27 fevereiro 2019

Quando eu te sinto eu te sinto

Não te sinto uma extensão de mim, sinto-te apenas. Como se apenas fosse escrito de ânimo leve. É por mim que te sinto, é para mim que quero o meu e o teu prazer. Não será o mesmo se deixar de ter a minha alma, a minha essência. Fazes tanto parte de mim, que sai pelos poros o desejo que sinto por ti, rasgas-me um sorriso como me rasgas a carne. Continua. Não páres de me explorar nas minhas mais profundas emoções, não pares de me acariciar onde não estás habituado a que te peçam, sê em em mim, aquilo que quero para nós enquanto um.

Pink Poison

Mãos ao alto... nas tuas calças!



Acabei de fazer um assalto à picha armada.

Patife
@FF_Patife no Twitter

26 fevereiro 2019

«eis a noite» - Susana Duarte

eis a noite ensimesmada
das bruxas
e as quimeras vivas:

talvez haja um poema,
ou a sede por escrever.

talvez tu sejas a sombra
navegante das asas perdidas,
ou o esquálido
e angustiado nó
deixado vivo nas noites outrora
agitadas pela ode marítima
com que me beijavas
a madrugada.

eis as noites das quimeras,
gárgulas perdidas
onde os nós se desatam,
sedentos, talvez, de deixar
nas pedras as sombras
originais. eis os nós, e as pedras.

eis o ser que se transforma,
e a mulher-rocha das marés.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Shark no charco

Está prestes a desabar uma carga e eu não tardo a sair para enfrentá-la. Para a enfrentar com um sorriso, vou entender que chove amor. Ninguém sabe o que é o amor, há até quem duvide da sua existência, por isso vou chamar-lhe chuva. E encharcar-me de forma apaixonada.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

"Por que queres sair? Quando estamos tão bem aqui. E o barómetro está na chuva"

Litografia de Peynet, de 1985, numerada 106/350, com moldura e com assinatura original do autor. Tem aposto um selo de 14 de Fevereiro de 1985, para o São Valentim.
Junta-se a muitos outros trabalhos de Raymond Peynet na minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

25 fevereiro 2019

Já vos disse que adoro publicidade?




Big Cloud, produtos de beleza, 2011

«respostas a perguntas inexistentes (380)» - bagaço amarelo


Sempre tive este prazer com o café. Antes de o beber abraço a caneca fumegante com as duas mãos e aqueço-as. Pensando bem, talvez seja por isso que me habituei a gostar de países frios, pelo prazer de me aquecer.
Ela está a espreitar pela janela da cozinha na mesma posição de sempre. Tem os olhos grandes e abertos, que praticamente não piscam. Seja lá o que for que está ver não cabe em olhos semicerrados. Tenho até a sensação que olha sempre para o mesmo ponto lá fora, provavelmente a árvore do jardim.
Dou o primeiro gole e aqueço mais as mãos.

- É o nosso jardim. Está sempre igual. - digo-lhe.

Ela não desvia o olhar nem o pensamento.

- Não, não está. A árvore já foi verde, já foi vermelha e agora não tem folhas. Tudo mudou.

É então que me apercebo que ela não está a olhar para o espaço, mas sim para o tempo. É claro que não podia caber em olhos semicerrados. O tempo só entra em olhos bem abertos ou bem fechados.

- Queres que te faça um café? - Pergunto.

Alguns pássaros pousam na relva. Vêm comer o resto da comida que quase todos os dias damos a alguns gatos vadios que nos costumam visitar pela manhã. Ela não desvia o olhar.

- Não, já sabes que não gosto do teu café instantâneo mas, por favor, nunca pares de me perguntar. - Sorri.

Dou outro gole. Fecho os olhos para procurar nesse tempo a improbabilidade que nos permitiu partilhar esta manhã. Não a encontro, mas sei que está lá e é tão esguia como a nossa história. Talvez tudo deva ser apenas exactamente assim: um mero acaso.

Ela sai e afasta-se. Eu termino o café. As minhas mãos estão quentes. É por isso que gosto de países frios.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«O pecado» - Heinrich Lossow (c.1880)


24 fevereiro 2019

O fundo Baú - 5

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
A primeira Gotinha de um grande lago de cumplicidade, partilha e amizade foi a ligação entre este blog e o «BloGotinha». Antes de a Gotinha e eu criarmos os nossos blogs, já nos "conhecíamos" de outras plataformas da internet.
Passados estes 15 anos, mantém-se uma proximidade que me começou a mostrar o que se foi consolidando com bastantes outros casos: o mundo virtual pode proporcionar elos muito enriquecedores e saudáveis entre pessoas.
Esta publicação de 25 de Novembro de 2003, menos de um mês depois do início do blog, já revelava o que viria a ser uma das relações de entreajuda e de amizade mais duradouras da internet:


Despindo-se para mim


Ex-voto 8