... soa bem, não soa?
Recebi uma mensagem da Confraria do Príapo em que informam que o ceramista Paulo Óscar, autor do troféu «Falo sempre em pé», fez uma pequena série desse troféu, em tamanho mais pequeno, a versão gift. "Esta versão destina-se a ser comercializada, podendo assim contribuir para a divulgação da Confraria do Príapo e, muito naturalmente, para o financiamento das suas actividades. A primeira série do gift «Falo sempre em pé» tem particularidades que a tornam exclusiva, é uma espécie de edição «0» que no futuro irá ter um valor especial. É uma autêntica peça de colecção que, certamente, cada confrade não deixará de querer ter".
Adivinhem quem já fez uma encomendinha deste «Falo sempre em pé», que considero uma ideia genial, para a colecção...
27 março 2012
26 março 2012
PayPal restringe uso para compra de literatura erótica
A PayPal, plataforma de pagamentos de compras pela internet, fez um ultimato a sites de publicação independentes: para certas categorias de literatura erótica publicadas, se os livros não fossem removidos, a PayPal iria parar de fazer negócios com esses sites.
Ora, sendo a PayPal uma ferramenta muito popular internacionalmente, isso cria problemas, por falta de alternativas viáveis.
Mas a questão é: com que direito a PayPal pode fazer esta censura? O pretexto são preocupações morais mas, segundo alguns analistas, é uma questão de dinheiro: há serviços com um alto risco de cobranças, onde se incluem o erotismo e pornografia.
E as categorias de literatura erótica a serem removidas são tão amplas que podem pôr em risco muita da ficção erótica actualmente disponível. Por exemplo, envolvem incesto e "pseudo-incesto" (relações entre padrastos e crianças), e "bestialidade" (tão amplamente definida que inclui romances paranormais em que os personagens sejam criaturas que assumem uma forma humana!).
Na Amazon, já houve casos em que houve necessidade de remover ou censurar uma série de ilustrações eróticas para um autor conseguir pôr à venda os seus trabalhos.
Várias entidades norte-americanas estão a tentar pressionar a PayPal para inverter esta sua exigência, dado o potencial que a política da PayPal tem para suprimir importantes obras literárias. "Estupro, incesto e bestialidade foram descritos na literatura mundial desde Édipo de Sófocles e Metamorfoses de Ovídio," argumentam. "Também não se pode afirmar que esta política só afecta erotismo e pornografia de baixo valor, porque as avaliações literárias mudam ao longo do tempo. «Ulisses» e «O Amante de Lady Chatterley» foram proibidos como obscenos nos Estados Unidos", observam.
A questão é que a PayPal está a ser pressionada pelos seus próprios fornecedores, as empresas de cartões de crédito, pelo que há quem defenda que se deve colocar pressão directamente sobre essas entidades para deixarem de ditar o que os livreiros podem e não podem vender.
A PayPal, entretanto, veio defender e justificar a sua posição... com argumentos muito criticáveis.
E, pessoalmente, a forma como as organizações financeiras lidam com o "mundo real" deixa-me muito pessimista sobre o resultado que se pode esperar.
Fonte - TeleRead:
«PayPal cracks down on erotica e-book sales»
«National Coalition Against Censorship, American Booksellers Foundation for Free Expression scold PayPal for erotica decision»
«PayPal defends, NCAC condemns erotica publishing restriction»
Ora, sendo a PayPal uma ferramenta muito popular internacionalmente, isso cria problemas, por falta de alternativas viáveis.
Mas a questão é: com que direito a PayPal pode fazer esta censura? O pretexto são preocupações morais mas, segundo alguns analistas, é uma questão de dinheiro: há serviços com um alto risco de cobranças, onde se incluem o erotismo e pornografia.
E as categorias de literatura erótica a serem removidas são tão amplas que podem pôr em risco muita da ficção erótica actualmente disponível. Por exemplo, envolvem incesto e "pseudo-incesto" (relações entre padrastos e crianças), e "bestialidade" (tão amplamente definida que inclui romances paranormais em que os personagens sejam criaturas que assumem uma forma humana!).
