16 agosto 2012

"A donzela que não podia ouvir falar de foder"



Era uma vez uma donzela muito orgulhosa e rebelde. Se ela ouvisse alguém "falar de foder" ou algo semelhante, ficava com um ar muito ofendido. Era a única filha de um bom homem, um rico camponês que não tinha nenhum servo em casa porque a jovem não suportava ouvir aquele tipo de conversa típica de servos. Ela “...nunca poderia suportar / que um servo falasse de foder / de caralho, colhões ou coisa semelhante” (Fabliaux, 1997: 63).

Um belo dia, um jovem velhaco de nome David chegou àquela aldeia e ouviu falar da filha que odiava os homens. Decidiu então confirmar a curiosa estória, oferecendo os seus préstimos: disse que sabia lavrar, semear, debulhar o trigo e peneirar. O camponês agradeceu, mas respondeu que tinha uma filha que sentia tanta náusea das coisas obscenas que os homens conversam que não poderia aceitar a sua oferta. David fingiu ser um homem temente a Deus e clamou pelo Espírito Santo. Ao ouvir as suas palavras, a filha do rico camponês pediu ao pai que contratasse o rapaz, pois ele compartilhava das suas ideias.

Houve então uma grande festa para comemorar a contratação do “servo beato”. Quando chegou a hora de dormir, o bronco camponês perguntou à filha onde David descansaria: “Senhor, se isso vos agrada / ele pode dormir comigo / ele parece ser de confiança / e ter estado em casas nobres” (Fabliaux, 1997: 67).

O ingénuo pai concordou. A donzela era muito graciosa e bela, e o servo, matreiro, logo colocou a sua mão direita nos alvos seios da moça, depois no seu ventre e no seu sexo, sempre perguntando à donzela o que era aquilo que tocava: “David desceu a mão / direto à fenda, sob o ventre / onde o pau entra no corpo / e sentiu os pêlos que despontavam / ainda macios e suaves (...)”. E perguntou:

Por boa fé, senhora, disse David (...)
o que é isto no meio do prado esta fossa suave e plena? Disse ela: é a minha fonte que ainda não brotou. E o que é isto aqui ao lado /  disse David, nesta guarita? É o tocador de trompa que a guarda responde a jovem, verdadeiramente se um bicho entrasse no meu prado para beber na fonte clara o vigia tocava logo o corno para lhe fazer vergonha e medo. (Fabliaux, 1997: 68)

A seguir, a jovem virgem decidiu ousar e passou a tomar a iniciativa, apalpando igualmente o servo beato. O poema compara o pénis a um potro e os testículos a dois marechais. A donzela pede então que o belo potro do jovem paste no seu prado. David teme que o “tocador de trompa” da moça – provavelmente uma metáfora ao clitóris – faça barulho, isto é, que a jovem grite de dor e prazer. Ela responde: “Se ele disser mal / batê-lo-ão os marechais. / David responde: Muito bem dito.”

E assim a jovem virgem e falsa púdica “foi derrubada quatro vezes”, “...e se o tocador de corno troou / foi batido pelos dois gémeos / Com esta palavra termina o fabliau.” (Fabliaux, 1997: 70)


FABLIAUX, Erótica Medieval Francesa, Lisboa: Editorial Teorema, 1997

blog A Pérola

«Bem-vinda à Foda dos Milhões» - Patife

Chamem-lhe cliché ou o que quiserem. Mas é um facto que existe toda uma comunidade de sardaniscas que pede para ser tratada por puta na cama, de forma a aumentar a intensidade do orgasmo. Quero deixar aqui o meu apreço à auto-confiança destas moçoilas. É preciso ter um ego bem solidificado para se darem desta maneira. Já muitas me pediram para as chamar de putas a meia-foda, umas só o conseguem fazer um nano-segundo exacto antes de se virem, outras gritam para toda a vizinhança ouvir que são umas putalhonas e outras apenas sussurram para não ficarem muito conotadas com o pedido. Mas todas elas têm um ponto comum: ganharam o meu respeito. É preciso ser-se muito pouco puta para pedir para se ser tratada assim. Experimentem lá chamar puta às meretrizes profissionais e vão ver o que vos acontece. Quero pois manifestar o meu louvor a esta comunidade que se quer crescente, quase tão crescente como se põe o meu nabo sempre que uma me pede para ser chamada de puta na cama. Isto a propósito da estouvada de coração grande cujo quadro de referências era mais delicado que uma porcelana chinesa. Tratei-a por puta e até sou capaz de jurar que nesse momento ouvi o coração a partir-se. Quando lhe dei as boas-vindas aqui à foda dos milhões devia ter de pronto avisado que na cama sou uma carta fora do baralho comum. É que assim era previsível que ela se iria tornar uma carta fora do caralho. Com a fúria enquanto ia saindo de minha casa deixou muitas coisas partidas. Além do coração. Que esse à partida já estava fadado. Quanto ao resto do corpo, já estava fodido.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Uma moeda por seus pensamentos

Eles não valem um centavo, meu amigo.





Que unicórnio gordo.

