"Lembrei da São aqui em Teresina."
Emiliana Brandão
26 março 2014
25 março 2014
Eva portuguesa - «Apenas puta»
Senti o teu cheiro, aquele cheiro que me arrepia a pele, ainda antes de tu chegares.
Na expectativa desse encontro há tanto adiado, a minha mente divagava pelas lembranças dos nossos últimos momentos. Conseguia reviver cada gesto, cada palavra, cada lágrima, cada sorriso. Conseguia sentir o calor do teu corpo, ao mesmo tempo tão longe e tão perto. E a melancolia aproximou-se ao mesmo tempo que o nervosismo e o desejo. O ódio, a paixão que nunca devia ter existido, a crença e a desilusão gritavam dentro de mim pedindo para sair. E, para me libertar, só havia uma forma: deixar que toda essa turbulência se apoderasse de mim, do meu corpo, percorrendo cada centímetro daquilo que iria ser teu. E deixando-me ir sem pensar, senti o desejo, esse desejo tão carnal, sexual, insaciável e incurável que sempre nos uniu; enroscar-se em mim, trepando pelo meu corpo como uma cobra prestes a atacar. E essa cobra mordeu-me, fazendo com que me realizasse e te completasse através de mim, do toque dos meus dedos, do som dos meus gemidos, do meu suor que cheirava a ti. Realizei-me em mim, por ti. E, ao som do arfar da minha respiração, recordava a perfeição do nosso encaixe, a forma como os nossos corpos se completavam um ao outro, fazendo com que parecesse um só.
E depois do último tremor do orgasmo que me deste sem estares presente, comecei a cair no mar dos sentimentos. Sendo abandonada pelas sensações, entreguei-me a viver algo de mais profundo, algo doloroso. Lembrei os planos, as promessas, as ilusões, o riso fácil e espontâneo. Lembrei os momentos de perfeição, aqueles que eram só nossos. Lembrei aquele motel onde nos perdemos e achámos um no outro. E comecei a procurar as marcas físicas no meu corpo, aquelas feitas pela dor da minha alma. E apesar da desilusão, do engano, da esperança vã, da mágoa, da raiva, do sentimento de injustiça e desespero, não havia marcas na minha pele. Apenas o brilho do prazer solitário e a imensidão dos meus olhos conseguiam retratar a realidade. A minha realidade. A nossa realidade.
Porque, mais uma vez, tu não vieste. E finalmente recordei aquilo que tanto queria esquecer: para ti, assim como para os outros, eu era apenas uma puta...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Na expectativa desse encontro há tanto adiado, a minha mente divagava pelas lembranças dos nossos últimos momentos. Conseguia reviver cada gesto, cada palavra, cada lágrima, cada sorriso. Conseguia sentir o calor do teu corpo, ao mesmo tempo tão longe e tão perto. E a melancolia aproximou-se ao mesmo tempo que o nervosismo e o desejo. O ódio, a paixão que nunca devia ter existido, a crença e a desilusão gritavam dentro de mim pedindo para sair. E, para me libertar, só havia uma forma: deixar que toda essa turbulência se apoderasse de mim, do meu corpo, percorrendo cada centímetro daquilo que iria ser teu. E deixando-me ir sem pensar, senti o desejo, esse desejo tão carnal, sexual, insaciável e incurável que sempre nos uniu; enroscar-se em mim, trepando pelo meu corpo como uma cobra prestes a atacar. E essa cobra mordeu-me, fazendo com que me realizasse e te completasse através de mim, do toque dos meus dedos, do som dos meus gemidos, do meu suor que cheirava a ti. Realizei-me em mim, por ti. E, ao som do arfar da minha respiração, recordava a perfeição do nosso encaixe, a forma como os nossos corpos se completavam um ao outro, fazendo com que parecesse um só.
E depois do último tremor do orgasmo que me deste sem estares presente, comecei a cair no mar dos sentimentos. Sendo abandonada pelas sensações, entreguei-me a viver algo de mais profundo, algo doloroso. Lembrei os planos, as promessas, as ilusões, o riso fácil e espontâneo. Lembrei os momentos de perfeição, aqueles que eram só nossos. Lembrei aquele motel onde nos perdemos e achámos um no outro. E comecei a procurar as marcas físicas no meu corpo, aquelas feitas pela dor da minha alma. E apesar da desilusão, do engano, da esperança vã, da mágoa, da raiva, do sentimento de injustiça e desespero, não havia marcas na minha pele. Apenas o brilho do prazer solitário e a imensidão dos meus olhos conseguiam retratar a realidade. A minha realidade. A nossa realidade.
