26 março 2014

«Hmm…» - João

"Naquele quarto amplo era também ampla a cama. Alva e fofa. Tu estavas deitada de barriga para baixo, com a cabeça apoiada nos braços cruzados, e eu deitado de lado, a olhar-te. Olhaste-me com aquele ar que não sei explicar – ou prefiro não explicar -, e com um pequeno beicinho ouviu-se “hmm…”, e questionei. Sim? Já se fodia. Como? Já se fodia, querido. E enquanto isso abanavas devagarinho o rabo, ligeiramente empinado, como que a provocar. Mentira. Não era provocar. Era mesmo convite. Então repetiste, João, fode-me João. Quero que me fodas. Num movimento contínuo, deitei-me sobre ti, e deixei o meu caralho entrar na tua cona sem resistência, descruzei-te os braços e pressionei os pulsos, afastados, contra a cama. Com parte do meu peso, estavas imobilizada, enquanto eu entrava e saía de ti, e respirava os teus cabelos. Com as minhas pernas, que estavam do lado de fora, apertava as tuas que, fechadas, ficavam assim sempre mais juntas, e só o meu baixo ventre fazia como um baloiço, que ora se aconchegava na tua pele, ora ganhava balanço. E o calor, a humidade, tudo estava molhado, sentia-o nas coxas, sentia-o nas virilhas, sentia-o no pau hirto que te namorava e depois entrava fundo, no limite suportável da dor. E depois dizes-me que queres olhar-me, que não queres vir-te já, e eu mais que isso, e já abraçados de olhos nos olhos dizemos o que sentimos sem sequer falar, e deixamo-nos vir, perdidos sem sentidos, cravados um no outro, afundados em espaços que não têm palavras."
João
Geografia das Curvas

«conversa 2057» - bagaço amarelo

Ela - Ando a precisar de um Amor de baixa intensidade.
Eu - De baixa intensidade?!
Ela - Sim, claro. Preciso apaixonar-me por alguém, mas só um bocadinho.
Eu - É das coisas mais estranhas que já ouvi.
Ela - Quando me apaixono muito fico fragilizada. Se me apaixonar só um bocadinho, sou eu que mando na relação.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho de Teresina (Brasil)

"Lembrei da São aqui em Teresina."
Emiliana Brandão



25 março 2014

«First kiss between Playboy models» (primeiro beijo entre modelos da Playboy)

Depois do video «First kiss», já tínhamos visto a paródia do «First handjob». Agora, temos este:

Eva portuguesa - «Apenas puta»

Senti o teu cheiro, aquele cheiro que me arrepia a pele, ainda antes de tu chegares.
Na expectativa desse encontro há tanto adiado, a minha mente divagava pelas lembranças dos nossos últimos momentos. Conseguia reviver cada gesto, cada palavra, cada lágrima, cada sorriso. Conseguia sentir o calor do teu corpo, ao mesmo tempo tão longe e tão perto. E a melancolia aproximou-se ao mesmo tempo que o nervosismo e o desejo. O ódio, a paixão que nunca devia ter existido, a crença e a desilusão gritavam dentro de mim pedindo para sair. E, para me libertar, só havia uma forma: deixar que toda essa turbulência se apoderasse de mim, do meu corpo, percorrendo cada centímetro daquilo que iria ser teu. E deixando-me ir sem pensar, senti o desejo, esse desejo tão carnal, sexual, insaciável e incurável que sempre nos uniu; enroscar-se em mim, trepando pelo meu corpo como uma cobra prestes a atacar. E essa cobra mordeu-me, fazendo com que me realizasse e te completasse através de mim, do toque dos meus dedos, do som dos meus gemidos, do meu suor que cheirava a ti. Realizei-me em mim, por ti. E, ao som do arfar da minha respiração, recordava a perfeição do nosso encaixe, a forma como os nossos corpos se completavam um ao outro, fazendo com que parecesse um só.
E depois do último tremor do orgasmo que me deste sem estares presente, comecei a cair no mar dos sentimentos. Sendo abandonada pelas sensações, entreguei-me a viver algo de mais profundo, algo doloroso. Lembrei os planos, as promessas, as ilusões, o riso fácil e espontâneo. Lembrei os momentos de perfeição, aqueles que eram só nossos. Lembrei aquele motel onde nos perdemos e achámos um no outro. E comecei a procurar as marcas físicas no meu corpo, aquelas feitas pela dor da minha alma. E apesar da desilusão, do engano, da esperança vã, da mágoa, da raiva, do sentimento de injustiça e desespero, não havia marcas na minha pele. Apenas o brilho do prazer solitário e a imensidão dos meus olhos conseguiam retratar a realidade. A minha realidade. A nossa realidade.
Porque, mais uma vez, tu não vieste. E finalmente recordei aquilo que tanto queria esquecer: para ti, assim como para os outros, eu era apenas uma puta...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Copo» - Susana Duarte



Beijo-te através de um copo de vinho
que é sangue e é corpo.
Beijo-te através das letras que as minhas mãos te desenham
no rosto.
As mãos desenham-te arabescos de vida,
e eu, sou um porto.

