O meu desejo é imenso, é maior do que eu,
é a dança do meu sonho contra o corpo teu,
e o meu sonho está muito além de mim,
e o meu sonho está muito além do corpo meu,
é um corpo sem pele, é um corpo sem fim,
é um corpo sem corpo onde o meu corpo morreu
ao bater contra o teu e contra o teu, assim,
o meu sonho, imenso, contra o teu sonho, nasceu.
O meu desejo é imenso, é maior do que eu,
é um baque do teu sonho dentro do peito meu
e o meu peito é marioneta, é fantoche, é arlequim
que nos fios de um sonho é desejo maior do que eu.
15 maio 2011
14 maio 2011
Letra solta
Contorno o passado
sem me deter muito;
o suficiente para o lembrar
enquanto estiver aqui.
Embrenho-me no presente
(quem sabe no futuro);
bebo a goles sôfregos
saboreando- mesmo assim-
o gosto doce do amor.
Breve, mas intenso,
no espaço de uma brisa,
no tempo de um verso.
Poesia de Paula Raposo
Quais pentelhos?! Pintelhos!
É pornográfica, a reacção de muita comunicação social e de pessoas em blogs, no Facebook e em conversas de café sobre a utilização por Eduardo Catroga da palavra «pintelhos» numa entrevista à SIC Notícias.
Catroga disse textualmente:
"Em vez de andarem a discutir as grandes questões que podem mudar Portugal, andam a discutir... passe-me a expressão, pintelhos".
O absurdo de tudo isto é que este circo montado à volta dos pintelhos demonstra precisamente o que Catroga disse!
Como escreveu Tiago Mesquita no Expresso, "os portugueses estão habituados desde cedo a discutir pentelhos. Aliás é comum nas escolas o estatuto de um rapaz ou rapariga, a sua desenvoltura e até influência sobre os demais estar associada ao número de pentelhos que possui. Quem não se lembra da mítica frase «já pintas?»"
João Lemos Esteves, também no Expresso, diz uma grande verdade: "os portugueses, nestas matérias, são muito puritanos: embora nas relações particulares diárias admitam o recurso a vocábulos semelhantes aos pelos púbicos e muito piores para qualificar diversas situações da vida, já não admitem que os políticos, no debate público, vão tão longe. O juízo que fazem é negativo: quem profere expressões destas no debate político, então, não está qualificado para exercer funções públicas. Os portugueses - e este é um traço sociológico interessante - gostam de ser governados por pessoas diferentes. Os pelos púbicos de Eduardo Catroga tornaram-no demasiado igual."
Mas o que me traz aqui hoje não é a política (já sabeis que a minha política é a política do car... trabalho) e sim a defesa do rigor na língua portuguesa (já que ser ordinário não significa ser inculto).
Ouçam o que disse Eduardo Catroga: "... pintelhos!" e não «pentelhos».
Só que, segundo o dicionário de Português da Porto Editora (Infopédia), "Nenhum resultado encontrado para pintelho". Já para pentelho, reconhecem que a palavra existe mas são parcimoniosos no uso da palavra:
pentelho /â(i) ou ê/
O dicionário Houaiss ajuda alguma coisa, mas pouco:
pentelho /â ou ê/ s. m. 1 pêlo pubiano 2 pessoa aborrecida, enfadonha, maçante
... e pintelho não consta.
Isto só prova que os dicionários estão errados! No caso da Infopédia, nem explicam nem saem de cima! E o Houaiss falha por não apresentar um dos significados mais usuais para a palavra: "detalhe insignificante, não merecedor de atenção"... precisamente o sentido pretendido por Eduardo Catroga. Na linguagem corrente, até se usa especificamente a palavra "pintelhice". E, para todo o púbis, "pintelheira".
Sempre, desde que sou gente, ouvi «pintelho» e não «pentelho». A expressão "já pintas", aplicada pelos rapazes na escola a quem já tem pêlos (pelos, pêlo... digo, pelo novo acordo ortográfico) púbicos pelo facto de já ter algo parecido com cerdas do/no pincel, tem toda a lógica que se associe a «pintelhos». Já «pentelhos»... seria por alguém se entreter a pentear o púbis?!
O pintelho ao dicionário que, no diciOrdinário, «pintelhado - penteado do púbis» já lá está!
Deixem-se de pintelhices e preocupem-se com os verdadeiros problemas do país.
Catroga disse textualmente:
"Em vez de andarem a discutir as grandes questões que podem mudar Portugal, andam a discutir... passe-me a expressão, pintelhos".
O absurdo de tudo isto é que este circo montado à volta dos pintelhos demonstra precisamente o que Catroga disse!
Como escreveu Tiago Mesquita no Expresso, "os portugueses estão habituados desde cedo a discutir pentelhos. Aliás é comum nas escolas o estatuto de um rapaz ou rapariga, a sua desenvoltura e até influência sobre os demais estar associada ao número de pentelhos que possui. Quem não se lembra da mítica frase «já pintas?»"
