13 novembro 2018

«os lugares dos fantasmas» - Susana Duarte

os lugares                      dos fantasmas
são os corpos                    desabitados

e as noites amarelecidas           sem ar,
           exaustas como as veias

e perdidas                 como as manhãs
dos corpos-outrora-amantes,     agora
lugares onde                     as sombras

convocam espectros,           quimeras
aladas    e nomes ditos     em silêncio

Susana Duarte
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Miau, miau!...


Nunca mais acaba a praga dos gatinhos na internet. Agora mesmo, apareceu-me um tuíte com um linque a dizer "horny filipina MILF plays with pussy!"

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Seis Alsacianas sem cuecas

Conjunto de copos de cerveja da marca Alsacienne Sans Culotte, com segredo: vistas por fora, estão vestidas; por dentro, estão nuas.
De França para a «sexão» Mecanismos e segredos da minha colecção.







A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

10 novembro 2018

«o lugar onde morre o poema» - Susana Duarte

o lugar onde morre o poema:
o da tua partida lenta,
inominável

(o poema violento, a crucificação
do amor vivido).

o lugar da morte em vida
(ausência das pequenas-mortes
vívidas do aurorescer)
é aquele onde inflorescem
os dedos, e a salvação
reside nas noites que, todavia,
tardam em renomear o silêncio

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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«But I do love you» - Mário Lima



"Teu corpo é arte que se vê"

Mário Lima

«Surreal» - Rui Felício

«Mãe galinha»
2009. Uma galinha esconde, protege e vigia um
casalinho que só se vê quando a levantamos do
suporte. Vinda do México para a colecção de
arte erótica «a funda São»
Tinha uns nove anos de idade...
Ela, mais nova, tinha uns olhos vivos que me miravam cúmplices sempre que, pela manhã, eu saía de casa e imediatamente a procurava.
Corria na minha direcção roçando o corpo no meu. As minhas mãos acariciavam-na e sentia que ela gostava.
A boca fina, os pés descalços, o corpo aveludado, tornavam-na a minha grande amiga, confidente dos meus sonhos de criança.
A Maria ouvia, em silêncio atento, tudo o que eu lhe confessava.
Partilhava com ela os meus anseios, as fantasias das minhas brincadeiras.
Entre nós, de há muito, se estabelecera uma relação que mantínhamos em segredo.
Que se fortalecia a cada dia que passava...
Dava-lhe guloseimas que ela saboreava, suavizando o olhar que tanto me enternecia, forma de me mostrar o seu agradecimento.
Entre muitas outras, fora aquela que eu escolhera.
Não porque fosse especialmente bonita. Mas porque o seu olhar era diferente do das outras, porque faiscava quando se cruzava com o meu.
Ela abandonava as brincadeiras com as amigas, correndo para mim logo que me via...
...........................
Numa segunda-feira, quando eu regressava da escola para almoçar, estranhei não a ter visto.
A minha mãe chamou-me para almoçar. Entrei em casa, sentei-me à mesa já posta e o meu coração acelerou loucamente.
Ali estava a Maria, nua, o lindo corpo dourado, deitada em cima da mesa.
A minha mãe tinha decidido assar no forno a minha galinha de estimação, ali ainda fumegante...
Não consegui almoçar...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido