14 agosto 2012

Eva portuguesa - «Sedução»

É estranha esta sensação de desejo contido e emergente que as férias me provocam...
Talvez por estar sem fazer sexo, talvez por estar mais atenta à família, talvez por deixar que a preguiça se apodere de mim...
Mas parece que tudo o que me rodeia desperta em mim de forma ainda mais premente a minha sexualidade, a minha sensualidade.
Sinto mais conscientemente cada pedacinho do meu corpo, cada sensação vivida, cada gemido contido...
Espreguiço-me languidamente ao sol, sentindo o calor tomar conta de mim, suportando a delícia deste beijo quente e sensual.
Sinto uma gota de suor começar a escorrer-me pela nuca, provocando-me arrepios de prazer... e vai descendo pela minha coluna como se de uma língua se tratasse... perde-se naquele sulco onde se iniciam as minhas nádegas, onde tudo pode começar ou acabar.
Levanto-me, ciente deste estado semi-hipnótico em que me encontro e mergulho nas águas translúcidas desta piscina natural, como se mergulhasse nos braços de um amante...e passo a sentir-me livre, aninhada, refrescada, quente, sedenta, desejosa, ardente...
Dirijo-me à cascata que enche este lago e deixo que a água jorre sobre mim qual sémen de um desejo há muito controlado... e sinto-a em cada pedaço de mim... nos meus seios erectos, ansiosos por serem chupados, na minha boca sedenta por outra, no meu sexo inundado de vontade de ser possuído, nas minhas pernas firmes, abertas, esperando encontrar a fraqueza de um desejo a ser satisfeito, a escorrer pelos meus longos cabelos como uma manifestação de carinho e chegando finalmente às minhas nádegas, ao esconderijo no meio delas, fazendo-me ofegar por sentir encostado a mim um sexo duro, rígido, exigente e tão ardente como o desejo que me consome....
Será a envolvência com a natureza a causa deste meu desassossego?...
Será o toque leve da aragem que me arrepia e me faz voltar aos meus instintos mais básicos, mas também mais profundos?...
Será o silêncio e a paz deste verde que me rodeia que me faz querer entrar em contacto de uma forma tão primitiva com a natureza e com a minha própria essência como mulher?...
Vejo este pôr do sol único e transformo-me num animal sedento, faminto de sexo... sereia de dia, pantera à noite...será o verde dos meus olhos que se perde neste verde que me acolhe?...
Tudo aqui me seduz: os cheiros, as cores, as texturas, os sabores... a liberdade de não ter horários, os banhos nocturnos, o sossego que me desassossega... o silêncio que me sussurra, a vastidão que se perde num horizonte sem fim, a vida num estado mais simples, mais prático, mais livre...
Sim, nas férias sinto-me uma sedutora e uma seduzida... que fica por e para realizar mais tarde...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado