04 julho 2016

Eva portuguesa - «Pessoas felizes»

Veja como pessoas felizes não perdem tempo nem energia fazendo mal para os outros.
Maldade é coisa de gente infeliz, frustrada, medíocre e invejosa. Por isso, 'bora ser felizes?...
Estou cá para vos ajudar nisso...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Postalinho de Beja

"Esqueletinhos numa foto do Museu de Arqueologia."
Vânia Beliz


03 julho 2016

Luís Gaspar lê «Pagem loiro» de António Botto

Andava a lua nos céus
Com o seu bando de estrelas

Na minha alcova
Ardiam velas
Em candelabros de bronze

Pelo chão em desalinho
Os veludos pareciam
Ondas de sangue e ondas de vinho

Ele, olhava-me cismando;
E eu,
Placidamente, fumava,
Vendo a lua branca e nua
Que pelos céus caminhava.

Aproximou-se; e em delírio
Procurou avidamente
E avidamente beijou
A minha boca de cravo
Que a beijar se recusou.

Arrastou-me para ele,
E encostado ao meu hombro
Falou-me de um pagem loiro
Que morrera de saudade
À beira-mar, a cantar…

Olhei o céu!

Agora, a lua, fugia,
Entre nuvens que tornavam
A linda noite sombria.

Deram-se as bocas num beijo,
Um beijo nervoso e lento…
O homem cede ao desejo
Como a nuvem cede ao vento

Vinha longe a madrugada.

Por fim,
Largando esse corpo
Que adormecera cansado
E que eu beijara, loucamente,
Sem sentir,
Bebia vinho, perdidamente
Bebia vinho…, até cair.

António Botto
António Tomás Botto (Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897 — Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959) foi um poeta português. A sua obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia "Canções" que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«pensamentos catatónicos (335)» - bagaço amarelo

Quando alguém sofre por Amor, explicar-lhe aquilo que ele já sabe não ajuda nada. Só piora. É que de um Amor, tudo o que se sabe é que ele dispensa a sabedoria.
Por mim, fazia já um abaixo-assinado para pedir ao mundo que não dê conselhos sobre desAmores alheios. Os conselhos são apenas mais matéria para o mal estar. Nunca ninguém se apaixonou através do pensamento dedutivo, nem sequer tirou uns dias para decidir se se devia apaixonar ou não. É por isso que o processo inverso também não é inteligente. Ou te apaixonas, ou não. Ou te desapaixonas, ou não.
Dizer a alguém que não devia gostar de alguém é tão inteligente quanto pouco. Vem sempre de quem sabe analisar especificidades mas não consegue perceber o todo. A especificidade é uma batata. O todo é o Amor.
Um abraço, no entanto, muda tudo nem que seja só por um momento. Às vezes, em vez de palavras, deviam surgir abraços.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do venham mais cinco


Maitena - Condição feminina 34





02 julho 2016

«Inerte» - João

"Lembro-me perfeitamente de estar adormecido. Tinha combatido um sistema de som pouco cooperante para ambientar aquele espaço com algo etéreo, uma banda sonora que elevava ao sagrado o que já o era no silêncio. E tinha adormecido. Despido, enfiado numa cama, à espera que as horas se deitassem também elas, que os minutos tombassem como peças de dominó, enquanto o meu corpo inerte desejava o teu. Não tenho uma imagem perfeita da tua chegada, mas sei que tudo se passou muito depressa. Recordo o barulho na porta, que me resgatou de um sono muito leve e inquieto. A partir desse momento foi tudo demasiado rápido. Não sei se não virias já a despir-te no elevador, não sei se na tua cabeça não vinhas já nua no teu pensamento, mas seguramente procuravas algo, e esse algo era o corpo que aquecia a cama por ti. Tão depressa estou a ouvir-te abrir a porta quanto estou a sentir-te entrar para a cama, praticamente nua, senão mesmo nua, terás de me perdoar por não o saber, o arroubo foi tal que te puxei a mim e sim, acredito que sim, que viesses já nua, que os teus mamilos estivessem prontos ao meu toque, que a tua cona estivesse já livre ao meu caralho, porque da porta aberta ao teu orgasmo foi um ponteiro de segundo. A tal momento a música era só a nossa respiração ofegante, e perfeição. Demasiada. Talvez o problema fosse esse. Demasiada perfeição. A perfeição é como a esmola, e o ditado popular que se aplica às esmolas é o mesmo para a perfeição. Desconfiou-se. E quando se desconfiou, o ponteiro de segundo recuou, a nudez cobriu-se e deste passos de volta à porta, fechada, e o meu corpo, inerte tombou."
João
Geografia das Curvas

Aspirina?

