Algumas pessoas que eu conheço acham que eu sou romântica.
Outras pessoas que nunca sequer me tocaram, física ou animicamente, acham que eu sou muito dura.
Alguns dos meus ex-namorados e outros infelizes que dispensei já disseram que o meu coração era de mármore. (“Contento-me” que não tenham me matado, já que está cada vez mais difícil para uma mulher terminar um relacionamento ou dispensar um homem e continuar viva, logo, enxovalhos rasteiros com “frases” de música sertaneja ruim, são bem toleráveis.)
Bem, a “infopédia” dá os seguintes significados para a palavra “romântico”:
“Adjetivo
1. próprio de romance
2. relativo ao romantismo
3. poético; apaixonado
4. figurado devaneador; sonhador
5. figurado piegas
Nome masculino:
1. partidário do romantismo
2. pessoa que afeta ares românticos”.
Fato é que eu não sou uma mulher que caiba em conceitos, muito menos alguém “facilmente” compreensível, definível e explicável.
Por exemplo: eu tenho ojeriza à pieguice de muitos românticos inveterados que teimam em ver “amor” onde ele não existe ou deixou de existir, porque sim, amor, como tudo o que é vivo, termina.
Amor morre, amor não mata!
Acreditar em “amor eterno” é um devaneio perigoso e doentio. A vida pulsa, a vida muda, a vida oscila, a gente cresce, a gente amadurece e, com o amor, ocorre o mesmo.
Os únicos “tipos” de amor que tendem a ser eternos é o sentido pelas mães pelos seus filhos e o dos torcedores por seus times do coração: se decepcionam, choram, sofrem, mas não “mudam” de time.
Digamos que eu seja, uma romântica muito bem dotada de amor próprio e bastante pragmática.
Enfim, eu acredito no amor, meus caros leitores!
“Mas, o que é amor para você, Cláudia?”.
Em minha modestíssima opinião, amor é admiração+atração+amizade+tesão+paixão. Um combo, assim mesmo: com “+”, não com vírgulas. Amor é quando tudo isso se “conjuga” a tal ponto que uma pessoa se sente plenamente à vontade e feliz na companhia de outro indivíduo a ponto de despir-se animicamente e revelar todas as suas dores, os seus fracassos, as suas frustrações, os seus sonhos e os seus anseios.
Quando você consegue gozar de tudo na companhia do outro, inclusive de irrestrita confiança! (Tá “liberado” maliciar a frase, porque a intenção é essa mesmo).
E o que amor, para mim, tem a ver como monogamia, especialmente em tempos de “amores líquidos”, relações superficiais e tendências poligâmicas?
Simples:
Nestes claudicantes tempos pós-modernos nós somos livres para optarmos entre a solteirice e o casamento, o compromisso, enfim: monogamia não é imposição, não é obrigação.
Monogamia é trato, é escolha!
Ninguém, em pleno 2019, obriga o fulaninho a casar-se com a fulaninha!
Teoricamente eles renunciam a possibilidade de viver uma infinidade de relações com outras pessoas, de conhecerem outros pênis e outras vaginas, porque estão “inebriados” pelo corpo, pelo cérebro, pelas atitudes e pelo sexo com seu parceiro (a).
Só um amor muito grande justifica a escolha pela monogamia. (Mais a respeito do assunto no texto denominado “Ensaio sobre a minha palestra no Rio: do machismo estrutural à infidelidade conjugal”, constante aqui).
O resto?!
Ah, o resto é ilusão!
É hipocrisia.
É carência.
É confusão mental.
É essa necessidade frívola e medíocre de ter alguém “para chamar de seu” quando volta pra casa, ainda que seja muito melhor conversar com o colega de trabalho, porque ele é mais humorado, sagaz e inteligente do que o seu companheiro; ainda que seja muito mais divertido transar com o cara da academia, porque ele é mais bem dotado e manja (melhor) dos “paranauê” e etc..
Entenderam?!
Ninguém obriga você a se comprometer com alguém. Ninguém lhe obriga a jurar lealdade e fidelidade a alguém.
Relações monogâmicas são opcionais.
