(algo enfartado de um natal impingido, em que já não sei bem qual é o meu papel, para além das mensagens por telemóvel, dos mails e das comprinhas - que já nem faço!... - quero deixar a todos os passantes, ainda assim, os meus desejos de que tenham as melhores festas junto de quem acharem por bem, extensivos - os desejos - às melhores realizações no novo ano que lá vem. Entretanto, é comer-lhe e é beber-lhe!)
Entretanto, cá fica uma versão possível da saga deste triste esquecido (não, não foi apoiada em pesquisas ou análises científicas. É apenas a extrapolação do senso comum):
a mulher fecundada ainda virgem
um anjinho cai do céu e insemina
lá ao fundo o José é dos que fingem
que na vida nada espanta – é só rotina
cada prego com que a dúvida o fulmina
lá martela num desvairo de vertigem
tal qual burro triste ou vaca que rumina
ele assim faz um presépio à sua imagem
o José, a Maria e o menino
são três peças desse puzzle insondável
que alguns querem ser de luz e ser divino
outros saga de um Pinóquio formidável
e o filho lá se vai em vadiagem
p´ra cumprir o que o fado lhe destina
desdenhando de seu pai tal martelagem
por saber de mais futuro a mão divina
grandioso veio a ser e sublime
e andou com os amigos sobre as águas
e curou, comeu, bebeu, riu e cantou
e encantou, chagas sarando e as mágoas
mas por fim lhe trouxe a vida a ironia
por cada prego que em vida descurou
pois por mais que pregasse em litania
foi com eles que na cruz ele se pregou
entretanto o que fez o bom José
de quem é tão parca a História em sua fala?
consta que abriu bazar e vende a fé
a quem lhe comprar presépio para a sala
cada qual faz de si o seu destino
alguns há que se perdem pela demora
o José lá se fez pai do menino
martelando a amargura vida fora
e por fim por amor ou por preguiça
lá nos diz quem sabe e anda informado
que ‘inda se ouve o José na sua liça
entoando num casebre em tom de fado:
“toc-toc lá nasceu esse menino
martelando toc-toc a toda a hora
toc-toc foi de burro ao seu destino
e ao som de toc-toc foi-se embora
porque a vida toc-toc é bem vivida
dando toc-toc ao outro o que se tem…
mas nem todo o toc-toc, pois que a vida
sem ter toc-toc não serve a ninguém”.
um anjinho cai do céu e insemina
lá ao fundo o José é dos que fingem
que na vida nada espanta – é só rotina
cada prego com que a dúvida o fulmina
lá martela num desvairo de vertigem
tal qual burro triste ou vaca que rumina
ele assim faz um presépio à sua imagem
o José, a Maria e o menino
são três peças desse puzzle insondável
que alguns querem ser de luz e ser divino
outros saga de um Pinóquio formidável
e o filho lá se vai em vadiagem
p´ra cumprir o que o fado lhe destina
desdenhando de seu pai tal martelagem
por saber de mais futuro a mão divina
grandioso veio a ser e sublime
e andou com os amigos sobre as águas
e curou, comeu, bebeu, riu e cantou
e encantou, chagas sarando e as mágoas
mas por fim lhe trouxe a vida a ironia
por cada prego que em vida descurou
pois por mais que pregasse em litania
foi com eles que na cruz ele se pregou
entretanto o que fez o bom José
de quem é tão parca a História em sua fala?
consta que abriu bazar e vende a fé
a quem lhe comprar presépio para a sala
cada qual faz de si o seu destino
alguns há que se perdem pela demora
o José lá se fez pai do menino
martelando a amargura vida fora
e por fim por amor ou por preguiça
lá nos diz quem sabe e anda informado
que ‘inda se ouve o José na sua liça
entoando num casebre em tom de fado:
“toc-toc lá nasceu esse menino
martelando toc-toc a toda a hora
toc-toc foi de burro ao seu destino
e ao som de toc-toc foi-se embora
porque a vida toc-toc é bem vivida
dando toc-toc ao outro o que se tem…
mas nem todo o toc-toc, pois que a vida
sem ter toc-toc não serve a ninguém”.
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