03 junho 2011

Comer bem, foder melhor

Houve um tempo em que queria emagrecer, e então, ao almoço, ia ali ao café e bebia um sumo de laranja natural (3x90kcal), comia uma merenda de queijo e fiambre (600Kcal), tomava um cafézito, e, cheiinha de fome, lá voltava para casa. À noite comia uma sopinha (240Kcal) com uma fatia de pão (90Kcal), mas depois estava desconsoladinha e lá iam mais umas quatro ou cinco fatias de queijo (90x5Kcal) e um pacote de “pistachinhos” (coisa para umas 700Kcal, ou assim...) No dia seguinte tudo se repetia, com a diferença de estar ainda mais desconsoladinha, esfomeada, e frustrada com os fracos resultados, de maneira que a coisa tendia a esticar-se a mais um bolito (400Kcal). Pois é, bebé! É que no meu almocinho miserável quer do ponto de vista nutricional, quer do ponto de vista da saciedade, lá se iam para dentro com facilidade 1270Kcal… É no que dá viver-se cercado de Big Mac’s, de 900Kcal para cima duma assentada, e estar-se mal preparado para fazer melhores escolhas... ”e ós pois” ter que suar pelo menos duas horas de marcha a 5,5Km/h para “queimar” cada dose de 900Kcal…

Felizmente são águas passadas. Agora já encho o prato e até faço por comer de tudo (excepto porcarias, claro, que isso não são coisas que se metam na boca…). Uma lata pequena de cogumelos laminados, e vão 20Kcal com montes de vitamina D, um tomate fresco, mais 20 Kcal, se tanto, uma lata de atum ao natural (sem gordura), 90Kcal com montes de ómega-3, mais um cadinho de esparguete, 250Kcal, e depois um toque de ketchup… e vai uma pratada de encher a mula a um boi por menos de 400Kcal...

E afinal o que é que isto tem que ver com sexo? Ora! Tudo! Tudo. Tudo. Mesmo tudo. Toda a gente sabe que uma pessoa bem alimentada fode muito melhor! É que fode muito melhor! Nem tem comparação! Para começar está muito mais bem-disposta, mais descontraída, confortável porque não tem fome, e isso necessariamente induz em estados de muito mais tesão. Depois tende a ter um corpo muito mais equilibrado, saudável, ágil, mais bonito, o que induz a uma predisposição enorme a programas intensivos de fitness de lençol. E quem não acreditar, que estude o problema e tente uma dieta variada, nutricionalmente equilibrada, e sem meter a pata na argola da hiper-caloria durante, digamos, um mesito, e depois que diga de sua sentença (de lembrar que cada caso é um caso com as suas necessidades específicas e mesmo numa dieta de emagrecimento não se deverá ir abaixo das 1200Kcal diárias, não vá alguém exagerar...) Eu vou e venho logo se depois da experiência às senhoras não lhes souber muito melhor ter uma picha na boca e o dedo de um senhor solícito enfiado na cona, assim devagarinho, à socapa, como quem não quer a coisa… muito molhadinho… enquanto vão exercitando o dedinho no clítoris, já que o exercício está na ordem do dia e os senhores também não se importam nada que as senhoras se venham enquanto lhes fodem a boca… além de que o teste também se destina a eles…

Fiquei a adorar a Islândia...

... principalmente os 5 segundos a partir do 1m:13s...


Inspired by Iceland Video from Inspired By Iceland on Vimeo.

