17 abril 2018

«amores antigos» - Susana Duarte

a casa ganhou pó,
ao mesmo ritmo
do embaçamento dos copos
(corpos?)

e dos sorrisos perdidos
por entre os espaços
deixados vazios

pela presença dos teus flancos
e dos teus braços
e das voltas poeirentas
dos amores antigos

Susana Duarte
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Baixas perspectivas

"A pior coisa de ser baixa é ver o interior do nariz dos outros!"
Ana Teresa Pedreiro

Agora percebo por que tantas moças usam saltos altos

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Cupido ajuda a menina no banho

Pequeno prato em porcelana com mulher na banheira, com o Cupido a deitar-lhe água no rabiosque, com um regador. Prato de uma série de 12 «horas». Peça de Raymond Peynet para a Rosenthal.
Com esta peça, considero completa a minha colecção de "namoradinhos" de Peynet.





A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

16 abril 2018

Nivea para homens

Postalinho do Choupal

"No Choupal, em Coimbra, desde sempre foi frequente depararmo-nos com malandrices..."
Paulo M.



Curiosices não, foda-se

Não há uma forma educada de dizer isto. Da mesma forma que não há uma forma educada de foder. Haver até há, mas só de pensar nisso dá-me espasmos continuados no miocárdio e um tique nervoso na ponta da pichota, por isso vamos fazer de cona que não há. Não vou estar para aqui com meias palavras. Por isso, peço desculpa pelo que se vai passar a seguir. A sério que sim. Mas foda-se caralho pá, minha putaça desgovernada de chona lassa, ordinarona digna de montra embrulhada nesse corpo de lontra. A próxima vez, mil caralhos te fodam todos os dias à bruta e a seco, que me perguntares no que é que eu estou a pensar precisamente no micro-segundo após ter largado doses massivas de langonha entre o teu cu e a tua fronha, te garanto ó minha putanheira dum raio, aventesma que se mexe como uma lesma, rameira brocheira cheia de curiosidade fútil, que te dou a resposta mais sincera de todas só para ver a tua reação ao saberes que o que eu estou a pensar assim que acabo de te pinar, oh foda-se, é um misto entre as mamas da minha vizinha, a próxima chona fresca que vou aviar e a forma como te farei desaparecer da minha vista sem voltares a abrir essa boquinha de quenga do mato a não ser que seja para acomodar este bajolo novamente garganta abaixo. O Patife diz muito boa noite ou muito bom dia e vai para a rua engatar uma vadia.

Da série "Não, foda-se":

Meiguices não, foda-se
Queridices não, foda-se
Peluchices não, foda-se
"Lembidelas" não, foda-se

Patife
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«O amor é lindo!» - Mrzyk & Moriceau


15 abril 2018

«respostas a perguntas inexistentes (372)» - bagaço amarelo

São duas e dezasseis da manhã. Não tenho relógio nem telemóvel comigo, mas acabei de passar por uma janela aberta e lá de dentro veio um grito que picou o silêncio como uma agulha: "São duas e dezasseis da manhã! Deita-te!". É por isso que sei as horas. A noite é de seda escura.
Era uma voz de mulher, talvez a mandar o filho para a cama. A rua onde caminho atingiu o seu ponto mais alto e posso ver a cidade que se estende até ao mar. Algumas luzes pairam acesas no céu e confundem-se com o céu estrelado. Talvez nelas haja mais mães a mandar um filho para a cama. Talvez um casal ainda discuta o péssimo domingo que teve ou um pai fume um cigarro cansado. Em cada luz acesa podem estar duas pessoas que se encontraram por acaso na vida, se apaixonaram e agora estão ali num gesto comum qualquer às duas e dezasseis da manhã. Talvez haja sexo por aí.
Uma vez percorri esta mesma rua de mão dada, também durante a noite. Estava apaixonado e não reparei em nenhum ponto brilhante na sombra de um edifício. Queria chegar a casa o mais depressa possível para curar o corpo da minha bebedeira de Amor. Talvez alguém, como eu, tenha reparado nesse dia na luz acesa da minha casa e pensado exactamente o mesmo que eu.
Quando duas pessoas se apaixonam, depois do Amor e do corpo, querem o conforto que um gesto comum pode dar às duas e dezasseis da manhã. Se o tiverem, estão bem.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho das grutas de Mira d'Aire - 5

"O fotógrafo fotografado a fotografar... o «consolo das viúvas»."
Paulo M.

O importante é o coração


Prioridades

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A chamada


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14 abril 2018

«Poema decadente» - Susana Duarte

poema:
lexema
desenhado nas costas das mãos;

costas
no ventre,
enfrentando a solidão.

poema:
mulher escrita no chão.

vento norte.

mulher-poema:
ventre-eterna solidão.

poema escrito nos olhos,
sopro de vida nos dedos,
manhã de agosto

a contragosto

antecâmara do desgosto.

não existes, aí, para onde foste,
ainda que creias ter reescrito

o poema
dos teus dias.

sonhaste.
mais depressa fugirias.

fantasma lúgubre dos meus dias.

tu, que não voltas:
poema decadente nas mãos da mulher
escrita no ventre.

Susana Duarte
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