28 dezembro 2006
27 dezembro 2006
CISTERNA da Gotinha
Nelly Furtado: fotografias e vídeos.
Top 5 das Famosas com tatuagens: celebrity babes.
Nick Ash: fotografia artística.
Sugestão apetitosa do Mário: em Pequim - Restaurante de pénis de animais é um sucesso. Qual terá sido o pénis que ele provou?!
Facadinhas
Naquelas pausas aconchegantes junto à máquina do café e dos bolinhos, sandes e quejandos, todos os dias desaguam as últimas do jornal da tribo com as parangonas colocadas na infidelidade.
O carinho com que se narram esses pular da cerca bucólicos em que a relva fresca é um irresístivel apelo aos instintos naturais. A ternura posta na descrição da travessura de mijar fora do penico que é complicado para os meninos tanto treino de dedos para abrir fechos, segurar pilinha, puxar pele e apontar. A meiguice caseira com que se fala da facadinha no matrimónio tão doméstica e habitual como trinchar o perú natalício e o supremo mimo de pôr os palitos como se faz aos croquetes para não sujar as mãos.
Afinal, qualquer um de nós, mais coisa menos coisa, tem família nas berças e se recorda, pelo menos de ouvido, de andarem faunos pelos bosques nas jigajogas que aquela malta fazia à semana pelo arvoredo e palheiros para conseguir alguns momentos de lazer e de medrar da auto-estima no prazer da troca de parceiros, para no domingueiro adro da igreja manter o relacionamento de bons vizinhos.
Tem dias que quase começo a acreditar que se a infidelidade se exportasse, a economia deste rectângulo à babuge de Espanha cresceria desalmadamente.
O carinho com que se narram esses pular da cerca bucólicos em que a relva fresca é um irresístivel apelo aos instintos naturais. A ternura posta na descrição da travessura de mijar fora do penico que é complicado para os meninos tanto treino de dedos para abrir fechos, segurar pilinha, puxar pele e apontar. A meiguice caseira com que se fala da facadinha no matrimónio tão doméstica e habitual como trinchar o perú natalício e o supremo mimo de pôr os palitos como se faz aos croquetes para não sujar as mãos.
Afinal, qualquer um de nós, mais coisa menos coisa, tem família nas berças e se recorda, pelo menos de ouvido, de andarem faunos pelos bosques nas jigajogas que aquela malta fazia à semana pelo arvoredo e palheiros para conseguir alguns momentos de lazer e de medrar da auto-estima no prazer da troca de parceiros, para no domingueiro adro da igreja manter o relacionamento de bons vizinhos.
Tem dias que quase começo a acreditar que se a infidelidade se exportasse, a economia deste rectângulo à babuge de Espanha cresceria desalmadamente.
Conto de natal
por Charlie
...Se soubesses como sinto a tua ausência… Como me custa mais este dia sem fazer amor contigo...
Olhou para o relógio só mais uma vez detendo o olhar vagamente no saltar regular do indicador dos segundos. Os outros ponteiros acusavam já o acerto das duas da manhã e embora tivesse olhado por várias vezes instintivamente para o mostrador não se havia compenetrado da hora.
Tinha passado toda uma noite em completa solidão.
À sua volta, todos se riam e conversavam.
Papéis de prendas espalhados pelas mesas e pelo chão.
Toda a gente feliz. De copos erguidos em brindes e chalaças, e os corpos rendidos ao toque mais chegado do momento mais doce em que as línguas misturam o borbulhar do espumante com a lascívia duma lampreia escorregando no seu ser de fios de ovos.
Levantou-se e, reparando que ninguém reparava, pegou no seu copo, encostou-o ao gargalo inclinado da garrafa e saiu, depois de tê-la deixado em cima da mesa numa posição mais consentânea com o seu estado livre da rolha.
Lá fora estava um desses frios... Arrepiou-se, enterrou-se no sobretudo e bebeu um trago da bebida fresca que de repente lhe transmitia uma estranha mas confortável sensação de calor.
Levantou o copo e, apontando vagamente para um dos pontos cardeais, fez um brinde a essa a quem tanto amava.
- Ai, minha linda! Como queria agora estar contigo, minha querida... meu amor. Se soubesses como sinto a tua ausência... Como me custa mais este dia sem fazer amor contigo, sem o prazer dos teus lábios nos meus e todo o sabor do teu corpo, esse poema divino. Ai como me custa todo este sofrer. Todo este querer e não ter… -
Abriu o telemóvel e leu mais uma vez a sua última mensagem, viu todas as fotos, companhia de todas as horas do dia e beijou-as docemente. Ergueu o braço e voltou a olhar para o conteúdo do copo. - A ti, meu amor, minha querida... -
Depois, de um só sorvo bebeu o resto. Sabia-lhe amargamente bem sentir a angústia dissipar-se no céu do seu estado etílico, perdido algures entre o olhar mortiço e as duas estrelas que tinham escapado à neblina intensa dessa noite de Natal.
Acordou de repente com o ruído que lá de dentro invadiu a quietude da noite.