Na Amazon, já houve casos em que houve necessidade de remover ou censurar uma série de ilustrações eróticas para um autor conseguir pôr à venda os seus trabalhos.
Várias entidades norte-americanas estão a tentar pressionar a PayPal para inverter esta sua exigência, dado o potencial que a política da PayPal tem para suprimir importantes obras literárias. "Estupro, incesto e bestialidade foram descritos na literatura mundial desde Édipo de Sófocles e Metamorfoses de Ovídio," argumentam. "Também não se pode afirmar que esta política só afecta erotismo e pornografia de baixo valor, porque as avaliações literárias mudam ao longo do tempo. «Ulisses» e «O Amante de Lady Chatterley» foram proibidos como obscenos nos Estados Unidos", observam.
A questão é que a PayPal está a ser pressionada pelos seus próprios fornecedores, as empresas de cartões de crédito, pelo que há quem defenda que se deve colocar pressão directamente sobre essas entidades para deixarem de ditar o que os livreiros podem e não podem vender.
A PayPal, entretanto, veio defender e justificar a sua posição... com argumentos muito criticáveis.
E, pessoalmente, a forma como as organizações financeiras lidam com o "mundo real" deixa-me muito pessimista sobre o resultado que se pode esperar.
Fonte - TeleRead:
«PayPal cracks down on erotica e-book sales»
«National Coalition Against Censorship, American Booksellers Foundation for Free Expression scold PayPal for erotica decision»
«PayPal defends, NCAC condemns erotica publishing restriction»
«a marca salazar» - bagaço amarelo
Parecia-me que as mulheres davam muita importância a elas mesmas. Enquanto género, quero eu dizer. Não pessoalmente, que isso era lá com cada uma delas. Passei a minha infância e a minha juventude a ouvir que o que eu precisava era arranjar uma boa mulher. Era assim que eu podia expulsar da minha vida todos os males. Foram sempre mulheres a dizê-lo, nunca homens. A minha avó, que já não está entre nós, a minha mãe, uma das minhas tias e as amigas da minha mãe. Até aquela caladinha, que passava os dias a fazer carapins coloridos, um dia me desejou essa sorte. "Talvez um dia encontre uma boa mulher", disse. A minha mãe concordou abanando afirmativamente a cabeça.
Não percebia porque é que os homens, que eram supostamente quem precisava delas, nunca me aconselhavam o mesmo. Nem o meu pai, nem o meu avô, nem o meu tio, nem os amigos do meu pai. Nunca nenhum me disse que o que eu precisava era duma boa mulher. Um dos meus tios perguntava-me, às vezes, como é que eu estava de gajas, mas eu abanava sempre os ombros para lhe demonstrar que o tema nem sequer me interessava. Mais nada, nunca me deu nenhum conselho.
Precisei de crescer para perceber o que era uma boa mulher para as gerações anteriores à minha. Era uma mulher que soubesse cozinhar, lavar a roupa, passar a ferro e limpar/arrumar a casa. Já tinha desconfiado, na verdade, mas só com a idade é que tirei tudo a limpo. O Amor era uma mera formalidade entre as famílias portuguesas, para que cada homem pudesse arranjar uma boa mulher, ou seja, era pobre. Não o chegava a ser.
Dali, dum tempo que não era o meu, era o que vinha. Um país onde o Amor era todos os dias atirado para a valeta em nome da união entre um homem qualquer e uma boa mulher. E antes de qualquer outra formação política, passou a ser essa a minha marca Salazar.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Não percebia porque é que os homens, que eram supostamente quem precisava delas, nunca me aconselhavam o mesmo. Nem o meu pai, nem o meu avô, nem o meu tio, nem os amigos do meu pai. Nunca nenhum me disse que o que eu precisava era duma boa mulher. Um dos meus tios perguntava-me, às vezes, como é que eu estava de gajas, mas eu abanava sempre os ombros para lhe demonstrar que o tema nem sequer me interessava. Mais nada, nunca me deu nenhum conselho.
