transformar-me-ia em ave,
se as asas dos teus dedos me ouvissem
e condensassem, em nós,
as gotas acontecidas
nas costas,
onde te deixei estradas
quando, em mim,
e nos dedos,
e no rosto,
e no ventre,
deixaste rotas marinheiras,
flor de sal do teu corpo,
sabedoria nua das marés,
ave de todos os dias
negro irresoluto de todas as noites
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto