03 maio 2013

«Vagina, essa incompreendida» - Webzine Muro

A malta amiga da Webzine Muro publicou este post que pedi para divulgar aqui:


"Cheguei hoje à conclusão que os homens têm medo da vagina, a maior parte das guerras acabam por ser devido ao medo irracional do desconhecido, neste caso, a vagina. Todas as guerras religiosas e todas as regras fanáticas das religiões acabam por se basear na máxima "epa tu tapa-me isso que eu nem sei!" Os homens, provavelmente têm receio da responsabilidade de serem pais ou assim. Quando se vai para Padre (que quer dizer mais ou menos "pai" ironicamente) conseguem fugir a essa responsabilidade, mas depois, como começam a ressacar, pegam (por trás) nos filhos dos outros Pais, e estes, quase que começam a acreditar em milagres para ver se aquilo acaba rápido. Fica assim uma dualidade entre ser crente ou descrente, mas acho que isso depende da quantidade do lubrificante não sei. Em relação às guerras islâmicas com os seus fanáticos fofinhos e explosivos... eles rebentam-se para irem para o paraíso, para terem assim imensas virgens (já mencionei isto antes em sede própria). Portanto... Pregam uma religião que censura tudo e que vê pecado em quase tudo para terem direito a um harém cheio de gajas."
Webzine Muro

Prostituição - a minha história (XI)


Retalhos

Bebe-me
que eu sirvo-te estremeções
que eu sirvo-te a dor
que eu sirvo-te rasgões
por uma gota de amor



Verão de 1997... (...) e eis-me à porta, com a mesma estranheza inicial, como se fosse a primeira vez mas soubesse o que se passa ali porque li num livro, a minha vontade refém daquele Mundo do fantástico e do dinheiro, eu prisioneira de mim. Entro e sento-me na sala, mulheres e sacos e uma caixa de pizza pelo chão. Mas onde estás tu, Joana? Do outro lado do espelho. Uma das moças, seríssima, contava os preservativos, outra experimentava vestidos demasiado curtos, com um ar satisfeito. Uma terceira moça que sempre me pareceu sofrer ligeiramente de Tourette, de vez em quando levantava-se, como se tivesse molas, e saltitava, começava a andar eléctrica de um lado para o outro da sala, mexia-se como se tivesse os braços e as pernas demasiado compridas para o resto do corpo e alguém lhe puxasse os ombros para trás, ao mesmo tempo gostava de gritar "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuu", muitas vezes dizia aquilo e outros disparates com um ar de enorme satisfação e linguagem corporal adequada ao disparate, estava a ver TV e lá vinha: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", vinha de uma apresentação: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", falava-se em almoço ou lanche: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuu"... Outra, uma loira, explicava que trabalhava à noite e que era tudo muito fácil e estava tudo planeado, se alguém a seguisse para casa a pensar em assaltá-la, ela tinha aquilo e tirava o "aquilo" da mala que era uma arma, semi-automática, que ela mostrava com a naturalidade e diversão de quem mostra uma pulseira. As outras moças, quando a apanhavam pelas costas, contavam que não queriam ir trabalhar com ela quando os clientes pediam duas meninas porque, nesse caso, o atendimento devia durar uma hora mas bastava o cliente ir ao wc fazer um xixi para ela se levantar cheia de pressa, fazer a cama e vestir-se; quando o cliente voltava ficava, claro está surpreendido mas ela mexia-se e falava tão depressa que os despachava para fora do quarto em segundos. Dizia alto e bom som não aceitar "fazer uma hora, só meia hora, porque uma hora não compensava financeiramente" mas quando era escolhida e lhe perguntavam, na sala, se podia ser uma hora dizia que sim, claro que sim. Ouvia-se a recepcionista ao telefone, numa voz muito fininha a parecer uma menina: "siiiiiiiimmm, eu faço tudinhooooooooo, gosto muiiiiiiiiiiitoooooo", a campainha tocava, "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", "apresentaçãããããão", outra queixava-se "ai, tinha as unhas a meioooooooooooo", tocava novamente a campainha e, de repente, sentavam na nossa sala, no meio de nós, um homem qualquer, no meio daquela cena, o homem com o corpo completamente imóvel, os olhos muito abertos, as pernas encolhidas como se se sentisse a ocupar muito espaço e, de vez em quando, girava o pescoço de um lado para o outro, da esquerda para a direita, como um autómato saído de um cartoon, eu imaginava em cima da cabeça dele, vários balões de texto que ilustravam o seu pensamento: "sexooo, sexoooo, mamaaaas, raboooooos...". (Continua)

Is Tropical - «Dancing Anymore»


IS TROPICAL - "Dancing Anymore" / NEW SINGLE! from Maison Kitsuné on Vimeo.

