09 maio 2011

Sexo imobiliário

Esborrachou o rosto contra as mamas generosas com o entusiasmo de um gaiato que se atira à última fatia de um bolo divinal. Durante uns segundos ficou ali, passeando a pele na fina seda que o acolheu, e depois a boca desceu até onde ela o conduzia com a leve pressão das mãos nos cabelos despenteados por dedos agitados num compreensível frenesim.

Guloso, não escondeu o apetite que trazia enquanto beijava e lambia, deliciado com o som do prazer que ela fazia ecoar pelas paredes que os ouviam em confissão. Ele confessava um tesão incontrolável e ela gemia satisfação pelo homem que a servia e ao mesmo tempo parecia sorver aquele corpo à sua disposição, rendido num orgasmo inaugural que ela gritou porque não conseguiu evitar, e ele não parava de estimular-lhe a vontade de ter mais.

Já o sentia, tão quente, a passear pelas redondezas do espaço que iria ocupar pouco depois com aquele bilhete de identidade da sua inequívoca masculinidade que exigia de uma boca que ela não lhe negou e foi por ali que ele entrou como em casa sua, proprietário no seu estatuto temporário de titular daquele espaço de arrumação que lhe aumentou ainda mais o tesão que ela queria sentir por toda a casa que se aceitou personificar, toda ela anfitriã para receber o visitante inesperado que sem se fazer anunciado a tomou por detrás depois de ele lhe fincar os dedos nas nádegas que roçou até ao ponto que escolheu e sabia pronto para o albergar a seguir.

O Meu Mundo

Passeio comigo, isolado da multidão que rodeia o meu corpo, trazendo comigo as memórias de ontem.
A certa altura segredo ao meu mundo as emoções que intensamente quero sentir enquanto na minha carne houver vida.
Rogo-lhe que me sinta em si.
Segredo-lhe das formas helénicas que espero ter aos seus olhos.
Pergunto-lhe se posso ser grande. Será que o meu mundo me vê grande e voluptuoso?
Quero explodir as suas entranhas com manifestações de felicidade. Empurrar as mágoas para fora dele e ser o Pai que o protege da Dor.
Afago o meu mundo com carícias serenas... mas afinal sempre de mim para comigo...

Segredo quase tudo ao meu mundo... esse a que chamas peito e onde vive o teu coração.

«Willy, the tourist» - a piroca viajante

Campanha contra a SIDA da blahblahblahblah.org (recomendo uma visita)

08 maio 2011

Somatotrofina

Os teus braços, eu acho, são gigantes,
enormes, como eu nunca vi antes;
eles parecem dar-me três voltas,
ao meu tronco parecem ramos de folhas soltas,
de linhas tortas que me enlaçam a direito
e quando me abraças: um quase Deus imperfeito!
Assim escreve Deus, mas tu não és Deus,
eu não sou Deus, talvez Deus
nos escreva, nas árvores, os nomes
e os teus braços cresçam, por mim, enormes.

«Desencontros» - por Rui Felício


Passaram-se mais de quarenta anos, desde que ela tinha saído de Coimbra para ir viver em New York...
Uma vida inteira!

Nos momentos de melancolia a Isabel abandonava-se aos seus pensamentos secretos, escondida dos olhares do marido e dos filhos, receosa que eles lhos adivinhassem. Perdia-se em recordações, deixava que a imagem do Luis, aquele que foi o amor da sua juventude, lhe aparecesse nítida, tão presente que quase sentia o seu contacto. Ondas de confidências, gritos de alma, desejos inconfessados abanavam-lhe o corpo, uma doce dor apertava-lhe o coração.
Tantas foram as vezes em que, abraçada ao seu marido, era ao Luis que realmente beijava, que acariciava, que sussurrava palavras de amor.
Nunca mais tinha tido notícias dele, mas jamais o esquecera.
Até que, há pouco tempo...
Viu o nome dele na internet. Ficara a saber que ainda vivia em Portugal, casado e com filhos, do outro lado do mar. Começaram a trocar mensagens, a princípio formais, depois mais íntimas.
Ela, uma mulher madura mas ainda fogosa e bonita, não se conformava por tamanha e tão longa separação.
Um dia, faço-te uma surpresa, apareço-te aí, nem que seja por uns dias, para desfrutarmos este amor que ainda nos une, escrevia-lhe ela nas mensagens que lhe mandava.
O Luis às vezes respondia-lhe que era ele quem lhe faria essa surpresa. Que também ansiava tê-la nos braços, mostrar-lhe todo o amor que também nunca deixou de lhe ter.

