23 fevereiro 2011

Entrevista da Antena 1 a Maria Teresa Horta

Maria Teresa Horta considera que ainda há estigma em relação à poesia erótica quando é escrita por mulheres. “Há um certo incómodo das pessoas que me rodeiam, porque é um tema que foi sempre proibido às mulheres dentro da literatura”, sublinha.

Recomendo que ouçam. É aqui.

"Infidelidade e traição" ou "Pau de três bicos"

Traição é uma faca nas costas.

Para “coisas” que não passam de um monte de pó temporariamente agregado, os humanos são um nadinha exigentes demais e um bocadinho megalómanos… é assim que às vezes lhes dá para terem ideias um tanto obtusas e de muito difícil concretização. Pedir, ou exigir a alguém que supostamente se ama que, para o resto da vida (ou seja, sempre, eternamente!), não foda com mais ninguém, é uma delas. Eu não tenho nada contra o amor, pelo contrário, tenho tudo a favor do amor e ainda mais a favor do verdadeiro amor. E também não tenho nada contra a monogamia e a fidelidade, mas parece-me que uma tal disposição, e a entrega exclusiva do corpo a alguém, só pode partir do exercício da livre escolha e da própria vontade, e nunca do rastreamento, invasão da privacidade, e vigilância abusiva e agressiva sobre a vida de outra pessoa, sendo ela, ainda por cima, a tal que supostamente se ama. Mas cada um lá faz e assina os contratos que entende por bem, e desde que tenha espinha dorsal para os honrar, por mais absurdos que sejam, nada há a apontar! Agora… que ande meio mundo a esconder-se atrás das moitas e a fugir da polícia e o outro meio com lanternas a espreitar para dentro dos armários e para debaixo dos tapetes de arma em punho à caça dos “traidores”, os tais ao lado de quem se deitam na cama e os mesmos a quem supostamente “amam”, é que não faz sentido nenhum. E depois lá vêm as tempestades em copos de água, com velas rasgadas, mastros partidos, incêndios, abordagens sanguinárias, criancinhas pelo ar, facadas, tiros de canhão, e sabe-se lá mais o quê! E ainda as grandes desilusões e os baldes de lágrimas, mais cedo ou mais tarde inevitáveis, quando a fasquia, logo à partida, é colocada bem acima da capacidade de salto… Mas voltando às tais “ideias obtusas” e aos “juízos obtusos”, para punir estes casos de “traição” parece que todas as penas infligidas são pequenas e nunca nenhum ressentimento é bastante. Vá lá, que por cá não se matam mulheres à pedrada! Mas a “brincadeira” também pode não sair barata… porque, ao contrário daquelas coisinhas que muita gente pode facilmente tolerar (maus tratos, desprezo, ausência, gestão ruinosa, abuso de confiança, imundície, ofensas extremas, discussões idiotas e péssimas quecas), para estes “crimes” não há atenuantes, nem importa que o outro seja ou não um companheiro/a exemplar, se mete a pata na argola e fode com outro/outra, forca com ele/ela!

Todos os gigantes que conheci tinham mais frio do que eu

Se me resumo, toda eu sobro em mim, como se ficasse a flutuar-me, demasiado espaço vazio à volta.; se me tento por extenso, aumento-me e já não consigo caber-me de volta, ainda me rebento de tanto tentar. Disto tudo me chega o medo, se não me ando a viver do meu próprio tamanho ainda me descubro a ilusão de mim. Mas, se me penso, os dedos tropeçam-me; se não me penso, os dedos deixam-me para trás, ignoram-me, escrevem-me sem mim; os dedos só se atrevem a voar no instante em que o pensamento se distrai, quando o sentem de olhos fixos ficam mais lentos, mais pesados, arrastam a razão. Queria ir directa a mim, sem resumos ou extensões, directa ao coração do acto. Mas, quando vou, sinto-me como se não me iniciasse, como se me tivesse saltado os preliminares, sinto-me como se não me terminasse, como se tivesse falhado a chave do meu ponto final, como se me faltasse dividir o cigarro pós-coital. Escolho escrever-me pequena, - não um resumo, apenas pequena - tão pequena que toda a roupa do Mundo sobra em mim e fico ali a flutuar; depois de vestir qualquer casaco, hei-de dar por mim nua, toda eu a conseguir morar apenas numa manga, encasacada, tapada, quente, despida, nua. Prefiro assim, uma casca de noz e estarei a salvo de todos os diluvios; qualquer criatura pequenina que encontre, qualquer estranha formiguinha, poderá comigo conversar. Todos os gigantes que conheci tinham mais frio do que eu.

O Navegante de Equinócios

Sim, quem é ele que navega por equinócios? E nas ondas geradas pelo mergulho no teu peito? Ondas que sobem a temperatura em contraste com o Outono amarelo das folhas caídas e brisas frescas.
Quem é ele?
É o mensageiro da vida que conta em fábula o passado que ainda não chegou. A vida que já viveu e ainda não mostrou.
Quem é ele que em sintonia com o universo, cerca o teu acontecer e expia o que dele é pérfido?
Ele é aquele que constrói nos solstícios e navega com os equinócios. Aquele que vive e acompanha os epílogos quando a própria essência deixou de ser manifestada.

Kiss




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Heranças do velho continente



HenriCartoon

22 fevereiro 2011

Sujidade sexual

Tive uma colega na faculdade que teve uma educação tão rígida que era incapaz de ver a realidade. Não era mau ser virgem depois dos vinte, o que estava errado era achar que o sexo era algo de sujo!
Um dia, disse-lhe que a maioria das pessoas se masturbava mas que não admitia. Ela disse que nem pensar! Disse-lhe ainda que o irmão de certeza se masturbava (também já tinha mais de vinte) e ela respondeu-me, escandalizada, que nem pensar o irmão nunca faria isso! Perguntei-lhe que mal é que tinha o irmão masturbar-se e ela ficou muito perturbada, inclusive zangou-se comigo e a partir desse dia manteve-me sempre à distância.
Nunca mais soube dela, mas sempre que se fala em sexualidade, lembro-me dela. Espero sinceramente que a sua primeira experiência tenha sido boa e que tenha ultrapassado essa «sujidade» sexual...

Tranças

Quero ter tranças
e laços de cor rosa;
usar saia
e meias pelo joelho;
rir-me e brincar
no recreio da minha escola.
Não quero crescer,
quero ser eu.

Poesia de Paula Raposo

Equilibristas

Dei a mão ao Menino-Homem e avancei. Lisboa deve ser a cidade de todos os equilibristas, um pé aqui e um pé ali e vamos apenas avançando um pouco, sem tentar caminhar, sem conseguir dançar; ninguém aprendeu. Dizem que as calçadas são assim, as nossas, de pedras que lá caem embriagadas e já não existem bailarinas que nos ensinem a constante graça e beleza de andar em pontas, desafiando qualquer chão. Gosto de agarrar bem a mão, apertar o calor entre elas ou então agarrar um só dedo com força, fica escondido, inteiro, dentro da minha mão pequena, por vezes é preciso agarrar menos para conseguir agarrar mais. Dei a mão e a rua estava escura, os candeeiros tinham silêncio em vez de luz, o vento soprou-me a ausência do mundo e desenhava um desamparo assustador nas folhas das árvores que fazia cair, o vento tem dedos e puxa coisas, muitas coisas. Dei a mão ao Menino-Homem e avancei; pode-se oferecer a pele, um mapa e o caminho; secretamente chamei ali a minha solidão, é assim que se oferece o que só a ausência de tudo nos vê, só ela, verdadeiramente, nos conhece; ser apenas é ser só.

Óculos com pernas de meias de rede e salto alto


21 fevereiro 2011

Imporrta-se de repetirre?

Sempre que lhe perguntavam se estava melhorzinho do seu problema com a ejaculação precoce o imigrante alemão tentava sempre minimizar a coisa alegando que o prroblema não erra constante mas apenas esporrádico...

Design


Daqui

Quando o olho de trás vê

Foi notícia ontem na televisão.
Jessie e Reanin, duas modelos neozelandesas, puseram câmaras de filmar escondidas nos rabiosques das suas calças.
Assim, conseguiram filmar os olhares de quem passava. E no YouTube já têm quase 5 milhões de visualizações.