15 dezembro 2012

Vanessão do Paraná

«conversa 1934» - bagaço amarelo

Eu - Temos que pôr a conversa em dia.
Ela - Qual conversa?
Eu - A conversa... a conversa em geral.
Ela - Pensei que tinhas alguma coisa concreta para me dizer.
Eu - Não, não tenho. Estava só a dizer que já não falamos há muito tempo.
Ela - Ah! Que interessante.
Eu - Noto alguma ironia na tua voz...
Ela - E eu noto alguma ironia no facto de quereres pôr a conversa em dia sem teres nada de concreto para dizer.
Eu - Epá! Eu gosto muito de ti, mas às vezes a sério que nem sei que te diga.
Ela - Já reparei.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Azulejo - Marina 2008

Um dos azulejos da minha colecção.
Este foi comprado em 2008 e está assinado, no suporte em madeira que serve de moldura, por Marina.


Um sábado qualquer... - «Pescaria 5»



Um sábado qualquer...

14 dezembro 2012

As pedras da calçada


Eu perguntei “Então e a…?” depois de o cumprimentar e de termos dito e concordado que já não nos víamos há muito tempo mas ele levantou a mão direita, da qual me mostrou a palma e calou-me.
– Nem me digas nada – suspirou, voltando a palma da mão para si e ficando a olhar para ela.
– Não? – perguntei, abanando a cabeça para reforçar a solidária negativa.
– Não – repetiu ele, também a abanar a cabeça com uma expressão de cão sem dono. – Nem me fales nessa gaja. – Eu encolhi os ombros noutro gesto prenhe de compreensão e solidariedade e olhei para o chão. As pedras da calçada pareceram-me estranhamente tristes. Ele agradeceu com a cabeça e continuou: – A gaja foi o pior que me aconteceu na vida, pá. O pior!
Sorri do ar trágico com que o pior foi dito e lancei como se fosse um desafio:
– Pior do que quando partiste a perna?
– Muito pior.
– Pior do que quando estampaste o carro do teu pai?
Ele riu com displicência.
Eu insisti:
– E ficaste em coma três semanas e perdeste o ano e partiste a omoplata, a perna e o colo do fémur?
Ele hesitou, olhou-me fixamente, moveu o ombro para cima e para baixo e depois em movimentos circulares, esticou a perna e olhou para o pé.
– Pior – anunciou, depois de voltar a cruzar o olhar com o meu. – A gaja foi pior que isso tudo, pá. Foi mesmo a pior coisa que me aconteceu na vida – concluiu com suspirada convicção e deslocados olhos de carneiro mal-morto.
– Bolas… – deixei escapar.
– E sabes o que é pior?
– Ainda pior?! – Espantei-me e olhei para o chão. Apesar do calor, as pedras da calçada apresentavam uma inexplicável humidade. “Provavelmente já conhecem a história”, pensei.
– É que se ela me ligasse agora para ir ter com ela, eu ia, pá. Eu ia…

Tempo frio na corrida seminua de trenó na Alemanha


Corrida de Trenó em topless
Fonte: thelocal.de

O V campeonato internacional de Corrida Nua de Trenó, que ocorreria em Braunlage, Alemanha, em fevereiro de 2013, foi cancelado. O motivo do cancelamento seria a preocupação com a segurança no evento, pois a cada edição o público aumentava surpreendentemente, com um número maior do que o de habitantes da pequena cidade.

Na edição de 2012 o público chegou a 25.000 pessoas. O evento terá uma pausa em 2013 para ver a possibilidade de continuar nos outros anos.

Veja algumas fotos e vídeos das edições anteriores:

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução



Obscenatório
http://obscenatorio.wordpress.com/

«Corpo» - Susana Duarte

transformar-me-ia em ave,
se as asas dos teus dedos me ouvissem

e condensassem, em nós,
as gotas acontecidas

nas costas,
onde te deixei estradas

quando, em mim,
e nos dedos,
e no rosto,
e no ventre,

deixaste rotas marinheiras,

flor de sal do teu corpo,

sabedoria nua das marés,
ave de todos os dias

negro irresoluto de todas as noites

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Como pegar as gatas



Via Testosterona

13 dezembro 2012

Aubrey Beardsley


Lysistrata

Aubrey Vincent Beardsley (1872 - 1898) foi um importante ilustrador inglês. O seu estilo, influenciado pelos pré-rafaelitas e pela estampa japonesa, enfatizava o grotesco, o decadente e o erótico.

