26 agosto 2004

Vénus assimétrica

Jan Saudek, The Virgin Michéle


- Quero mostrar-te uma coisa, antes que te assustes...

- Ah!!!

- Rapei-os todos e descobri que não sou simétrica!

- Ai não? Deixa cá ver isso...

- Humm...

- Humm...



Próximo jantar da funda São

Bem, este é o meu primeiro post por dedinho próprio - não se preocupem que de dia só o uso para escrever - e devo dizer que acho que já encontrei o próximo local onde vai realizar o jantar da funda São.

Chama-se Beavers e pode ser visto aqui.

Mas não esquecendo as meninas, sugiro que façamos a digestão acompanhadas por estes simpáticos rapazes. Que acham?

Oração da Mulher Solteira



Com Deus me deito,
Com Deus me levanto...
Aiiiiiii, meu Deus, até quando?...

Quantas vezes preciso dizer-vos que adoro publicidade?

Apreciem este anúncio da Pepsi Twist:

(cliquem para aumentar)

E este anúncio do lubrificante KY Jelly, enviado pelo Sombra? Reparem no slogan... e na foto... hmmm...

A Titas aconselha e o Vizinho aprofunda:

Mantenham-se sempre informados sobre as questões culturais (neste caso mexicanas):
Cona Culta

O Vizinho pegou no mote ("cona", claro) e fez uma pesquisa mais aprofundada. Vejam os resultados aqui:
Cona na Internet





Mas a pila não lhe fica atrás (soa estranho, não soa?!...). Na pesquisa do Google, o resultado é: Pila - 949.000 / Cona - 110.000.
E também há pilas engraçadas. Mais a mais experimentem a pesquisa Google.

Como este é um blog de serviço público, adquiram cultura com PILA


Ou façam ski na bela Pila (em Itália).


25 agosto 2004

Leituras de verão - 2

a donzela que vai à guerra (do romanceiro)

oh mi padre, oh mi madre,
grande dor do coração,
os olhos do soldadinho
são de mulher, de homem não.

convida-o tu, meu filho,
que contigo vá dormir;
que se ele mulher for
então se há-de descobrir.

O soldadinho discreto
de nada se receou:
vestiu camisa e ceroulas
e com ele se deitou.

deitados de par em par,
e não podiam dormir;
quem sois vós, ó soldadinho,
por Deus vos hei-de despir.

a poor virgin, sir,
but your own
if it pleases you...

gracioso és, soldadinho,
e o meu palpite não erra:
com esse olho pingueirinho
tinhas que vir d'Inglaterra.

Alberto Pimenta
"grande colecção de inverno 2001-2002"
edição &etc.

FoDografias

Na noite de núpcias, assim que a noiva sai da banheira nuazinha, toda perfumada, depara-se com o marido a segurar uma máquina fotográfica.
- O que estás a fazer, meu querido? - pergunta ela.
- Quero tirar umas fotos tuas!
- Para quê?
- Para que, quando estivermos bem velhinhos, eu me possa lembrar como era maravilhoso aquele corpinho quando foi meu pela primeira vez.

Ele tira algumas fotos e depois vai tomar o seu banho. Quando sai, nu em pêlo, a mulher agarra na máquina fotográfica.
- O que estás a fazer, querida? - pergunta ele.
- Quero tirar umas fotos tuas!
- Para quê?
- Para mandar ampliar!

A arca da Shivaree continua a surpreender

O Verão passa e eu aqui entalada...Conheçam os eufemismos ingleses para a masturbação feminina...
... movam estes corpos (basta clicar)...
... meninas do futebol, para ajudar
a esquecer as mágoas da final do Euro 2004...
... visitem um blog de/para raparigas más (nós não)...
... a Shivaree é mesmo
amiga dos meninos: gajas mais gajas mais gajas...
... e que tal um geladinho
para apreciar melhor o Verão?...

Sinais

Na cama desfeita
Ficaram os nossos sinais
Ficaram as marcas
Os cheiros
Dos corpos suados
Ávidos na busca do prazer.
Ficou a marca do orgasmo
Que arrancaste de mim
Ficou marcado
Numa dobra do lençol
O grito que abafei
Quando o atingi.
Na cama desfeita
Ficaram os nossos sinais
Ficou gravado
O teu orgasmo
O momento em que te dás
Te entregas
E te eternizas em mim

Poema de
(para se eternizarem neste e noutros poemas dela, visitem o blog)

24 agosto 2004

Na Bundinha

"A bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gémeas
em rotundo meneio. Anda por si na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda redunda."
Carlos Drummond de Andrade

Lido no
Amadora: um Blog inteligente, sexy e interessante. Merece a nossa visita!