Porque, mais uma vez, tu não vieste. E finalmente recordei aquilo que tanto queria esquecer: para ti, assim como para os outros, eu era apenas uma puta...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«Copo» - Susana Duarte
Beijo-te através de um copo de vinho
que é sangue e é corpo.
Beijo-te através das letras que as minhas mãos te desenham
no rosto.
As mãos desenham-te arabescos de vida,
e eu, sou um porto.
[As vielas da vida são as estradas iluminadas dos teus cabelos de sol e mosto].
Beijo-te, no cais dos dedos,
de onde partem carícias e segredos.
[amo-te na flor da noite e do leito, como o copo de vinho que se entrega à boca voraz].
Aqui, a teu lado, o meu corpo.
Jaz deitado na face da lua, onde
és homem, e eu, sou maré nua.
As algas das noites solitárias espraiam-se no leito.
O teu corpo: é nele que me deito.
[As algas das noites solitárias morrem no calor do meu peito
O teu peito é a aurora tingida de sangue que verte das lágrimas de um Fado].
Eu, aqui, beijo-te o corpo de vinho
e sal e pedras e flores e pontes e portos e chegadas.
E luas. E asas nuas. E Alma…quando me iças nos braços
e deitas, sobre mim, marés de laços que não se desatam e, de ti,
me não tolhem.
[Pode vir a chuva].
Se a chuva vier devagarinho, na noite,
se a chuva vier violenta, na noite,
serei a luz do sol que te enxuga as lágrimas da despedida.
Deita-me sobre a lua e abraça-me a noite da partida.
Bebo-te o corpo de manhãs claras
e celebro em ti a vida,
e as veias,
e o copo de vinho,
e a luz
e as imagens
e as marés que me percorrem dentro de uma mão.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
Prefácio: Maria Elisa Ribeiro
Fotografias: Ivano Cetta
Relembrando os videos de apresentação da minha colecção - 3 - Um olhar repleto de pulsações
Terceiro vídeo de apresentação de «a funda São» - colecção (muito) particular de arte erótica, de Setembro de 2011, com um poema de Jorge Castro lido pela voz de ouro de Luís Gaspar (do Estúdio Raposa).
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
24 março 2014
Luís Gaspar lê «Silvia» de Benjamin Neukirch
Porque praguejas, Sílvia, quando esta negra mão
C’o teu seio quer brincar?
Era alva como tu, e o fogo da paixão
Assim a fez ficar.
Se com teu fogo vens meu corpo incendiar,
De mármore nem neve pode minha mão ser.
Dizes-lhe que não busque e não faça o que faz.
Tens razão. Há-de ser.
Mais não busca que a ti, mais não quer do que paz
E seu jogo jogar.
De que te queixas, pois? E que razões ter julgas,
Já que favores iguais não os negas às pulgas?
Benjamin Neukirch
Poeta natural de Bojanowo, hoje, Polónia (1665-1715)
Tradução de João Barrento
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
C’o teu seio quer brincar?
Era alva como tu, e o fogo da paixão
Assim a fez ficar.
Se com teu fogo vens meu corpo incendiar,
De mármore nem neve pode minha mão ser.
Dizes-lhe que não busque e não faça o que faz.
Tens razão. Há-de ser.
Mais não busca que a ti, mais não quer do que paz
E seu jogo jogar.
De que te queixas, pois? E que razões ter julgas,
Já que favores iguais não os negas às pulgas?
Benjamin Neukirch
Poeta natural de Bojanowo, hoje, Polónia (1665-1715)
Tradução de João Barrento
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«conversa 2055» - bagaço amarelo
Eu - Caramba! Recebes mais mensagens do que o Pai Natal.
Ela - Pois recebo. É por causa do Facebook.
Eu - Do Facebook?!
Ela - Sim. Cada vez que alguém comenta uma coisa minha, eu recebo uma mensagem no telemóvel a avisar.
