18 agosto 2012

«conversa 1906» - bagaço amarelo

Ela - O meu marido ainda me pergunta, no fim de cada vez que fazemos sexo, se eu o acho bom na cama.
Eu - Há quanto tempo é que são casados?
Ela - Vinte e dois anos...
Eu - E é bom na cama ou não?
Ela - Sei lá. Há vinte e dois anos que não vou para a cama com outro. Nem comparar posso...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Baralho de cartas «Le Florentin»



Estas cartas são um mimo. Quem colecciona cartas diz (e com razão) que estas «Le Florentin» são das mais bonitas que existem (e eu concordo). E tenho um destes baralhos na minha colecção. Quando vo-lo poderei mostrar ao vivo?...

Na página deste video, apresentam o autor e explicam as ilustrações de cada carta, em cada momento do video (em inglês, mas se há coisa que a malta que aqui vem domina, são as línguas):

"Paul-Émile Bécat (born 2 February 1885 -- died 1 January 1960 in Paris) was a French painter, printmaker and engraver, and was awarded first prize in the Prix de Rome in 1920. He was a student of Gabriel Ferrier and François Flameng and exhibitioned at the Salon de Paris in 1913. Returning from his travels to the Congo, Gabon, and the Sudan, he specialised from 1933 in the technique of drypoint in his erotic works. Today he is best known for his portraits of French writers, and for his erotic works.
This is a Bécat's erotic limited edition of a deck of playing cards. Titled 'Le Florentin', the deck is copyrighted 1955 by Éditions Philibert, Paris.
Credit: mydelineatedlife.blogspot.com

0:00 Frontispiece card
0:10 Joker 1: Giant jester of the Duke of Mantua, whose main duty was to keep an eye on the 'collection' of dwarves given to his master by the other princes of Europe.
0:19 Joker 2: A lady, personifying the Florentine festivities.

0:29 Ace of Diamonds: The Adventuresses
0:38 Ace of Clubs: Allegory of gold
0:48 Ace of Hearts: Allegory of Love
0:58 Ace of Spades: The poisoners

1:06 King of Clubs: The powerful Duke Leonardo, famous for his wealth and his patronage of the arts
1:26 King of Diamonds: Allegory of the soldiers
1:45 King of Hearts: King Francis I
2:04 King of Spades: Bluebeard and his wives

2:23 Queen of Clubs: Protecting and encouraging the arts
2:42 Queen of Diamonds: 'La Belle Ferronnière', favorite of King Francis I
3:01 Queen of Hearts: The lady and the rose, recurrent them of the Renaissance
3:20 Queen of Spades: Lucrecia Borgia

3:39 Jack of Clubs: Leonardo da Vinci, surrounded by the beauties he made immortal
3:58 Jack of Diamonds: The messenger of love
4:17 Jack of Hearts: The lovers of Verona
4:36 Jack of Spades: Machiavelli
4:55 The backside of all the cards


Music by Edward Ka-Spel,'Film of the Book (The Forgotten Version)'"

Um sábado qualquer... - «Livrinho de Deus»






Um sábado qualquer...

16 agosto 2012

"A donzela que não podia ouvir falar de foder"



Era uma vez uma donzela muito orgulhosa e rebelde. Se ela ouvisse alguém "falar de foder" ou algo semelhante, ficava com um ar muito ofendido. Era a única filha de um bom homem, um rico camponês que não tinha nenhum servo em casa porque a jovem não suportava ouvir aquele tipo de conversa típica de servos. Ela “...nunca poderia suportar / que um servo falasse de foder / de caralho, colhões ou coisa semelhante” (Fabliaux, 1997: 63).

Um belo dia, um jovem velhaco de nome David chegou àquela aldeia e ouviu falar da filha que odiava os homens. Decidiu então confirmar a curiosa estória, oferecendo os seus préstimos: disse que sabia lavrar, semear, debulhar o trigo e peneirar. O camponês agradeceu, mas respondeu que tinha uma filha que sentia tanta náusea das coisas obscenas que os homens conversam que não poderia aceitar a sua oferta. David fingiu ser um homem temente a Deus e clamou pelo Espírito Santo. Ao ouvir as suas palavras, a filha do rico camponês pediu ao pai que contratasse o rapaz, pois ele compartilhava das suas ideias.

Houve então uma grande festa para comemorar a contratação do “servo beato”. Quando chegou a hora de dormir, o bronco camponês perguntou à filha onde David descansaria: “Senhor, se isso vos agrada / ele pode dormir comigo / ele parece ser de confiança / e ter estado em casas nobres” (Fabliaux, 1997: 67).