Drummond de Andrade falou bem da bunda
Está falado
Desceu pela costa funda
Até ao gosto salgado
Mas sem néscio eu querer ser
Nem dar a tal mestre avanço
Não devo aqui esquecer
Que na bunda é um descanso...

OrCa

O Baile do Capot


(enviada pelo Vizinho)

A Didas descobriu logo a marosca:

O Vizinho bem tentou
Enganar a Vizinhança
Mas na marca da sujeira
Nota-se o cinto da gaija.
Quer dizer que não foi queca
Foi só mesmo batoteira.

Mas o Kaiser defende a honra do Vizinho:

Quem te diz que é o cinto,
e não as collants?
Um buraco na traseira,
revitaliza todas as manhãs!

O PortoCroft também ode (e bem):

Cá p'ra mim é uma túnica
Enrolada à cintura.
As mamas não São chita,
Foi canzanada impúdica
A alargar a comissura,
Mas não era chavalita.

Lá descobriu, o Vizinho,
Uma maneira porreira
De dar gozo à canseira
Que é lavar o carrinho.

O XL tem também um palpite, mais prosaico:
Mas que grande estratagema do vizinho! É que a moça sujou a roupita no calhambeque e teve que a despir para lavar (não ia para casa naquele estado sujo) e, uma vez despida... afundou!

Smaug - Mera encenação! Algo interessante se tivesse passado e a "imagem" não estaria tão nítida...

Canzoada - Pelo que me é dado observar, tratou-se de uma canzanada!

PréDatado - é o único que consegue dizer que o rei vai nu: "Lava-me porco!" é pouco original, mas o carro está mesmo todo cagadinho.

O OrCa ode quem duvida do Vizinho:

Ode o Vizinho no carro
À canzana... Não duvido.
Nesta verdade me amarro
... e deve ter bem odido.

Reparai lá, oh descrentes
Que a donzela, no derriço
Tinha até as mãos trementes...
Vocês não deram por isso?

E o cinto, ora, lérias
Cala-te lá, nem prossigas
Também se leva para férias
Um belo cinto de ligas...

Depois com jeito e sem pressa
Decidido o quanto basta
Já que a cueca, ora essa
Num instante ela se afasta

Fica o Vizinho a preceito
De iniciar a função
Deixando meia sem jeito
A malta da Funda São...

Ao Vizinho eu agradeço
Por ter borrado a pintura
E imagino quanto posso
Como urdir tal urdidura

E sabeis do que vos falo
Dessa verdade de estalo
Julgue-o quem pode julgá-lo
Mas melhor é experimentá-lo!

Ao abrigo da lei dos blogs, o Vizinho usa o direito de resposta. Como aqui não há antenas (pelo menos dessas), é por escrito. E mostra que sabe também oder:

Parece que há quem duvide
Da canzana do vizinho
Nem na SIC de Carnaxide
Se come tão bom cuzinho

Não percebeis que a chavala
Antes de dançar as valsas
P'ra não se sujar ao mamá-la
Deitou-se em cima das calças?

Fecha-se a rusga em beleza com uma ode do OrCa:

Quadras, quadris, quadrilheiros
Está tudo de parabéns
Contra os "quadrados" foleiros
Que mal conhecem as mães

Odei, amigos, que oder
Engrandece a natureza
Odamos até doer
P'ra manter a chama acesa...

Qual chama ou Napoleão
Chamemos os bois p'los nomes
É a tusa na Funda São
Como eu se tu não comes

O Vizinho odeu bem
Que lhe faça bom proveito
Se bem calhar eu também
Farei do capot um leito

Esta vida é uma pressa
E perde-se em correria
Agora, essa é que é essa
Quem num capot não odia?