Eu - Ah! Já sei. Eu desliguei isso tudo. Também o podes fazer...
Ela - Eu sei que posso, mas não faço.
Eu - Não?! Isso, assim, é uma tortura. Recebes uma mensagem de dois em dois minutos...
Ela - Pois é, mas o meu marido fica roído de ciúmes. Pensa que são amigos meus...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
23 março 2014
«Masturbação Feminina» (documentário)
"A masturbação das mulheres continua a ser, hoje em dia, um dos grandes tabus. O canal Odisseia apresenta este fascinante documentário que quebrará o silêncio que envolve este tema. Conheceremos Betty Dodson em Nova York, a médica que pode ser considerada como a primeira "treinadora de orgasmos". Esta mulher sem complexos ensinou mulheres de todas as idades, crenças e procedências uma habilidade aparentemente simples: como se masturbar. E agora, pela primeira vez, três mulheres para quem a masturbação é um tema difícil de enfrentar, estão dispostas a experimentar a sua terapia com Betty perante as câmaras. Não percam este original documentário onde poderemos presenciar uma semana intensa de instrução tanto psicológica como prática, incluindo sessões privadas e grupos de trabalho. Atrevem-se a quebrar o tabu?"
Loirice
O seu sorriso fluía naturalmente e depois, era loiro como o Pitinho o que em termos estéticos contrasta que nem ginjas com a minha tez morena pelo que o ritual de sedução estava tacitamente deferido.
Convidou-me para visitar a sua casa e esclareceu logo que era na zona in da Expo. Imediatamente desejei que continuasse tudo em cima. Já lá mostrou-me o painel digital das várias funções da casa. Pensei que se ele abreviasse as explicações num instantinho o digitava todinho. Mostrou-me depois o plasma novo que acabara de comprar enquanto eu me entretinha a despi-lo com os olhos imaginando-me a plasmá-lo em mim. Ele continuou a exibir-me os brinquedos tecnológicos que possuía desde a máquina fotográfica digital à Bimby discorrendo especificações e marcas num tal arrazoado que quase me senti bimba por acreditar em príncipes loiros. Mas da minha cara não transpareceu o pensamento e como não estávamos numa história de banda desenhada ele não podia ler a minha filactera em forma de nuvem e com bolinhas. Vai daí que ainda me fez uma demonstração do gingarelho que aspirava sozinho e eu abri a minha boca num bocejo e com o espanto dele ainda não estar a aspirar com o nariz espetado no meu Monte de Vénus.
Peguei-lhe em ambas as mãos não fosse ele levá-las dali para me alardear mais uma porra qualquer e confessei-lhe que tinha sangue índio. Tanto que era antropófaga e gostava particularmente de degustar aquela parte do corpo que os índios do Brasil ofereciam aos seus convidados de honra e assim também aos portugueses quando estes lá arribaram. O resto são amendoins.
Convidou-me para visitar a sua casa e esclareceu logo que era na zona in da Expo. Imediatamente desejei que continuasse tudo em cima. Já lá mostrou-me o painel digital das várias funções da casa. Pensei que se ele abreviasse as explicações num instantinho o digitava todinho. Mostrou-me depois o plasma novo que acabara de comprar enquanto eu me entretinha a despi-lo com os olhos imaginando-me a plasmá-lo em mim. Ele continuou a exibir-me os brinquedos tecnológicos que possuía desde a máquina fotográfica digital à Bimby discorrendo especificações e marcas num tal arrazoado que quase me senti bimba por acreditar em príncipes loiros. Mas da minha cara não transpareceu o pensamento e como não estávamos numa história de banda desenhada ele não podia ler a minha filactera em forma de nuvem e com bolinhas. Vai daí que ainda me fez uma demonstração do gingarelho que aspirava sozinho e eu abri a minha boca num bocejo e com o espanto dele ainda não estar a aspirar com o nariz espetado no meu Monte de Vénus.
Peguei-lhe em ambas as mãos não fosse ele levá-las dali para me alardear mais uma porra qualquer e confessei-lhe que tinha sangue índio. Tanto que era antropófaga e gostava particularmente de degustar aquela parte do corpo que os índios do Brasil ofereciam aos seus convidados de honra e assim também aos portugueses quando estes lá arribaram. O resto são amendoins.
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