Fica socialmente complicado sempre que uma mulher tosse perto de mim. “Eu já te digo o que é bom para a tosse” nunca é levado a sério.

Patife
@FF_Patife no Twitter

«O cheirinho do amor - crónicas safadas»

Livro de Reinaldo Moraes com vários pequenos contos malandrecos.
Junta-se ao livro »Pornopopeia», do mesmo autor, na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Quem nunca?...


01 julho 2016

Já estou a ganhar uma forte alergia ao Facebook!

Não se admirem se um dia destes o Facebook bloquear a minha página, por publicar imagens como esta.

Mais uma vez
aonde está a nudez?!



Alice Caetano - «Diálogos de Maria e Miguel - 4»

Maria – Que horas são no mundo, amor?
Miguel – São horas de viver… ou de rebentar com o mundo!
Maria – O nosso mundo?!
Miguel – Sim, o nosso mundo, que é uma amálgama de carne, vento poluído e sonhos que quebram, antes de ir ao forno de cozer faiança.
Maria - E nós?!
Miguel – Nós? Só nos salvaremos se, entretanto, ficarmos suspensos em cordas de utopia.
Maria – Ama-me.
Miguel – Até onde for possível.
Maria - Até ao infinito, se o arco-íris deixar?
Miguel – Sim amor, pousa em mim.
Maria – Vais respirar? Ou fingir que não me sentes? Para depois, num impulso, me abraçares e me levares até à eterna caminhada lunar?
Miguel – Anda.
Maria – Vou chamar a aragem para me levar. Esperas por mim?
Miguel – Claro que espero.


Alice Caetano
in «Maçã de Zinco» - Editora Esfera do Caos

«Buceta» - Rubros Versos


Tiago Silva

«Grandiosidade» - Ruim







E se fosse consigo? Não, SIC, a minha filha não vai ter nenhum namorado preto porque irá ser uma rapariga muito humilde sem mania das grandezas.

‪#‎agorapensa‬

Ruim
no facebook

«Semanada...» - Shut up, Cláudia!





no Facebook

30 junho 2016

«A natureza consensual dos actos sexuais como um símbolo» - Milo Moiré

Performance da artista suíça Milo Moiré em defesa do respeito pela sexualidade feminina.
É uma reconstituição expandida do «Tap and Touch Cinema» (1968) e uma homenagem ao artista austríaco Valie Export, que já lutava pelos direitos das mulheres na década de 1960 por meio de acções artísticas.

“Eu estou aqui hoje para defender os direitos das mulheres e da autodeterminação sexual. As mulheres têm uma sexualidade, assim como os homens têm a sua. No entanto, cabe as mulheres decidirem por si mesmas quando e como querem ser tocadas e quando não querem.”

Fonte: Sweetlicious


Postalinho de Dublin

"Boas, São
Aí vai um postalinho de Dublin."
Taberneiro Speedado



Fujiko Mine num banho de espuma

Estatueta em plástico de Fujiko Mine, uma heroína da banda desenhada japonesa (manga).
Uma das muitas estatuetas da minha colecção.












