29 janeiro 2018

«"Como é o seu atendimento?" e outras perguntas sem graça (1)» - Cláudia de Marchi

Falarei sobre o que, pelo menos a este “ser-humaninho” aqui, irrita na abordagem dos clientes. Qual acompanhante nunca, no salão de beleza ou na esmaltaria fazendo as unhas, no mercado pagando suas compras, na loja de grife, na livraria, na massagem ou na academia, recebeu uma ligação, atendeu e do outro lado uma voz masculina lhe indaga: “Oi querida, gostaria de saber como é o seu atendimento?”.
Analisemos a situação: aquele que liga, deduz-se, está num local privado, a ponto de poder telefonar e fazer tal pergunta, mas é humanamente impossível (ou imbecilmente possível) exigir que a acompanhante só atenda seu telefone em banheiros ou em locais com extrema privacidade, certo?
Então, o que um homem perspicaz deve fazer? (E fazem, os cavalheiros fazem!). Deduzindo que nem sempre você pode “narrar” o que você faz e que isso, por si só, já começa “mecanizando” a relação antes de seu inicio, ele, sabedor que é de suas próprias e masculinas predileções deve ser direto e facilitar a consecução do seu objetivo que é, basicamente, “aferir” a afinidade sexual entre vocês.
Quando você tem que entrar em "embate" ao telefone sobre o que consta ou não consta no seu anúncio em site de acompanhantes é que você percebe o baixíssimo nível intelectual do brasileiro médio. Claro, aquele que você não atende, porque não curte bípedes circunstanciais incapazes de lerem 10 linhas objetivas e diretas.
"Explicar como é o atendimento", seria o que? Desenhar? Fazer um tutorial de como se faz sexo, afinal o que você faz está no anúncio, seria, pois, necessário enumerar com figurinhas tipo em gibis? Vou pensar na ideia!
Algo mais ou menos assim, bastante compreensível: “Boa tarde querida! Qual o valor do seu cache? Você faz anal? Oral sem camisinha? Faz beijo grego? Curte receber sexo oral? Faz ‘inversão’? Curte DP? Atende casal?”. Você responde o valor, responde os necessários “sim” ou “não” e, dependendo de onde estiver, claro, pode dar mais detalhes e caprichar melhor no senso de humor (homens adoram mulheres alegres, aliás, quem não gosta?).
Às vezes a bem humorada passa por “sem graça”, porque não atendeu a ligação num lugar que lhe propicie se “soltar” e acaba sendo monossilábica! Ademais, ainda que conte tal fato ao possível cliente, não ficará imune a parecer antipática. Por isso o whatsapp é uma ferramenta importante: não substitui o “ouvir a voz”, mas possibilita-nos dar detalhes mais facilmente e independente do local em que estejamos.
Mas, enfim, continuemos na possibilidade de o cidadão telefonar e fazer as perguntas cujas respostas lhes são essenciais e que serão, pela acompanhante, respondidas da melhor forma possível: se ele se agradar, pede um horário, “fechando” com sua agenda, ambos marcam, se encontram e se divertem! Simples, respeitosa, empática e objetivamente!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Pan ensina o seu Eromenos, o pastor Daphnis, a tocar flauta» - Flying Rotten

Eromenos - O eromenos (em grego, ἐρώμενος – plural: "eromenoi") era um adolescente do sexo masculino envolvido numa relação amorosa com um homem adulto, denominado erastes (em grego, ἐραστής – plural: "erastoi").


28 janeiro 2018

«coisas que fascinam (207)» - bagaço amarelo

O que o Amor nos permite é interromper a vida de vez em quando. É essa a sua maior vantagem, podermos dizer à vida que espere um bocadinho porque temos coisas mais interessantes para fazer, seja sexo, um passeio à beira-mar ou um abraço apertado.
Lembro-me de uma namorada minha se ter sentido mal num restaurante perto de Castelo Branco. Ajudei-a a sair e sentei-a num muro exterior que dava para a estrada. Depois sentei-me eu ao lado dela e amparei-a com o meu abraço. Às vezes ela afastava-se para vomitar e eu sofria por vê-la sofrer, mas nos intervalos de acalmia sentia-me o homem mais feliz do mundo. Os carros passavam na estrada em velocidade cruzeiro, as nuvens passavam no céu, os números passavam nos nossos relógios, mas nós não passávamos em nada. Estávamos ali a ver como era a vida a passar. Só isso. E era bom.
Quando não Amamos ninguém estamos sempre a viver. Não é que viver seja mau, mas assim sem interrupções pode cansar um bocado. Aliás, sempre me pareceu que é a vida que estraga o Amor e não contrário. O Amor tenta ajudar a vida mas ela não costuma deixar. Depois trama-o.
Quando finalmente nos decidimos a voltar para casa, a noite já tinha caído. Os carros passavam menos, o céu não se via e as horas não importavam. Tive a sensação de que a vida desacelerara um pouco para permitir que o nosso Amor continuasse para além dessa tarde. Tínhamos algumas horas de estrada pela frente e ela deu-me a mão sempre a condução o permitiu.
No silêncio da noite, decidi-me a escrever qualquer coisa sobre o que senti nessa viagem, mas nunca o fiz. Até hoje, dia em que já nem sequer sei onde ela está.
Sejam felizes!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Foto-labial

Mas que leitura labial, caramba!?... A mania dos gajos que acabaram de nos conhecer de nos tirar fotografias é uma chatice. Já chega de pose que quero levantar-me e ir pentear-me.


