05 fevereiro 2018

«"Como é o seu atendimento?" e outras perguntas sem graça (2)» - Cláudia de Marchi

(...) Algo extremamente desagradável, também é a confusão que muitos moços afoitos fazem entre acompanhante e plantonista hospitalar. A gente não vive só pelo sexo! Temos família, compromissos, lazer, leituras e, inclusive, aquela coisa famosa que, em mim, só é menos “assídua” que a fome... Ah, lembrei, o sono! Ou seja, nós dormimos e não temos obrigação alguma de atender telefonema de madrugada ou antes das 06 da matina. Não temos tal obrigação e nem devemos ou precisamos nos obrigar a “funcionarmos” 24 horas por dia.
O que fazemos é um trabalho, é um oficio. Pode não estar legalmente regulamentado, mas se nós mesmas não passarmos a impor o respeito que nossa classe merece, isso ficará cada vez mais distante, afinal, a sociedade machista e hipócrita prefere fazer conosco o que domésticas preguiçosas fazem com a poeira: empurram para debaixo do tapete. O que não a torna inexistente!
Aliás, homens cavalheiros, normalmente, ligam para marcar com antecedência, inclusive quando pretendem nos encontrar após um compromisso que venha a terminar tarde da noite, por exemplo. Eu, pessoalmente, após 22h30min não atendo o celular. Antes de sexo ser divertido, antes de gozar ser melhor do que comer e dormir, ser acompanhante é uma profissão que vai muito além de deitar numa cama, chupar um pau meio sem vontade e fingir orgasmo, porque está cansada.
Ou seja, é uma profissão e requer da acompanhante o bom e velho profissionalismo e, este inclui a imposição de respeito e até o perfeccionismo, filho mais velho da boa e velha responsabilidade: se você quer clientes de qualidade, se imponha perante eles e demonstre seu profissionalismo estabelecendo seus limites de horários. Resguarde-se!
Para encerrar, outra coisa que me irrita nos contatos, o tal do “oi, meu amor”: Gente, pra que isso? Eu não gosto de ser chamada de “amor”, de “amorzinho”, de “paixão”. Que mania infame de banalizar palavras que remetem a sentimentos tão profundos! Amor eu tenho pelos meus pais e pelo meu time. (Aliás, amor eterno é só o de mãe e o de time). Ou você já viu alguém mudar de “time”? O meu Grêmio vem me causando algumas vergonhas há anos, mas não virei a casaca e ainda não preparei nenhum ataque “terrorista” às dependências do clube.
Chame sua esposa de “amor” ou até a sua “amante” (assim não confunde o nome de ambas), agora eu não sou amante de ninguém não, baby! Posso ter clientes fiéis, posso adorar a companhia de alguns deles, mas se eles tiverem por mim, o mínimo de respeito, saberão que o que faço é uma profissão e que se ficarem uma hora pagarão uma hora, se ficarem uma hora e meia pagarão o equivalente há tal tempo e se passarem a noite comigo a mesma coisa.
Por quê? Primeiro, porque pra se fidelizar comigo o cidadão haverá de ser educado, gentil e respeitoso. E segundo que, se não for assim, não funciona comigo. Eu dispenso! Se eu quisesse fazer sexo de graça e procurar um “grande amor” ou um “marido provedor” eu continuava advogando e dando aula em universidades, vivenciando paixões que, em breve, cairiam na rotina acomodada que tanto asco me causava!
Profissionalismo queridas! A gente deve ter e, se não tivermos que aprendamos a ter: “pra ontem”, minhas caras, “pra ontem”!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«O fim da inocência» - Jana Schirmer


04 fevereiro 2018

«coisas que fascinam (208)» - bagaço amarelo

Do que me lembro quando me lembro de ti.

De um dedo cortado numa lata de atum que ias juntar a uma outra de feijão frade, mais dois ovos cozidos e alguma cebola cortada bem fininha. De me pedires um penso rápido e eu enrolar-to no indicador da mão direita que depois beijei e, por fim, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
De um livro cansado na mesa de cabeceira e de um televisor neurótico na cómoda do quarto. De te pedir para baixares o som e tu me mandares calar e ler e depois, arrependida, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
De um copo de vinho numa esplanada de praia e do vento que o tombou e partiu. Duma nódoa na tua saia branca e de me dizeres que ia ser difícil de a tirar, mais uma discussão com um empregado que queria que pagasses o estrago. De ti nervosa e eu a dizer para irmos embora e, por fim, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
Sei que a nossa história foi curta e simples porque todos os caminhos vão dar à tua cabeça no meu peito e os teus braços à minha volta, e então tenho a certeza que foste boa. É do que me lembro quando me lembro de ti.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Especial Paris & Amsterdão» - Puro Êxtase

Quando será que os meus amigos brasileiros da «Puro Êxtase» poderão fazer um «especial A funda São»?...

Síndroma de Gabriela



O Jorge Amado não tem culpa nenhuma mas palavra que parece que tenho um íman que só atrai homens com síndroma de Gabriela que nasceram assim, sempre foram assim e vão ser sempre assim, Senhor Doutor.

O último alegava que tinha nascido com um umbigo tal que os outros só tinham de lhe desculpar todas as desatenções e desamor que ele tinha para com as todas as pessoas porque, imagine,  nunca estivera acostumado de outra forma como se a sua condição de bebé chorão fosse eterna e cada pessoa que com ele se cruzasse fosse obrigada a ser a reencarnação da sua querida mãezinha. Lembrou-me logo um outro que assumia padecer de desamor congénito pelos outros e de modo muito cristão afastava-se de toda a gente, mesmo contra a vontade dos envolvidos, para a seu ver não magoar ninguém.

É que isto é mais simples que a clara do ovo e a Gabriela do Jorge Amado porque eu não quero mudar ninguém quanto mais não seja pelo senso comum básico de que ninguém muda outra pessoa mas apenas esta por si própria, mas Senhor Doutor eu quero que os umbiguistas vão todos para o raio que os parta enquanto eu levanto ambos os dedos médios das minhas mãos.

Papo-húmido

A padeira onde compro o pão quente olhou fixamente para o meu papo de picha. Repete lá isso que eu explico-te o que é meter a mão na massa.

Patife
@FF_Patife no Twitter

03 fevereiro 2018

«serás» - Susana Duarte

serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Um sábado qualquer... - «Coisas que a Bíblia não mostra»



Um sábado qualquer...

Le client

Livro de banda desenhada, em edição belga (em francês), de Man e Zidrou.
Junta-se a muitos outros livros da minha colecção.





A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

02 fevereiro 2018

Postalinho de Florença - 4

"A bebedeira de Noé no início da produção de vinho.
Baixo relevo de Andrea Pisano (1334-1343) e assistente, exposto no Museo dell'Opera di Santa Maria del Fiore, em Florença."
Paulo M.


«Detalhes» - Mário Lima




Quando te vi
Cofiei a minha rala barba
lembrou-me sonhos do passado
quando a roçava no teu corpo
e um frémito te percorria
como se nada mais houvesse
senão nós dois unidos
no prazer da carne.

Quando te vi
lembrei-me que de nada valeu
todas essas entregas,
da barba mal feita
da força dos sentidos
do amor nas giestas.

Quando te vi
tu já não existias
eras miragem
das noites ao luar
de um tempo que se foi.
Agora que não te vejo
De ti só me restam…
Pequenos detalhes!

Mário Lima
Blog O sonhador

#edeumesmo - Ruim

Anda por aí uma hashtag criada por brasileiros com o nome #dateRuim que serve para descrever encontros amorosos que correram mal. Antes de mais, qualquer encontro comigo corre mal, especialmente quando me dispo e elas dizem que já tiveram que chegue de comédia ao jantar. O que eu sei é isto: já me embrulhei com uma brasileira e, por incrível que pareça, não foi a pagar. Mas se lhe perguntar "Lucineide, você me deu a bunda?", ela vai responder "#DateRuim e foi muito bom!".

Estão vendo como o portuga também sabe fazer piada, seus cafajestes?

Ruim
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