz com ela mas como), arrastando para a avaliação global do membro viril todo um conjunto de factores tão aleatórios como, por exemplo, a pontaria (não apenas relativamente à abertura de uma sanita) ou a sincronização no disparo (demasiado rápidas no gatilho não parecem ser do agrado geral).
No entanto, esta versão tem sido alvo de imenso cepticismo por parte de quem olha a coisa (o coiso?) sem uma perspectiva militar e tem em conta inclusivamente o comportamento de uma pila em modo stand by (murcha, sim, ou tenho que vos explicar tudo?), nomeadamente aquilo que permitem adivinhar da respectiva extensão depois de activadas. Por outro lado, o género masculino exibe a enorme incoerência de quem aparentemente faz o culto da pila quando afinal mal lhe ligam quando, por exemplo, a utilizam para a sua função secundária (a mijinha da ordem). Esta contradição acaba por constituir fundamento para que seja o género feminino (lésbicas como a São não contam para este item) o mais habilitado a fornecer a mais correcta aferição do instrumento, mesmo quando este não é apenas de sopro mas alarga o espectro musical a ritmos como o do batuque.
Muito haverá ainda para dizer acerca desta questão, mas isso dá imenso trabalho.
E eu, por inerência, até já preenchi sozinho dez por cento da tabela que dá título a este post...
(*) De acordo com rigorosos estudos científicos, o tamanho médio de uma pila portuga é de 16 centímetros, superior à média europeia e três centímetros acima das congéneres asiáticas.)
Com preservativo ou sem preservativo?
Videos em que tu é que decides a sequência a seguir. Este é o início:
09 janeiro 2011
Sobre_voar
Se eu não conseguir derrubar
todo este cansaço,
vou chamar-te
às raízes da árvore; sei que estou a voar,
de cada asa se desfaz cada laço
que me ate
ao céu, agora quero alcançar
a porta dos anjos, teu espaço;
vou contar-te
a história última de encantar,
aquela em que ando e cada passo
me promete
pernas novas feitas de penas, o breve pousar
no teu sono é regaço;
eu chamei-te,
doem-me as penas onde nasces, parto a sonhar.
todo este cansaço,
vou chamar-te
às raízes da árvore; sei que estou a voar,
de cada asa se desfaz cada laço
que me ate
ao céu, agora quero alcançar
a porta dos anjos, teu espaço;
vou contar-te
a história última de encantar,
aquela em que ando e cada passo
me promete
pernas novas feitas de penas, o breve pousar
no teu sono é regaço;
eu chamei-te,
doem-me as penas onde nasces, parto a sonhar.
«Timidez» por Rui Felício
Na Faculdade de Letras, o Chico era alcunhado pelos colegas de “bicho do mato”.
Educado, bem parecido, mas de uma atroz timidez, nas raras festas a que acedia comparecer, apenas por falta de pretexto para declinar o convite , refugiava-se num canto, de olhos baixos, pendurado num copo de whisky, tentando passar despercebido.
No meio da algaraviada dos dichotes e das estridentes gargalhadas dos colegas, das batidas rítmicas do “disco sound”, do tilintar dos copos, rezava intimamente para que não reparassem nele nem lhe dirigissem a palavra, contando os minutos para regressar a casa e encafuar-se na protectora solidão do seu quarto.
Andava loucamente apaixonado pela Carla, sua colega de turma, ao lado de quem se sentava durante as aulas, disfarçadamente, numa dissimulada casualidade. Inebriava-o a proximidade do seu corpo, do seu calor! Pelo canto do olho, admirava-lhe as curvas, a pele sedosa, os lábios carnudos, os longos cabelos negros. Um profundo arrepio percorria-lhe o corpo sempre que o braço roçava no dela. Mas era incapaz de lho confessar...
Aspirava, sôfrego, o cheiro perfumado que dela emanava, suspirava baixinho, mas desviava o olhar quando ela o fitava. Ciosamente, guardava o seu segredo, ocultava o intenso desejo de a abraçar, de a tocar. Fingia concentrar-se nos livros que tinha à frente, para esconder a sua perturbação. Chegava a ser carrancudo e ríspido com ela, para não denunciar o que sentia!
Por mero acaso, um dia descobriu na agenda que ela, casualmente, deixara aberta em cima da carteira, o endereço do “Messenger” da Carla.
Chegou a casa, ligou o computador, criou o seu próprio endereço, registou-se no “Messenger”, inventou um “nickname” e mandou-lhe uma mensagem pedindo-lhe que o aceitasse como amigo.
Desde então, todas as noites trocavam mensagens no “chat”, onde, sob o pseudónimo de “Solitário”, o tímido Chico se transformava num ser desinibido, viril, atiradiço até!
Falava-lhe nos íntimos desejos que ela lhe fazia experimentar e alvoroçava-se quando percebia que as palavras que digitava produziam na Carla, reciprocidade e igual reacção.
Numa dessas noites, descaiu-se e escreveu que as carícias e os beijos que ambos trocavam num descontrolado devaneio virtual, lhe faziam lembrar o aroma do perfume “Loewe” que ela usava, como se o estivesse a sentir no ambiente tépido do seu quarto, naquele mesmo momento.
No monitor do computador apareceu a inesperada e surpreendida pergunta da Carla:
- Como sabes? Que estranho! Não nos conhecemos pessoalmente e nem eu te disse nunca que uso “Loewe”!
O “Solitário” nunca mais a procurou no "Messenger"...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
08 janeiro 2011
Não saudade
Quando as palavras já não dizem nada
resta-te o nada das não palavras.
A partir daí
todos os sonhos são válidos
-sempre sendo-
e a voz da não saudade
traz-te as não palavras.
Nas não palavras, revês-te,
sonhas - ainda -
e eclipsas-te.
Não é um fim.
É só um sonho poético.
Poesia de Paula Raposo
Subscrever:
Mensagens (Atom)