Certo dia, sem que o Luis tenha sido avisado, a Isabel, como lhe prometera, aterrava no aeroporto da Portela para estar com ele. Iria contactá-lo e indicar-lhe o hotel de Lisboa onde se iria hospedar por uma semana e pedir-lhe que fosse encontrar-se com ela.
Mal ela sabia que nesse mesmo momento, o Luis estava a desembarcar no aeroporto de Newark, para onde tinha ido à procura dela. Fazer-lhe a prometida surpresa...

Rui Felicio
Blog Encontro de Gerações

First things first

crica para visitares a página John & John de d!o

07 maio 2011

Adivinhem quem ganhou o prémio do melhor actor porno...

Mais um desenho original de humor (de Nicholas Del Principe) para a minha colecção.

A ti

Trago comigo a esperança
e uma luz diferente nas veias.
Vivo - cada vez mais - até ao limite,
sem receios ou arrependimento;
vivo - porque sim -
na onda que a maré renova.
Serei sempre eu
a cavalgar impossíveis.
maravilhando-me,
e desconhecendo o futuro
voltarei a ti:
- um recôndito espaço
que me espera sempre.

Poesia de Paula Raposo

Recolha de esperma na China

06 maio 2011

Mais fácil que isto...

A melhor maneira de perceber o amor como o sinto é saber sentir como o faço.

Erika Lust - pornografia para mulheres

Erika Lust, formada em ciências políticas e feminismo pela Universidade de Lund (Suécia), vive em Barcelona (cidade luxuriosa...) e é uma produtora de filmes pornográficos. Co-fundadora da Lust Films, os seus filmes são desenvolvidos segundo o que as mulheres querem ver, ou seja, são feitos especialmente para excitar as mulheres.
Na sua página pornoparamujeres.com/ a Erika Lust disponibiliza gratuitamente o seu livro «Porno para mujeres» em formato eBook (para quem quiser, também há à venda em formato impresso) num link para o Facebook. Recomendo. Deixo aqui alguns "recortes".





Se quiseres receber o eBook e não tiveres interesse em conhecer a Beatriz do Facebook, terei todo o gosto em enviar-to por e-mail. Basta que me escrevas um postalinho para funda@afundasao.com.

Pulsação (II)

As mãos dançam na gaveta já aberta e a gaveta é a dos sonhos e a gaveta é o teu peito, o teu peito nu, vestido de nu, e tu agora estás aqui. E agora eu sonho e agora eu acordo e tu és um homem e depois um menino e depois um passarinho, abro-te um olhar, tu abres as mãos, mostras as penas, o bico esticado para os beijos pequeninos, são migalhas de fatias, do miolo de ternura, eu acordo e tu agora estás aqui. Ainda é de madrugada, o Amor diz que não dorme, que não consegue dormir, que os adormecidos nunca conseguiram amar, que só consegue sonhar e sonhar e sonhar mais, encosta-se um bocadinho na nossa cama, chora, está feliz, os sonhos inundam-nos e levam tudo, tudo, já não temos lençóis, vem cá, tapo-te com luar, tu agora estás aqui. A Lua está em quarto, outra fatia, eu dou-te tudo, e roda e roda e roda, pendurada pelo fio e eu rodo nela, rodo sobre ti, afinal eu sou o fio e o eixo de rotação e rodo e rodo e abro os braços e posso abrir os olhos, só o Mundo tem vertigens, eu já não, tu agora estás aqui. E os pés estão pesados e doem e ainda me falta o i do doem e tu percebes que me falta tanto o i e sais a procurá-lo e voltas e contas-me que as estrelas guardam os meus is porque as estrelas não têm lábios e, assim, cada estrela nos sorri. E voltas e contas-me e os dedos bonitos, tão bonitos, descalçam-me todas as noites, é um ritual, oxigénio inventado por ti, respiro e tu aqueces os meus pés, ainda pequenos, sempre pequenos, todas as noites, tu agora estás aqui. Agradeço-te ao Amor e aos sonhos e às estrelas e à Lua e ao Deus e já nem sei a quem mais agradecer, tu agora estás aqui.

Grandes males...

Crica para veres toda a história
A Bela vai ser Adormecida


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