09 junho 2016

«Parede» - João

"Frente a frente, anos passados de distância, as palavras inicialmente trémulas e um apelo. Estou cansada, querido. Não podes ser um cabrão? Custa-te assim tanto? Tens de ser sempre esse homem bom? Não quero que faças amor comigo, quero, hoje quero, que sejas um cabrão comigo. Não me abraces nem me beijes, que estou cansada de não sentir, quero que me atires contra a parede, à bruta, que me arranques a roupa do corpo, quero sentir o teu caralho rasgar-me a cona, quero sentir-me rebentar contigo, o corpo a bater na parede enquanto me fodes com ganas, quero afundar profundamente as minhas unhas na tua pele, quero que entres fundo em mim, quero sentir dor, faz-me doer, faz-me sentir, faz-me qualquer coisa porque eu estou cansada, entendes? Estou cansada.

O olhar tinha súplica. Ao dele, veio um assomo de saudade. Depressa o guardou, e não abriu a boca. Não lhe respondeu. Pegou-lhe no pulso, rodou-a de costas para ele e empurrou-a contra a parede. E doeu-lhe. Como ela queria."

João
Geografia das Curvas

Postalinho de Antequera

"Fiquei apaixonado por este limoeiro dentro do castelo de Antequera (Andaluzia, sul de Espanha)!..."
Paulo M.


"... Vá-se lá saber porquê..."


Percebes?...

Cartão de visita de «The Understands - Aljezur BTT Team».
Prendinha da Carla Cristo para a colecção.





A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Cérebro» - Adão Iturrusgarai


08 junho 2016

«Mulheres peludas (cover)» - Liane

«respostas a perguntas inexistentes (340)» - bagaço amarelo

A primeira vez que nos apaixonamos é uma tortura. Somos ainda crianças e passamos a acreditar que aquele é o único e possível Amor da nossa vida. É um Determinismo saloio, mas assustador, porque é muita responsabilidade para tão tenra idade saber que falhando um Amor se vai falhar a vida toda.
É por isso que a segunda vez é tão importante. Com a segunda paixão abrem-se as portas do futuro, pois percebemos que nos podemos apaixonar uma e outra vez até que uma (pelo menos) dê certo. Se me lembro com dor e sofrimento do primeiro Amor que me falhou, lembro-me apenas da tentação no segundo, que por acaso também me falhou.
Os Amores falhados tornam-se então das melhores coisas da vida. Na adolescência, o pior que nos pode acontecer é não falhar Amor nenhum, nem que seja para percebermos que o Amor também é aleatório. Para viver um grande Amor é preciso exactamente o mesmo que para viver cinco ou seis grandes Amores. Então, viva-se os cinco ou seis.
Depois crescemos e o Amor passa a ser memória, talvez por já não olharmos para o futuro com a mesma suavidade como quando éramos crianças. Gostamos de saber que do tempo que passámos há momentos que não foram nem nunca serão só nossos, nem que seja o de um simples café à beira-mar.
Que nos apaixonemos muitas vezes quando somos novos para nos conseguirmos apaixonar apenas uma vez ou duas em adultos. Se assim for, o Amor só falhou para nunca mais falhar.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Faço-me lembrar

Faço-me lembrar, desculpai a expressão um farol. Quieto. Silencioso. Metido na sua. Orienta os outros para sigam na direcção correcta, incansável, a sua luz nunca pára de rodar e quem usufrui da sua ajuda não imagina que o farol, sempre a parecer inatingível é todos os dias atacado por ondas enormes que o magoam ou entediado por marés sem ondulação. À sua volta vê rochas e vê os outros, ajudados pela sua luz, a seguirem e ele fica. Pintem os faróis todos de cor de rosa!!!

Do meu mundo

"Vou contar até 2... uma... duas!"



07 junho 2016

Postalinho -Take Away II

Na esquina...

Boa noite!...





Pronto, agora posso ir deitar-me com a mente devidamente preparada para o efeito.




Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 42

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







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A face escondida da Lua

Prato de porcelana de Limoges, da empresa Raynaud & Cie.
Na face superior, um homem numa padiola transportada por pássaros e a frase "le capitaine Brunt, chercheur d´or lunaire, à la conquête de la face cachée de la lune" (o capitão Brunt, pesquisador de ouro lunar, à conquista da face oculta da Lua). Na face inferior, uma mulher mostra o rabo. Selo com a menção "Martin Hurst collection - 685».
Uma história... na minha colecção.


















A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
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06 junho 2016

Anúncios da Kona

Esta cerveja Hawaiana da Kona Brewing Company, com este nome, só pode ser deliciosa.