Precisei de crescer para perceber o que era uma boa mulher para as gerações anteriores à minha. Era uma mulher que soubesse cozinhar, lavar a roupa, passar a ferro e limpar/arrumar a casa. Já tinha desconfiado, na verdade, mas só com a idade é que tirei tudo a limpo. O Amor era uma mera formalidade entre as famílias portuguesas, para que cada homem pudesse arranjar uma boa mulher, ou seja, era pobre. Não o chegava a ser.
Dali, dum tempo que não era o meu, era o que vinha. Um país onde o Amor era todos os dias atirado para a valeta em nome da união entre um homem qualquer e uma boa mulher. E antes de qualquer outra formação política, passou a ser essa a minha marca Salazar.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Padre Paulo Ricardo: "Feminismo, o maior inimigo das mulheres"
Comentário da Libélula Purpurina:
"«Desculpem-me a franqueza» mas eu não tenho tanta paciência para o politicamente correcto. Quem é este tipo para tentar definir o que seja uma mulher se, dentro da sua perspectiva, ele próprio não chega a uma amostra do que seja um «Homem»? Para ser mais sintética, só recorrendo ao vernáculo... Em vez disso, vou citar:
«A cada um que passava dizia o Cristo de pedra: "Em vez de ter morrido numa cruz, por ti, antes tivesse pegado na lança que me abriu o peito, para com ela te rasgar os olhos da cara, para deixar entrar claridade para dentro de ti pelos buracos dos teus olhos rasgados.
Tudo quanto eu te disse ficou escrito e é tudo quanto ainda hoje tenho para te dizer.
Se me fiz crucificar para to dizer porque não te deixas crucificar para saberes como eu to disse?
Não posso, por mais que tente, livrar uma das mãos, pregaram-mas bem, como se prega um crucificado; não posso, por mais que tente, livrar uma das mãos, para te sacudir a cabeça quando vieres ajoelhar-te aqui aos pés da minha cruz.
Se fosse o teu orgulho de joelhos, ainda era o teu orgulho, mas são as tuas pernas dobradas com o peso do ar.
Não tenho uma das mãos livres para te empurrar daqui da minha cruz até ao teu lugar lá em baixo na terra.
LEVANTA-TE, HOMEM! No dia em que tu nasceste, nasceu no mesmo dia um lugar para ti, lá em baixo na terra. Esse lugar é o teu! O teu lugar é a tua fortuna! O teu lugar é a tua glória. Não deixes o teu lugar vazio, nem te deixes p'raí sem lugar.»
Almada Negreiros, A Invenção do Dia Claro
(as maiúsculas são minhas... quem conta um conto...)
... e porque a malta é muito paciente... vou também citar um bocadinho de Fernando Pessoa, na voz do ilustre mestre Caeiro:
«Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.»
De resto... que raio de discurso o daquele senhor de saias... Já nem me lembrava de ouvir coisa tão cretina. Que doença esta, a deste monoteísmo mórbido, que põe os homens a atentar tanto contra a própria vida crendo que a defendem..."
Mensagem recebida do João:
"São Rosas,
Tinha pensado escrever o comentário abaixo no post sobre o feminismo, mas depois pensei para mim que é fútil. Quem quer ir embora, vai, e não faz disso publicidade. Faz publicidade quem espera que insistam "não vás". Não procuro isso. Mas também não me parece bem desaparecer sem uma satisfação, considerando a educação, simpatia e disponibilidade com que sempre fui tratado por vós.
Assim, embora disso não faça publicidade, entendo reproduzir abaixo o que seria o texto do comentário, sendo ele explicativo acerca da razão que me leva a não ter vontade de continuar a ser um membro d'A Fundi São.