Coisas que chamam a atenção do homem numa mulher



Via Testosterona

02 maio 2013

Procuro parceria para um negócio extremamente rentável

Todos os anos, pelas Queimas das Fitas por esse país fora, muita maltinha jovem queima o grelo... e - pasmemo-nos - de forma voluntária!
No próximo domingo, lá vai a estudantada de Coimbra fazer fila, esperando várias horas, contando com os tradicionais "golpes" (passar à frente da fila, com a maior lata do mundo) que sempre fizeram parte do chico-espertismo de muita desta gente.
Pois a minha ideia é muito simples: montar uma banca à saída do penico onde as meninas masoquistas queimam o grelo, vendendo bisnagas de pomada «Halibut - especial Grelos Queimados», criada por mim especialmente para este evento.
Até posso aplicar no local (tanto geográfico como anatómico)...
Que tal?
Quem é amiga, quem é?


Teste de condução do Renault Clio - versões para homem e para mulher



«Já se esquecera...» - Maria do Rosário Pedreira

Poema de Maria do Rosário Pedreira publicado como inédito no Jornal de Letras e Artes» nº 1110, de 17 de Abril de 2013.
Obrigada pela prendinha, Dr. Diogo!


Já se esquecera a que sabia o sémen
de um estranho. E agora que voltava
sem querer às ruas vermelhas, quase se
arrependia de ter apagado tão depressa
o nojo e a indecência nos caracóis de

um menino que haveria de ser sempre
só dela. E como lhe parecia igualmente
viscoso e escorregadio o dinheiro que no
fim lhe entregavam dobrado e à pressa –
tão diferente do cartão limpinho com que

as senhoras lhe tinham pago vestidos ao
balcão, na loja que agora dava pena, assim
entaipada. Ai, se o menino soubesse que

era ainda nele e nas suas brincadeiras que
pensava quando agachada ali, durante de um
estranho, abria a boca e fechava os olhos.

Maria do Rosário Pedreira

Threesome

 Sempre considerei arriscada a prática do “ménage à trois”. O cuidado com que se devem escolher os parceiros é fundamental e prefiro o envolvimento de duas mulheres e um homem, à alternativa. A necessidade de se evitar a selecção de dois machos alfa torna complexa esta experiência. Acaba sempre por sobressair o confronto entre poderes e a mulher subalterniza-se quase inconscientemente. A presença de apenas um alfa, enfraquece de modo natural o mais dócil e, embora seja menos arriscado a escolha de dois homens submissos, ter de controlar, dominar e orientar uma dupla frágil, é cansativo e entediante.
A participação de duas mulheres é sempre mais proveitosa. Sabem exactamente onde se situam todos os pontos fulcrais dos parceiros e torna-se facílimo usufruir de ambas as faces das moedas com o máximo deleite.
Não é, de todo, uma “tarefa” fácil, mas uma principiante deve reconhecer de imediato que a posição mais cómoda que lhe permite o desfrute de alguma das inúmeras potencialidades desta prática, é a mais simples. Nestes, como em muitos outros casos, as mais primárias posições são aquelas que iniciam um percurso imenso e que permitem posteriores viagens paradisíacas.
Aconselho um macho alfa como parceiro. Nada melhor do que resistência e controlo para uma aventura tão demorada como estas devem ser.
Não vou descrever (por enquanto) as manobras possíveis e “obrigatórias” a efectuar nestas andanças, mas nada impede que refira aquela que é considerada a clássica e a mais banal.
Uma das mulheres, voltada para o homem deitado, monta-lhe o pénis, entranhando-o o mais possível. Permitirá dessa forma mover-se, ondulando, ao sabor do que lhe causará maior prazer. O movimento de vai-vem sobre o pénis não é, neste momento, o esperado. A ondulação, o rodar subtil das ancas, vai permitir uma maior atenção à companheira que, voltada para a parceira, de joelhos, levemente dobrada, expõe a vagina à língua e à boca do homem que a vai explorando ao mesmo tempo que perscruta o anûs humedecido, rodando e enfiando-lhe com suavidade o dedo encharcado em sucos ou a serpente incendiada que tem na boca.
As mulheres, assim posicionadas, podem aceder às mamas uma da outra, conseguindo, curvando-se estrategicamente (com a colaboração do macho de pernas abertas e flectidas e pés ficados no colchão, empurrando os quadris e elevando as nádegas - todos gostam!) provar a rigidez dos mamilos e a textura aveludada da pele uma da outra. O clítoris está perfeitamente alcançável, quer de uma, quer da outra, e é possível titila-los mutuamente enquanto se sente o deslizar do pénis ou a saliva quente da língua masculina, e sempre que as bocas femininas estão dispostas de modo a misturarem todas as delícias que se escondem num beijo.
Nestes casos, o homem pode e deve ser instrumentalizado. Se a atenção estiver concentrada e for prioridade entre as mulheres, o prazer masculino é exponencial e atinge-o de forma avassaladora.
Voltaremos a juntar-nos, os três, começando desde o início. Há caminhos longos a desbravar mesmo que usemos apenas um cajado.


