24 agosto 2004

Na Bundinha

"A bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gémeas
em rotundo meneio. Anda por si na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda redunda."
Carlos Drummond de Andrade

Lido no
Amadora: um Blog inteligente, sexy e interessante. Merece a nossa visita!

Drummond de Andrade falou bem da bunda
Está falado
Desceu pela costa funda
Até ao gosto salgado
Mas sem néscio eu querer ser
Nem dar a tal mestre avanço
Não devo aqui esquecer
Que na bunda é um descanso...

OrCa

O Baile do Capot


(enviada pelo Vizinho)

A Didas descobriu logo a marosca:

O Vizinho bem tentou
Enganar a Vizinhança
Mas na marca da sujeira
Nota-se o cinto da gaija.
Quer dizer que não foi queca
Foi só mesmo batoteira.

Mas o Kaiser defende a honra do Vizinho:

Quem te diz que é o cinto,
e não as collants?
Um buraco na traseira,
revitaliza todas as manhãs!

O PortoCroft também ode (e bem):

Cá p'ra mim é uma túnica
Enrolada à cintura.
As mamas não São chita,
Foi canzanada impúdica
A alargar a comissura,
Mas não era chavalita.

Lá descobriu, o Vizinho,
Uma maneira porreira
De dar gozo à canseira
Que é lavar o carrinho.

O XL tem também um palpite, mais prosaico:
Mas que grande estratagema do vizinho! É que a moça sujou a roupita no calhambeque e teve que a despir para lavar (não ia para casa naquele estado sujo) e, uma vez despida... afundou!

Smaug - Mera encenação! Algo interessante se tivesse passado e a "imagem" não estaria tão nítida...

Canzoada - Pelo que me é dado observar, tratou-se de uma canzanada!

PréDatado - é o único que consegue dizer que o rei vai nu: "Lava-me porco!" é pouco original, mas o carro está mesmo todo cagadinho.

O OrCa ode quem duvida do Vizinho:

Ode o Vizinho no carro
À canzana... Não duvido.
Nesta verdade me amarro
... e deve ter bem odido.

Reparai lá, oh descrentes
Que a donzela, no derriço
Tinha até as mãos trementes...
Vocês não deram por isso?

E o cinto, ora, lérias
Cala-te lá, nem prossigas
Também se leva para férias
Um belo cinto de ligas...

Depois com jeito e sem pressa
Decidido o quanto basta
Já que a cueca, ora essa
Num instante ela se afasta

Fica o Vizinho a preceito
De iniciar a função
Deixando meia sem jeito
A malta da Funda São...

Ao Vizinho eu agradeço
Por ter borrado a pintura
E imagino quanto posso
Como urdir tal urdidura

E sabeis do que vos falo
Dessa verdade de estalo
Julgue-o quem pode julgá-lo
Mas melhor é experimentá-lo!

Ao abrigo da lei dos blogs, o Vizinho usa o direito de resposta. Como aqui não há antenas (pelo menos dessas), é por escrito. E mostra que sabe também oder:

Parece que há quem duvide
Da canzana do vizinho
Nem na SIC de Carnaxide
Se come tão bom cuzinho

Não percebeis que a chavala
Antes de dançar as valsas
P'ra não se sujar ao mamá-la
Deitou-se em cima das calças?

Fecha-se a rusga em beleza com uma ode do OrCa:

Quadras, quadris, quadrilheiros
Está tudo de parabéns
Contra os "quadrados" foleiros
Que mal conhecem as mães

Odei, amigos, que oder
Engrandece a natureza
Odamos até doer
P'ra manter a chama acesa...

Qual chama ou Napoleão
Chamemos os bois p'los nomes
É a tusa na Funda São
Como eu se tu não comes

O Vizinho odeu bem
Que lhe faça bom proveito
Se bem calhar eu também
Farei do capot um leito

Esta vida é uma pressa
E perde-se em correria
Agora, essa é que é essa
Quem num capot não odia?

"... acordei..." - um texto de Quim Nogueira

"... acordei por volta das 3 e 15 da manhã... sim, era isso... olhei para o relógio da mesinha de cabeceira e os dois ponteiros estavam juntos no 3... é um relógio daqueles de ponteiros luminosos.
Olhei para o tecto sem saber porque razão acordara, mas lembro-me que talvez tenha ouvido a porta de um carro, lá fora, a bater ao fechar-se... olhei de seguida para os buraquinhos das frinchas da persiana da janela e divisei a luz da noite... a rua tem candeeiros e vê-se essa luz, ainda que difusa mas vê-se.
Senti o corpo morno e passei a minha mão pelos meus seios acariciando os bicos do peito. Deixei a minha mão descer pela barriga até sentir o meu sexo e desejei ter-te ali comigo... a minha mão acariciou os pelos púbicos e lentamente introduzi um dedo na minha vagina. Deixei-me estar assim durante uns momentos e lembrei-me de ti... lembrei-me de todos os momentos que te tive e que a meu lado te senti...
Sabes, quando me abraçavas e me sentia pequenina, dessa forma mágica que tens de me abraçar... quando me beijavas e me sentia desfalecer ao sentir a humidade dos teus lábios... sabes, não sabes? Sei que sim.
Lembras-te daquele dia em que nos encontrámos pela primeira vez? O dia em que nos olhámos e os nossos corações bateram? Aquele dia mágico que marcou o resto dos outros nossos dias?...
Acordei sem saber por razão acordava mas penso que a saudade marca o sonho e, se calhar, estaria a sonhar contigo. Lembras-te daquele dia em que estavas sentado no sofá da nossa sala e me ajoelhei a teus pés? Lembras-te de termos feito amor na mesa da cozinha? Lembras-te daquelas férias que tivemos na montanha e lembras-te, de certeza, de termos feito amor deitados naquele chão branco de neve... lembras-te de, no fim, teres lavado o teu sexo com a fria neve que estava ao nosso lado? Lembras-te como ele ficou pequenino por causa do frio? Lembras-te como nos rimos às gargalhadas? E daquele dia que fizemos amor no carro? A meio deste um grito porque te aleijaste numa perna no travão de mão? Sim, porque não te haverias de lembrar, se eu me lembro tão bem... e daquela outra vez na praia, escondidos numa duna, quando eu fiquei cheia de areia...
Acordei às 3 e 15 e já são 3 e 40... 25 minutos a pensar nisto... sinto-te em mim, meu amor e não estás aqui presente... mas sinto-te... sei que sou eu que me acaricio mas é como se fosses tu... sinto como se fossem as tuas mãos, o teu corpo quente, o teu hálito a maçã que costumavas comer a toda a hora... eras doido por maçãs... nunca soube porquê... nunca considerei isso importante mas era importante para ti, não era?
Os teus beijos quentes e húmidos num saltitar constante entre os meus mamilos e a minha boca.
Como beijavas tão bem... mas sei que mesmo que beijasses mal, para mim era sempre bom, doce, quente, por vezes abrasador... como eu costumava dizer que acendias em mim o fogo da lareira sempre acesa... eu sei que fui sempre «louca» por ti mas tu sempre gostaste de mim assim... eu sei que sim... eu sentia que tu gostavas de mim assim... tu também eras louco, sabias? Sim, a tua loucura incendiava-me e quando nos rebolávamos na cama parecia que tudo se partia e a cama chiava... como nós nos riamos disso... coisas giras e loucas, não eram?
Meu bem, como me lembro de ti assim? Porque acordei eu a pensar em ti? Porque é que ainda penso em ti ou porque é que estou sempre a pensar em ti? Sabes que não há um único momento da minha vida que não pense em ti?
Eu sei, eu sei que dizem que estou louca... mas eles não sabem que já não estou louca, já estive, sim já estive louca por ti... agora já não estou... estou feliz, triste mas feliz e tu sabes porquê, não sabes? Sabes, eu sei que sabes.
Já são 4 da manhã. Acho que vou dormir um pouco. Penso que vou sonhar contigo e depois... depois voltar a acordar para pensar mais uma vez nos nossos dias felizes, nos dias que passámos juntos, naqueles dias em que a loucura era permitida e nada mais interessava... até ao dia em que te foste.
Nunca soube porquê, porque me deixaste, porque não me quiseste mais... porquê, meu amor?
O sono está a regressar... sabes, deram-me mais uma injecção e vou ter de dormir, sim? Eu vou dormir mais um pouco, meu amor... mais um pouco... mais um pouco... como ainda te amo, sim, serei sempre a tua Maria, meu amor, tua para sempre, para sempre..."