A porta da sala que dava para o jardim estava agora entre aberta e uma silhueta feminina aproximou-se dizendo: - Ah! Estás ai. Anda para dentro... Está muito frio. Andavam à tua procura e ninguém sabia de ti...
Por onde andavas?...
O teu marido já estava preocupado contigo, Mariana...-
...Se soubesses como sinto a tua ausência… Como me custa mais este dia sem fazer amor contigo...
Olhou para o relógio só mais uma vez detendo o olhar vagamente no saltar regular do indicador dos segundos. Os outros ponteiros acusavam já o acerto das duas da manhã e embora tivesse olhado por várias vezes instintivamente para o mostrador não se havia compenetrado da hora.
Tinha passado toda uma noite em completa solidão.
À sua volta, todos se riam e conversavam.
Papéis de prendas espalhados pelas mesas e pelo chão.
Toda a gente feliz. De copos erguidos em brindes e chalaças, e os corpos rendidos ao toque mais chegado do momento mais doce em que as línguas misturam o borbulhar do espumante com a lascívia duma lampreia escorregando no seu ser de fios de ovos.
Levantou-se e, reparando que ninguém reparava, pegou no seu copo, encostou-o ao gargalo inclinado da garrafa e saiu, depois de tê-la deixado em cima da mesa numa posição mais consentânea com o seu estado livre da rolha.
Lá fora estava um desses frios... Arrepiou-se, enterrou-se no sobretudo e bebeu um trago da bebida fresca que de repente lhe transmitia uma estranha mas confortável sensação de calor.
Levantou o copo e, apontando vagamente para um dos pontos cardeais, fez um brinde a essa a quem tanto amava.
- Ai, minha linda! Como queria agora estar contigo, minha querida... meu amor. Se soubesses como sinto a tua ausência... Como me custa mais este dia sem fazer amor contigo, sem o prazer dos teus lábios nos meus e todo o sabor do teu corpo, esse poema divino. Ai como me custa todo este sofrer. Todo este querer e não ter… -
Abriu o telemóvel e leu mais uma vez a sua última mensagem, viu todas as fotos, companhia de todas as horas do dia e beijou-as docemente. Ergueu o braço e voltou a olhar para o conteúdo do copo. - A ti, meu amor, minha querida... -
Depois, de um só sorvo bebeu o resto. Sabia-lhe amargamente bem sentir a angústia dissipar-se no céu do seu estado etílico, perdido algures entre o olhar mortiço e as duas estrelas que tinham escapado à neblina intensa dessa noite de Natal.
Acordou de repente com o ruído que lá de dentro invadiu a quietude da noite.
A porta da sala que dava para o jardim estava agora entre aberta e uma silhueta feminina aproximou-se dizendo: - Ah! Estás ai. Anda para dentro... Está muito frio. Andavam à tua procura e ninguém sabia de ti...
Por onde andavas?...
O teu marido já estava preocupado contigo, Mariana...-
26 dezembro 2006
Mote e remote... ou mate e remate?!
estão escondidos ao olhar
Mas têm o que V. não têm
e estão sempre a dar, a dar..."
Zé
"Estão sempre a dar a dar
Como se fossem dobradiças
todos sabem onde vão dar,
Ao Vão onde dão as piças
E as ditas nesse vale
Por vezes quase crateras
escondidas ao olhar
São devoradas p'las feras
Que são escuras, mas cheirosas
e de aromas tão diferentes
Umas São do cheiro das Rosas
Outras cheiram horrivelmente
Se calhar é mesmo por tal
que se deslinda o novelo
O fedor a bacalhau
Fabricou dum homem o Nelo"
Pardal
"os lábios que se não vêem
são também de se beijar
sabem a sal logo dêem
de si sinal de se dar
estão escondidos ao olhar
mas são os mais cobiçados
quando se fazem notar
são quais lábios... mais inchados
mas têm o que vocês não têm
são lábios sem dentadura
e quando mordem detêm
sentir da seda mais pura
e estão sempre a dar a dar
nas vistas quando sorriem
por vezes basta um andar
quando entre as coxas deslizem
e quando mos queres mostrar
quando pudores não contêm
abres outros p'ra mostrar
os lábios que se não vêem
nem sempre o pudor perturba
quando o corpo quer falar
e os lábios que o olhar turba
estão escondidos ao olhar
dão-nos os lábios sorrisos
dando sinais que se lêem
mostram que não têm guizos
mas têm o que vocês não têm
quando querem dar-se, dão-se
e é um dar-se de amar
num vai-vem, eles vão-se, vão-se
e estão sempre a dar, a dar...
Pois porque mandaste, na verdade, com a métrica para o caralho, levas com um mote por cima e um remote por baixo!"
OrCa
"Mandar a métrica pr'ó caralho
será grande obra de caridade
que tamanha sujeição é malho
que castra toda a vontade"
Maria Árvore
25 dezembro 2006
Nada como umas... Boas Festas!
Um bom bacalhau cozido.
Juntam-se os dois à fogueira
Que um deles vai ser fodido...
A sobremesa é sempre especial
Faz-se jus à boa rabanada.
Bebida com Porto ou mel, é igual
Importa é comê-la descansada.
Lavadas as mãos, a boca e o resto
Chegou a hora dos doces da avó.
E sorrimos os dois quando faço o gesto
Que, p'ra terminar, vai ser um bóbó...
Zé Natal"
Uma prendinha de Natal
*não é no teu, é no da imagem!
________________________________________
O OrCa reclamode:
vai-se a ver e quem queria um musculino
deu de caras com um lábio deslocado
e assim fica este pouco que nos resta
por tanto querer parecer-se c'um menino
esta puxou até os lábios para a testa...
e só no antebraço a fêmea se percebe
quanto ao mais pode ser "um" pequenino
e àqueles peitorais o Rambo acede
bem me vão dizendo alguns rotinhos
mais activos neste curso do destino
que por trás somos todos iguaizinhos..."
24 dezembro 2006
historinha melodramática do presépio e outras sacrílegas reflexões, ou a miseranda saga de José, o carpinteiro
(algo enfartado de um natal impingido, em que já não sei bem qual é o meu papel, para além das mensagens por telemóvel, dos mails e das comprinhas - que já nem faço!... - quero deixar a todos os passantes, ainda assim, os meus desejos de que tenham as melhores festas junto de quem acharem por bem, extensivos - os desejos - às melhores realizações no novo ano que lá vem. Entretanto, é comer-lhe e é beber-lhe!)
Entretanto, cá fica uma versão possível da saga deste triste esquecido (não, não foi apoiada em pesquisas ou análises científicas. É apenas a extrapolação do senso comum):
a mulher fecundada ainda virgem
um anjinho cai do céu e insemina
lá ao fundo o José é dos que fingem
que na vida nada espanta – é só rotina
cada prego com que a dúvida o fulmina
lá martela num desvairo de vertigem
tal qual burro triste ou vaca que rumina
ele assim faz um presépio à sua imagem
o José, a Maria e o menino
são três peças desse puzzle insondável
que alguns querem ser de luz e ser divino
outros saga de um Pinóquio formidável
e o filho lá se vai em vadiagem
p´ra cumprir o que o fado lhe destina
desdenhando de seu pai tal martelagem
por saber de mais futuro a mão divina
grandioso veio a ser e sublime
e andou com os amigos sobre as águas
e curou, comeu, bebeu, riu e cantou
e encantou, chagas sarando e as mágoas
mas por fim lhe trouxe a vida a ironia
por cada prego que em vida descurou
pois por mais que pregasse em litania
foi com eles que na cruz ele se pregou
entretanto o que fez o bom José
de quem é tão parca a História em sua fala?
consta que abriu bazar e vende a fé
a quem lhe comprar presépio para a sala
cada qual faz de si o seu destino
alguns há que se perdem pela demora
o José lá se fez pai do menino
martelando a amargura vida fora
e por fim por amor ou por preguiça
lá nos diz quem sabe e anda informado
que ‘inda se ouve o José na sua liça
entoando num casebre em tom de fado:
“toc-toc lá nasceu esse menino
martelando toc-toc a toda a hora
toc-toc foi de burro ao seu destino
e ao som de toc-toc foi-se embora
porque a vida toc-toc é bem vivida
dando toc-toc ao outro o que se tem…
mas nem todo o toc-toc, pois que a vida
sem ter toc-toc não serve a ninguém”.
um anjinho cai do céu e insemina
lá ao fundo o José é dos que fingem
que na vida nada espanta – é só rotina
cada prego com que a dúvida o fulmina
lá martela num desvairo de vertigem
tal qual burro triste ou vaca que rumina
ele assim faz um presépio à sua imagem
o José, a Maria e o menino
são três peças desse puzzle insondável
que alguns querem ser de luz e ser divino
outros saga de um Pinóquio formidável
e o filho lá se vai em vadiagem
p´ra cumprir o que o fado lhe destina
desdenhando de seu pai tal martelagem
por saber de mais futuro a mão divina
grandioso veio a ser e sublime
e andou com os amigos sobre as águas
e curou, comeu, bebeu, riu e cantou
e encantou, chagas sarando e as mágoas
mas por fim lhe trouxe a vida a ironia
por cada prego que em vida descurou
pois por mais que pregasse em litania
foi com eles que na cruz ele se pregou
entretanto o que fez o bom José
de quem é tão parca a História em sua fala?
consta que abriu bazar e vende a fé
a quem lhe comprar presépio para a sala
cada qual faz de si o seu destino
alguns há que se perdem pela demora
o José lá se fez pai do menino
martelando a amargura vida fora
e por fim por amor ou por preguiça
lá nos diz quem sabe e anda informado
que ‘inda se ouve o José na sua liça
entoando num casebre em tom de fado:
“toc-toc lá nasceu esse menino
martelando toc-toc a toda a hora
toc-toc foi de burro ao seu destino
e ao som de toc-toc foi-se embora
porque a vida toc-toc é bem vivida
dando toc-toc ao outro o que se tem…
mas nem todo o toc-toc, pois que a vida
sem ter toc-toc não serve a ninguém”.
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