Camille

Mãe África



Via Ela Tá de Xico

01 maio 2013

«Mesa» - João

"O homem está sentado à mesa. Mesa com duas cadeiras, frente a frente. Mas a cadeira em frente a ele está vazia. Ele está seráfico. Nenhum músculo do seu rosto apresenta tensão, não há expressão alguma, há apenas um homem sentado com as pernas perfeitamente alinhadas e joelhos a noventa graus, e as mãos sobre a mesa, abertas, de palma para baixo, sem movimento, sem corpo para agarrar, sem emoção. Apenas a madeira, inicialmente fria, agora aquecida pelo corpo que apesar de morto na superfície, irradia calor.
A cadeira em frente está vazia e em ângulo, denunciando alguém que partiu, e ao fazê-lo a afastou de rompante, sem aviso. O homem esperou-a durante três dias quando as emoções se sentiam a tantos milhares de quilómetros. Quando entrou pela porta o homem avançou resoluto em direcção ao seu corpo e abraçou-a de imediato. E ela devolveu o gesto, encostando-se a ele. Mas tinha medo. A princípio tinha medo. E então agarrou-a de novo, cruzando-lhe os braços atrás das costas, puxando-a para ele. Repetiu o nome dele várias vezes. Ao ouvido. Uma vez. Duas vezes. Várias vezes. Insistentemente. E enquanto se recolhia no colo dele, ele cheirava-lhe o cabelo e dizia “cheiras tão bem”. E esse lenço, esse lenço que ela trazia enrolado ao pescoço e que ele puxava, querendo puxá-la cada vez mais, querendo levar as mãos a todo o seu corpo sem vagar. Toda ela encostada a ele. Toda ela a perder o domínio. E a dizer o seu nome. E a afastá-lo com a mão no peito. E a querer sair dali. E ele a tocá-la de novo e ela a dizer que tinha de parar. E ele parou.
Enganaram-se durante algum tempo. Iludiram-se. Acharam que era possível não estar. Mas a ausência era cada vez mais pesada, e os sinais eram cada vez mais evidentes. Sinais de proximidade, de semelhança. De querer, de estar, de ficar. Tanto suor, tanto. Minutos, horas, quilómetros, dimensões do espaço e do tempo que se ultrapassaram para um olhar, um toque, um abraço indestrutível, apertado nos braços e colado nos corações. Queimou-se tudo, toda a terra à volta, partiram-se cidades de anos e anos, prédios vieram abaixo, todas as pedras se revolveram, não ficou nada em cima de nada. Ergueu-se, lentamente, um caos que levantou poeiras e tirou as coisas do sítio. E colocou-as noutro. Agarrados lançaram-se contra as barreiras que se ergueram no caminho. Até que pedras mais violentas embateram nas faces e fizeram sangrar. E sentaram-se. Um de cada lado da mesa quadrada. Sem palavras ela levantou-se. E ele nunca mais se moveu. Deixou a cadeira arrancada do seu lugar, tal como ela a deixou. Repousou os seus músculos, esvaziou-se, acentuou o vazio da sua ausência. Pesada. Triste. Violenta. Até que ela se voltou a sentar, e disse o nome dele. Uma vez. Duas vezes. Várias vezes. Insistentemente."

João
Geografia das Curvas

Europa... o que vai sair daqui?...



Joep Bertrams (Holanda) - PressEurop

«respostas a perguntas inexistentes (238)» - bagaço amarelo

ao Diabo e à mulher nunca falta que fazer

É uma pena que Deus não exista. Só a sua existência é que sustentaria a também existência do Diabo e, tal como acabei de ouvir numa conversa de homens envelhecidos pela solidão, ao Diabo e à mulher nunca falta que fazer. É um provérbio, como tantos outros, que explica como alguns homens jogam às escondidas com Deus.
Enquanto uma vida triste se torna feliz com uma paixão, uma vida feliz torna-se triste sem ela. Os homens que não sabem Amar escondem-se na tristeza de Deus, e empurram o seu enorme falhanço na vida para essa dupla conspiradora formada pela mulher e pelo Diabo.
Eu, se fosse um falhado no Amor, rezaria ao Diabo que me ajudasse. Nunca a Deus. É que fiquei ali a ver aqueles dois, de olhar triste espetado no chão, numa mesa de café despovoada, sem nada mais que fazer ou dizer. Se pudessem optar, diria eu, era melhor irem ter com o Diabo e, consequentemente, algumas mulheres. Sempre teriam que fazer.
Já percebi onde é que surgiu a ideia judaico-cristã do Diabo. É uma luz ao fundo do túnel para a felicidade e para o Amor. Às escondidas, é certo, mas ainda assim uma alternativa à submissão e à tristeza contínua. É por isso que ainda há homens que dizem isto...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»