Ser solteiro, também é opção, meus amigos!
E as pessoas precisam aprender a pensar e a portar-se como resultado de bilhões de anos de evolução, sem usar o comportamento dos animais irracionais para justificar as escolhas que tomam.
Se você não tem admiração, tesão, química no sexo e no papo com alguém, você não ama, o máximo que você tem é um grande apreço e preguiça de ficar sozinha para exercitar a sua sexualidade, sair com outros caras e dormir na paz de uma cama sem um homem ao lado!
Você
É
Carente
De
Companhia,
Amiga!
Você
É
Acomodada!
Você
Quer
Se
Adequar
Ao
Que
A
Sociedade
Hipócrita
Espera
De
Você!
O mesmo serve para os homens, logicamente.
Nestes 3 anos como acompanhante de luxo eu já recebi mensagens de incontáveis pessoas falando das suas fantasias, querendo ménage e etc..
Todas foram bloqueadas, com sucesso.
Mas,
Gente,
Custa
O
Que
Admitir
Que
A
Porra
Do
Tesão
Acabou
Ou
Decaiu?!
Troca de casais, swing, ménage?!
Caraca, por que não ficar lindamente solteira e sair transando com quem bem entende, por aí?! Camisinha existe pra isso, certo?!
Se eu tivesse um namorado que me dissesse que a fantasia dele é ver-me transando com outro eu diria: “Que legal, querido! Ouvindo você agora, até me deu uma baita fazer sexo com outro. Vou fazer isso hoje, inclusive, mas longe de você: considere-se solteiro e vá atrás de outra para realizar a sua fantasia de corno, bye!”.
O mundo tem 7 bilhões de pessoas, gente!
7
bilhões
de
pessoas!
De
Pintos,
De
Pepecas!
Por que vocês cismam com um bípede só e fazem de tudo para agradá-lo, até quando vocês não estão agradados?!
Qual o problema de vocês, galera?
Tem muitos caras legais, muitas mulheres divertidas, muita gente linda e fogosa, logo, pra que ficar com alguém se você não sente algo muito arrebatador e especial por essa pessoa?!
Eu sou fã da Regina Navarro Lins e ela aborda muito a questão do poliamor e da poligamiacomo “tendências” do futuro nos relacionamentos humanos, todavia eu tenho uma ideia que se coaduna e se contrapõe ao mesmo tempo com a visão dela. Sintetizo-a numa pergunta:
“Se você tem desejo por outras pessoas, por que você não cultiva apenas uma amizade com o seu atual parceiro (a), ao invés de dividir uma casa, uma cama e um cotidiano com ele (a)?”.
As pessoas têm que se perguntar, porque elas possuem tanta necessidade de ter um namorado, um convivente, um marido, enfim, um “conje”, como diria o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Em que se baseia esse desejo de dividir a vida com alguém?!
Necessidade de ser socialmente adequado?
Carência afetiva e emocional?
Medo da solidão?
Medo de ser criticado e julgado?!
Ora, é tão bom dormir sozinha.
Não ter ninguém com mais de 10 kg roncando ao lado (meu baby cat Zeus, ronca)!
Poder dar “puns” barulhentos quando quiser.
Fazer coco com a porta aberta.
Comer deitada na cama!
Acabar com a sobremesa sozinha.
Assistir a série ou o filme que eu quiser.
Fazer sexo com gente linda, mas burra, sem que ninguém fique sabendo!
Ora, se você aprender a cuidar do seu assoalho pélvico a sua pepeca vai continuar apertada, meu bem! É só ter um (a) bom (a) ginecologista: lavou e a bendita continuará novinha e linda.
Enfim, é tão simples ser solteira, tão fácil ser solteiro e podermos transar e nos relacionar com quem quisermos (“de grátis” ou, como eu, cobrando!).
Creio que só quem tenha me acompanhado desde 2016 e seja muito meu fã ou, realmente, seja meu íntimo, saiba que eu me tornei acompanhante, porque “desisti” de viver relacionamentos amorosos! Coloquei minha vida amorosa em pausa, para ser mais exata.
Em outubro de 2015 eu terminei meu último namoro. O cara tinha um bebê com uma ex.
