De um dedo cortado numa lata de atum que ias juntar a uma outra de feijão frade, mais dois ovos cozidos e alguma cebola cortada bem fininha. De me pedires um penso rápido e eu enrolar-to no indicador da mão direita que depois beijei e, por fim, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
De um livro cansado na mesa de cabeceira e de um televisor neurótico na cómoda do quarto. De te pedir para baixares o som e tu me mandares calar e ler e depois, arrependida, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
De um copo de vinho numa esplanada de praia e do vento que o tombou e partiu. Duma nódoa na tua saia branca e de me dizeres que ia ser difícil de a tirar, mais uma discussão com um empregado que queria que pagasses o estrago. De ti nervosa e eu a dizer para irmos embora e, por fim, de pousares a tua cabeça no meu peito e abraçares-me.
Sei que a nossa história foi curta e simples porque todos os caminhos vão dar à tua cabeça no meu peito e os teus braços à minha volta, e então tenho a certeza que foste boa. É do que me lembro quando me lembro de ti.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»