Quim Nogueira
Lobices

23 agosto 2004

Pensamento fo dia... digo, do dia


De que adianta
a beleza interior,
se a pila
não tem olhos?


(enviado pela Alexandra)

Pesquisas de Verão...

... que (se) vieram dar à Funda São:

Google:
gases sexo anal
dar uma foda [aqui?!]
cus fio dental
sinfonia de peidos [!!!]
secção de fotos jorge luis pila
ESQUENTAMENTO [como pôs em maiúsculas, deve estar mesmo a doer]
frango assado sexo
sexo titânico
doenças venéreas com fotos
cu na mão
os três castigos de príapo [a cultura é uma coisa muito linda]
"meter no cu"
foda de foder [para se perceber bem]
sexo na Finlândia
seios+selecção+figueira
alho quantidade sémen
hemorróidas [alguém fez esta pesquisa de pé]
esporradelas jovens [só a Funda São dá resposta a esta problemática]
foder a vizinha
rata húmida
arrepio bikini
o fado do senhor passarinho [!]
jogo de memória com mulheres nuas
cona da prima
Roménia mulheres foder

Google Brasil:
mulheres que engolem esperma
marido pra ser bom tem que ser corno
orgia meninas leva piça
"meter no cu" [esta é ambígua]
cueca fio dental é coisa de homem? [há quem confunda pesquisa com aconselhamento]

Google Argentina:
contos de Jorge Amado [as partidas que o Jorge Costa prega...]

Google Austrália (!):
latim chulo

Cadê?
botões rosas (sexo) [não vá o Google apresentar botões de rosa sem sexo]
jogos eróticos para jogar agora

Clix:
o cu e a cona

Sapo:
foder e com a piça [convém especificar... não vá o diabo tecê-las]
fundação merda [vai tu!]

UOL (Brasil):
sodomizado na cadeia

E ainda dizem que a tarada sou eu!...

Boong-Ga Boong-Ga

O que os Japoneses inventam!...
Boong-Ga Boong-Ga é um jogo video que facilmente ganharia um prémio de criações bizarras. Vejam a notícia aqui.
Nos links do final da notícia podem apreciar um jogador entusiasmado e conhecer as mascotes do jogo. Se não perceberem como funciona, também lá têm o folheto explicativo.

Leituras de Verão - 1

happy logos

bom,
sat prata biberunt.

vamos lá ao nosso jantar:

um olhinho de couve
(para a sopinha)
um olhinho de azeite
(para encaminhar a sopinha)
um olhinho do cu
(para desencaminhar a sopinha)

isto, claro,
se houver sopinha!

c'est le problème agraire portugais.

Alberto Pimenta
"grande colecção de inverno 2001-2002"
edição &etc.

22 agosto 2004

Kama Sutra às Escuras


(enviado por Asado)

A Santa boazona - por AdamastoR


Esta é uma imagem da Virgem de Guadalupe - que fez a primeira aparição nos arredores da Cidade do México em 1531 - alvo da mais recente controvérisa entre a comunidade artística e a Igreja católica.
A igreja da cidade de Fullerton exigiu a proibição de uma exibição pública do quadro, da autoria de Alma López, e o Mayor obedeceu.
Na carta enviada às autoridades políticas locais, o responsável pelo site católico La Voz de Aztlán diz tratar-se de uma «decadente artista lésbica, que denigre os valores cristãos, em contraste com os estilos de vida dos homossexuais e das lésbicas e de todos aqueles que nos odeiam».
Nada a que Alma Lopez - radicada na California - não esteja habituada.
Criada em 1999, esta interpretação da devoção à Nossa Senhora já foi banida, censurada e proibida em tudo o que é exibições públicas, um pouco por todo o México.
Mas porque está alojada num servidor estrangeiro, a página oficial de Alma López continua online, com todos os seus trabalhos, por muito 'pouco católicos' que sejam.
Mais uma vez, a Igreja católica - neste caso, a mexicana - não percebe que, se não procurasse condenar a artista com tanto fervor, ela não teria 1% da notoriedade que alcançou - os seus trabalhos estão longe de revelar forte talento, na minha opinião de leigo e laico.
Só que a Igreja é isto mesmo: uma procura obsessiva da castração dos instintos humanos.