João Lemos Esteves, também no Expresso, diz uma grande verdade: "os portugueses, nestas matérias, são muito puritanos: embora nas relações particulares diárias admitam o recurso a vocábulos semelhantes aos pelos púbicos e muito piores para qualificar diversas situações da vida, já não admitem que os políticos, no debate público, vão tão longe. O juízo que fazem é negativo: quem profere expressões destas no debate político, então, não está qualificado para exercer funções públicas. Os portugueses - e este é um traço sociológico interessante - gostam de ser governados por pessoas diferentes. Os pelos púbicos de Eduardo Catroga tornaram-no demasiado igual."
Mas o que me traz aqui hoje não é a política (já sabeis que a minha política é a política do car... trabalho) e sim a defesa do rigor na língua portuguesa (já que ser ordinário não significa ser inculto).
Ouçam o que disse Eduardo Catroga: "... pintelhos!" e não «pentelhos».
Só que, segundo o dicionário de Português da Porto Editora (Infopédia), "Nenhum resultado encontrado para pintelho". Já para pentelho, reconhecem que a palavra existe mas são parcimoniosos no uso da palavra:
pentelho /â(i) ou ê/
nome masculino
O dicionário Houaiss ajuda alguma coisa, mas pouco:
pentelho /â ou ê/ s. m. 1 pêlo pubiano 2 pessoa aborrecida, enfadonha, maçante
... e pintelho não consta.
Isto só prova que os dicionários estão errados! No caso da Infopédia, nem explicam nem saem de cima! E o Houaiss falha por não apresentar um dos significados mais usuais para a palavra: "detalhe insignificante, não merecedor de atenção"... precisamente o sentido pretendido por Eduardo Catroga. Na linguagem corrente, até se usa especificamente a palavra "pintelhice". E, para todo o púbis, "pintelheira".
Sempre, desde que sou gente, ouvi «pintelho» e não «pentelho». A expressão "já pintas", aplicada pelos rapazes na escola a quem já tem pêlos (pelos, pêlo... digo, pelo novo acordo ortográfico) púbicos pelo facto de já ter algo parecido com cerdas do/no pincel, tem toda a lógica que se associe a «pintelhos». Já «pentelhos»... seria por alguém se entreter a pentear o púbis?!
O pintelho ao dicionário que, no diciOrdinário, «pintelhado - penteado do púbis» já lá está!
Deixem-se de pintelhices e preocupem-se com os verdadeiros problemas do país.
«A Grande Muralha das Vaginas» - de Jamie McCartney
Um projecto desenvolvido ao longo de 5 anos com 400 mulheres e suas respectivas vaginas.
The Great Wall of Vagina : Trailer from James Lane on Vimeo.
The Great Wall of Vagina : Trailer from James Lane on Vimeo.
13 maio 2011
Violação dentro da lei
HenriCartoon
Para quem tem andado distraído, leia a notícia aqui:
«Absolvido de violação. Temos uma Justiça da Idade Média?
Ministério Público vai recorrer da decisão que absolveu um psiquiatra por violação de uma doente grávida»
A Filipa comentou: "Estive a ler parte do processo e achei muito estranhas várias coisas:
Duas juízas absolvem. Um juíz faz declaração de vencido. As consultas de psiquiatria (várias) eram um pouco estranhas e diferentes daquelas que eu imagino... (com umas modernas técnicas suíças... um bocado erotizadas... e está bem!... Mas violência é violência e (na situação) é (ainda mais) repugnante."
E indicou-nos o acórdão do Tribunal da Relação do Porto no processo 476/09.0PBBGC.P1. E, de facto, constata-se que a realidade é bem mais complexa do que meros títulos da comunicação social.
Da amizade compilada (take 2)
Numa das postas de ressuscitação do Cabra de Serviço, onde continuo a fazer uma perninha (neste caso de cabrito), a Peixa (que tem por nick Mente Quase Perigosa, lapidar) abordou uma questão sensível para a maioria: o sexo entre a malta amiga.
Sim, o assunto é quase perigoso. Nem que seja pela hipótese de uma pessoa por-se a pensar: é pá, realmente nunca tinha equacionado essa possibilidade nem sob o prisma do potencial em matéria de rentabilização dos recursos e isto com o país mergulhado numa crise, enfim…
A delicadeza da matéria é tanta que se soma dois mais dois logo a partir da associação de ideias criadas pela sabedoria popular: a ocasião faz o ladrão e os amigos são para as ocasiões. E isto à partida inspira o receio de estarmos perante uma ilegalidade, deve ser proibido misturar a amizade com a (ou mesmo na) cama.
Mas não, o legislador nunca sentiu necessário registar fosse o que fosse por escrito e por isso o sexo entre amigos, na esmagadora maioria dos casos, não pode levar as pessoas à prisão.
Contudo, esse não é o raciocínio da Peixa cuja mente quase rigorosa resvala perigosamente para a generalização. De acordo com a sua impressão a respeito de um acrescento colorido a uma amizade transparente esta não é apenas corante nos rostos ofegantes da malta amiga que truncha!, deixa corados os amigos com pila pelo simples temor de por ser com uma amiga terem depois de casar com ela.
E isso sim, constitui motivo para uma apreciável aflição.
