HenriCartoon
10 fevereiro 2011
09 fevereiro 2011
Quem murcha são as rosas
Nunca percebi aquela mariquice de dizerem que tou murcho quando (nas raras ocasiões em que) permaneço em repouso. Murcho? Mas que conversa é essa? Sou alguma flor?
A malta não tem cuidado nenhum com a terminologia, isso é que é. E eu, falo que não fala, tenho que me aguentar à bronca com todo o tipo de expressões que me achincalham, não bastando já a superficialidade com que me avaliam pelo tamanho enquanto entram numa de que os homens não se medem aos palmos...
Acho que não há respeito nenhum pelas pilas e isso é revoltante porque dão uma no cravo e outra na ferradura, por um lado os gajos agarrados a nós fartam-se de louvar o "seu" desempenho (que afinal é o nosso, que eles só atrapalham) e olham para nós cheios de vaidade das "suas" proezas e por outro tratam-nos como um pedaço de carne pendurada sem utilidade alguma (o que até pode ser verdade noutros casos, tenho ouvido queixas aqui e além, mas não me diz respeito).
Eu sei que pareço uma pila refilona, sempre a protestar e assim. Mas ponham-se no meu lugar e digam lá se não tenho razão...
Reconhecer a Felicidade
Encontrando a minha felicidade na tua, não me apodero do teu Ser, antes ofereço-me à edificação do teu bem estar, ao complemento de ti e ao alcance da tua plenitude.
E se ser feliz poderia ser sonhar e realizar, explodir esse sentimento é despertar no outro toda a grandeza latente, por surgir e exultar nesse espaço as nossas emoções.
Isso é felicidade, isso é Amor, isso é perdermo-nos no outro e encontrarmo-nos em nós.
Um coração engrandecido e nobre não reconhece a felicidade através de si próprio, apenas porque falta-lhe a felicidade de todos os corações que o rodeiam. E assim, será alguém suficientemente feliz e capaz do reconhecimento dessa emoção?
E se ser feliz poderia ser sonhar e realizar, explodir esse sentimento é despertar no outro toda a grandeza latente, por surgir e exultar nesse espaço as nossas emoções.
Isso é felicidade, isso é Amor, isso é perdermo-nos no outro e encontrarmo-nos em nós.
Um coração engrandecido e nobre não reconhece a felicidade através de si próprio, apenas porque falta-lhe a felicidade de todos os corações que o rodeiam. E assim, será alguém suficientemente feliz e capaz do reconhecimento dessa emoção?
Inspirar (viver) para expirar (escrever) e assim respiro (existo e sou)
Não acredito que a escrita nos queira dedicados por inteiro, depois nada tínhamos para escrever. Acredito, sim, que aos momentos a que nos chama, nos leva inteiros, pelos braços e pernas, pelo ar ou pelo chão; deixa-nos viver para nos cobrar a vida por letras; quer-nos dedicados à vida para ter o que nos cobrar. É como inspirar (viver) para expirar (escrever) e assim respiro (existo e sou). Falo pouco de mim, costumo perguntar-me mais, porque sei pouco de quem sou, de mim só sei como estou, às vezes nem bem sei onde, é um qualquer caminho que sobe, não sei a altura, não sei quanto falta, posso estar em qualquer medida de espaço e tempo. Sei que gostava que as palavras dessem a volta ao Mundo, uma espécie de abraço, mas não sei quantas linhas ainda terei que escrever para somar esses quilómetros todos, sei que as estou a escrever e que as estou a viver e que as que vivo me serão cobradas no papel, um amante exigente que todos os dias me entrega a outros braços para aprender novos beijos que lhe possa dar.
08 fevereiro 2011
Ler nas linhas, comboio nas mãos
Não está aqui. Ausente. A cabeça num ombro, o cheiro que há-de saber, o braço pelas costas; quando está no lugar certo é assim que se sente o braço e o corpo, como se estivesse arrumado na gaveta dele. Deve estar feliz e não está aqui. Logo volta, pode ser que conte tudo, pode ser que conte nada e ainda assim em incontáveis pontuações.
Não está aqui. Mas onde está? Talvez em segredo numa mão da história de dedos incertos por escrever, linhas nas palmas, dias na pele. Talvez não saiba onde está mas há-de saber, promete, há-de saber. Eu que nem sei de mim, prometo aqui voltar; sem precisar de descobrir, respiro e não me descubro respirar, é aqui que sei sempre onde estou.
