estão escondidos ao olhar
Mas têm o que V. não têm
e estão sempre a dar, a dar..."
Zé
"Estão sempre a dar a dar
Como se fossem dobradiças
todos sabem onde vão dar,
Ao Vão onde dão as piças
E as ditas nesse vale
Por vezes quase crateras
escondidas ao olhar
São devoradas p'las feras
Que são escuras, mas cheirosas
e de aromas tão diferentes
Umas São do cheiro das Rosas
Outras cheiram horrivelmente
Se calhar é mesmo por tal
que se deslinda o novelo
O fedor a bacalhau
Fabricou dum homem o Nelo"
Pardal
"os lábios que se não vêem
são também de se beijar
sabem a sal logo dêem
de si sinal de se dar
estão escondidos ao olhar
mas são os mais cobiçados
quando se fazem notar
são quais lábios... mais inchados
mas têm o que vocês não têm
são lábios sem dentadura
e quando mordem detêm
sentir da seda mais pura
e estão sempre a dar a dar
nas vistas quando sorriem
por vezes basta um andar
quando entre as coxas deslizem
e quando mos queres mostrar
quando pudores não contêm
abres outros p'ra mostrar
os lábios que se não vêem
nem sempre o pudor perturba
quando o corpo quer falar
e os lábios que o olhar turba
estão escondidos ao olhar
dão-nos os lábios sorrisos
dando sinais que se lêem
mostram que não têm guizos
mas têm o que vocês não têm
quando querem dar-se, dão-se
e é um dar-se de amar
num vai-vem, eles vão-se, vão-se
e estão sempre a dar, a dar...
Pois porque mandaste, na verdade, com a métrica para o caralho, levas com um mote por cima e um remote por baixo!"
OrCa
"Mandar a métrica pr'ó caralho
será grande obra de caridade
que tamanha sujeição é malho
que castra toda a vontade"
Maria Árvore
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