Uma das regras mais ou menos implícitas nas amizades entre pessoas do sexo oposto parece ser precisamente a ausência de sexo. Ao que sei, diz que tem a ver com o facto de depois de acontecer as amizades ficarem inquinadas por alguma razão.
E a Peixa, com a sua mente quase generosa, oferece-nos uma explicação e essa em nada beneficia os meus homólogos na questão. Diz ela, e passo a citar, que no momento em que qualquer homem enfia a pila numa gaja ele faz tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e ela passa a ser a “mulherzinha” (…) que está à espera que ele diga que a ama.
Escusado será dizer que com o seu amigo tubarão teria que esperar sentada, ou mesmo deitada caso ficasse sem forças para se levantar.
Existe de facto uma diferença clara entre amar e a intenção de repetir a dose se a coisa até correu bem. Um gajo, na excitação do momento, até lhe pode sair um não pares agora meu amor ou um ai que te amo tanto ó Rita(que até pode nem ser o nome da amiga em apreço). Mas não vale a pena alimentarem fantasias, pois os príncipes só são encantados enquanto não lhes murcha o entusiasmo e depois aterram na borda da cama plebeus e só os preocupa a check list do vestuário para se certificarem que não deixam para trás uma peúga ou assim.
E é aqui que se torna óbvio o facto de para um gajo normal não fazer sentido qualquer tipo de prurido quanto ao bonito gesto de amizade que constitui a disponibilização da própria pila como suporte para uma amiga momentaneamente desamparada, ou vice-versa (se forem as calças do amigo a já quase não resistirem a tanta pressão interior). Ou apenas porque a coisa, às vezes acontece, até se proporcionou no meio de umas larachas, de umas imperiais e de um pires de caracóis que os casais amigos igualmente partilham.
Por isso até posso aceitar as conclusões da Peixa, com a sua mente quase poderosa, mas apenas quando aplicadas no âmbito de uma experiência em concreto e jamais com o estigma da generalização que soa imenso a injustiça.
Nem a minha amizade por ela, fresca e desinibida e coiso que deixa tanta margem de manobra, me permite aceitar tal carapuça.
Pedra de toque
Suponho a pedra desconhecida. Sonho, imagino as sete mil formas possíveis de uma pedra; como será, qual o seu cheiro, o seu toque, o seu frio? Questiono e logo parto em busca da pedra resposta. Encontro a pedra real, toco-lhe, cheiro-a, sinto-a; agora sei exactamente como é. Em troca de 6999 ou mesmo 7000 fantasias, recebo a verdade. E o que é a verdade? Na verdade, o que recebi ou ganhei ao tocar a pedra? Sei de antemão que todas as fantasias podem, a maior parte das vezes, suplantar - quantitativa e qualitativamente - qualquer verdade. Sei que qualquer verdade pode ser uma ilusão, um engano à espreita, sorrateiro, para ferir mortalmente as perguntas. Sim, tenho medo da verdade, ela pode não me chegar, não me encher; eu ando sempre cheia de suposições, elas acamam confortavelmente e enchem-me de movimento. Poderia viver eternamente do lado de fora de uma janela, afagada pela imaginação, rodando sobre as minhas infinitas suposições, nunca imaginaria pouco ou pequeno, nunca apenas um quarto do dia-a-dia sempre igual, nunca toalhas rasgadas ou desbotadas. Nunca poderia espreitar, nunca poderia entrar, nunca poderia tocar. E eu quero tocar. Seja menor ou maior, eu quero tocar. Tocar é melhor que não tocar. E essa também é uma verdade. Toquei-te. Tive medo, sim, tive muito medo. Mas agora só tenho medo que chegue um dia em que não possa tocar.
«O aborto nos Estados Unidos da América»
Quem são as mulheres que fazem abortos nos E.U.A.? Por que decidem elas interromper uma gravidez? Quais são as suas circunstâncias sociais e económicas? Este vídeo foi feito pelo Guttmacher Institute, uma organização de pesquisa e orientação sobre saúde sexual e reprodutiva.
O que o rapaz continua a sofrer por causa da Felícia...
Felícia! Onde raio é que estás, Felícia?
5 páginas (cricar em "next page")
oglaf.com
12 maio 2011
Fui Mesmo Ingénua ...
Mexem leve levemente
como quem se monta em mim
é o FMI certamente
mais nenhum me excita assim
será mesmo a ventania?
mas há pouco, há poucochinho,
o meu spread não bulia
na quieta melancolia
do meu Nib de cetim
tocas-me assim lentamente
com tão delicada leveza
mal se ouve mal se sente
lambes a minha pobreza
fui ver, a troika saía
do arroxeado prepúcio
há anos que a não via
e que saudades eu tinha!
olho-a na tua mão
pôs tudo da cor do linho
e a minha conta bancária
fica toda pegajosa
no ónus do teu cuzinho...
rijinhas, intumescidas,
as gémeas que te dão tudo
oscilam bem definidas
dizes tu: “sinto-as doridas,
está pra te vir o priudo”?
E uma infinita tristeza
daquela masturbação
entra em mim, fica em mim presa
da tortura sem tesão
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