Lembras-te
deste texto da Miss Joana Well sobre a prostituição?
"(...) De uma forma muito simples, esta é a correlação e a página onde se vão escrever os próximos meses: menos dinheiro nos bolsos diminui o número de clientes, menos dinheiro nos bolsos e há mais mulheres que decidem prostituir-se. (...) E isto não vai acontecer num qualquer mundo à parte, é cada vez mais o habitual a prostituta ser a vizinha do lado, a prima, a irmã, a namorada, a esposa."
Nos comentários gerou-se uma discussão muito interessante:
Laura: "(...) devo confessar-te que embora o facto de alguém poder e querer ter relações com diferentes companheiros sexuais não me choque já fazê-lo por dinheiro entristece-me!
Shark: "(A actividade dela não é redutora. A ideia até é precisamente a oposta...)"
Laura: "É sincero isso que diz?! Acha mesmo que a prostituição como actividade não é redutora?! Pois olhe, eu tenho 3 filhas e se uma delas me viesse um dia dizer «Mãe eu sou (ou quero ser) prostituta» eu não ia dar saltos de alegria nem ia incentivá-la de qualquer forma que fosse! Também não iria nunca virar-lhe as costas! NUNCA! Mas esse seria certamente um dos dias mais tristes de toda a minha vida, senão mesmo o mais triste! E olhe que já vivi alguns que não desejo a ninguém! E você, como reagiria?!
Shark: "Reagiria como me compete: sem julgar seja quem for, depois de me certificar tratar-se de uma opção consciente e não forçada. Há alternativas?"
Laura: "Alternativas a quê? À reacção ou à profissão? Na minha visão do mundo e do amor, filha minha sê-lo-á sempre, onde quer que esteja e o que quer que faça, por muito que isso me possa doer! Amar para mim é aceitar o outro como ele é! Por isso não teria outra alternativa senão a de respeitar a sua escolha! Aí estamos de acordo! Quanto à prostituição como profissão as alternativas existem, assim exista liberdade de escolha!
Concluí pois que é o facto de a considerar redutora enquanto actividade profissional que o leva a discordar (...) Mas o que eu quis dizer é que para mim uma mulher que olha para um homem qualquer (mesmo que até aí desconhecido) e se diz (dizendo-lhe depois) apeteces-me, quero-te e vai com ele para a cama. É uma mulher livre! Já uma mulher que olha para um homem (ou mulher, claro) que nada nela desperta (mesmo que não chegue a sentir repulsa) e se diz lá terá de ser (porque vai dar para a renda ou para aquele saco LV) dizendo-lhe depois, «vamos para a cama, é X e com devaneios Y», não é uma mulher livre! É uma mulher que não escuta o seu corpo, antes o amordaça, o ignora e o reduz a moeda de troca!"
shark: "(...) quando aqui reajo à expressão «redutora» falo no encolhimento das pilas. E por isso comentei em tom jocoso e pensei que alguém perceberia que se subentende que a actividade da Miss é mais «alargadora» nessa perspectiva."
Pois... mas a pergunta mantém-se: E se uma filha tua quiser ser prostituta?