Onde estás? O joelho perdido, o pulso abandonado gagueja e pode ser que até aprenda a cantar, ou não; tudo menos a mudez da indecisão, o comboio passa e até se podia saltar, cada pé fora do chão e pode ser assim, pode ser que seja mesmo assim, sem saber bem como é, mas há-de saber, diz que há-de saber.
Não está aqui. Ausente. Foi procurar um bocadinho de si um bocadinho.
Não está aqui. Mas onde está? Talvez em segredo numa mão da história de dedos incertos por escrever, linhas nas palmas, dias na pele. Talvez não saiba onde está mas há-de saber, promete, há-de saber. Eu que nem sei de mim, prometo aqui voltar; sem precisar de descobrir, respiro e não me descubro respirar, é aqui que sei sempre onde estou.
Onde estás? O joelho perdido, o pulso abandonado gagueja e pode ser que até aprenda a cantar, ou não; tudo menos a mudez da indecisão, o comboio passa e até se podia saltar, cada pé fora do chão e pode ser assim, pode ser que seja mesmo assim, sem saber bem como é, mas há-de saber, diz que há-de saber.
Não está aqui. Ausente. Foi procurar um bocadinho de si um bocadinho.
Nada
Num momento falas-me
de amor,
noutro ignoras-me:
o amor não é ser ausente,
é manter o presente
como se não fugisse;
como se as palavras
pudessem continuar
a ser as de amor.
Mais de resto, ainda
existe - só - nada:
nada não é amor.
Poesia de Paula Raposo
«Ecstacy in Indian Temple Sculpture Khajuraho»
Nas suas viagens pelo mundo, a Daisy e o Alfredo Moreirinhas visitam locais que eu só conheço de ler e de ouvir falar (e alguns sítios, nem mesmo isso).
Ofereceram-me um livro com 20 postais de esculturas do templo de Khajuraho, na Índia.
Obrigada, Daisi e Alfredo! Fica tão bem na minha colecção...
07 fevereiro 2011
Noite de estreia
Nunca me esquecerei desse dia.
Repousava encostado à virilha esquerda quando senti a presença de uma mão, algo que estranhei pois não havia soado o aviso de rotina para a função que até então que me cabia cumprir.
Estranhei ainda mais quando os dedos se enrolaram em meu redor e começaram a subir e a descer de uma forma inusitada e eu já de cabeça bem levantada, satisfeito com aquela inovação.
Foi de facto uma sensação inédita que senti como uma revelação, adivinhando na hora um futuro promissor que surgia no horizonte (o dele, que trago agarrado) tão erecto como um pelourinho ou o monumento que encima o Parque Eduardo VII.
A mão não parava e eu nem sabia do que gostava mais naquela atenção que me permitia descobrir novos caminhos e antever extraordinárias aplicações.
Apanhei um cagaço quando de repente senti uma cena diferente a brotar de mim, algo que os meus inseparáveis amigos (que enviaram aquilo no preciso instante em que me estava a saber melhor, apanhando-me distraído) cuidariam de me explicar mais tarde na utilidade e na razão de ser.
Sei que descobri um novo e apetecível prazer, que se manteria sobretudo quando a mão, pouco tempo depois, se prestou a uma excelente troca. E desde esse dia memorável estou tantas vezes em sentido que até parece que entrei para tropa.
Neologismos
Terei que inventar palavras para imprimir força às emoções que te quero dar.
Aquelas que nos ensinaram estão gastas, usadas, sem nada de novo trazer à nossa Casa.
Intento algo diferente, aquilo que Ser Humano algum jamais sentiu ou te endereçou.
"Amor" não basta;
"Ternura" é comum;
"Carinho"? Palavra vaga.
Todas as demais que proferimos não fazem jus ao que te quero; ao que nos queremos.
Irei inventar novas palavras, sim;
o nosso dicionário será enriquecido;
sapiência de sentidos traduzida em prosa;
a nossa língua viverá entre os dois peitos onde explodem estas emoções - hoje - indescritíveis.
Aquelas que nos ensinaram estão gastas, usadas, sem nada de novo trazer à nossa Casa.
Intento algo diferente, aquilo que Ser Humano algum jamais sentiu ou te endereçou.
"Amor" não basta;
"Ternura" é comum;
"Carinho"? Palavra vaga.
Todas as demais que proferimos não fazem jus ao que te quero; ao que nos queremos.
Irei inventar novas palavras, sim;
o nosso dicionário será enriquecido;
sapiência de sentidos traduzida em prosa;
a nossa língua viverá entre os dois peitos onde explodem estas emoções - hoje - indescritíveis.
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