"... acordei..." - um texto de Quim Nogueira

"... acordei por volta das 3 e 15 da manhã... sim, era isso... olhei para o relógio da mesinha de cabeceira e os dois ponteiros estavam juntos no 3... é um relógio daqueles de ponteiros luminosos.
Olhei para o tecto sem saber porque razão acordara, mas lembro-me que talvez tenha ouvido a porta de um carro, lá fora, a bater ao fechar-se... olhei de seguida para os buraquinhos das frinchas da persiana da janela e divisei a luz da noite... a rua tem candeeiros e vê-se essa luz, ainda que difusa mas vê-se.
Senti o corpo morno e passei a minha mão pelos meus seios acariciando os bicos do peito. Deixei a minha mão descer pela barriga até sentir o meu sexo e desejei ter-te ali comigo... a minha mão acariciou os pelos púbicos e lentamente introduzi um dedo na minha vagina. Deixei-me estar assim durante uns momentos e lembrei-me de ti... lembrei-me de todos os momentos que te tive e que a meu lado te senti...
Sabes, quando me abraçavas e me sentia pequenina, dessa forma mágica que tens de me abraçar... quando me beijavas e me sentia desfalecer ao sentir a humidade dos teus lábios... sabes, não sabes? Sei que sim.
Lembras-te daquele dia em que nos encontrámos pela primeira vez? O dia em que nos olhámos e os nossos corações bateram? Aquele dia mágico que marcou o resto dos outros nossos dias?...
Acordei sem saber por razão acordava mas penso que a saudade marca o sonho e, se calhar, estaria a sonhar contigo. Lembras-te daquele dia em que estavas sentado no sofá da nossa sala e me ajoelhei a teus pés? Lembras-te de termos feito amor na mesa da cozinha? Lembras-te daquelas férias que tivemos na montanha e lembras-te, de certeza, de termos feito amor deitados naquele chão branco de neve... lembras-te de, no fim, teres lavado o teu sexo com a fria neve que estava ao nosso lado? Lembras-te como ele ficou pequenino por causa do frio? Lembras-te como nos rimos às gargalhadas? E daquele dia que fizemos amor no carro? A meio deste um grito porque te aleijaste numa perna no travão de mão? Sim, porque não te haverias de lembrar, se eu me lembro tão bem... e daquela outra vez na praia, escondidos numa duna, quando eu fiquei cheia de areia...
Acordei às 3 e 15 e já são 3 e 40... 25 minutos a pensar nisto... sinto-te em mim, meu amor e não estás aqui presente... mas sinto-te... sei que sou eu que me acaricio mas é como se fosses tu... sinto como se fossem as tuas mãos, o teu corpo quente, o teu hálito a maçã que costumavas comer a toda a hora... eras doido por maçãs... nunca soube porquê... nunca considerei isso importante mas era importante para ti, não era?
Os teus beijos quentes e húmidos num saltitar constante entre os meus mamilos e a minha boca.
Como beijavas tão bem... mas sei que mesmo que beijasses mal, para mim era sempre bom, doce, quente, por vezes abrasador... como eu costumava dizer que acendias em mim o fogo da lareira sempre acesa... eu sei que fui sempre «louca» por ti mas tu sempre gostaste de mim assim... eu sei que sim... eu sentia que tu gostavas de mim assim... tu também eras louco, sabias? Sim, a tua loucura incendiava-me e quando nos rebolávamos na cama parecia que tudo se partia e a cama chiava... como nós nos riamos disso... coisas giras e loucas, não eram?
Meu bem, como me lembro de ti assim? Porque acordei eu a pensar em ti? Porque é que ainda penso em ti ou porque é que estou sempre a pensar em ti? Sabes que não há um único momento da minha vida que não pense em ti?
Eu sei, eu sei que dizem que estou louca... mas eles não sabem que já não estou louca, já estive, sim já estive louca por ti... agora já não estou... estou feliz, triste mas feliz e tu sabes porquê, não sabes? Sabes, eu sei que sabes.
Já são 4 da manhã. Acho que vou dormir um pouco. Penso que vou sonhar contigo e depois... depois voltar a acordar para pensar mais uma vez nos nossos dias felizes, nos dias que passámos juntos, naqueles dias em que a loucura era permitida e nada mais interessava... até ao dia em que te foste.
Nunca soube porquê, porque me deixaste, porque não me quiseste mais... porquê, meu amor?
O sono está a regressar... sabes, deram-me mais uma injecção e vou ter de dormir, sim? Eu vou dormir mais um pouco, meu amor... mais um pouco... mais um pouco... como ainda te amo, sim, serei sempre a tua Maria, meu amor, tua para sempre, para sempre..."

Quim Nogueira
Lobices