Agradeço-te o convite, foi para mim um gosto muito grande poder estar convosco, vou-vos lendo, selectivamente, como sempre.
======
É óbvio que escrevo, e penso, coisas que não são inteiramente concordantes com a doutrina da Igreja Católica. A vivência da sexualidade é o aspecto que considero mais difícil viver em concordância com essa doutrina, embora o entenda como limitação pessoal e não como imposição da fé. Dito isto, sou católico. Enquanto católico, é minha prerrogativa não estar onde não estou bem. Não imponho a minha fé, e não posso limitar a liberdade dos outros se exprimirem como entendem, já que não são obrigados a acreditar nas coisas em que eu acredito nem em manter reserva sobre as mesmas coisas acerca das quais eu me reservo. É muito frequente ler neste blog coisas que me agridem como católico. Não pode dizer-se que seja surpresa, porque ao chegar aqui rapidamente se percebe onde se está. Há gente muito divertida, é certo, o sexo é aqui discutido com uma naturalidade interessante, mas ainda assim em alguns momentos há comentários ou conteúdos sobre aspectos de fé em tom jocoso, apologia de "lifestyles" que não aprecio, ou mesmo ridicularização de símbolos ou valores em que acredito. Sois naturalmente livres de o fazer. Tanto quanto eu sou livre de não o fazer. Sem prejuízo para o muito que aqui me diverti, e sem prejuízo para o grato que sou por me terem, um dia, convidado a participar, o facto é que com o passar do tempo me fui questionando sobre se estava aqui bem. E hoje concluo que não estou. Em coerência, faço cessar a minha participação neste espaço. Não era já muita, convenhamos, pelo que a vós nada prejudica. Não excluo visitar o blog aqui e ali, mas não me apetece manter-me colaborador num espaço onde de quando em vez tropeço em insulto ou deliberada gozação com coisas com as quais me identifico. Sim, mesmo escrevendo e pensando o que escrevo e penso. É uma idiossincrasia, sim, mas é a minha idiossincrasia, eu me preocuparei com ela. A vós, tudo de bom, e obrigado pelo que de bom aqui tive.
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Obrigado,
João"
Nós é que te agradecemos, João. Serás sempre bem vindo aqui.
São Rosas
O ciclo sem fim… Oh... espera!
Os animais são uns bicho interessante…
Sexo de tartaruga é bem mais divertido do que eu imaginava, afinal.
Capinaremos.com
Sexo de tartaruga é bem mais divertido do que eu imaginava, afinal.
Capinaremos.com
25 março 2012
Sexo seguro
Esta Páscoa Senhor Doutor, estive com o meu sobrinho, dezasseis anos de borbulhas e de escadote. E não é que o miúdo é telemóvel-dependente, Senhor Doutor ?!... Também posso ser eu que estou a ficar velha que até já o estou a tratar como garoto quando se a mim me chamassem isso nessa idade, eu mandava logo sentar num «bãoquinho», à moda do Porto.
Mas sabe o que me fez aflição?... O moço tem uma namorada, colega da escola e confidenciou-me que a artilharia da paixão dos dois é uma infindável lista de números de quatro dígitos para os quais se manda um sms e por alguns cêntimos se recebe a papinha feita, como se fosse uma pizza. Quer mandar um poema? Sms para o número tal e recebe uma quadrazita que reencaminha para a namorada. Quer mostrar o seu amor para com ela? Sms para outro número e recebe uma declaração pronta a consumir. Para ocasiões mais ousadas, sms com Kama Sutra para um outro número e aí vem um mms com uma posição.
Oh Senhor Doutor, eu pergunto-me é se estes moços vão chegar a vias de facto ou se vão escolher substituir o toque da pele por uma troca de mms de pedaços do seu corpo e comutar os gemidos para frases formatadas de sms.
