08 dezembro 2017

Postalinho da pereira tarada

"Pera demasiado madura."
Joyce Craveiro



«O olhar!...» - Mário Lima


Entregam-se de corpo e alma quando fazem amor. Para eles, o momento é de paixão. Não há lençóis a tapar os corpos. Amor sem limites ou fronteiras, o Amor pelo Amor!

Depois da paixão consumada, ela aninha-se nos seus braços enquanto um torpor lhe percorre o corpo e um pequeno estremecer dá a indicação que o sono tinha chegado, e vai lá ao fundo no adormecer, onde não há nuvens negras a tapar o azul do céu. Ele fica quedo contemplando o rosto daquela mulher que o amava.

Enquanto ela dormitava nos seus braços, recorda o dia em que a conhecera. Saído de um casamento desfeito pensava que nunca mais se iria relacionar com alguém. Tantos anos de entrega para nada. O relacionamento já se vinha deteriorando com o tempo, mas não se apercebera disso. Para ele tudo estava bem pois nunca ouvira fosse o que fosse que desse a entender que o casamento já não existia e que tudo se resumia a breves monossílabas trocadas.

De repente encontrara-se só. Durante uns tempos, custou-lhe a adaptar-se à nova realidade. Já não havia ninguém para partilhar a cama, para breves palavras mesmo monossilábicas, sentir a presença fugaz de quem partilhava o mesmo espaço que ele...

... E foi-se habituando. O tempo é a melhor cura para os males do coração e habituara-se a estar sozinho.

Olhava pela janela do café. Gente igual a tanta gente. Debruçava o olhar sobre o jornal onde as desgraças do mundo vinham logo na primeira página para prazer mórbido de quem as procura avidamente e assim as vendas estão garantidas.

Levanta a cabeça e vê-a. Os seus olhares se cruzam como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não foi. Sentiu naquele olhar algo mais que um simples olhar. Levantou-se e dirigiu-se para a mesa onde um cheiro de mulher lhe adocica os sentidos. Pega na mão dela e junta-a às suas.

Inicialmente sente um certo retraimento, mas aquele mesmo gesto parecia que já tinha sido feito há muito muito tempo e que, afinal, aquelas mãos já se conheciam de outras eras.

Ele volta a olhar para aquele corpo adormecido! As mãos descansavam sobre o seu peito. Uma música suave envolve-o e, olhando para ela, diz-lhe sussurrando ao ouvido: - Gosto de ti, meu Amor!

Mário Lima
Blog O sonhador

#analismo - Ruim

"Estou com o período. Tens de perceber..."

"Não sou o teu ginecologista, psicólogo ou personal trainer. Não sei se usas tampões ou pensos, com abas ou sem abas. Não sei como funciona o ciclo menstrual, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Todos os meses também "estou naqueles dias" ao ver as contas que tenho para pagar e fico muito emocional com vontade de chorar ao olhar para o meu saldo de conta. Posto isto e levando em conta que tenho o maior e mais puro respeito por ti, posso te comer o rabo?"
De nada.

Ruim
no facebook

07 dezembro 2017

«Travado» - Porta dos Fundos

As redes sociais criam guetos e perseguem e intimidam quem põem nesses guetos

No Facebook, já por diversas vezes a minha página foi bloqueada por "conteúdo impróprio" (imagens de nudez ou de sexo). Isto quando o acesso à página está restrito a maiores de 18 anos.
Outras páginas se queixam da mesma atitude prepotente e cega por parte do Facebook.
Uma dessas páginas é a «Retablos & ex-votos», que recentemente também mostrou a sua indignação, com este «ex-voto»:
"A Nossa Senhora de Lurdes apareceu miraculosamente no preciso momento em que suspenderam a minha conta na rede social por um qualquer conteúdo sensível".
Nada erótico, Facebook!


«Deus salve a punheta!» - Adão Iturrusgarai


O meu Pipi - diário - edição de luxúria

Edição "revista e masturbada" da 1ª edição, que também faz parte da minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

05 dezembro 2017

«ondeio flores por onde as névoas se dissipam» - Susana Duarte

ondeio flores por onde as névoas se dissipam
e ondulo onde as águas magoadas me despem

navego onde as aves perderam os bicos, e as ondas
trazem os algaços do mundo, solitários, enredados

procuro, onde as flores dissipadas caem de árvores
e as árvores são de um verde-azul inexcedível

o teu corpo ondeia sobre mim, e sobre o mar,
nos pensamentos que, cobertos de plumas,
sofregamente se movem entre as tuas pernas
e, fugidios, mais rápidos que elas, deslizam

por entre os teus olhos. teimo em vê-los onde apenas as ondas

e as aves
e as névoas

existem.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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AIDES - «O amor existe»