Monstro Horrendo AdamastoR
(publicado originalmente no blog Substrato)

Gostos são gostos


ergunta a professora:
- Do que gostas mais, Anita?
- Da minha mãe!
- E tu, Paulinho?
- Do meu pai!
- E tu, Joãozinho?
- De pachacha!
- Menino mal educado! Estás de castigo! Vai para casa e escreve 100 vezes: «eu nunca mais digo palavrões».
No dia seguinte a professora pergunta:
- Joãozinho, contaste ao teu pai o que disseste ontem na aula?
- Contei!
- E o que é que ele disse?
- Disse que cu também é uma delícia!

(enviado por Bichana Gato)

21 agosto 2004

A tesão ou O tesão? Eis a questão...

A Encandescente acha que tesão é um substantivo feminino. Eu acho que é masculino (embora aplicável a ambos os sexos).
O OrCa não pode ler nada que nos ode logo:

Há que tempos não me vinha
comentar à Funda São
mas, mal entro, a adivinha
é se é ele ou ela tesão

Por mim que seja composto
Se é dele ou dela que importa
Seja tesão só por gosto
Tesão que a tesão transporta

Nada de agoiros abruptos
"- Desenfôa, que vem gente!..."
(É o coitus interruptus
De que fala a Encandescente)

E se a coita é mal de amar
Fica a título de recado
Que à falta de coitar
Há para aí muito coitado!

Coitai, pois, que tal tem graça
Mesmo sem palavra fina
Pois se apetece conaça
P'ra quê chamar-lhe vagina?

(São, se estivesses aqui, beijava-te. Assim, olha...)

Anota São - tomem lá, do Dicionário da Porto Editora:
tesão
substantivo masculino

1. rijeza; tesura;
2. figurado força;
3. figurado impetuosidade;
4. figurado perseverança;
5. vulgarismo erecção;
6. vulgarismo desejo sexual;

(Do lat. tensióne-, «acto de retesar»)

(enviado por José Longo)

E o OrCa - claro - ode-os:

Oh, São, mas afinal então
Quem são aqueles bonifrates
Expondo assim a inchação
Dos improváveis tomates?

Pela pinta eu cá diria
Estarem os dois entalados
Pois inchaço em demasia
Não os faz tão depilados...

Aquilo dá dor terrível
E impotência a preceito
No entanto é bem possível
Ter sido um broche mal feito...

OrCa

Dois casais


ois casais amigos jogam cartas a seguir ao jantar. Às tantas, o João, o homem da casa, deixa cair acidentalmente o baralho ao chão.
Ao baixar-se por baixo da mesa para as apanhar, verifica que a Joana, a amiga visitante, não tem nada por baixo da saia e fica perturbado pela visão...
Um pouco depois, o João vai à cozinha para buscar mais umas bebidas e a Joana acompanha-o, para o ajudar...
De repente, a Joana pergunta ao João:
- Notei que deves ter gostado do que viste quando estiveste debaixo da mesa. Por acaso estás interessado em experimentar? Basta que me dês 250 euros e eu sou toda tua por uma tarde...
O João nem pensou duas vezes:
- Claro que quero! Pode ser 6ª feira à tarde? Pode ser em tua casa?
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
6ª à tarde, o João lá foi ter a casa da Joana, deu-lhe os 250 euros como combinado, e seguiram-se duas horas de sexo escaldante.
Despediram-se visivelmente satisfeitos e uma hora depois chegou o Ricardo, melhor amigo do João e marido da Joana.
Beijam-se como sempre e o Ricardo pergunta à Joana:
- O João veio cá?
A Joana ficou um pouco comprometida, com medo que ele desconfiasse de alguma coisa, mas respondeu:
- Sim.
Ricardo:
- E deixou o dinheiro?
Ela (ainda mais preocupada):
- Sim, 250 euros...
- Vês como ainda se pode confiar nos amigos? Passou lá esta manhã no emprego e pediu-me os 250 euros emprestados. Prometeu que os pagaria sem falta ainda esta tarde... e cumpriu!

(enviado pelo Fernando M)