Tentação dos deuses

Crica para veres toda a história
Oferenda


1 página

Eva portuguesa - «O angolano»

Oh, pá, a sério! Há pessoas que dizem cada coisa que eu fico completamente aparvalhada! 
Recebi ontem uma SMS que dizia assim:
"Olá, Mariana. Sou Angolano mas moro nos estados Unidos. Tenho dupla cidadania. Vi o teu perfil no site de acompanhantes e sei que tu és a mulher certa para mim. Aceitas ter um relacionamento comigo e até casar?"
Obviamente, não respondi. Nem sequer é a primeira SMS deste género que recebo. Hoje a mesma pessoa reenviou a mesma mensagem três vezes. Como eu continuei sem responder, ligou. Perguntou por que eu não respondi às mensagens e se não estava interessada. Mediante a minha recusa perguntou se eu tinha marido e, como respondi que não, pede para eu ter uma relação séria com ele. Eu expliquei com muita calma que não vou ter uma relação com alguém que não conheço e que, além do mais, para ter namorado, ele teria que me ajudar e pagar as minhas contas. Do outro lado oiço:
"Mas tu estás com homens que não conheces por dinheiro! por isso não tens marido! Uma relação não é para pagar contas, é sobre sentimentos." 
A sério?! Mesmo a sério?! E a loira sou eu?! Este indivíduo vai-me procurar a um site de acompanhantes e vem-me com esta conversa?! Não me conhece, só viu as minhas fotos profissionais e quer casar?! E vem falar de sentimentos?! Faz-me rir! Ele quer é foder à borla e possivelmente precisa da cidadania europeia! Mas quer-me passar o atestado de burrice?! E depois dizem que a puta sou eu! 
Ahahahahah

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Se uma moça fosse um menino por um dia



Capinaremos.com

05 junho 2016

Luís Gaspar lê «Ai, minha senhora…» de Fernão Fernandes Cogomilho

Português moderno

Ai, minha senhora, lume dos olhos meus!
onde vos não vir, dizei-me, por Deus,
que farei eu, que vos sempre amei?

Pois me assim vi, onde vos vejo, morrer,
onde vos não vir, dizei-m’ uma coisa,
que farei eu, que vos sempre amei?

Eu, que nunca outrem soube servir
senão, senhora, vós, e, onde vos não vir,
que farei eu, que vos sempre amei?

Português antigo

Ay, mha senhor, lume dos olhos meus!
hu uos non uir, dizede-mi, por Deus,
que farey eu, que uos sempre amei?

Pois m’assi ui, hu uos uejo, morrer.
hu uos non uir, dizede-m’ ua ren,
que farey eu, que uos sempre amei?

Eu, que nunca outren soube seruir
se non, senhor, uós, e, hu uos non uir,
que farey eu, que uos sempre amei?

Fernão Fernandes Cogomilho
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.


Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

PI da Travessa do Porno



Um destes dias nasceu a Travessa do Porno junto às Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa, outrora conhecida por Travessa do Forno.

«coisas que fascinam (191)» - bagaço amarelo

Os homens sós são aqueles que nunca parecem tristes. Ficam sempre mais um bocadinho onde quer que seja, se puderem, à espera que o mundo mude. No balcão de um bar, no banco duma praça ou na atenta observação duma peça de museu. O mundo nunca muda, mas a expectativa é essa.
Os homens sós são esses, os que esticam sempre mais um bocadinho cada momento da vida, porque sabem que um grande um Amor pode caber nesse bocadinho. É uma inversão da Física, algo tão grande caber em algo tão pequeno, mas é isso que lhes permite sorrir, talvez por a hipotética mudança do mundo ser sempre uma mulher.
Se por acaso acontecerem mesmo, as coisas que nunca acontecem são as melhores. A mudança do mundo, por exemplo. É por isso que eles nunca parecem tristes. É tão fácil como outra coisa qualquer, o não Amor. É só esperar que o mundo mude num bocadinho.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Maitena - Condição feminina 30



04 junho 2016

Aquele pino aberto...


Língua de palmo...


Pinei tanto a noite passada que hoje não posso com uma rata pelo nabo.

Patife
@FF_Patife no Twitter

«A ubiquidade do amor» - por Rui Felício

Cristalina, límpida, refletia os raios solares e com eles dardejava e chamava a atenção do seu amado.
Distraído, ali ao lado, ele nem parecia reparar. Era um calhau, uma pedra, e nem lhe passava pela cabeça que ela, uma poça de água da chuva recente que tinha caído, se tivesse apaixonado por ele.
«Amor transparente»
Mola em plástico formada por casal abraçado
EUA, 1995
Colecção de arte erótica «a funda São»
Mas a verdade é que a água estava loucamente enfeitiçada pela máscula pedra ali tão perto, quase ao seu alcance.
Tamanha foi a sedução, que o frígido calhau acabou por reparar nela e sentiu o calor derreter-lhe a pouco e pouco a postura rígida.. Também ele sentiu o fascínio do amor, por estranho que nos possa parecer.
Deixou-se escorregar lentamente e aos poucos envolveu-se nas carícias da poça de água.
No fogo do amor que os incendiou, fundiram-se num só. Já não era possível distinguir a água do calhau.
Aquela pedra de gelo tinha-se derretido completamente...

Rui Felício
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Blog Escrito e Lido

Um sábado qualquer... - «Adão e a sorte grande!»



Um sábado qualquer...

03 junho 2016

«Eros» - exposição de escultura e desenho de Santos Carvalho, na Lousã

Recebi este convite do Santos Carvalho, que me deixou toda molhadinha, para a inauguração da exposição «Eros», no dia 18 de Junho, sábado.
Sou fã dos trabalhos do Santos Carvalho. Já aqui tinha mostrado alguns dos seus trabalhos, quando teve a exposição «Envolvências» no ISCAC (Coimbra Business School), em 2013.
Podem ir ver «Eros», na Sala de Exposições Temporárias do Museu Etnográfico Louzã Henriques, entre os dias 18 de Junho e 18 de Setembro.
Para Santos Carvalho, "a criação é um sonho orgásmico". Só podemos ser fãs, Noé?







«Beleza» - Rubros Versos


Tiago Silva

«Xadrez mental» - Ruim


Sabes quando vais com a tua cara metade e se atravessa no caminho um bagacinho com esquadria matematicamente perfeita, aquele triunvirato de características femininas que despertam o alarme do primeiro ao sexto sentido feminino da outra? Esse momento, é o inicio de um jogo de xadrez psicológico. Um campo de batalha em de suposições, desconfianças e assumpções de parte a parte. O que está ele a pensar? O que está ela a pensar? Principalmente o que está ela a pensar.
Alvo a 10 metros. Iniciar manobras de diversão. Olhar em frente. Firme e hirto soldado. Visão periférica detecta gaja três níveis acima de óptima. O inimigo já se apercebeu, porque elas percebem quando outra é boazuda, mesmo antes de nós nos apercebermos.
"Ele vai olhar para a gaja...eu sei. Ele vai olhar e mesmo na minha cara. Vá... olha, seu animal. Dá razão à minha mãe e ás minhas amigas"
"Eu não vou olhar. Ela está à espera que eu olhe, mas eu não vou olhar. Se esta gaja julga que eu sou parvo a esse ponto de BEM QUE PAR DE MAMAS olhar para a gaja assim à descarada, está muito enganada."
Gaja passa. Ele não olha. Ela finge que não estava a reparar se ele olhava. Mas agora começa a verdadeira batalha. Depois do jogo psicológico, começa o confronto verbal.
"Epa que gaja boa...hein?" - dispara ela.
"Hmmm... qual gaja? Não vi. O que é uma gaja?" - rebate o adversário. Excelente contra-ataque.
"Como não viste? A grossa que passou por nós. Bem boa upa upa" - insiste.
"Ah... não reparei!" - deflecte.
"Hmmmm... a sério? Então mas agora és cego? Ou estás a esconder alguma coisa?" - disparado o primeiro morteiro acusatório.
"O quê? Mas esconder o quê? Só não olhei para a loira!" - responde algo hesitante
"Ah, agora já é loira. Viste como olhaste? Para que é que mentes?" - ataca agora em toda a força.
"Mas eu não menti. Reparei que era loira e disse que a gaja passou e coiso..." - primeiro sinal de fraqueza. Contradições a começarem a surgir.
"Certo. Como no outro dia..." - estocada final iminente. Bombas de dúvida no ar.
"Qual outro dia?" - questiona em terror.
"Da amiga no quarto. Que não era "ninguém". E que depois sabias o nome dela assim de repente e estava debaixo da cama" - ultimo golpe.
"EPA PORRA, ERA UMA ARANHA. OK? TINHA UMA ARANHA NO QUARTO? A-R-A-N-H-A!" - desespero na voz.
"Sim sim... aranha, Joana, Patricia... tudo putas" - último disparo pleno de lógica irrefutável.
Não temos hipótese.

Ruim
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«Botão Onofre» - Shut up, Cláudia!




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02 junho 2016

«Deste infinito» - João

"Temos tudo ali. De um lado está a serra. Na verdade, as serras, que são várias. A cidade está em frente, mas longe o suficiente para não incomodar, logo a seguir o mar imenso, que vai muito para lá do que se vê e do que se molha, e depois a areia que não termina, que se alonga, caprichosa, por quilómetros a perder de vista. Estou sentado numa cadeira. Melhor dizendo, estou apoiado numa cadeira, porque sentado seria generosidade, estou num plano inclinado muito confortável, atirado para cima da madeira, com as pernas esticadas e cruzadas, os braços a apoiar-me vagaroso ao Sol que falso se move no céu como se a Terra estivesse quieta às nossas ordens. A intuição, a telepatia, porventura o cheiro, não sei dizer, avisam-me que te aproximas. Sinto o sangue correr mais depressa dentro do meu corpo, sinto a tua mão tocar o meu ombro, os teus lábios a saudar-me a pele, e o teu corpo, o teu meu corpo, a sentar-se lânguido na cadeira ao lado, e os silêncios não eram embaraço entre nós, por muito que fossemos capazes de conversar longamente, de encontrar concordâncias em tudo e discordâncias fortes se disso houvesse necessidade. Trocámos o olhar, profundo, e soubemos que estava tudo ali, as serras, a cidade, o mar, a areia infinita, eu pousei a minha mão na tua coxa, tu colaste a tua mão à minha, entrelaçando os dedos, e a seguir morreste."
João
Geografia das Curvas

Postalinho da Fórnea

"A Cova da Velha, na Fórnea (Alcaria), que fica no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. "
Ângela D.