09 setembro 2018

Postalinho de Praga - 3

"Sex Machines Museum (museu das máquinas do sexo), em Praga.
Como acontece com outros museus do erotismo, tem muitas peças que eu gostaria de ter... mas a colecção de arte erótica «a funda São» também tem muitas peças que este museu não tem.
Dois dos mecanismos do Museu, com um vídeo para mostrar o movimento."
São Rosas

Pénis e vaginas


Durante a semana nem liguei à questão de designar a vagina como «buraco da frente» pela enorme estupidez que me pareceu discutir o que é evidente. Se chamamos mão à mão, pé ao pé, tendo até modalidades desportivas dessas partes do corpo como o andebol e o futebol, assim como à perna apelidamos perna e à cabeça, cabeça, só podemos denominar vagina e pénis e testículos e mamas.

Usar eufemismos é como continuar a velha máxima do «vícios privados, públicas virtudes». Como se a mão pudesse ser falada em pública mas não as mamas que alimentam os bebés, esses seres humanos pequeninos que todos louvamos publicamente.

Mais curioso ainda é perceber que se existem inúmeros termos de calão para designar os órgãos sexuais humanos, logo para os esconder e não os considerar naturais, existem também milhentas formas de gíria para designar a pessoa amada, de que são exemplo «o meu gajo» ou «a minha patroa». Será que gostar de alguém é um vício privado?...

Postalinho de Cuba (a nossa!)

"Taberna do «pau-na-peida».
Diziam as pessoas de fora que a visitavam, em tom de gozo, para o proprietário:
- Olha o pau-na-peida!
Entretanto consumiam, embebedavam-se e, na despedida, o dono dizia:
- Agora vais lá p'ra Lisboa e dizes aos teus amigos que estiveste com o «pau-na-peida»!"
Luís Queimado


Esta Taberna do Chico Pau na Peida é em Cuba (Alentejo), tem um autêntico museu nas paredes e o branco de talha deu fama à casa.

Excerto do livro «Portugal de perto» de Nuno Ferreira (também autor da foto acima):


08 setembro 2018

«o silêncio nos corpos» - Susana Duarte

o silêncio nos corpos

(e os corpos em silêncio)

demora as aves
e a floração das rémiges.

o silêncio das asas

decompõe as margens
por onde, silentes,
se cruzam os corpos

(talvez amanheça)

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

«Unchained Melody» - Mário Lima



"... Há sempre uma melodia que toca quando se ama"

Mário Lima

Quatro papos-húmidos

A versão da Milena Miguel da ideia de Paulo Moura para uma variante dos papos-secos.
Da minha colecção também fazem parte peças idealizadas por mim.










A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

07 setembro 2018

«Toda nudez será castigada» - Lia Bock

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

DiciOrdinário - com desconto para encomendas até 15/9

As livrarias não têm o DiciOrdinário em stock, pois os livros da Chiado estão só disponíveis por encomenda. E o preço de capa é de € 14.
Para comemorar os 5.000 seguidores atingidos na minha página no Facebook, as encomendas que me forem feitas até 15/9 terão um preço especial de € 12 (com portes de envio grátis em correio normal) ou € 15,85 (se preferires o envio por correio registado). Basta que indiques, nas observações da encomenda, o código MAMILO (que é aquilo a que o Facebook tem mais alergia).
E, se quiseres, posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.


#funkismo - Ruim

Inúmeras histórias de amor surgiram após um convite para dançar. Quantos dos nossos pais ou avós se conheceram desta forma num baile? E a palavra é essa: baile. As pessoas bailavam. "Estava eu sentada numa cadeira quando o teu avó se aproximou, tirou o chapéu e me perguntou se eu aceitava dançar. Até corei!". Isto é enternecedor e é algo que nos dá gosto ouvir. Espero que daqui a 40 anos haja também uma senhora a dizer "estava eu a dar tudo na pista a dançar o funk "Mete a Rola na Minha Buceta" quando o teu avô se começou a roçar e eu senti o Capitão Nascimento dele a pôr-se em sentido! Até corei!" porque também é uma história engraçada e dá gosto ouvir.

Ruim
no facebook

06 setembro 2018

Postalinho de Praga - 2

"Sex Machines Museum" (museu das máquinas do sexo), em Praga.
Como acontece com outros museus do erotismo, tem muitas peças que eu gostaria de ter... mas a colecção de arte erótica «a funda São» também tem muitas peças que este museu não tem.
Esta é uma das peças mais bonitas, completas e interessantes: uma casa com personagens em cenas de sexo nas diferentes salas, sendo accionadas mecanicamente, através de uma manivela. Tal como acontece com alguns dos mecanismos e segredos da minha colecção, a exposição mostra um vídeo contínuo com os personagens (bem) animados."
São Rosas











«Scrottish» - Adão Iturrusgarai


À espera…

A versão da Milena Miguel da ideia de Paulo Moura para uma variante da Santa Paciência.
Outra peça idealizada por mim e interpretada por uma artista, para a minha colecção.








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

05 setembro 2018

Filhos de branco 3 - «Abandonada» - Mário Lima

Inicialmente na zona onde estive, as lavadeiras eram poucas, haviam sim os "lavadeiros", moços que iam ao quartel buscar a roupa e depois de pronta entregavam-na. Quando lá cheguei, dezembro de 1973, já as lavadeiras estavam "instituídas" e não me lembro de ver rapazes a fazerem esse serviço. Andavam sim, junto às oficinas e nada mais.

Ali estavam então à minha frente, a minha lavadeira e a lavadeira grávida. Um pouco acanhadas em falar comigo, estranhei o facto, pois as conversas eram normalíssimas, o entregar a roupa, verificar se as mesmas estavam todas, o pagamento da tarefa e pouco ou nada mais.

A mais velha, depois de algum silêncio, lá me disse o que se passava. Até hoje estou por saber a razão porque fui escolhido para essa tarefa. Dava-me muito bem com os locais. Ia muitas vezes até à povoação, inteirava-me dos seus usos e costumes, assistia ao "tchikumbi" e era convidado para algumas festas. O fiote é por norma, um povo simpático, afável e de bom trato. Ia caçar quando estava disposto a isso, pastorava quem tinha rebanho e o resto do tempo era passado em franco convívio com os seus amigos.

A minha lavadeira explicou que a sua amiga estava grávida de um alferes lá do quartel, que depois de saber que ela estava grávida, tinha deixado de aparecer e ela tinha deixado de ser a lavadeira dele.

Pediram-me para interceder, de forma a que ele voltasse de novo para ela e pudesse participar nas despesas quando, no futuro, o filho que estava a ser gerado, viesse ao mundo.

De nada valeu a minha alocução junto ao alferes (que já não me lembro quem era) e, pouco tempo depois, devido a minha companhia ser de rendição individual, esse alferes foi-se embora.

A criança iria nascer nua.

Mário Lima
Blog «A tua vontade é a tua vitória»

P.S. - O sentido aqui é figurado, pois todos nós nascemos nus, mas depois do nascimento há sempre uma roupa que nos tapa. O alferes ao não assumir a paternidade, e isto tem a ver com o facto que todas as que se relacionavam com um tropa e embora tivessem mais roupa para lavar de outros tropas, eram fieis a esse companheiro até ele se ir embora, e ao não participar na evolução e nascimento do filho, o mesmo não teria, quando nascesse, roupa para o tapar.

foto: Fernando Correia