Simbiose

Apesar do cansaço, quando me apercebo de mim, quando me toco e me vejo, encontro a serenidade. Sou apenas ossos e mais alguma coisa; sem os olhos cheios, ainda menos teria para te dar. Entende que me ergues outro esqueleto, o esqueleto da calma, o único que sustenta o corpo da força; no meio da bruma do medo, eu hei-de andar direita, eu não hei-de trair-me. Dou-te eu, sim; se tu estás dentro de mim, qual de nós deu o quê a quem? Continua a anoitecer demasiado cedo mas o Sol, antes de se retirar, mostra que nunca se rende e derrama a luz pelo céu, ela vai acender-nos a cama, lençóis de pele do avesso. O céu do avesso fica mais bonito, é a verdadeira ponte sobre o tempo que atravessa o rio e a tradução que nos flui da vida. No espelho dos avessos, eu não me vejo, ele reflecte minutos atrás, horas atrás, dias atrás; eu olho para a frente, moro no agora, estou a caminho, tudo o que dei já não tenho para me desassossegar; tu tomas conta da viagem, dos nossos pés, eu continuarei a sonhar.

Mes-mes-mesmo a primeira vez...


Les Carnets Pornographiques

02 junho 2011

Usar máscara ou não... eis a questão!



Actualmente, a palavra prostituição tem um sentido tão lato e subjectivo que, qualquer adjectivo que se utilize para qualificar o conceito, levar-nos-ia a debates inconsequentes.
Toda a gente se prostitui, no sentido mais pejorativo que essa palavra pode suscitar, em qualquer tipo de relação ... afectiva, social, familiar, profissional e política, onde a transacção da mentira, manipula tudo e todos de forma descarada.
O sexo, é quanto a mim, a mais transparente das prostituições ... transacciona-se o corpo, e em troca, é-se remunerado. Muito mais chocante será alguém despertar emoções e afectos noutras pessoas pelo simples divertimento ou para enriquecimento curricular. A mulher ou o homem, ao prostituir-se, poderá, simultaneamente, desempenhar vários papéis: fotógrafos de ilusões, mágicos de emoções pré fabricadas, ventríloquos de frases feitas, vendedores de sonhos ... mas o jogo é bem definido pelos intervenientes, ninguém engana ninguém!

Há uns tempos atrás, assisti a um debate onde alguém disse que a angústia que sentiria em relação à filha, seria a mesma, fosse ela prostituta ou alpinista.
Vem isto a propósito da Joana fazer a apresentação do seu livro, usando uma máscara veneziana, não porque a sua vida seja um misto de Natal e Carnaval mas porque a nossa sociedade se mantém vinculada a estereótipos que mais não são do que “clichés” que se diluem entre o “dizer” e o “fazer”.
Não consigo estabelecer comparações entre filhas alpinistas ou prostitutas mas uma coisa, eu sei ... se tivesse uma filha como a Joana, sentiria um grande orgulho, independentemente do seu passado, presente ou futuro.
E em relação ao que ela me confidenciou, recordo-me da mensagem que o meu filho me enviou no meu aniversário: “o coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão

A Kate Upton fica mesmo bem só com uma pinturinha no corpo...


kate Upton in Sexy Body Paint for SI por EgotasticMedia

Bordas de cama


01 junho 2011

Dona Luxúria

Dona Luxúria passava a maior parte do seu dia infeliz. Estava ardentemente apaixonada pela reencarnação do deus Adónis. Não podia haver homem mais perfeito: aquele corpo esculpido até ao mínimo detalhe, aquele rosto perfeitamente simétrico… Quando ele olhava para ela, com os seus olhos quentes, ela sentia aquela brasa pequenina a crescer até se transformar numa fogueira ardente que consumia o seu corpo de desejo por ele. Porém, ela sabia que ele não olhava verdadeiramente para ela. Porque haveria um Adónis de olhar para ela, tão desinteressante, cheia de celulite, pneus, rosto e cabelos banais?

Dona Luxúria conheceu o seu Adónis no ginásio perto do seu emprego, onde se inscreveu porque estava farta de ser aquela mulher transparente para quem ninguém olha. Queria mudar por fora, pois isso ia ajudá-la a transformar-se por dentro. Ele era um dos personal trainers que ensinava as pessoas qual a melhor forma de esculpirem o seu corpo e ele era o exemplo provado que isso era possível. Raramente era o Adónis que seguia os esforços de Dona Luxúria, pois ele era pago para dar 100% de atenção a outras pessoas e ela, como andava a juntar dinheiro, para aquelas operações que queria fazer ao nariz e aos olhos, para deixar de andar de óculos, ficava apenas a apreciá-lo ao longe.

Uma vez, contudo, ele chegou perto dela para lhe corrigir a má postura, colocando a sua mão forte nas suas costas e ela enrubesceu logo. As chamas começaram a invadir o seu corpo, saindo pelos poros e pelo olhar, transpirando que nem uma porca, pensou ela, envergonhada! Meu Deus, como poderia ela aguentar aulas particulares com ele, sem se atirar descaradamente? Porque sim, ela fantasiava todas as noites com ele! O ginásio vazio, eles sozinhos, consumidos pelo desejo, fazendo spinning lado a lado, braços roçando um no outro, coxas quase em contacto! Depois, deixavam-se finalmente levar e rolavam por cima dos colchões do ioga, indo contra os variados aparelhos de manutenção, até que ela o montava com o mesmo ardor com que pedalava na bicicleta, ritmo cada vez mais acelerado, orgasmo violento como a paixão que sentia por ele!

Dona Luxúria desapareceu do mundo durante três meses, tempo para fazer uma dieta rigorosa, submeter-se às operações, a massagens, a mudar de imagem, pintar o cabelo de loiro, pois odiava o seu ruivo natural! Para disfarçar as sardas, começou a maquilhar-se e a colocar base. Ficou tão diferente que os homens já se viravam na rua para lhe mandar piropos! Alguns até bastante grosseiros mas nem se importava porque agora os homens reparavam nela! E assim deslumbrante, apareceu no ginásio e ficou tudo parado a olhar para aquela mulher fascinante. Só o seu Adónis a reconheceu, olhando para ela chocado!

Chegou-se a ele e convidou-o para sair naquela noite. Para seu grande espanto, ele recusou. Disse-lhe que gostava dela como era antes, com os seus pneus, ruiva e sardenta, que costumava ouvi-la conversar sobre literatura, filosofia, cinema, teatro com outros praticantes e que a admirava, que nunca a tinha convidado a sair porque achava que ela era profunda demais para ele. No entanto, estava enganado, afinal, ela era igual às outras, que só se preocupavam com o aspecto e o exterior e de mulheres dessas estava ele cheio!

E mesmo levando com aquele balde de água fria pelo corpo abaixo, ficou ainda mais ardente pelo seu Adónis que afinal sempre a tinha desejado em segredo! E ela nunca tinha percebido e agora tinha estragado tudo, tudo, tudo! Ficou derrubada como uma árvore depois da tempestade, dias e dias, chorosa, com o aspecto que sempre desejou ter, mas sem dinheiro nem o amor que motivou a mudança.

Uma semana depois, voltou ao cabeleireiro, expulsou a Marilyn Monroe do seu cabelo, a base que encobria as sardas, as pestanas postiças, os decotes avantajados e a minissaia extravagante que mais parecia um cinto largo. Vestiu as suas calças velhas de fato treino e assim, simples, voltou ao ginásio. Estava lá o seu Adónis, sozinho no ginásio vazio. Aproximou-se dela, sorriu-lhe e disse-lhe:
- Vai uma sessão de spinning ao meu lado?
E ela sorriu de volta, com uma sensação de déjà vu…

Jacky

Pontes de vista

Não me posso subtrair do eu ou subtrair o eu de mim, não me posso subtrair do mundo ou subtrair o mundo de mim; não me desejo parcialidade ou neutralidade, apenas a equidistância que ainda não soube encontrar; se tiver que decidir, continuarei a pender para o afunilar da parcialidade, a neutralidade é caminho dos que dormem em pé, dos mortos vivos e eu não desejo passear-me ali, eles sempre me assustaram, peles frias sempre me aterrorizaram; só adormeço inteira, só morrerei no dia em que morrer inteira, aqui ou ali hei-de juntar tudo de mim, nada eu conheci de tão doloroso como a dormência ou a divisão.

"Amo-te Meco"...



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