Lobotomia na pila?!

Gostava de fazer uma lobotomia para extrair a memória da queca que acabei de dar. Mas enfim. Tudo vale a pena quando a pila não é pequena.

Patife
@FF_Patife no Twitter

27 janeiro 2018

«tomei um café. lembrei-me de ti.» - Susana Duarte

tomei um café, e lembrei-me de ti.
na sala limpa de nuvens e de palavras,
sobraram pensamentos
onde impera a imagem,

a do teu sorriso,

a das tuas mãos que criam,

e que as notas de um violoncelo
quiseram alinhar entre os dedos
curvos
da minha mão.

lembrei-me de ti,
e não era a hora dos malditos,
ou a das quimeras.

era a hora vigésima quinta,
ou a das trepadeiras
e dos sonhos por inteiro.

tomei um café, e lembrei-me de ti,
vi-te por entre as manchas castanhas
de uma chávena - visão que se impõe
onde as palavras sussurram no corpo-
profundo e interior, o corpo-
e o desfazem por dentro
(o que fará a escrita na pele?).

tomei um café.
lembrei-me de ti.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Um sábado qualquer... - «A primeira vez de Adão e Eva não deve ter sido fácil»



Um sábado qualquer...

La Saison à Baia

Livro de Hugues Rebell, de 1944, acompanhado de 43 litografias originais de Jean Serrière, que ilustram o livro.
Caixa com dois livros, sendo um com o texto e ilustrações (112 páginas) e o outro um portefólio com as litografias intercaladas no primeiro.










A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

26 janeiro 2018

Postalinho de Florença - 3

"Deus cria Eva.
Baixo relevo de Andrea Pisano (1334-1343) exposto no Museo dell'Opera di Santa Maria del Fiore, em Florença."
Paulo M.


«Coça-os» - prevenção do cancro dos testículos

«Para além dos tempos» - Mário Lima


Morava no último andar de um prédio isolado de todos os outros. Questionava como seriam os da sua espécie? Nunca vira nenhum. Nem ele sabia quem era. Muito pequenino para ali fora e ali crescera. Subia ao telhado e andava em redor, dali não podia sair, quatro cantos, quatro abismos.

À noite sentava-se no telhado e perscrutava a lua, tentando perceber como é que tão grande bola se segurava no espaço. De repente viu-a. De branco peito, numa das pontas do prédio, olhava para ele. Que bicho era aquele? Nunca conhecera outro animal senão ele próprio naquele telhado e eis que ali estava um estranho. Curioso aproximou-se, mas de tão perto ficou que aquela coisa branca as asas abriu e voou sem em antes de lhe dar um som que ele nunca ouvira antes. Nem podia ter ouvido pois nunca ouvira outros sons que não fossem os seus.

O seu coração batia freneticamente. Vira pela primeira vez um outro ser. Um ser alado que voara à sua frente num voo gracioso.

Desceu e adormeceu, acordando várias vezes pensando ouvir o som que lhe ficara nos sentidos.

Nos dias seguintes volta ao telhado tentando vê-la. Nada, até parecia que tinha sido em sonho que tudo se tinha passado.

Mais uma vez subira, aguardara e devagar vai descendo. A um canto vê-a de novo. Silenciosamente aproximam-se. Fitam-se nos olhos. Ele com as suas pupilas verticais de um azul/esverdeado, ela de olhos castanhos. Não sentem medo um do outro, é como se tivessem já conhecido noutras eras como seres iguais e não como agora.

E ali ficaram horas, como se o ontem fosse hoje. Sabiam que nada mais podiam fazer. O destino fora amargo incorporando-os em espécies diferentes.

E todos os dias ele subia e todos os dias ela voltava. Até que um dia ela não apareceu. A esse dia outros sucederam.

Percorreu repetidamente o telhado de quatro cantos. Olhava desesperadamente à procura do seu vulto. Já não saiu do telhado, exausto, adormeceu. Acorda sobressaltado, um arrepio percorre-lhe o pelo lustroso, algo o fitava. Abre os olhos lentamente, à sua frente, pairando, ela ali estava. Mas a sua figura era uma figura etérea, resplandecente. Olhou-a como tantas vezes o fizera. Subiu para as suas asas e num voo para além dos tempos, a gaivota levou-o para uma outra dimensão, onde podiam voltar a amar como iguais, como acontecera no passado.

Mário Lima
Blog O sonhador

#reidogado #cornismo - Ruim






Se vão meter um par de cornos ao vosso marido, ofereçam-lhe um colete reflector pelo Natal se ele andar por zonas de caça.

É o mínimo.

Ruim
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