18 maio 2012
A posta dos 18 aos 80
Enquanto estudioso amador do fenómeno
da pornografia, um ramo do conhecimento que abracei na puberdade com
a análise exaustiva de cada edição das revistas Gina e Weekend
Sex, tenho tentado perceber as várias lógicas da coisa no sentido
de concluir se existem de facto algumas.
Sem querer entrar em domínios que não
pertencem à minha área específica, nomeadamente as explicações
psicológicas para a insistência no mesmo happy end para
quase todos os guiões, gostaria de partilhar convosco o resultado de
uma observação atenta, empenhada e rigorosa que incidiu na questão
linguística (o inglês é a língua oficial desta actividade, apesar
dos esforços castelhanos para impor o seu vernáculo con todo el
cariño) com particular destaque para a sua aplicação na
segmentação etária das profissionais do ramo.
E não, quando refiro a questão
linguística não estou a fazer alusão ao que possa ter acorrido às
mentes mais rápidas no gatilho...
Existe de facto uma relação entre
alguns termos correntes da indústria porno e a faixa etária das
protagonistas, como a seguir tentarei comprovar.
Na verdade, conseguimos identificar com
clareza quatro escalões etários para outros tantos segmentos de
mercado e isso indicia uma organização com uma abordagem cuidada e,
digamos, dotada de grandes argumentos para singrar no mercado em que
a actividade está inserida.
Temos as teen, as milf,
as mature e depois ainda temos as outras todas, devidamente
destacadas em função da cor da pele e/ou do cabelo ou das
respectivas especialidades.
Teen, como o nome indica, é um
engodo para chalados que apreciam pitinhas. Claro que depois a pessoa
vê a cena com atenção e percebe que por debaixo dos totós e do
uniforme escolar há na verdade uma trintona muito bem conservada,
mas a ideia é mesmo atrair os bacanos com desvios sérios no
funcionamento das suas carolas.
Mature é o contraponto. Depois
de repetida vezes sem conta a fórmula de sucesso, a indústria
viu-se obrigada a apontar para os nichos de mercado mais fáceis de
identificar a olho e toca de recrutar veteranas com idade para serem
avós da maioria da audiência para fazerem uma perninha como
complemento de reforma. O estatuto de mature parece ser
atribuído a colaboradoras a partir dos 50/55 anos de idade e
estende-se até onde a coisa funcionar.
Por fim as milf, um grupo
deveras apreciado, quase o gourmet da pornografia. Na verdade, a
sigla deriva da expressão a Mother I'd Like to Fuck e assim
percebemos que é aqui que encaixam as quarentonas, sempre tão
apetecíveis para os apreciadores do género por reunirem the best
of both worlds no que respeita aos atributos que está em causa
sublimar.
Muito mais haveria a dizer acerca desta
área específica de um fascinante e sempre próspero ramo de
actividade, mas nisto das postas o terceiro parágrafo tem quase o
mesmo estatuto da terceira sacudidela...
Descoberta WTF
É com exclusividade ao Meninas que o International WTF Center of Inutility anuncia uma descoberta que pode responder à várias perguntas dos maridos de todo o planeta. O Dr. Genitor e seu assistente Anounimus reservaram uma parte do corrido tempo para apresentar-lhes a descoberta que poderá ser a do século.
Meninas WTF
Meninas WTF
17 maio 2012
«Bater no fundo» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
16 maio 2012
«piadas palermas» - bagaço amarelo
Houve uma altura em que eu ensaiava essas piadas para as contar depois, quando a Márcia estivesse perto de mim. Gostava de a ver sorrir com todas as patetices que eu dizia e de, nos momentos em que tinha mais sorte, sentir a mão dela a apertar a minha. Sempre para me conduzir a qualquer lado mais rapidamente, nunca por me pertencer de alguma maneira. Mas era suficiente, ou pelo menos parecia-me que sim, essa sensação de que um dia podíamos ir mais longe. Eu e ela. Sermos mais "eu e ela" e menos "nós e os outros", quero eu dizer. Era o que eu sentia quando ela me dava a mão e me puxava.
