13 abril 2019

«O atraso» - Fernando Gomes


Juvénio só pensa em encontrar a belíssima hospedeira que tão gentilmente lhe respondeu no curto diálogo que travaram durante o embarque:
— Desculpe, este voo está mais de uma hora atrasado, e a minha escala para apanhar o próximo é só de meia hora. Acha que chegamos a tempo?
— Sim, claro, não se preocupe!
— Tem a certeza? Estou muito apreensivo.
— Esteja descansado! Garanto que apanhará o outro avião.
O sorriso radioso colado aos olhos transbordantes de azul serenou-o.
Segundos depois, ao tomar o lugar na coxia, o atraso já não o apoquentava. Estava na quarta fila e não conseguia descolar os olhos da graciosa figura que ia cumprimentando os passageiros um a um. Não fosse a importância da viagem de negócios, desejaria que o atraso fosse eterno, que nada o separasse de tão celeste visão. O rumor dos passageiros que se acomodavam, o ronco dos motores, o choro do bebé duas filas atrás, tudo lhe soava longínquo e etéreo. Aquela beleza ofuscante arrebatava-o.
Aquando das instruções de segurança, a deusa posicionou-se tão perto dele, que Juvénio conseguia sentir na alma os gestos largos e mecânicos. Antes de guardar o equipamento de demonstração, ela piscou-lhe o olho e sorriu. Ele corou e engoliu em seco, mergulhado em suor. Pouco depois da descolagem, a beldade veio fazer-lhe companhia num sonho erótico, que, como de costume, ele não conseguiu consumar. Acordou sobressaltado entre gritos lancinantes e rezas aflitas. Antes que conseguisse aperceber-se da terrível força que a gravidade resolvera demonstrar, já se via rodeado por um Atlântico infinito.
Atordoado, tenta agora, desesperadamente, manter-se à tona e, acima de tudo, encontrá-la entre os destroços. Se ao menos tivesse ouvido as instruções de como insuflar o colete... De súbito, vislumbra a sereia, à deriva, flutuando na ponta quebrada de uma das asas. As forças a fugirem-lhe, consegue chegar suficientemente perto dela para soltar o que lhe vai no peito, antes de imergir para sempre no oceano devorador. Com a voz sufocada dos pirolitos, grita-lhe as últimas palavras:
— Sua mentirosa!

Fernando Gomes


«Angel of the morning» - Mário Lima



"Se um dia uma brisa leve e suave tocar teu rosto, não tenhas medo, é apenas a minha saudade que te beija em silêncio."

Mário Lima

"Ah, se ele visse… 1787"

"Ah! S´il y voyait 1787".
Prato francês em faiança do século XVIII pintado à mão com uma cena de humor malandreco.
Vive la France Érotique... dans ma collection!






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

12 abril 2019

Skol - «Beats, sex and responsible drinking»

Sabes o que é um "Analfabeto"?

O DiciOrdinário ilusTarado explica:

Analfabeto - aquele que não sabe praticar ou que desconhece sexo anal.

Faz a tua encomenda aqui.
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#barrigaariston - Ruim






Porquê um gajo que tem abdominais ripados iguais a um tanque de lavar a roupa à mão, quando podem ter um gajo com uma Ariston de cuba inox na pança a lavar 7 kg de roupa em cada ciclo?

Pensem nisso.

Ruim
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11 abril 2019

«Deste-me um beijo» - Áurea Justo

Deste-me um beijo no monte do ombro.
Dando cambalhotas com a língua húmida no meu pescoço, traçaste o caminho do rio, sendo tu o barco.
Quero navegar-te. Sussurraste ao meu ouvido, num murmúrio qual vento que assobia aos passarinhos na Primavera, chamando-os com os beiços inchados de tanto amor concebido na mãe Natureza.
Dar-te-ei a minha alma, inteligência e vida, meu amor.

In Notebook

Áurea Justo
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«Sutras» - Adão Iturrusgarai


"Sr. Cura, aí está a mais bela rosa do meu jardim"… "Eu conheço-a"

"Monsieur le curé, v´la la plus belle rose de mon jardin"… "Je la connais".
Prato francês em faiança do século XVIII pintado à mão com uma cena de humor malandreco.
Vive la France Érotique... dans ma collection!







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