No mesmo ano eu já havia terminado outro namoro, porque tal ex era acomodado e tinha dois filhos novinhos. Quando os conheci tive a impressão de que ele queria uma “babá” para ajudar-lhe!
Ao longo de tal ano eu também fui assediada por um macho casado e “poderoso” onde eu residia.
Em fevereiro de 2016, no início do primeiro semestre letivo, fui demitida sem justa causa da universidade em que eu lecionava.
Eu tinha (tenho) um bom currículo lattes, mas em tal tempo as contratações de professores nas universidades já havia findado. Ademais, fui consumida por uma baita revolta!
Ódio do comodismo de cada homem com quem namorei/noivei/casei!
Ódio da sociedade patriarcal.
Ódio de cada panaca que me assediou e me prejudicou profissionalmente ao longo dos meus, na época, 11 anos como operadora do Direito.
Ódio de mim por ter deixado minha profissão em segundo plano quando eu era “novinha” e quando me casei.
Juntando a frustração com os homens com os quais namorei e com a minha vida jurídica, eu me emputeci com a vida e resolvi virar puta!
Simples assim. (Ou não, depende do seu Q.I. e empatia).
Desde o início eu me dispus a ser seletiva na escolha dos meus parceiros, pois do contrário eu preferiria me matar a ser acompanhante.
Aliás, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, quando me relacionar amorosamente já tinha sido algo “deletado” dos meus planos futuros, sempre que avençava a hipótese de parar de lecionar, eu falava para o meu pai que, na época, trabalhava em Sorriso/MT e seguidamente estava na minha casa: “Ah, se eu sair da Universidade, eu viro puta! Estou cansada dessa vida de ‘mulher direita’”.
Essa “brincadeira” era tão constante que ninguém da minha família se espantou quando, de fato, eu “virei” puta!
Lecionar era a única coisa que eu realmente amava no Direito.
Advogar foi por anos uma paixão, mas o patriarcado e o Judiciário brasileiro me fizeram “pegar” nojo.
Lecionar, em 2016, ainda era uma paixão, quando a perdi, eu poderia muito bem ter me afogado na minha piscina, mas eu resolvi ousar e me tornar acompanhante de luxo.
Ter desistido de ter relacionamentos amorosos nunca foi e nunca será um “sinal”, tampouco uma “prova” de que eu não acredito no amor.
Quem acha isso é porque não me conhece nada, só sabe o meu nome.
Quem acha que eu sou “fria”, então, não sabe nada de mim.
Eu acredito na gentileza.
Acredito na lealdade.
Acredito no respeito.
Acredito no cuidado.
Acredito na doçura.
Acredito no carinho.
Acredito piamente na paixão.
Não querer algo em certo momento da vida, não implica em amargura, descrença ou desrespeito a tal “coisa”!
Pelo contrário.
Eu, Cláudia de Marchi e, aqui, sem “claudicar”, digo que, para mim, amar é sagrado!
O meu coração é um lugar sagrado e é por isso mesmo que não deixo e nem deixarei qualquer pessoa entrar nele.
Fazer sexo não é intimidade.
Sexo é só sexo.
“Foder” não tem nada a ver com paixão e com amor.
Não há necessidade de admiração para fazer sexo com intensidade, basta gostar de transar e sentir uma grande química. Isso não é raro, sequer é especial!
Intimidade é abrir o seu coração para alguém, é tornar alguém importante em sua vida, é querer estar com tal pessoa e ter ela por perto, é preocupar-se com ela, além de obviamente, não desejar transar com outras pessoas, porque nenhum corpo lindo ou “foda boa” compensarão a ausência de “tal” pessoa na sua vida.
Admiro a inocência de quem acha que despir-se e transar com alguém é “íntimo”, é “entrega”.
Entrega é quando você coloca alguém no seu coração, não no seu corpo.
E se pensar assim me faz uma romântica, então eu termino esse texto parafraseando a Rita Lee, com um refrão que define a mim e a minha vida:
“Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica...”.
Romântica sim, mantendo relacionamento sem amor e paixão, jamais!
Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!