Capinaremos.com

15 agosto 2012

Anúncio da Playboy... muito bem observado!

E o Sérgio ainda observou melhor:
"A julgar pela Playboy Tuga, agora na cabeça do gajo deveria haver um boné, e dos grandes..."

«pensamentos catatónicos (272)» - bagaço amarelo

O Amor corre sempre bem ou mal. Nunca corre mais ou menos. Quando corre mais ou menos é porque está a definhar, se é que ainda não está morto. Essa é a sua maior desvantagem, ao mesmo tempo que também é a maior vantagem. Estar mais ou menos é a única forma de nunca se sofrer, mas é também um atalho para que se morra sem ter dado pela vida.
Pensei nisto agora mesmo, depois de ter visto a Ana como é costume, de braços cruzados num dos cantos da sala. Parece que está à espera que a vida lhe traga alguma coisa. Mas eu até sei que não está. Quando a cumprimentei e lhe perguntei como anda, ela respondeu isso mesmo: que vai andando. Não estiquei mais a conversa. Deixei de o fazer há uns tempos, quando ela me disse que detesta conversas de circunstância e me deixou especado a olhar para uma parede branca, a pensar no mal lhe teria feito. Acho que lhe disse que estava bonita. Só isso. Ela não ligou e afastou-se.
Por essa altura a Ana deixou-se derrotar por um Amor acabado, que é como quem diz, ela acabou com esse Amor. Parecia um náufrago em alto mar que não queria ser salvo. Ainda parece. A história é a do costume: o marido deixou-a e ela ficou mal. Depois, para não andar mal, decidiu que ia estar mais ou menos para sempre.
De vez em quando encontro-a por aí, como hoje, numa festa organizada por amigos comuns. Estou à espera de lhe poder dizer, numa oportunidade qualquer, que é uma sorte podermos sofrer por Amor. Sofrer por Amor é a única forma de saber o que é Amar. É a única forma de agarrar a vida e deixarmos de andar mais ou menos. Para isso só preciso que ela passe a gostar de conversas de circunstância, porque o Amor é uma circunstância da vida.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A última invenção de Thomas Edison





Via Old Erotic Art

14 agosto 2012

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Antiguidade clássica 3

Eva portuguesa - «Sedução»

É estranha esta sensação de desejo contido e emergente que as férias me provocam...
Talvez por estar sem fazer sexo, talvez por estar mais atenta à família, talvez por deixar que a preguiça se apodere de mim...
Mas parece que tudo o que me rodeia desperta em mim de forma ainda mais premente a minha sexualidade, a minha sensualidade.
Sinto mais conscientemente cada pedacinho do meu corpo, cada sensação vivida, cada gemido contido...
Espreguiço-me languidamente ao sol, sentindo o calor tomar conta de mim, suportando a delícia deste beijo quente e sensual.
Sinto uma gota de suor começar a escorrer-me pela nuca, provocando-me arrepios de prazer... e vai descendo pela minha coluna como se de uma língua se tratasse... perde-se naquele sulco onde se iniciam as minhas nádegas, onde tudo pode começar ou acabar.
Levanto-me, ciente deste estado semi-hipnótico em que me encontro e mergulho nas águas translúcidas desta piscina natural, como se mergulhasse nos braços de um amante...e passo a sentir-me livre, aninhada, refrescada, quente, sedenta, desejosa, ardente...
Dirijo-me à cascata que enche este lago e deixo que a água jorre sobre mim qual sémen de um desejo há muito controlado... e sinto-a em cada pedaço de mim... nos meus seios erectos, ansiosos por serem chupados, na minha boca sedenta por outra, no meu sexo inundado de vontade de ser possuído, nas minhas pernas firmes, abertas, esperando encontrar a fraqueza de um desejo a ser satisfeito, a escorrer pelos meus longos cabelos como uma manifestação de carinho e chegando finalmente às minhas nádegas, ao esconderijo no meio delas, fazendo-me ofegar por sentir encostado a mim um sexo duro, rígido, exigente e tão ardente como o desejo que me consome....
Será a envolvência com a natureza a causa deste meu desassossego?...
Será o toque leve da aragem que me arrepia e me faz voltar aos meus instintos mais básicos, mas também mais profundos?...
Será o silêncio e a paz deste verde que me rodeia que me faz querer entrar em contacto de uma forma tão primitiva com a natureza e com a minha própria essência como mulher?...
Vejo este pôr do sol único e transformo-me num animal sedento, faminto de sexo... sereia de dia, pantera à noite...será o verde dos meus olhos que se perde neste verde que me acolhe?...
Tudo aqui me seduz: os cheiros, as cores, as texturas, os sabores... a liberdade de não ter horários, os banhos nocturnos, o sossego que me desassossega... o silêncio que me sussurra, a vastidão que se perde num horizonte sem fim, a vida num estado mais simples, mais prático, mais livre...
Sim, nas férias sinto-me uma sedutora e uma seduzida... que fica por e para realizar mais tarde...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Anel em prata com casalinho no bem bom...

Já não tenho dedos que cheguem para todos os anéis da minha colecção.