[As vielas da vida são as estradas iluminadas dos teus cabelos de sol e mosto].

Beijo-te, no cais dos dedos,
de onde partem carícias e segredos.

[amo-te na flor da noite e do leito, como o copo de vinho que se entrega à boca voraz].

Aqui, a teu lado, o meu corpo.

Jaz deitado na face da lua, onde
és homem, e eu, sou maré nua.

As algas das noites solitárias espraiam-se no leito.
O teu corpo: é nele que me deito.

[As algas das noites solitárias morrem no calor do meu peito
O teu peito é a aurora tingida de sangue que verte das lágrimas de um Fado].

Eu, aqui, beijo-te o corpo de vinho
e sal e pedras e flores e pontes e portos e chegadas.

E luas. E asas nuas. E Alma…quando me iças nos braços
e deitas, sobre mim, marés de laços que não se desatam e, de ti,
me não tolhem.

[Pode vir a chuva].

Se a chuva vier devagarinho, na noite,
se a chuva vier violenta, na noite,
serei a luz do sol que te enxuga as lágrimas da despedida.

Deita-me sobre a lua e abraça-me a noite da partida.

Bebo-te o corpo de manhãs claras
e celebro em ti a vida,
e as veias,
e o copo de vinho,
e a luz
e as imagens
e as marés que me percorrem dentro de uma mão.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
Prefácio: Maria Elisa Ribeiro
Fotografias: Ivano Cetta

Relembrando os videos de apresentação da minha colecção - 3 - Um olhar repleto de pulsações

Terceiro vídeo de apresentação de «a funda São» - colecção (muito) particular de arte erótica, de Setembro de 2011, com um poema de Jorge Castro lido pela voz de ouro de Luís Gaspar (do Estúdio Raposa).
As peças apresentadas fazem parte de um espólio com mais de 3.000 objectos e mais de 1.700 livros com a temática do erotismo e da sexualidade.
A música do genérico é «Sometime Ago», de Bill Evans (do álbum «You must believe in spring»).
A produção e a realização do video são de Joana Moura.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

24 março 2014

«Reebok Skyscape Forever featuring Miranda Kerr»

Luís Gaspar lê «Silvia» de Benjamin Neukirch

Porque praguejas, Sílvia, quando esta negra mão
          C’o teu seio quer brincar?
Era alva como tu, e o fogo da paixão
          Assim a fez ficar.
Se com teu fogo vens meu corpo incendiar,
De mármore nem neve pode minha mão ser.
Dizes-lhe que não busque e não faça o que faz.
          Tens razão. Há-de ser.
Mais não busca que a ti, mais não quer do que paz
          E seu jogo jogar.
De que te queixas, pois? E que razões ter julgas,
Já que favores iguais não os negas às pulgas?

Benjamin Neukirch
Poeta natural de Bojanowo, hoje, Polónia (1665-1715)
Tradução de João Barrento


Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«conversa 2055» - bagaço amarelo

(no café, depois do telemóvel dela ter recebido algumas dezenas de mensagens)

Eu - Caramba! Recebes mais mensagens do que o Pai Natal.
Ela - Pois recebo. É por causa do Facebook.
Eu - Do Facebook?!
Ela - Sim. Cada vez que alguém comenta uma coisa minha, eu recebo uma mensagem no telemóvel a avisar.
Eu - Ah! Já sei. Eu desliguei isso tudo. Também o podes fazer...
Ela - Eu sei que posso, mas não faço.
Eu - Não?! Isso, assim, é uma tortura. Recebes uma mensagem de dois em dois minutos...
Ela - Pois é, mas o meu marido fica roído de ciúmes. Pensa que são amigos meus...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Eu queria ser assombrado

Deve ser maneiro.


Eeee vidão, ein Braian?

Capinaremos.com

23 março 2014

«Masturbação Feminina» (documentário)

"A masturbação das mulheres continua a ser, hoje em dia, um dos grandes tabus. O canal Odisseia apresenta este fascinante documentário que quebrará o silêncio que envolve este tema. Conheceremos Betty Dodson em Nova York, a médica que pode ser considerada como a primeira "treinadora de orgasmos". Esta mulher sem complexos ensinou mulheres de todas as idades, crenças e procedências uma habilidade aparentemente simples: como se masturbar. E agora, pela primeira vez, três mulheres para quem a masturbação é um tema difícil de enfrentar, estão dispostas a experimentar a sua terapia com Betty perante as câmaras. Não percam este original documentário onde poderemos presenciar uma semana intensa de instrução tanto psicológica como prática, incluindo sessões privadas e grupos de trabalho. Atrevem-se a quebrar o tabu?"

Breve História do Cunnilingus

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