Enquanto estudioso amador do fenómeno
da pornografia, um ramo do conhecimento que abracei na puberdade com
a análise exaustiva de cada edição das revistas Gina e Weekend
Sex, tenho tentado perceber as várias lógicas da coisa no sentido
de concluir se existem de facto algumas.
Sem querer entrar em domínios que não
pertencem à minha área específica, nomeadamente as explicações
psicológicas para a insistência no mesmo happy end para
quase todos os guiões, gostaria de partilhar convosco o resultado de
uma observação atenta, empenhada e rigorosa que incidiu na questão
linguística (o inglês é a língua oficial desta actividade, apesar
dos esforços castelhanos para impor o seu vernáculo con todo el
cariño) com particular destaque para a sua aplicação na
segmentação etária das profissionais do ramo.
E não, quando refiro a questão
linguística não estou a fazer alusão ao que possa ter acorrido às
mentes mais rápidas no gatilho...
Existe de facto uma relação entre
alguns termos correntes da indústria porno e a faixa etária das
protagonistas, como a seguir tentarei comprovar.
Na verdade, conseguimos identificar com
clareza quatro escalões etários para outros tantos segmentos de
mercado e isso indicia uma organização com uma abordagem cuidada e,
digamos, dotada de grandes argumentos para singrar no mercado em que
a actividade está inserida.
Temos as teen, as milf,
as mature e depois ainda temos as outras todas, devidamente
destacadas em função da cor da pele e/ou do cabelo ou das
respectivas especialidades.
Teen, como o nome indica, é um
engodo para chalados que apreciam pitinhas. Claro que depois a pessoa
vê a cena com atenção e percebe que por debaixo dos totós e do
uniforme escolar há na verdade uma trintona muito bem conservada,
mas a ideia é mesmo atrair os bacanos com desvios sérios no
funcionamento das suas carolas.
Mature é o contraponto. Depois
de repetida vezes sem conta a fórmula de sucesso, a indústria
viu-se obrigada a apontar para os nichos de mercado mais fáceis de
identificar a olho e toca de recrutar veteranas com idade para serem
avós da maioria da audiência para fazerem uma perninha como
complemento de reforma. O estatuto de mature parece ser
atribuído a colaboradoras a partir dos 50/55 anos de idade e
estende-se até onde a coisa funcionar.
Por fim as milf, um grupo
deveras apreciado, quase o gourmet da pornografia. Na verdade, a
sigla deriva da expressão a Mother I'd Like to Fuck e assim
percebemos que é aqui que encaixam as quarentonas, sempre tão
apetecíveis para os apreciadores do género por reunirem the best
of both worlds no que respeita aos atributos que está em causa
sublimar.
Muito mais haveria a dizer acerca desta
área específica de um fascinante e sempre próspero ramo de
actividade, mas nisto das postas o terceiro parágrafo tem quase o
mesmo estatuto da terceira sacudidela...