Apesar da sua carreira ter terminado precocemente aos 26 anos, devido à tuberculose, Beardsley foi uma figura eminente no movimento esteta, juntamente com Oscar Wilde e James A. McNeill Whistler.

Famoso pelas suas ilustrações perversas e grotescamente eróticas, Beardsley buscou inspiração na shunga japonesa. As suas ilustrações eróticas mais famosas basearam-se em temas mitológicos, nomeadamente, as ilustrações para uma edição privada de Lysistrata, de Aristófanes.


Lysistrata

Beardsley também escreveu um conto erótico - Under the Hill. Contudo não chegou a concluí-lo.

Apesar de identificado com o círculo homossexual que incluia Oscar Wilde e outros estetas ingleses, algumas dúvidas persistem relativamente à sua sexualidade, sendo encarado até por muitos como assexual, devido à sua doença crónica e à total devoção ao seu trabalho.

A toilette de Lampito

As especulações sobre a sua sexualidade incluem também rumores sobre uma relação incestuosa com a sua irmã Mabel, que poderá ter engravidado do seu irmão e ter, posteriormente, abortado.

Beardsley converteu-se ao Catolicismo em 1897 e pediu ao seu editor, Leonard Smithers, que destruísse todas as cópias de Lysistrata e todos os seus desenhos obscenos.Smithers ignorou os desejos de Beardsley e continou a vender reproduções das suas obras e até falsificações.

Lysistrata´


blog A Pérola

«Dar à posta» - Patife

Há qualquer coisa de doentio na forma sôfrega como um certo tipo de mulher deseja ver o homem que quer conquistar na mó de baixo. Não domina a suprema arte do engate e então pergunta a todo instante se ele está bem. E não aceita um sim como resposta: A sério? Não pareces bem. Passa-se alguma coisa. Vejo que algo não está bem contigo. Precisas de desabafar? Estou aqui para ti. Se precisares podes contar comigo. E toda essa ladainha para tratar dele, fazendo-se passar por querida e útil. É tão obsessivo que eu, enquanto cavalheiro, lhes faço muitas vezes a vontade. Finjo-me deprimido e forjo ser uma mente atormentada pela agruras da vida, só para as ver satisfeitas a pensarem que estão a tratar de mim. What´s the catch? Perguntam vocês. E perguntam bem: também é muito eficaz para as levar para a cama directamente. É um pouco como jogar monopólio e nunca ter de sair da chacha de partida. Não estás bem para conversar, pois não? Perguntam invariavelmente. Eu abano a cabeça intermitentemente, em sinal de acordo. E então elas falam e falam e falam, normalmente só a dizer clichés emocionais sem sentido a ver se aplacam a minha dor forjada. Falam mal mas costumam pinar bem. E este tipo de mulheres está sempre a dar à costa. Melhor: a dar aqui à posta. Mas pronto. A deste fim-de-semana tinha um palminho de cara e eu também tenho um palminho e meio de cara lho. Por isso estava mortinho para metê-la a sugar-me o besugo. Há qualquer coisa de magnético entre a boca de uma mulher que diz disparates e o meu pincel. É quase como que por justiça divina que o faço. Começo a ouvir vozes celestiais que me impelem a encher-lhes aquelas boquinhas de onde só sai asneira. Abocanha-me mazé a trombeta! É o que me apetece dizer sempre. Ao menos sempre vias o que é ter coisas de qualidade a sair pela boca. Mas depois lembro-me que estou a brincar às angústias e acabo por dar a entender que preciso de silêncio enquanto solto uns suspiros bem vincados. E elas, como não querem ir embora mas querem respeitar o silêncio solicitado, sentem que têm de fazer alguma coisa para ajudar e catrapumba. Como sempre digo, é tiro e queca.

Patife
Blog «fode, fode, patife»