Sex in the Campus Party
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
24 março 2012
A posta numa cauda maior do tamanho do umbigo
Um dos maiores desafios que me foram colocados na adolescência foi o de conseguir chamar a atenção pela diferença (uma das abordagens mais radicais mas igualmente muito eficaz nessa fase, nessa época), algo que ficava bem a um jovem aspirante a rebelde, até porque a New Wave e o Punk introduziram no visual da rapaziada uma variedade de cortes e de cores suficientemente espalhafatosa para clarificar a postura.
E garanto-vos que não era fácil impor a tal diferença de forma passiva, com uma aparência quase normal a ombrear com franjas até ao umbigo, caracóis oxigenados até à raiz ou clones do último dos moicanos com um tufo de cabelo espetado como o de um piassaba a fazer de faixa central num crânio rapado à máquina zero all around.
Era esse o filme que nos esperava nas matinés do Beat ou do Porão da Nau nas quais urgia dar nas vistas perante as miúdas para ser possível a esperança de um engate, algo de muito significativo do ponto de vista do adolescente com pila naquela altura e espero que no de agora também.
Claro que ajudava ter um rosto apresentável mas era quase inevitável que elas se concentrassem nos pormenores que faziam a tal diferença que nos distinguia por entre os litros de acne e metros cúbicos de hormonas destrambelhadas espalhados pelas salas em busca do seu momento especial.
Aprendíamos depressa que mais importante do que uma cara bonita era a expressão que lhe colávamos que podia fazer a diferença entre as resmas de trombas de otários cheios de tiques de tanto sacudirem as carolas para tirarem as franjas dos olhos. A partir daí, desse instante mágico em que ela nos fixava com o olhar e fazia-se um clique qualquer que abria as portas ao curtir, que eram umas horas intermináveis de beijos na boca e pouco mais do que a promessa de algo mais que seria sempre algo marcado para amanhã ou depois logo se via.
Esses rituais de acasalamento acelerado à luz das psicadélicas ou em movimento retardado pelo estranho piscar do strobe eram o primeiro agitar das penas enfezadas na cauda de qualquer jovem pavão, assumindo-se assim vitais para a manutenção de um ego confiante e de uma atitude a condizer, numa guerra sem quartel pela quota de mercado disputada no mesmo território de gajos capazes de passarem uma hora ou mais na manutenção das suas cabeleiras espaciais e que julgavam sempre réplicas perfeitas das trunfas do Limahl ou dos gajos dos Duran Duran.
Mesmo admitindo que a essa concorrência feroz dei o mesmo tratamento que ainda hoje costumo aplicar, transformando aquelas superproduções capilares em sinais claros de desespero de causa por escassez de argumentação alternativa que, depois de refinado o paleio pela observação atenta dos discursos dos mais bem sucedidos no bairro ou na escola, servia de contraponto para a música com que abafávamos a que mal nos permitia trocar mais do que três ou quatro palavras seguidas, tenho que enfatizar a dificuldade enfrentada por quem queria marcar a diferença sem precisar para isso de seguir um padrão...
Tudo isto a propósito de como as coisas não mudam tanto assim com o tempo e continuam a dar cartas os gajos que mais investem no visual, seja porque se depilam ou porque vão ao ginásio dia sim dia também ou porque usam os óculos de sol que mais estiverem a dar nessa semana. E serão gajos igualmente capazes de utilizarem uma hora da sua existência para cuidarem de tudo ao pormenor, de abraçarem visuais extravagantes no limite do inenarrável ou de qualquer outro recurso numa guerra onde vale tudo menos arrancar olhos para dar nas vistas e ultrapassar assim a barreira inicial, a da indiferença, sem precisarem de outras armas para vencerem a primeira das batalhas.
Contudo, e também isso não muda com o tempo, o último a rir continua a ser o que ri melhor.
E na verdade o que interessa, quando a poeira assenta, é um gajo conseguir sempre saber onde estava afinal a piada.
«Bad taste bears» - ursinhos de mau gosto...
... mas que tiveram o bom gosto de vir para a minha colecção. Tenho outros, mas estes já chegam para terem uma ideia.
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