Hoje, uns vinte anos depois, todos ficámos desolados por ela não ter podido vir. A mão do Norberto, por exemplo, desmaiou na minha enquanto me cumprimentava, quando eu lhe disse que era uma pena a ausência dela. Perdeu a força.
- A Márcia não vem? - e prendeu, com o dele, o meu olhar.
- Não. Telefonou-me há bocado a dizer que não podia.
A Márcia era a única mulher do grupo. De uma forma ou de outra, uns mais outros menos, todos tinham um carinho especial por ela. Quando ela estava presente, sorríamos; quando ela não estava presente, as conversas tornavam-se mais sérias e tristes. Sentíamos todos a falta dela, há vinte anos, tal como hoje, neste jantar que, ao fim e ao cabo organizei principalmente para poder estar com ela.
Lembro-me dela como se fosse limonada fresca num dia de Verão. Sempre. Uma vez, por exemplo, perguntou-me se eu queria ir ver o Romeu e a Julieta ao cinema. Eu respondi-lhe que só queria ir ver a Julieta. Uma patetice. Mais uma, aliás. E ela riu-se e escondeu a cara no meu peito, abraçando-me como se só eu a pudesse esconder do mundo nesse momento. Nunca mais esqueci esse momento. Nem eu, nem o meu peito.
É desse momento que o Norberto fala agora com os outros, enquanto eu me sirvo do primeiro copo de vinho tinto, maduro, da Bairrada. Diz que teve ciúmes e que me chamou palerma em silêncio. E eu, que me junto ao grupo enquanto dou o primeiro gole naquele vinho restringente, regresso vinte anos atrás na minha vida. Lembro-me da cara dele a mandar-nos que nos deixássemos disso e que o seguíssemos. E eu segui, puxado pela mão dela mais uma vez. Até ao café. O resto da tarde foi de um silêncio gritante entre nós os dois.
Hoje estou casado, o Norberto também, a Márcia também. Os outros também. Ninguém com ninguém. Juntamo-nos de novo e vamos mentindo uns aos outros sobre o nosso corpo. Que ainda estamos iguais, que ainda estamos novos, que ainda isto e ainda aquilo. Já percebi que só vamos dizer verdades sobre quem não está, e quem não está é a Márcia. De como todos gostávamos dela e como ela marcou a nossa adolescência. Mesmo não estando, é como se estivesse. Tem sido assim todos os dias da minha vida, a ensaiar piadas palermas para o dia em que consiga ver de novo.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Matrícula TX
Guiava como um maníaco mas os vizinhos até gabavam a sua mestria para as curvas difíceis e travagens bruscas e em abono da verdade, divertia-me a sua matricula TX, como se directamente das Beiras profundas ou dos antigos Lusitanos o cognominassem Tarado Xequexual.
O carro era o seu mundo e até para ir à tabacaria a menos de 500 metros de casa, deslocava-se sentado e o mais comum era encontrá-lo na rua onde morava, com o vidro recolhido, a falar com os vizinhos de cotovelo apoiado na janela . Até estranhei da primeira vez que experimentámos uma cama de tal forma a minha pele estava acostumada aos vincos do tecido dos estofos mas havia a explicação de naquele hotel da romântica Sintra se entrar directamente da garagem para o quarto que possuía cama redonda, espelhos por todo o tecto e paredes, um balde de gelo com champanhe e duas taças esguias e todas as tretas que constam no manual do erotismo, como uma banheira com jaccuzi.
E bem depressa percebi que era uma pena não ser um colchão de água porque aquelas pernas rotinadas em espaços apertados perdiam a mobilidade em tanta largueza de cama e lá tivemos de regressar à sua trivial pose de sela em que as suas mãos me impeliam a ser compressor.
Considerando que tinha pelo menos o bom gosto de não usar o colete reflector no banco do passageiro mas dobradinho na gaveta, deixei-lhe um papelinho preso nas escovas limpa-vidros para mencionar que fundido que estava com o seu carro não me dava pica ser apenas acessório de tuning.
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