O ingénuo pai concordou. A donzela era muito graciosa e bela, e o servo, matreiro, logo colocou a sua mão direita nos alvos seios da moça, depois no seu ventre e no seu sexo, sempre perguntando à donzela o que era aquilo que tocava: “David desceu a mão / direto à fenda, sob o ventre / onde o pau entra no corpo / e sentiu os pêlos que despontavam / ainda macios e suaves (...)”. E perguntou:

Por boa fé, senhora, disse David (...)
o que é isto no meio do prado esta fossa suave e plena? Disse ela: é a minha fonte que ainda não brotou. E o que é isto aqui ao lado /  disse David, nesta guarita? É o tocador de trompa que a guarda responde a jovem, verdadeiramente se um bicho entrasse no meu prado para beber na fonte clara o vigia tocava logo o corno para lhe fazer vergonha e medo. (Fabliaux, 1997: 68)

A seguir, a jovem virgem decidiu ousar e passou a tomar a iniciativa, apalpando igualmente o servo beato. O poema compara o pénis a um potro e os testículos a dois marechais. A donzela pede então que o belo potro do jovem paste no seu prado. David teme que o “tocador de trompa” da moça – provavelmente uma metáfora ao clitóris – faça barulho, isto é, que a jovem grite de dor e prazer. Ela responde: “Se ele disser mal / batê-lo-ão os marechais. / David responde: Muito bem dito.”

E assim a jovem virgem e falsa púdica “foi derrubada quatro vezes”, “...e se o tocador de corno troou / foi batido pelos dois gémeos / Com esta palavra termina o fabliau.” (Fabliaux, 1997: 70)


FABLIAUX, Erótica Medieval Francesa, Lisboa: Editorial Teorema, 1997

blog A Pérola

«Bem-vinda à Foda dos Milhões» - Patife

Chamem-lhe cliché ou o que quiserem. Mas é um facto que existe toda uma comunidade de sardaniscas que pede para ser tratada por puta na cama, de forma a aumentar a intensidade do orgasmo. Quero deixar aqui o meu apreço à auto-confiança destas moçoilas. É preciso ter um ego bem solidificado para se darem desta maneira. Já muitas me pediram para as chamar de putas a meia-foda, umas só o conseguem fazer um nano-segundo exacto antes de se virem, outras gritam para toda a vizinhança ouvir que são umas putalhonas e outras apenas sussurram para não ficarem muito conotadas com o pedido. Mas todas elas têm um ponto comum: ganharam o meu respeito. É preciso ser-se muito pouco puta para pedir para se ser tratada assim. Experimentem lá chamar puta às meretrizes profissionais e vão ver o que vos acontece. Quero pois manifestar o meu louvor a esta comunidade que se quer crescente, quase tão crescente como se põe o meu nabo sempre que uma me pede para ser chamada de puta na cama. Isto a propósito da estouvada de coração grande cujo quadro de referências era mais delicado que uma porcelana chinesa. Tratei-a por puta e até sou capaz de jurar que nesse momento ouvi o coração a partir-se. Quando lhe dei as boas-vindas aqui à foda dos milhões devia ter de pronto avisado que na cama sou uma carta fora do baralho comum. É que assim era previsível que ela se iria tornar uma carta fora do caralho. Com a fúria enquanto ia saindo de minha casa deixou muitas coisas partidas. Além do coração. Que esse à partida já estava fadado. Quanto ao resto do corpo, já estava fodido.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Uma moeda por seus pensamentos

Eles não valem um centavo, meu amigo.





Que unicórnio gordo.

Capinaremos.com

15 agosto 2012

Anúncio da Playboy... muito bem observado!

E o Sérgio ainda observou melhor:
"A julgar pela Playboy Tuga, agora na cabeça do gajo deveria haver um boné, e dos grandes..."

«pensamentos catatónicos (272)» - bagaço amarelo

O Amor corre sempre bem ou mal. Nunca corre mais ou menos. Quando corre mais ou menos é porque está a definhar, se é que ainda não está morto. Essa é a sua maior desvantagem, ao mesmo tempo que também é a maior vantagem. Estar mais ou menos é a única forma de nunca se sofrer, mas é também um atalho para que se morra sem ter dado pela vida.
Pensei nisto agora mesmo, depois de ter visto a Ana como é costume, de braços cruzados num dos cantos da sala. Parece que está à espera que a vida lhe traga alguma coisa. Mas eu até sei que não está. Quando a cumprimentei e lhe perguntei como anda, ela respondeu isso mesmo: que vai andando. Não estiquei mais a conversa. Deixei de o fazer há uns tempos, quando ela me disse que detesta conversas de circunstância e me deixou especado a olhar para uma parede branca, a pensar no mal lhe teria feito. Acho que lhe disse que estava bonita. Só isso. Ela não ligou e afastou-se.
Por essa altura a Ana deixou-se derrotar por um Amor acabado, que é como quem diz, ela acabou com esse Amor. Parecia um náufrago em alto mar que não queria ser salvo. Ainda parece. A história é a do costume: o marido deixou-a e ela ficou mal. Depois, para não andar mal, decidiu que ia estar mais ou menos para sempre.
De vez em quando encontro-a por aí, como hoje, numa festa organizada por amigos comuns. Estou à espera de lhe poder dizer, numa oportunidade qualquer, que é uma sorte podermos sofrer por Amor. Sofrer por Amor é a única forma de saber o que é Amar. É a única forma de agarrar a vida e deixarmos de andar mais ou menos. Para isso só preciso que ela passe a gostar de conversas de circunstância, porque o Amor é uma circunstância da vida.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A última invenção de Thomas Edison





Via Old Erotic Art