A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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«Homem-Legenda – Conta» - Adão Iturrusgarai


29 junho 2016

Fifth Harmony - «All In My Head (Flex) ft. Fetty Wap»

«conversa 2165» - bagaço amarelo





Ela - O meu marido está lá fora, no carro, à minha espera.
Eu - Okay, então falamos depois...
Ela - Não, não. Podemos falar agora.
Eu - Para não fazeres o teu marido esperar...
Ela - Eu quero fazê-lo esperar. Há muito tempo que não temos uma discussão.
Eu - Queres ter uma discussão com o teu marido?!
Ela - Só para ver se ele ainda reage a qualquer coisa. Tem andado tão mortinho...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Trair e amar

A MINHA ideia acerca do conceito de trair resulta numa palavra: circunstâncias. Para mim, amar é amar, mesmo que estando num bar/restaurante/saída com amigos/as, se tenha uma queca mágica... O meu amor pode ter essa queca: a música envolve, os amigos chamam-lhe gay se não for lá e a gaja é boa! Muito bem, que dê a queca mas que me ame a mim e que durma comigo. A típica frase: "Se gostasses de mim, não tinha ido para a cama com ela" para mim, é treta. Quem ama cuida, acompanha, apoia, será que a queca daquela noite afetou isto? Se não afetou, eu nem quero saber que a mesma aconteceu... Agora se se trocam números, começam a existir sms que eram de "ninguém", aí sim, malas à porta e adio. Enquanto casada, é esta a minha filosofia, tenho a certeza de que nunca fui traída, mas sempre lhe disse isso. Se ele me liga a dizer que vai ter com X ou Y, por mim tudo bem, só quero que ele esteja bem e feliz e que se sinta mais feliz por chegar e aconchegar-se nos meus braços. Isto sempre foi assim comigo, sempre será. Certas coisas, pura e simplesmente acontecem...

Pink Poison

Cada macaco no seu galho



28 junho 2016

Postalinho da capital

"São Rosas
Repara nesta promiscuidade na Sé de Lisboa..."
Vânia Beliz


Cana de qualidade


Já trabalhei na indústria do bambu e reparei no magnífico acabamento da peça de mobiliário. Cana tailandesa, aposto.



Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 45

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







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«Kama Sutra Dot-to-Dot»

Pequeno livrinho com passatempos para ligar pontos numerados, formando diferentes figuras do Kama Sutra.
Prendinha de Carla Cristo para a minha colecção.












A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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26 junho 2016

Luís Gaspar lê «Vedes, formosa senhora…» de Fernan Rodriguez Calheiros

Português moderno

Vedes, formosa senhora minha,
segurament’ o que farei:
enquanto eu vivo for,
nunca a minha dor vos direi,
pois não me haveis de crer,
ainda que me vejais morrer.
Por que vos hei de eu, senhora minha,
dizer nada do meu mal?
Pois disto sou sabedor,
seguramente, sem qualquer dúvida
pois não me haveis de crer,
ainda que me vejais morrer.
Servir-vos-ei eu, senhora minha,
quant’ eu poder, enquanto viver,
mas, pois de coita sofredor
sou, não vo-lo hei de dizer,
pois não me haveis de crer,
ainda que me vejais morrer.
Pois eu entendo, senhora minha,
quão pouco proveito me vem
de vos dizer quão grande amor
vos tenho, não vou falar disso,
pois não me haveis de crer,
ainda que me vejais morrer

Português antigo

Uedes, fremosa mha senhor,
segurantent’ o que farey:
en tanto com’ eu uyuo for,
nunca uos mha coyta direy,
ca non m’ auedes a creer,
macar me ueiades morrer.
Por que uos ei eu, mha senhor,
a dizer nada do meu mal?
Pois d’ esto sõo sabedor,
segurament’ u nõ iaz al,
que non m’ auedes a creer,
macar me ueiades morrer.
Seruyr-uos-ey eu, mha senhor,
quant’ eu poder, nientre uiuer,
mays, poys de coyta sofredor
sõo, non uo’ l’ ey a dizer,
ca non m’ auedes a creer,
maçar nue ueiades morrer.
Poys eu entendo, mha senhor,
quan pouco proueito me ten
de uos dizer quã grãd’ amor
uos ey, nõ uos falarei en,
ca non m’ auedes a creer,
maçar me ueiades morrer.

Fernan Rodriguez Calheiros
Trovador português, muito provavelmente ativo nas primeiras décadas do século XIII, ou seja, na fase inicial da poesia galego-portuguesa, como a colocação das suas composições nas secções iniciais dos Cancioneiros parece confirmar.
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval” disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa